12ª Conferência Passivhaus Portugal
12ª Conferência Passivhaus Portugal destaca a “suficiência dos edifícios”
Conceito foi abordado pelo arquitecto Lloyd Alter, no encerramento da conferência, a propósito da necessidade de “prescindirmos do que não é assim tão essencial numa casa para privilegiarmos o conforto e a saúde”. Próxima iniciativa da Associação Passivhaus Portugal tem data marcada para os dias 21 e 22 de Outubro de 2025
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“Desempenho, suficiência e formação”. Estas foram as palavras mais escutadas na 12ª Conferência Passivhaus Portugal 2024, que decorreu no Centro de Congressos em Aveiro, que este ano recebeu mais de 50 marcas e a visita de 438 participantes. A edição do próximo ano já tem data marcada para os dias 21 e 22 de Outubro de 2025.
Comum em todos os discursos a necessidade de formação, que este ano deu um grande passo com a abertura do Passive House Center, o centro de formação prática para Passive Houses, em Pombal. Formação essa que anda a par com a comunicação que, para além dos profissionais do setor, está cada vez mais voltada também para o cliente final. Uma estratégia deve passar por “avivar a consciência do consumidor final, monitorizar o desempenho dos edifícios Passive House para evidenciar a sua qualidade e transmitir confiança”, reforçou João Marcelino, presidente da Passivhaus Portugal.
Além das mensagens no Grande Auditório, o evento contou com 65 workshops, entre apresentações de projectos por Passive House Designers e, respectiva, exposição, sessões das marcas e uma área dedicada às empresas que “percorria” todos os campos de uma Passive House, desde a envolvente opaca, envolvente transparente, estanquidade ao ar, sistemas e equipamentos, aos construtores.
Entre alguns casos apresentados destaque para a obra de Cibele Santos, na qual a própria salientou a importância do “conforto” e da “saúde” dentro de casa, em detrimento da área de construção. “E claro, poupar no longo termo, porque quando formos velhinhos não queremos ter de escolher entre pagar a conta da eletricidade ou ir ao médico. E hoje vemos que a área da nossa casa é mais do que suficiente para nós!”, afirmou Cibele Santos.
Tal como ela, também Ana Varela, já com a sua casa construída segundo os princípios Passive House e a habitá-la há 10 meses, optou por não ter roupeiros embutidos, por exemplo, para poder investir numa construção que lhe trouxesse o que pretendia. “Foi a eficiência energética que me levou a querer construir uma casa com os princípios Passive House, mas hoje é o conforto e a qualidade do ar interior ao habitar esta casa que eu mais destaco. É o não ter humidade nas janelas, estar sempre com uma temperatura agradável dentro de casa e ter um ar saudável no interior que impacta na nossa saúde. E tudo isto, com eficiência e poupança também”, salientou Ana Varela.
E se os resultados alcançados numa Passive House são o ponto onde todos chegam, o caminho tem ainda muitos desafios, como destacou Pedro Ribeiro, Country Manager da Danosa. “Os desafios foram muitos e realmente fazer uma Passive House, no nosso caso com um projecto que é o primeiro não residencial a atingir a certificação, envolve um trabalho de muita proximidade e entreajuda entre todas as equipas”, afirmou.
O hidrogénio foi um tema também muito falado, ao posicionar-se como uma opção viável para bombas de calor, permitir o armazenamento de energia no longo prazo e assim colmatar as necessidades de aquecimento e arrefecimento dos edifícios.
A 12ª Conferência Passivhaus Portugal encerrou com uma das apresentações mais esperadas do evento. Lloyd Alter ligou os pontos ao falar do caminho da suficiência, ou seja, prescindir do que não é assim tão essencial numa casa para privilegiarmos o conforto e a saúde, e deixou uma mensagem final: “Há uma coisa que é abundantemente clara: estão disponíveis as tecnologias e normas necessárias para realmente levar a uma mudança nas questões climáticas, e o único real obstáculo são as políticas e os interesses associados aos combustíveis fósseis”.