Praça e Posto de Turismo de Piódão @Frederico Martinho
Um português entre os finalistas ao prémio europeu de Arquitectura Contemporânea
A Comissão Europeia e a Fundació Mies van der Rohe revelaram os sete finalistas que irão concorrer ao Prémio da União Europeia de Arquitectura Contemporânea 2024 — Prémios Mies van der Rohe, cinco na categoria Arquitectura e dois na categoria Emergente
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Já estão seleccionados os sete finalistas ao prémio bienal “Mies van der Rohe”, cinco na categoria Arquitectura e dois na categoria Emergente. Portugal tinha três candidatos entre os 40 projectos em shortlist anunciada em Janeiro, entre eles a Praça e Posto de Turismo do Piódão, com assinatura do atelier Branco del Rio, que é agora um dos finalistas na categoria Emergente. Na mesma categoria concorre a Biblioteca Gabriel García Márquez em Barcelona (Catalunha, Espanha), da autoria da SUMA Arquitectura.
As cinco obras de arquitectura finalistas são a Galeria de Arte Contemporânea Plato em Ostrava (Morávia-Silésia), da autoria do gabinete KWK Promes, o Pavilhão de Estudos no Campus da Universidade Técnica de Braunschweig (Baixa Saxónia), da autoria dos arquitectos alemães Gustav Düsing & Max Hacke, a Escola Reggio em Madrid, da autoria de Andres jaque/escritório de inovação política, o Renascimento do Convento Saint-François em Sainte-Lucie-de-Tallano/Santa Lucia de Tallà (Córsega), da autoria de Amelia Tavella Architectes, e o Hage em Lund (Condado de Scania), da autoria de Brendeland & Kristoffersen Architects.
O anúncio do vencedor do prémio e do vencedor emergente está previsto para o final de Abril e a cerimónia de entrega dos prémios decorrerá no dia 14 de Maio de 2024, no Pavilhão Mies van der Rohe, em Barcelona.
O finalista português
A aldeia de Piódão, na serra do Açor, surge-nos, a concurso com a reabilitação do seu Posto de Turismo e a Praça que lhe é adjacente, num projecto conduzido pela dupla do estúdio de arquitectura de Coimbra Branco Del Rio, criado pelos arquitectos Paula del Rio e José Branco.
O seu espaço aberto e desafogado é o principal acesso à aldeia de ruas ingremes. Ao longo dos anos a praça foi sendo ocupado para estacionamento e o projecto de reabilitação devolveu o seu uso aos habitantes. A intervenção descrita como “silenciosa”, privilegiou o uso dos materiais e soluções construtivas locais. “As árvores existentes, a estátua, a iluminação pública, foram preservadas. O novo pavimento foi construído com o mesmo material e técnica de toda a aldeia, o xisto, seguindo uma tradição dominada pelos construtores locais.
As árvores plantadas, na entrada da praça, são cerejeiras autóctones.
Os dois alpendres, nos acessos ao Posto de Turismo e Sanitários Públicos, foram construídos com uma delicada estrutura de colunas metálicas e vigas de madeira, e cobertos com lajes de ardósia, à semelhança de todas as coberturas da aldeia.
A abordagem global do design visa contribuir para um arranjo onde é difícil compreender o que é novo e antigo, evitando prejudicar a ligação dos habitantes locais ao local”, justificam os seus autores.
A ligação entre a sustentabilidade cultural e material concorre para a fixação de novos habitantes neste interior tão recuado do país, assim se espera.