João Miguel Pinto e Rui Nunes Santos, Lead Architects da Quadrante Arquitectura
Arquitectura

“Não pretendemos ser um gabinete de autor. Procuramos, sim, estarmos mais alinhados como uma empresa de projecto”

João Miguel Pinto e Rui Nunes Santos, Lead Architects da Quadrante Arquitectura, explicam, em entrevista ao CONSTRUIR, a importância crescente da área de arquitectura num grupo marcadamente impulsionado pela engenharia. Promotores de uma lógica de ‘serviço completo’, admitem que o mercado interno é curto para a estratégia, mas não enjeitam qualquer oportunidade. As novas tecnologias e a forma de encarar o projecto como um todo assumem um carácter diferenciador

Ricardo Batista
João Miguel Pinto e Rui Nunes Santos, Lead Architects da Quadrante Arquitectura
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“Não pretendemos ser um gabinete de autor. Procuramos, sim, estarmos mais alinhados como uma empresa de projecto”

João Miguel Pinto e Rui Nunes Santos, Lead Architects da Quadrante Arquitectura, explicam, em entrevista ao CONSTRUIR, a importância crescente da área de arquitectura num grupo marcadamente impulsionado pela engenharia. Promotores de uma lógica de ‘serviço completo’, admitem que o mercado interno é curto para a estratégia, mas não enjeitam qualquer oportunidade. As novas tecnologias e a forma de encarar o projecto como um todo assumem um carácter diferenciador

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(fotos créditos: Rui Lourenço / Frame It)

Liderando uma equipa com 35 arquitectos, João Miguel Pinto e Rui Nunes Santos explicam no CONSTRUIR a lógica por trás da metodologia ‘total design’, em que o cliente chega à Quadrante e consegue ter a oferta do serviço completo de ‘A a Z’, com um interlocutor apenas.

Qual é a lógica por trás do funcionamento da Quadrante Arquitectura, nomeadamente a sua organização num grupo fortemente marcado pelo peso da área de engenharia?

João Miguel Pinto (JMP): No grupo Quadrante, a arquitectura começou há aproximadamente 20 anos e, basicamente, cresceu a pedido do cliente. A Quadrante tem a sua génese associada à engenharia civil, foi crescendo e ganhando especialidades, foi ganhando capacidade de oferta e chegou a um ponto em que tínhamos as disciplinas todas à excepção da arquitectura. Nessa altura, os clientes, nomeadamente clientes da área industrial, acabaram por desafiar a administração da empresa para a constituição de uma área dedicada a estes trabalhos. Parte dos problemas de coordenação, na relação entre arquitectura e engenharia, acabavam por existir na mesma. Portanto, se conseguíssemos ter o serviço completo seria interessante. E começou por aí. Começou por ser uma pequena divisão de arquitectura que dava resposta às necessidades que chegavam dos projectos de engenharia. Foi crescendo, também porque são demasiado evidentes as vantagens de se trabalhar com tudo integrado. A ideia de ter tudo inhouse é a nossa proposta de valor. Temos uma metodologia a que chamamos ‘total design’ que é isso mesmo: o cliente chega à Quadrante e consegue ter a oferta do serviço completo de ‘A a Z’, com um interlocutor apenas. Para os nossos clientes, que são clientes cada vez mais profissionais, é uma vantagem e é o que nos diferencia no mercado. A forma como o fizemos, com o rigor, a questão do prazo e o controlo absoluto sobre todos os stakeholders do projecto permitiu que fossemos ganhando mais projectos deste género. Nos últimos cinco anos, esse crescimento foi mais evidente, de onde se pode destacar o projecto do Novo Aeroporto do Montijo e isso fez com que a nossa equipa, que há 6 anos era de seis pessoas, tenha agora 35 arquitectos.

Rui Nunes Santos (RNS): Vencer desafios faz parte da nossa génese, encontrar formas de resolver problemas. Tem sido essa forma de estar que nos tem permitido crescer. Não temos medo de uma tipologia de projecto em que não temos experiência. Se for necessário, estabelecemos parcerias seja com quem for e encontraremos forma de chegar ao que o cliente pretende, prestando um trabalho de qualidade, diferenciado. O facto de termos todas as engenharias à nossa volta, é mais um desafio. Somos desafiados diariamente com um monte enorme de obstáculos, mas depois temos também a visibilidade transversal de um monte de tipologias diversas de projecto que nos permitem, perante um cliente que está muito habituado a um mercado específico como a habitação, ter uma experiência diversa que nos dá um contributo que o cliente não está à espera. Isso dá-nos uma postura diferenciadora no mercado.

Esse englobamento de várias valências nas vossas propostas, é hoje uma realidade consolidada ou ainda há uma margem significativa para crescer, atendendo a que há, de facto, um peso significativo da vertente engenharia?

