Sector logístico europeu aponta para crescimento do ‘reshoring’
Segundo o quarto European Real Estate Logistics Census, 45% dos inquiridos aponta o reshoring como um “provável motor para o mercado” nos próximos anos. O estudo foi realizado pela Analytiqa, em nome da Tritax EuroBox plc, e pela Savills
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O sector logístico europeu enfrenta condições operacionais “desafiantes”, mas, ainda assim, o mercado encontra-se numa trajectória “positiva”, com os ocupantes a sugerir um aumento da procura por imóveis logísticos até 2025 e posteriormente.
Ainda que com pontos críticos relacionados com uma regulamentação ESG “mais rigorosa” e com resiliência energética, a tendência é de crescimento, segundo o quarto European Real Estate Logistics Census, no qual 45% dos inquiridos aponta o reshoring como um “provável motor para o mercado” nos próximos anos.
O estudo, realizado durante o Verão de 2024 pelos analistas de mercado da cadeia de abastecimento Analytiqa em nome da Tritax EuroBox plc, um investidor em logística imobiliária na europa, e pela Savills, contou com as respostas de 642 ocupantes, investidores, promotores, proprietários, gestores de activos, consultores e agentes de todo o mercado europeu.
“Os próximos anos serão bastante dinâmicos e positivos para o sector da logística e as diferentes dimensões ESG desempenharão um papel cada vez mais importante. Portugal tem apresentado enormes progressos neste campo o que, a par de outros fundamentais de mercado como os custos competitivos em relação a outros países da Europa Ocidental e a sua localização estratégica colocam, cada vez mais, o país na mira dos diversos players internacionais”, afirma Pedro Figueiras, head of I&L da Savills Portugal.
Recorde-se que o recente estudo da Savills “Nearshoring Index 2024” coloca Portugal como o país mais atractivo do Mundo para as empresas que procuram aproximar as suas cadeias de abastecimento aos mercados de consumo. “Outro indicador da imagem muito positiva são os cerca de 400 milhões de euros alocados a operações de capital markets e de development que estão em curso neste momento e que caso se concluam irão contribuir para uma significativa modernização do nosso stock”, refere, ainda, Pedro Figueiras.
Embora 51% dos ocupantes acreditem que as condições de negócio são hoje mais favoráveis do que há um ano (em comparação com 42% em 2023 e 35% em 2022), 69% reduziram ou atrasaram os planos gerais de expansão do negócio devido às atuais condições económicas. Contudo, o que é crucial é que dos 69%, apenas 6% suspenderam os seus planos indefinidamente, enquanto 32% atrasaram 1 a 2 anos e 24% entre 2 e 5 anos.
O inquérito sugere que é provável que se desenvolvam novos requisitos logísticos durante o segundo semestre de 2024, em 2025 e anos seguintes. 29% dos ocupantes da amostra esperam necessitar de mais espaço nos próximos 12 meses, enquanto 70% planeiam manter a sua dimensão actual. 53% dos ocupantes esperam necessitar de mais espaço nos próximos 1 a 3 anos (+15 pontos percentuais).
Para os ocupantes que pretendem expandir a actividade durante os próximos 1 a 3 anos, os planos estão concentrados nos principais mercados da Europa Ocidental. A Alemanha continua a ser o mercado-alvo mais favorecido este ano, citado por 26% dos ocupantes com planos de expansão, seguida pela França com 24%.
Possivelmente indicativo do interesse no re/nearshoring, a República Checa foi citada como mercado-alvo por 10% dos operadores com planos de expansão, quase o dobro da Polónia (5%).
O reshoring é apontado, aliás, como um “impulsionador para o mercado nos próximos anos”, com 45% dos inquiridos a olhar para esta solução no horizonte, reconhecendo o seu potencial “revolucionário” para os activos logísticos.
Já 25% dos ocupantes afirmaram que tinham reduzido (relocalizado) a sua cadeia de abastecimento para mitigar o risco de perturbações nos últimos três anos.