Especialista alerta para excesso de “microgeração” de energia
A “microgeração” de renováveis é para Oliveira Fernandes “mais um palavrão da elite de Lisboa muito centrada na electricidade”
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O autor da primeira legislação nacional das eólicas criticou esta quarta-feira os painéis solares que proliferam nos telhados pondo em causa o seu contributo para a eficiência energética em casa dos portugueses.
Oliveira Fernandes ressalva que “nada do que está a ser feito a nível nacional está errado” em termos de política global, mas no caso dos particulares contesta a chamada microgeração das energias renováveis.
O especialista na área da energia compara mesmo o fenómeno, que permite aos particulares produzirem energia e venderam-na à rede, a um balão que “está a encher demais”.
“As pessoas pensam que agora todos têm direito a ter uma ovelha no telhado, é preciso tirar as pessoas dessas ideias peregrinas que vêm de Lisboa e pô-las a terem uma relação com o ambiente e com a energia como vivem todos os dias”, defendeu.
Oliveira Fernandes foi secretário de Estado do Ambiente do governo de Mário Soares e mais tarde, com António Guterres, repetiu o cargo mas com a pasta da energia, tendo sido o responsável pela primeira legislação nacional sobre energia eólica.
Actualmente é perito da agenda regional de energia do Norte, um organismo criado para nos próximos anos orientar esta região para soluções eficientes do ponto de vista energético.
Para este especialista, no caso dos particulares a eficiência não se alcança produzindo, mas utilizando a energia de forma sustentável e entende que há soluções mais prosaicas para alcançar esse fim, desde logo do ponto de vista da arquitetura e da construção.
“Eu quero que as pessoas deixem de pensar nas eólicas ou nessas malfadas fotovoltaicas”, afirmou em Bragança, à margem de uma sessão sobre a agenda regional de energia.
Para Oliveira Fernandes, há no país “um domínio cultural dos produtores de energia que tem de ser mudado” e “contribuir para a criação de boas práticas”, que podem passar por soluções ancestrais adaptadas ao conhecimento de hoje.
O especialista advoga, por exemplo que se continue com as lareiras em vez dos aquecedores eléctricos, e que em alternativa aos painéis fotovoltaicos se recuperem os coletores de água quente solar.
“Cada casa em Portugal devia ter um colector solar, não um fotovoltaico”, reiterou.
A própria arquitetura e construção dos edifícios são apontadas como fatores determinantes na eficiência energética e Oliveira Fernandes lembra as construções de há cem anos em que as casas eram autênticas “ratoeiras” para o sol, tirando proveito da sua energia.
A procura de conceitos antigos transportados para a atualidade é apenas um caminho de uma estratégica que defende deve “introduzir vetores inabituais de abordagem energética”.
A “microgeração” de renováveis é para Oliveira Fernandes “mais um palavrão da elite de Lisboa muito centrada na electricidade”.
“Quando se vive numa aldeia tem de se ver se ao usar lenha estou a ter uma atitude retrógrada ou a fazer bom uso numa atitude moderna do século XXI, com um recurso renovável que vou buscar ali ao lado”, exemplificou.