RNS: Hoje em dia, os projectos mais interessantes para o grupo são os projectos em que tudo é feito dentro da empresa, com arquitectura e especialidades desenvolvidas internamente. São projectos que conseguimos abordar de forma eficiente. Nós temos uma forma de estar organizada, daí que tenhamos um conjunto de regras que nos permitem fazer ‘bem à primeira’. De facto, quando temos arquitectura, especialidades, conceitos, o desenvolvimento de projecto feitos internamente, são os projectos mais interessantes para o grupo e, por conseguinte, para a equipa. É evidente que isto não é estanque. Conseguimos a fazer projectos de especialidades para outros gabinetes, projectos de arquitectura para com outros gabinetes de especialidades…

JMP: Nós temos as três geometrias a funcionar: temos projecto em que só temos arquitectura; projectos em que só temos engenharia; e temos os projectos mais interessantes, em que temos o pacote completo. Na parte da tipologia de projecto que mais procuramos, projectos mais complexos e completos como aeroportos, hospitais, estádios, é fundamental. Esses são projectos com muita complexidade e necessidade de coordenação, muita necessidade de optimização de soluções para conseguirmos atingirmos os nossos objectivos e os do cliente. Achamos que é uma vantagem poder controlar tudo. Numa empresa que tem agora 470 pessoas, uma divisão de arquitectura com 35 pessoas não tem significado em termos de percentagem mas para o mercado nacional temos a noção de que estamos a fazer o portfolio. Os projectos que temos actualmente em mãos têm bastante significado, nomeadamente dois estádios, vários projectos de aeroportos a decorrer, projectos de habitação em grande escala…Temos tido sempre uma postura low profile face ao mercado pois não pretendemos ser um gabinete de autor, nem um gabinete ‘de nome’. Procuramos, sim, estarmos mais alinhados como uma empresa de projecto como existem no Reino Unido, nos Estados Unidos. Fazemos edifícios, não fazemos só arquitectura. Muitas vezes, a questão da marca e do autor é importante para o cliente e para conseguirmos estar nesse mercado temos algumas parcerias estratégicas em tipologias ou mercados que sabemos que o nome é importante. Isso, essencialmente, em projectos de habitação ou de interiores. Temos vindo a crescer apoiados nessas parcerias estratégicas que nos ajudam a mitigar falhas que ainda temos.

Mas há, de facto, uma lógica diferenciadora entre o que é a vossa actividade e a de um atelier de média/grande dimensão em Portugal?

JMP: Efectivamente, há uma diferença na forma como estamos estruturados e como abordamos o projecto. Como abordamos o projecto no sentido mais prático de relação objectivo/cliente, custo, relação com as engenharias, relação com os stakeholders. Mas na prática, o desenvolvimento da arquitectura é um desenvolvimento transversal a qualquer equipa de arquitectura. Os nossos arquitectos não são diferentes dos arquitectos que estão nos ateliers. O que conseguimos foi ter essa parte mais criativa e mais romântica da arquitectura, mas conseguindo, ao mesmo tempo, uma estrutura regrada, com metodologias e passos que permitem uma resposta, no nosso entendimento, mais interessante.

RNS: Penso que há uma coisa que pode ser um factor diferenciador que é a experiência diversa e nós tentamos colocar-nos no lugar do cliente. ‘Eu sou um promotor, tenho este negócio que vou levar avante, tenho um negócio que tem de correr bem. O que eu preciso para que este negócio corra bem? O que preciso, no processo, para que este negócio seja diferenciador?’ Pela diversidade de experiências que temos internamente, conseguimos entender se é uma construção mais eficiente, se é necessária uma solução de especialidades mais inovadora porque vai ser mais importante em termos comerciais ou se vai ter uma exploração mais económica. Nós conseguimos, pela tal visibilidade macro que temos em muitos ambientes, geografias, tipologias de clientes bastante diversificados, fazer com que o cliente pense fora da roda, fora da caixa, fora da sua área de conforto. E isso faz com que, por vezes, se consiga inovar e evoluir.

Em que medida é que esse carácter diferenciador é mais valorizado face a uma forma mais tradicional de lidar com o projecto?

