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Casas portuguesas pouco preparadas para o frio
A plataforma Fixando inquiriu perto de sete mil famílias sobre o conforto térmico das suas habitações. Sem surpresas, os portugueses queixaram-se do frio e do desconforto térmico que sentem nos meses mais frios. As limitações financeiras continuam a ditar as escolhas dos consumidores no que toca ao investimento em melhoria da eficiência energética das suas habitações
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A maioria dos portugueses vive em casas frias e mal aquecidas durante o Outono e o Inverno, com 63% dos inquiridos pela plataforma de serviços Fixando a reconhecer que passa por situações de desconforto térmico dentro de casa. De acordo com o inquérito realizado a 6658 famílias entre 25 e 31 de Outubro, 20% dos inquiridos avalia mesmo o conforto térmico da sua habitação como “muito insuficiente”.
Na altura de ligar o aquecimento aumenta a preocupação com o aumento das contas de energia. 84% dos inquiridos receia a subida dos gastos em energia durante o inverno. E, de acordo com o estudo, 71% assume mesmo que utiliza os sistemas de aquecimento com menos frequência do que desejaria por motivos económicos. Entre os equipamentos mais utilizados pelos portugueses incluem-se o termoventilador (30%), ar condicionado (26%), aquecedor a óleo (22%) e a lareira (17%).
Este problema de climatização das casas portugueses reflecte-se também na procura por melhorias em eficiência energética, como isolamento, sistemas de aquecimento e instalação de painéis solares, que aumentou 16% entre Janeiro e Outubro deste ano, face ao mesmo período de 2023, segundo dados da plataforma. Além disso, 23% dos inquiridos pretende realizar remodelações para optimizar o conforto térmico e a eficiência energética da sua casa.
“Grande parte das casas onde as famílias portuguesas habitam são construções antigas que carecem de um isolamento térmico adequado. Isto resulta em perdas significativas de energia e desconforto para os moradores. São casas muitas vezes de alvenaria comum, sem capoto ou protecção térmica nas janelas, e isso gera problemas como humidade e infiltrações que agravam a sensação de frio e aumentam os custos energéticos”, destaca um especialista do sector.
O aumento da procura por eficiência energética reflecte-se também nos preços médios dos serviços, que subiram este ano. “Este interesse crescente em novas soluções para resolver os problemas de aquecimento das casas revela uma sensibilização cada vez maior para a sustentabilidade e eficiência energética, em linha com os desafios impostos pelos custos da energia e pelo clima. A tendência é que estes problemas se agravem se as famílias portuguesas nada fizerem para solucionar os problemas energéticos das suas casas”, alerta Alice Nunes, directora de Novos Negócios da Fixando.
A Fixando revela ainda que, por força dos Invernos mais rigorosos, a procura por melhorias de eficiência energética é especialmente acentuada no norte de Portugal, com 35% dos pedidos registados na Fixando a surgirem dos distritos do Porto, Braga, Aveiro, Viana do Castelo e Vila Real.
Apesar dos benefícios de longo prazo das melhorias térmicas, as limitações financeiras continuam a afectar as escolhas dos consumidores. A maioria das famílias opta por soluções de janelas com vidros duplos, que aumentam a eficiência energética em cerca de 75-80%, enquanto apenas 8% opta por vidros triplos, mais caros, mas com capacidade de isolamento até 30% superior aos duplos, de acordo com os profissionais do sector. A diferença de valores faz com que os consumidores optem pela solução intermédia, para evitar custos mais elevados.