“Famílias portuguesas estão cada vez mais despertas para a importância do consumo de energias limpas”
Até 2025, a Otovo espera atingir as 10 000 vendas no mercado português e os resultados obtidos em 2023, cumprido o primeiro ano de actividade no país, ajudam a alcançar essa meta. Portugal destaca-se como um dos quatro melhores entre os 13 mercados onde a Otovo opera, a nível de performance de vendas. Mas ainda há muito para crescer já que, apesar das condições naturais, Portugal tem uma taxa de penetração do solar entre 4% a 5%, refere Manuel Pina director geral da empresa em Portugal
Manuela Sousa Guerreiro
Sector PBSA continua atractivo para investidores
Alenquer recebe novo empreendimento na Quinta do Bravo
Turismo residencial gera 15 mil milhões de euros em receitas fiscais
Câmara de Lagos lança concurso para ampliação e requalificação da Escola das Naus
Mundicenter adquire Alto das Amoreiras
Openbook: A reestruturação da Firma
Oeiras aprova orçamento de 335M€ para 2025 com foco na Habitação
‘Els Club Vilamoura’ será o primeiro clube de golfe Ernie Els na Europa
Piquet Realty reforça presença no Algarve com novo escritório
Novo crédito à habitação cresce 34,7% em Setembro
O marketplace fechou 2023 acima do previsto e com previsões “muito positivas” para o ano que agora arranca, como nos conta Manuel Pina, director geral da Otovo em Portugal. O seu modelo de subscrição ajudou a democratizar o acesso à energia fotovoltaica, por um lado, mas também a dinamizar o negócio das empresas instaladoras.
Como correu este primeiro ano de actividade? Os números alcançados corresponderam às metas traçadas inicialmente?
O balanço do primeiro ano de operação da Otovo em Portugal é claramente positivo. Uma das métricas que nos permite chegar a esta conclusão é o facto de termos atingido a meta das 1000 vendas a um ritmo mais acelerado do que inicialmente projectado. Fechámos, por isso, 2023 acima do previsto e acredito que 2024 será também um ano muito positivo para nós. Como já referimos publicamente, o objectivo até 2025 passa por atingir as 10.000 vendas. Este será o nosso foco, reforçando ao mesmo tempo a importância do modelo de subscrição, que representa mais de 2/3 de todas as vendas efectuadas em Portugal.
Quais os principais desafios que se colocaram à empresa durante este primeiro ano e meio de actividade?
Os principais desafios foram os inerentes à entrada de uma empresa num mercado novo. Em Portugal foi necessário começar uma estrutura do zero, dar a conhecer a Otovo ao mercado e ganhar a confiança dos consumidores nacionais. Este é um desafio grande, sobretudo numa realidade muito dominada por grandes empresas que operam no país há dezenas de anos.
O modelo de subscrição Otovo tem sido fundamental para marcar a diferença, uma vez que fomos os primeiros a trazer este modelo para o nosso país.
Adicionalmente, apesar de Portugal ter uma posição geográfica privilegiada para a produção de energia solar, a penetração de sistemas residenciais de produção de energia ainda está atrás de outros países europeus. Neste sentido, o esforço tem sido o de trazer mais informação e de ajudar as famílias a perceberem quanto podem poupar na sua factura de electricidade.
Enquanto marketplace, o vosso crescimento está muito dependente de quem instale as soluções. Como vai o relacionamento com as empresas deste sector?
Sendo um marketplace, é tão importante para nós oferecer uma boa experiência aos consumidores que nos procuram como também aos instaladores que encontram na Otovo uma oportunidade para expandir o seu negócio. A nossa experiência de outros mercados ajuda-nos a perceber quais são as melhores práticas que os instaladores devem seguir para garantir a máxima segurança durante as obras, a maior qualidade das instalações e os melhores materiais a usar. Partilhamos este conhecimento de forma continuada, assim como as opiniões que os nossos clientes nos passam. No final, a nossa proposta de valor para os instaladores passa por oferecer um canal de vendas com projectos “chave na mão” que lhes permite chegar a mais clientes e assim aumentar a sua facturação. Neste primeiro ano, chegámos a trabalhar com quase 100 empresas. No entanto, nem todas se mantêm na plataforma. É importante destacar que a Otovo dá preferência apenas às empresas que oferecem os mais altos padrões de qualidade e segurança.
Estamos a iniciar 2024 e poucas coisas são certas como a urgência da descarbonização do sector eléctrico. As empresas estão a fazer o seu caminho a nível dos particulares há ainda um percurso para percorrer ao nível da adopção de energia renovável. É assim?
É um facto que, considerando todas as condições naturais, Portugal tem uma taxa de penetração baixa do solar (4% a 5%) e tem uma boa margem de progressão. Mas é também verdade que as famílias portuguesas estão cada vez mais despertas para a importância do consumo de energias limpas e para conceitos como o autoconsumo. Os números indicam que a taxa de adesão aumenta de ano para ano, tendo sido o mercado residencial um dos que mais tem crescido no que diz respeito à adopção de sistemas de produção de energia solar.
Um mercado com muito para crescer
Que avaliação fazem do mercado português, quanto aos players que nele operam, à legislação que regulamenta o sector e à percepção que o consumidor tem da produção de energia para auto-consumo?
O mercado português tem sido tradicionalmente dominado por duas grandes marcas que, como normalmente acontece em cenários semelhantes, disponibilizam aos consumidores uma oferta de serviços muito similar.
Com a nossa entrada, nomeadamente com a introdução do modelo de subscrição, os consumidores tiveram acesso a um serviço diferente e que se destaca por não obrigar a um investimento inicial por parte das famílias para aderirem ao autoconsumo. O modelo de subscrição, por apresentar esta simplicidade, despertou o interesse das famílias portuguesas para a transição energética. Tal como referi antes, considero que, apesar da baixa taxa de penetração, todos os anos se regista um maior número de adesões a sistemas de painéis solares fotovoltaicos em Portugal e este facto prova que os portugueses estão cada vez mais atentos para os benefícios do fotovoltaico.
Como vai a evolução do mercado português em comparação com outros mercados onde a OTOVO está presente?
Tal como temos tornado público aquando da apresentação de resultados, o mercado português continua a destacar-se como um dos quatro melhores dos 13 da Otovo a nível de performance de vendas. Muita da responsabilidade por estes números prende-se com o modelo de subscrição, que, em média, apresentou uma adesão 20% acima dos restantes mercados europeus.
No plano global qual o vosso sentimento e perspectiva para 2024?
Os factores que têm contribuído para o crescimento da procura por sistemas de painéis solares fotovoltaicos são o aumento dos custos com a energia da rede, uma redução dos preços dos equipamentos de produção e o aparecimento de novos modelos de aquisição, tais como o modelo de subscrição. Acredito que, caso se mantenham inalterados, o crescimento do autoconsumo de energia solar tenderá a manter-se.
2024 será também um ano de eleições e, apesar das metas estabelecidas pela União Europeia, será importante perceber se o futuro governo dará continuidade ao trabalho já iniciado. Convém relembrar que ainda existem verbas atribuídas à transição energética das famílias que não foram alocadas e é fundamental não deixar passar esta oportunidade para ajudar os consumidores nacionais a pouparem na sua conta de electricidade e a reduzirem a respectiva pegada de carbono.