JMP: Esta nossa metodologia, que designamos ‘total design’, tem uma base muito interessante: como temos todos os especialistas in the house, na primeira reunião de projecto em que nos sentamos à mesma mesa conseguimos ter os diversos especialistas fundamentais para esse projecto. A primeira discussão de ideias, o primeiro workshop, já tem o melhor de cada um. Nós conseguimos, de uma forma mais eficiente chegar a uma solução mais interessante no final. Não temos uma equipa de arquitectura que vai, sozinha, e que depois faz com que as engenharias tenham de adaptar ao desenho. Nós conseguimos desenhar o projecto em conjunto. Isso não castra, de forma alguma, a arquitectura por si pois, na verdade, a arquitectura é a resolução de um problema associada a questões estéticas e de harmonia de composições. Nós fazemos isso tudo, sabendo que no final das contas terá de ser construído, alguém terá de pagar, alguém vai utilizar e alguém vai manter. Tentamos dar resposta a isso tudo. Um dos pontos importantes nessa metodologia é a questão da sustentabilidade e do ambiente. Temos um departamento de ambiente e sustentabilidade que faz parte do nosso projecto sempre. Desde o inicio estamos a pensar já com esses inputs em cima da mesa. A Quadrante tem um conjunto de compromissos ligados à sustentabilidade que têm de ser cumpridos nos projectos… Desenvolvemos, igualmente, uma ferramenta em que conseguimos pontuar os nossos projectos em termos de eficiência energética, de boas práticas. Acho que o que nos diferencia é isso. Nós já tivemos a experiência de que esta forma de projectar tanto resulta num estádio de futebol, num projecto complexo, ou um hospital, como para habitação de grande escala. Os ganhos são evidentes. Quando o cliente nos pede um projecto, estamos a falar de um negócio e nós conseguimos perceber qual é o negócio do cliente e conseguimos ajudá-lo nisso, não descurando a qualidade da arquitectura. Acho que é isso que nos diferencia. Eu acho que conseguimos, aqui na Quadrante, estar um passo mais à frente porque, no final de contas, a responsabilidade está toda debaixo do mesmo chapéu.

Olhando para a realidade nacional, do mercado interno, em que é que essa forma de actuar encaixa na realidade do mercado, atendendo a que não há assim tantos projectos, com frequência, como um hospital ou um aeroporto?

RNS: A Quadrante está estruturada de forma a optimizar tanto o processo de produção como de comunicação com o cliente e os vários intervenientes do projecto. Perante o cliente, temos um project-manager, um client manager e um porta-voz que são as pessoas que dão resposta ao cliente de forma sustentada e concertada. São pessoas que estão habituadas a comunicar com o cliente final e a trazer, para os nossos projectistas, o feedback do cliente. Esse interlocutor, é a figura que perante o dono da obra dá conforto e dá garantias de que as soluções que estão a ser desenvolvidas estão alinhadas com os objectivos. Sempre que é necessário um apoio técnico, os projectistas e equipas de projecto juntam-se ao cliente e a garantia de que tudo o que está a ser feito dentro desta empresa, seja um ou 10 projectos – por vezes, um projecto tem 10 disciplinas ou mais associadas, garante que todas essas disciplinas trabalham de acordo com o mesmo planeamento, com o mesmo prazo, o mesmo objectivo, evitando inconsistências de projecto, elementos em falta quando é lançado o concurso de empreitada e evitando problemas em obra, problemas esses que têm sempre um custo gigantesco quer em temos financeiros quer de prazo. Esta forma de estar ajuda-nos a dar credibilidade perante um cliente e a criar relações de confiança. O nosso desígnio é prestar um serviço diferenciado, de qualidade e criar relações de confiança que permitem que os clientes confiem em nós.

João Miguel Pinto rejeita a ideia de arquitectura de autor

Quais são os vossos objectivos? Qual é a vossa estratégia? Já percebemos que há um esforço e um aproveitamento da dinâmica internacional mas olhando, também, para o mercado interno por onde passa o vosso caminho de crescimento?

JMP: A nossa área de arquitectura, actualmente, está também a navegar a onda do imobiliário que estamos a viver. Temos vários projectos de grande escala de habitação. Sabemos quanto tempo ainda vamos poder beneficiar desta onda, mas o nosso posicionamento e o nosso objectivo é conseguir estar nas duas frentes: conseguir estar nestes projectos residenciais ou de escritórios enquanto o mercado estiver disponível e houver oportunidades, mas ser igualmente a empresa de referência quando for necessário executar hospitais, estádios e tipologias mais complexas. Tentamos também, olhar para as tendências. Temos um forte posicionamento no mercado dos data centers, sabemos que é um mercado em crescimento, continuamos a ter uma forte componente industrial. Estamos, aliás, a desenvolver o maior projecto industrial já feito em Portugal, nomeadamente uma giga factory de baterias para carros eléctricos, que equivale a qualquer coisa como 400 mil m2 só na primeira fase…

Combina arquitectura e engenharia?

RNS: Desde o estudo de impacto ambiental ao projecto de execução final.

