O impacto da Sustentabilidade
Perspectivo portanto a necessidade de encararmos de frente o problema da burocracia e de velhos hábitos instalados. Não podemos aceitar como normal que projectos da maior relevância para o país demorem anos até recolherem todas as autorizações e pareceres necessários, nem aceitar que licenças emitidas por autoridades competentes, sejam frequentemente bloqueadas por outros actos jurídicos que comprometam o desenvolvimento dos respectivos projectos
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Quase a completar um ano desde que assumi o cargo de Director Executivo da Associação Portuguesa dos Industriais de Engenharia Energética, a associação portuguesa mais representativa dos instaladores de energia que operam no mercado nacional, início a minha colaboração com o Jornal CONSTRUIR com a motivação de contribuir para a existência de um diálogo de qualidade entre toda a cadeia de valor que promova o desenvolvimento económico e social que todos ambicionamos.
Neste artigo sobre as Perspectivas para 2024 evitarei o simplismo de apenas listar os temas mais vezes presentes nos vários summits realizados recentemente, procurando trazer algumas reflexões que me parecem adequadas.
Apesar de vivermos uma situação de aparente crise permanente vejo condições para que o mercado continue a crescer. Vários factores contribuem para esse crescimento, mas considero que a Sustentabilidade, que nos conduz à transição energética e suportada na transformação digital, será o de maior impacto.
Voltarei a esses temas mais à frente. Para já prefiro começar pela minha perspectiva sobre a questão política. Costumo dizer que nas empresas e nas associações empresariais não fazemos política, vista pelo ângulo da política partidária, mas que enquanto entidades que empregam trabalhadores, que pagam impostos e estão sujeitas aos regulamentos existentes, somos actores directos de políticas sociais, de política fiscal e que temos uma palavra legítima sobre a burocracia que amarra a sociedade Portuguesa.
Esta introdução para dizer que, independentemente dos ciclos políticos, as empresas precisam de estabilidade, de previsibilidade e que os governantes do país tenham a capacidade real de enfrentar os problemas que estrangulam a nossa economia.
Perspectivo portanto a necessidade de encararmos de frente o problema da burocracia e de velhos hábitos instalados. Não podemos aceitar como normal que projectos da maior relevância para o país demorem anos até recolherem todas as autorizações e pareceres necessários, nem aceitar que licenças emitidas por autoridades competentes, sejam frequentemente bloqueadas por outros actos jurídicos que comprometam o desenvolvimento dos respectivos projectos.
Sobre políticas sociais, consideramos imprescindível que o país seja capaz de atrair, na quantidade necessária, os profissionais técnicos tão necessários à execução dos múltiplos projectos anunciados. Perspectivamos que tal só será possível através da dignificação dessas profissões, melhorando a sua remuneração líquida, retendo-os nas empresas e tornando sustentáveis os investimentos neles realizados.
Tendo referido a sustentabilidade dos investimentos, abordo agora o tema da Sustentabilidade que desejo que não seja encarado apenas como a palavra da moda. Da minha parte perspectivo que seja necessário continuar a consciencializar a nossa sociedade para que se encare a sustentabilidade nos seus 3 pilares, isto é, empresas, pessoas e clima.
Sendo Portugal um país de PMEs, parece-me absolutamente prioritário ajudar os respectivos gestores nesta transição de mentalidades. A partir do momento que a gestão das empresas perceba que a sustentabilidade é amiga negócio, porque o ajuda a ser competitivo e resiliente, perspectivo que a sustentabilidade passe a ser “a” estratégica da empresa.
Associado a esta mudança de mentalidade é-me fácil perspectivar que a eficiência energética, a transição energética e a transformação digital acelerem os seus caminhos, rumo a uma economia descarbonizada, onde predominam os dados e os algoritmos de controlo e comando. Teremos então múltiplos sistemas de geração distribuída, gases renováveis, mobilidade eléctrica, autoconsumo, comunidades energéticas, entre outros, a cooperarem de forma natural e harmoniosa.
Porque considero que estas ambições só serão alcançáveis se existir uma intensa e transparente colaboração entre todas as partes interessadas, termino com um apelo ao diálogo que a todos beneficie.
Votos de Boas Festas e de um Excelente Ano de 2024.
Nota: O Autor escreve segundo o Novo Acordo Ortográfico