Casa do Mandarim, em Macau, reabre após oito anos de trabalhos de restauro
“A médio prazo vamos transformá-la numa casa museu para dar a conhecer ao público tudo sobre o filósofo”

Lusa
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A Casa do Mandarim, em Macau, classificada como Património Mundial pela UNESCO, reabriu as portas após oito anos de restauro, mas só a médio prazo será transformada numa casa-museu do filósofo Zheng Guanying.
Depois da administração portuguesa ter tentado adquirir o imóvel, na década de 1990, o Executivo da Região Administrativa Especial da China conseguiu o feito, em 2001, e investiu mais de quatro milhões de euros (43 milhões de patacas) no seu restauro, em que participaram vários peritos internacionais.
Com 4 000 metros quadrados e mais de 60 quartos, a Casa do Mandarim, construída em 1869 junto ao Largo do Lilau, esteve para ser transformada num hotel de charme, mas os peritos aconselharam antes a sua transformação num museu, que não é ainda uma realidade.
A partir de agora, aquela que foi a residência de Zheng Guanying (1842-1921) pode ser visitada, mas no interior é encontrada pouca mobília e praticamente nenhuma informação sobre o filósofo, podendo antes ser apreciada a arquitectura de estilo chinês, com alguma influência ocidental patente nos terraços, arcos e pilares, e uma exposição sobre os trabalhos de restauração.
“A médio prazo vamos transformá-la numa casa museu para dar a conhecer ao público tudo sobre o filósofo”, garantiu o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Cheong U, ao salientar que o Instituto Cultural está já, em parceria com a Biblioteca de Xangai, a recolher objectos e materiais históricos de Zheng Guanying.
Entretanto, o Executivo planeia abrir “nos próximos dois ou três anos um centro museológico dedicado ao pensador” na actual cantina do Instituto de Acção Social para que a “população e visitantes conheçam melhor o sentido de amor à pátria”.
Cheong U disse ainda que a reabertura da casa será aproveitada para lançar, pelos Serviços de Turismo, um novo circuito para os visitantes que ligará as diferentes atracções daquela área da cidade, como o Largo do Lilau, Ermida da Penha, Igreja de S. Lourenço, entre outras.
Arrendada por diferentes inquilinos até à década de 1950, entre os quais alguns portugueses, a Casa do Mandarim encontrava-se até 2001 em avançado estado de degradação, que contribuiu para a perda de mobiliário e vários pertences da família de Zheng Guanying.
Zheng, natural de Guangdong, mudou-se para Macau em 1886, quando imperava a dinastia Qing, depois de ter prosperado como mercador e de ter regressado do Vietname, para onde foi enviado como informador durante a guerra sino-francesa, e foi precisamente na Casa do Mandarim que escreveu a obra “Advertências em Tempo de Prosperidade” (1893).
Ao sugerir que “um país deve desenvolver a sua riqueza de modo a assumir-se como uma nação forte, notando que a riqueza em si motiva o desenvolvimento da economia e da indústria”, Zheng Guanying influenciou líderes históricos da China, como Sun Yat-Sen e Mao Zedong, que mais tarde evocaram a sua obra como base para a promoção de grandes mudanças no país.