JMP: Claro que uma empresa com a escala que a Quadrante, não olhando apenas a área de arquitectura, não se consegue alimentar apenas no mercado nacional e, por isso, o nosso foco está em continuar a internacionalização e aí temos umas alavancas muito interessantes para a nossa divisão de arquitectura que é o facto de termos diferentes áreas de negócio. Temos áreas como Transportes, em que a arquitectura dá resposta a estações de caminho de ferro ou portos, ou a área da Energia que vão precisar de arquitectura. Temos também a área de Special Projects que faz a angariação, por todo o Mundo, de projectos especiais onde também pode entrar arquitectura. A nossa visão está muito mais além do que o mercado nacional em termos de crescimento. No mercado interno claro que queremos ser uma referência em termos de arquitectura, não pela questão da arquitectura de autor mas num posicionamento diferente.

RNS: Nós acompanhamos o que está a acontecer no Mundo inteiro. Hoje em dia há uma transformação energética e digital e nós estamos a acompanhar isso com as nossas equipas. É um trabalho em que a arquitectura está presente juntamente com todas as disciplinas. Temos o mesmo foco e o mesmo designio um pouco por todo o Mundo. Esta experiência nacional permite-nos estar em outras geografias a fazer o mesmo tipo de trabalho e a responder ao mesmo tipo de tipologias.

Nesse capítulo, em que é que a área de arquitectura se torna mais competitiva nessa escala internacional?

RNS: Nestas tipologias de projecto, é preciso ter uma consciência muito grande do que é que aquele projecto é e o que a arquitectura representa para aquele projecto. São tipologias em que o alinhamento com as outras disciplinas é muito importante, não é propriamente um objecto escultórico muito bonito, mas um desenho que resulta de uma componente técnica muito vincada. É quase uma coisa mecânica. Temos sempre, claro, as preocupações normais como a integração…A nível global, know how é muito importante. O nosso País, em termos regulamentares, legislação, está alinhado com o pensamento europeu e nas geografias em que estamos presentes são países em desenvolvimento onde conseguimos acrescentar valor.

JMP: Neste processo de internacionalização, conseguimos também estar próximos dos grandes empreiteiros nacionais, das grandes construtoras. Para um empreiteiro, o serviço que nós temos é muito vantajoso, daí que tenhamos muitos processos de concepção construção. Há muitos problemas que são ultrapassados à conta desta nossa forma de pensar. Há cerca de 10 anos, começámos a desenvolver o BIM e o Revit e, actualmente, desenvolvemos todos os projectos em BIM. Temos mesmo um departamento dedicado ao desenvolvimento dessa metodologia. Essa é outra das vantagens que conseguimos oferecer. Já não fazemos nada em CAD.

Rui Nunes Santos defende a lógica de projecto de “A a Z”

Estamos a falar de uma nova forma de trabalhar que mostra já, de certa forma, um novo paradigma na forma como se projecta?

JMP: Nós tentámos ser pioneiros e actualmente a nossa posição já não é um plus. Já é a nossa forma de trabalhar. Já não damos a opção ao cliente de o projecto não ser em BIM. Só trabalhamos assim porque as vantagens são tão evidentes para ambas as partes que é a nossa forma de trabalhar e está alinhada com os mercados internacionais mais evoluídos. Em Portugal, saiu uma lei que vai forçar a que nos projectos públicos passe a ser obrigatório. Já não vendemos isso como um extra ou que nos diferencie, mas sim estarmos alinhados com os mercados mais evoluídos e os mercados onde queremos chegar.

RNS: Em termos de produção, todas as disciplinas estão a trabalhar na mesma ferramenta. Estamos a construir um modelo tridimensionalmente antes de ir para obra e, de facto, isso é vantajoso pois os problemas complicados em obra deixam de existir, evitando custos adicionais, problemas em prazos e uma série de outras questões. Sentimos que por vezes, o mercado não está preparado para acompanhar o desenvolvimento. As construtoras também já deviam ser capazes de receber e olhar para modelos e fazer a preparação da obra e isso ainda não acontece. Umas conseguem, mas outras não. Os próprios donos de obra, e aqueles donos de obra que fazem a operação do edifício depois de construídos também se estão a formatar para lá chegar, mas ainda não estão todos. Em termos de projecto é a nossa realidade, mas o mercado terá de se adaptar rapidamente porque não faz, hoje em dia, sentido que seja de outra forma.

Quando olhamos para essa perspectiva de o dono de obra não estar preparado…o dono de obra não está preparado porque, a montante, ainda não há uma preparação tão evidente do lado do projectista?

RNS: Depende da tipologia do dono de obra. Há o dono de obra que constrói para vender e esse claramente não tem interesse ou é muito residual. O interesse, aí, seria do empreiteiro para ter um modelo em que assente a preparação de obra, mas depois temos o dono de obra que constrói para explorar. Esse tem um monte de vantagens associados ao BIM e à manutenção que ele pode tirar partido. Há uns que estão preparados, mas é preciso preparar equipas, formas de estar, uma série de procedimentos, uma série de trabalhos que estão a começar em Portugal.

O que dificulta que esta seja uma realidade? Os custos associados? A formação?

JMP: Diria que os custos de formação e o retorno para as pequenas empresas é difícil de alcançar. Os valores das licenças também dificultam a que se alcance essa rentabilidade e a sua implementação. Depois é uma implementação que não se esgota. Temos um departamento BIM que trabalha todos os dias na forma como podemos melhorar a nossa forma de trabalhar. O nosso departamento BIM tem a dimensão média dos ateliers portugueses. É uma barreira difícil de ultrapassar para que se torne mais generalizado.

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Breathe Homes apresenta novo projecto ‘Red in Blue’

Localizado no Bairro Azul, junto ao El Corte Ingles, o ‘Red in Blue’ apresenta-se com a assinatura “La Vie en Red”. A comercialização está a cargo da JLL e da Dils, em co-exclusividade

A JLL, em co-exclusividade com a Dils, está a comercializar o ‘Red in Blue’, um novo projecto residencial promovido pela Breathe Homes. Localizado no Bairro Azul, junto ao El Corte Ingles, o ‘Red in Blue’ apresenta-se com a assinatura “La Vie en Red” ilustrando um posicionamento de quem procura um estilo de vida “vibrante” no coração da cidade, “elevado conforto”, a par de um “sentido de comunidade”.

Com uma arquitectura contemporânea, o ‘Red in Blue Residences’ reflecte um novo conceito de habitação a duas cores projectado para proporcionar aos seus residentes “elevado nível de conforto, exclusividade e intimidade”, com o “ADN de um edifício que se ergue num Bairro”.

O edifício conta com sete apartamentos distribuídos por seis pisos, e com uma oferta a duas cores – os apartamentos Red, com tipologias T2, e os apartamentos Blue, orientados para T4 e desenvolvidos no último piso, com vista privilegiada na cidade.

Além do design e arquitectura, ‘Red in Blue’ é uma “resposta completa em matéria de qualidade de vida e bem-estar” pois oferece nas suas infraestruturas uma piscina interior, ginásio, parque privativo de cerca de 15 lugares, storage inteligente, alta tecnologia de acessos e serviço de porteiro. As cozinhas são ainda equipadas por eletrodomésticos Gaggenau, reconhecidos mundialmente pela sua qualidade excepcional, design sofisticado e tecnologia avançada.

A localização do empreendimento oferece ainda fácil acesso a serviços, comércio, espaços culturais e áreas verdes. A proximidade ao metro de São Sebastião e às principais vias de acesso da cidade assegura uma mobilidade prática e rápida.

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Dinâmica construtiva contrasta com a quebra no licenciamento

Segundo o INE, entre 2011 e 2023, a dinâmica construtiva potencial foi de 5,4%, medida pelo número de fogos licenciados face ao total de fogos existentes em 2011. O documento, que faz uma análise territorial da construção de edifícios em Portugal, salienta que, no mesmo período, o licenciamento de obras registou tendência decrescente

De acordo com a análise “Pressão Construtiva 2011-2023”, publicada hoje pelo o Instituto Nacional de Estatística (INE), a dinâmica construtiva potencial foi de 5,4%, medida pelo número de fogos licenciados face ao total de fogos existentes em 2011.

Numa análise por regiões NUTS II, apenas o Norte e as regiões autónomas dos Açores e da Madeira superaram aquele valor, com 7,3%, 6,8% e 5,8%, respectivamente. “O maior dinamismo construtivo do Norte ficou patente nos valores mais elevados do país, registados no Cávado (9,7%), Ave (8,9%), Área Metropolitana do Porto (7,4%) e nas regiões do Tâmega e Sousa e do Alto Minho (ambas com 7,2%)”, refere o INE. Segundo a mesma análise, “o instituto estatístico, no Cávado e na Área Metropolitana do Porto o crescimento da construção coincidiu com o aumento da população residente entre 2011 e 2023 (+4,8% e +2,5%, respectivamente)”.

O documento, que faz uma análise territorial da construção de edifícios em Portugal entre 2011 e 2023, salienta que, no mesmo período, o licenciamento de obras registou uma ligeira tendência decrescente no número de edifícios e pisos, com taxas médias de crescimento anual de -0,6% e -0,5%. “O total de edifícios e pisos licenciados foi de 216,2 mil e 419,8, pela mesma ordem. Para esta diminuição contribuíram a maioria das regiões”, com excepção de Setúbal, grande Lisboa e Região Autónoma da Madeira onde o licenciamento de edifícios e de pisos registaram taxas médias de crescimento anual positivas.

Quanto aos valores médios relativos ao licenciamento, registou-se uma ligeira diminuição da construção em altura, de 1,8 pisos por edifício em 2011 para 1,7 pisos por edifício em 2023. Já nos fogos licenciados, destacaram-se as tipologias T3 ou superior, com uma média de 4,1 divisões por fogo licenciado em 2023, inferior à média de 4,6 divisões por fogo licenciado registada em 2011.

A construção nova foi o tipo de obra predominantemente licenciada em Portugal na maioria dos anos entre 2011 e 2023.  A excepção vai para o período entre 2012 e 2014, onde as obras de reabilitação do edificado (alterações, ampliações e reconstruções) superaram o licenciamento para construção nova. No total, as obras de reabilitação registaram uma trajectória de crescimento entre 2011 e 2012, ano em que atingiram o valor mais elevado do período analisado, com 60,2 licenças por cada 100 construções novas. Em 2023, este indicador situava-se nos 30,3, refere o INE.

Analisando a pressão construtiva o Instituto de Estatística refere que esta “evidenciou fortes assimetrias regionais”, registando maior intensidade nas zonas litorais e metropolitanas.  Os valores mais elevados no eixo da área construída observaram-se na Área Metropolitana do Porto e na Grande Lisboa, enquanto o Algarve, a Península de Setúbal e o Cávado se destacaram por conjugarem a pressão construtiva quer na área construída, quer na altura. Enquanto na Grande Lisboa e na Área Metropolitana do Porto o crescimento concentrou-se sobretudo na pressão em área.

Já no eixo da altura, o INE destaca ainda algumas regiões fora dos grandes centros urbanos, como o Alentejo Litoral, Baixo Alentejo, Terras de Trás-os-Montes e Médio Tejo, com dinâmicas localizadas de verticalização. Em sentido inverso, o Alto Minho, a Grande Lisboa e a Beira Baixa registaram os valores mais negativos neste indicador.

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Jungheinrich define estratégia de crescimento até 2030

O novo marco estratégico para o próximo período de cinco anos, a ‘Estratégia 2030+’, propõe-se a alcançar 10 MM€ e um EBIT ROS (retorno de vendas) de 10% numa base orgânica

A fornecedora de soluções de intralogística e automação, Jungheinrich, apresentou o seu novo marco estratégico para o próximo período de cinco anos.  A ‘Estratégia 2030+’ propõe-se a alcançar 10 mil milhões de euros e um EBIT ROS (retorno de vendas) de 10% numa base orgânica até 2030.

Desta forma, a empresa pretende “desenvolver” as suas raízes profundas e grande potencial para se transformar num parceiro global ainda mais forte para os seus clientes, fornecendo soluções de movimentação de cargas de valor excepcional.

Com base no seu negócio principal na Europa, as áreas chave de actuação da Jungheinrich incluirão uma maior expansão global, com foco na América do Norte e na Região da Ásia-Pacífico (APAC), um crescimento significativo e inovação no negócio de automatização de armazéns, tal como extensão do portfólio de produtos para veículos industriais de tecnologia Mid-Tech.

A empresa prevê que os principais impulsionadores do mercado se mantenham favoráveis, mesmo em contextos de volatilidade geopolítica. É esperado que a procura por soluções de movimentação de cargas continue a aumentar, particularmente na área de automatização de armazéns, cuja estimativa é de um crescimento médio de 8% nos próximos cinco anos.

Segundo Lars Brzoska, presidente do Conselho de Administração da Jungheinrich, a equipa da Jungheinrich está focada em “capacitar os nossos clientes, para que possam manter os compromissos assumidos”.

“Num contexto de mercado competitivo, queremos e devemos crescer mais rapidamente, tal como ser mais rentáveis. Com o crescimento geral expectável do mercado e a execução diligente das nossas iniciativas estratégicas, estamos confiantes de que seremos capazes de atingir os nossos objectivos”, ressalva.

Também segundo Volker Hues, director financeiro da Jungheinrich AG, a Estratégia 2030+ representa um “avanço importante” para garantir um futuro de sucesso. “Alcançámos um perfil financeiro sólido e uma flexibilidade que nos permite apoiar as nossas iniciativas de crescimento. Neste contexto, as aquisições irão desempenhar um papel fulcral na nossa estratégia a médio prazo, especialmente para impulsionar a nossa expansão global e os nossos negócios de automatização”.

A Jungheinrich irá concentrar-se em expandir ainda mais a sua presença na América do Norte e na APAC. Na América do Norte, planeia aumentar a penetração no mercado de empilhadores industriais e expandir o negócio de automatização e equipamentos de armazém, apoiando-se, por exemplo, na forte plataforma de Storage Solutions. Já na APAC, pretende crescer ainda mais nos mercados existentes e entrar em novos mercados seleccionados.

Além disso, a Jungheinrich planeia uma expansão dos canais de vendas através de revendedores e plataformas online, bem como o estabelecimento de um centro regional e centros de serviços empresariais para a APAC.

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Câmara de Setúbal vai investir 1,5M€ em dois projectos para Azeitão

A Câmara de Setúbal vai avançar com dois investimentos qualificadores do território azeitonense num montante superior a 1,5 milhões de euros

A Câmara de Setúbal vai avançar com dois investimentos qualificadores do território azeitonense num montante superior a 1,5 milhões de euros, com a aprovação de um procedimento de contratação e de um projeto de execução.

Uma das deliberações diz respeito ao projeto de execução para conceção-construção do Auditório de Azeitão, já com empreitada adjudicada à empresa Colicapela 2 – Construções Lda., pelo valor de 898 mil e 733,88 euros, mais IVA, com um prazo de obra definido em 210 dias.

O Auditório de Azeitão procura dar resposta às necessidades crescentes da comunidade, ao disponibilizar-se como um espaço cultural versátil e moderno, passível de enquadrar uma variedade de eventos culturais, como apresentações musicais, teatrais, conferências e projeções de filmes.

A outra proposta é a abertura de um procedimento de contratação pública, por lotes, para uma empreitada de qualificação urbanística na envolvente do Auditório de Azeitão e do futuro Mercado de Brejos de Azeitão, o qual já está em obra, o preço-base global de 498 mil e 955 euros, mais IVA, com prazos de execução de, respetivamente, 120 e 60 dias.

A intervenção na envolvente dos dois equipamentos inclui limpeza, demolições e modelação de terrenos, a execução de áreas ajardinadas com rega, a construção de passeios e a criação de redes de drenagem pluvial, a par da instalação de mobiliário urbano, pinturas e sinalização rodoviária e colocação de iluminação e infraestruturas elétricas.

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Novo pólo escolar em Sintra representa investimento de 16M€

A construção do Novo Pólo Escolar da Serra das Minas será construída num terreno de 25 mil m². Com capacidade para 38 turmas, o novo estabelecimento de ensino poderá acolher cerca de 1000 alunos em regime normal

A Câmara Municipal de Sintra assinou o contrato para a concepção e construção do Pólo Escolar da Serra das Minas, em Rio de Mouro, num investimento de 16,3 milhões euros. Este projecto faz parte do reordenamento da rede escolar proposto pela Carta Educativa de Sintra de 2.ª geração, que visa criar um parque escolar atractivo e adequado às necessidades da população.

Durante a cerimónia, Basílio Horta, referiu que o “executivo continua a cumprir o seu dever ao criar condições de dignidade no ensino. Este investimento é mais um passo na melhoria das infraestruturas escolares, contribuindo para um ambiente educativo de maior qualidade no concelho”.

A construção do Novo Pólo Escolar da Serra das Minas será baseada num modelo que define a escola como um espaço de incentivo à aprendizagem, respeitando as condicionantes de intervenção em edifícios de diferentes épocas e tipologias. A nova escola será construída num terreno de 25 mil m², adjacente à escola secundária de Mem Martins, e contará com infraestruturas para os três ciclos do ensino básico. A distribuição dos espaços será ajustada à evolução da população escolar, preparada para oito turmas para o 1.º ciclo e 30 turmas para os 2.º e 3.º ciclos. Com capacidade para 38 turmas, o novo estabelecimento de ensino poderá acolher cerca de 1000 alunos em regime normal. O edifício será composto por oito salas de aula para o 1.º ciclo, 22 salas para os 2.º e 3.º ciclos, quatro salas de tecnologias de informação e comunicação/artes visuais, um núcleo de ciências com cinco laboratórios, auditório, biblioteca, sala de convívio, cozinha, bar e papelaria.

Em termos de espaços desportivos, a escola contará com dois campos de jogo exteriores, pavilhão gimnodesportivo, ginásio, sala técnica para professores, balneários para alunos e professores, zona de arrumos, área comum e instalações sanitárias para o público.

A construção do Pólo Escolar da Serra das Minas, tem um prazo de execução de 540 dias. Este investimento vem juntar-se à construção do Pólo Escolar Ferreira Dias, em Agualva, cuja empreitada foi adjudicada pela autarquia de Sintra em Dezembro de 2024, num investimento superior a 27 milhões de euros. Desde 2018, o Plano de Investimentos nas Escolas de Sintra permitiu requalificar mais de 120 estabelecimentos de ensino, beneficiando mais de 30 mil alunos, num investimento superior a 57 milhões de euros.

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Savills coloca sociedade de advogados MMLaw no Atrium Saldanha

Segundo a MMLaw, a mudança para a nova fracção, localizada no 8º piso deste activo, acompanha o “crescimento” da equipa e da actividade da sociedade

A sociedade de advogados MMLaw acaba de reforçar a sua presença em Lisboa com a abertura da nova sede no edifício Atrium Saldanha. A operação de arrendamento foi conduzida pela equipa de escritórios da Savills Portugal, que prestou assessoria à MMLaw em todo o processo de identificação e negociação do novo espaço.

A mudança para a nova fracção, localizada no 8º piso deste activo, acompanha o “crescimento” da equipa e da actividade da sociedade, reflectindo a aposta em espaços mais amplos, modernos e alinhados com a sua visão de futuro.

Especializada em áreas como blockchain, Web3, fintech e energia, a MMLaw destaca-se por uma abordagem “inovadora” e por um “profundo” conhecimento jurídico em matérias como fiscalidade, direito societário e fusões e aquisições.

Com uma equipa internacional e uma rede global, presta apoio jurídico contínuo a clientes em toda a União Europeia e noutras geografias, consolidando a sua posição enquanto parceiro estratégico em sectores altamente regulados e tecnológicos.

O Atrium Saldanha é um dos edifícios de escritórios mais emblemáticos da cidade de Lisboa, da autoria do arquitecto espanhol Ricardo Bofill e por se encontrar no coração do eixo empresarial da cidade, torna-se atractivo para empresas inovadoras e em crescimento.

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Empresas

Prémios AGEFE distinguem boas práticas das empresas de material eléctrico

O Prémio Fornecedor do Ano, promovido pela Secção de Distribuidores Grossistas da AGEFE, voltou a distinguir as empresas que mais se destacaram em 2024 no sector de material eléctrico em Portugal. Pela primeira vez os prémios AGEFF incluiu a Mobilidade Eléctrica como categoria a concurso

Todos os anos estes prémios têm como grande objectivo fomentar a geração de valor na cadeia de distribuição, potenciando uma articulação cada vez mais qualificada entre a distribuição e os seus fornecedores.

Este reconhecimento valoriza a excelência, o desempenho, a inovação e a qualidade da relação de serviço e desempenho do sector que abrange as empresas de material eléctrico, sublinhando também o papel estratégico que as empresas desempenham na evolução do sector de material eléctrico a operar em território nacional.

Nesta edição, os galardões foram atribuídos em sete categorias, com a introdução de uma nova distinção, mobilidade eléctrica, reflectindo a diversidade e a especialização dos segmentos que compõem a indústria de material eléctrico em Portugal. Os vencedores foram seleccionados com base em critérios exigentes, incluindo qualidade dos produtos, eficiência logística, suporte técnico e compromisso com a inovação. Assim, na categoria ‘Automação, Controlo e Instrumentalização’ foi distinguida a Finder; na categoria ‘Cabos’ o vencedor foi a General Cable Celcat; a Legrand venceu na categoria ‘Comunicação, Redes e Segurança’; na categoria ‘Distribuição de Energia’ o prémio foi atribuído à Hager; a Ledvance venceu na categoria ‘Iluminação’; na categoria ‘Material de Instalação’ a Obo Bettermann foi o Fornecedor do Ano. A nova categoria ‘Mobilidade Eléctrica’ premiou a Wallbox.

“Vivemos tempos exigentes. A instabilidade geopolítica, as pressões económicas sobre a Europa, as exigências da transição energética, a transformação que está a ocorrer nomeadamente no mercado da distribuição obrigam-nos a repensar modelos e reforçar competências e, essencialmente, a criar valor com base na colaboração mútua”, sublinhou José Coutinho, presidente do Conselho de Secção de Distribuidores Grossistas, AGEFE.

Através desta iniciativa, a AGEFE – Associação Portuguesa da Indústria Electrodigital – reafirma o seu compromisso em promover práticas de excelência no sector, fomentar relações sólidas entre os diversos agentes na área do material eléctrico e incentivar a inovação como motor de desenvolvimento. A edição deste ano voltou a evidenciar a importância da colaboração entre todos os intervenientes da cadeia de valor, reforçando a dinâmica positiva e sustentável do sector de material eléctrico em Portugal.

Neste encontro do sector de “Material Eléctrico 2025” reuniram-se 65 empresas, associadas e não associadas, entre as quais 24 distribuidoras grossistas e 37 importadoras e fabricantes de material eléctrico, contando com a participação de mais de 160 profissionais do sector, tendo sido a maior participação de sempre.
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Arquitectura

Guimarães vai pensar cidade e habitação

“Housing Symposium Guimarães 2025” decorre entre 29 e 31 de Maio. Especialistas internacionais e nacionais reúnem-se no Centro Cultural Vila Flor para pensar novas formas de habitar e viver na cidade

Novas formas de pensar a habitação e garantir respostas arquitectónicas adequadas às necessidades de cada época. Este é um dos motes do evento “Housing Symposium Guimarães 2025”, que vai reunir alguns dos principais nomes da arquitectura contemporânea, entre os dias 29 e 31 de Maio, no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães.
Este fórum de reflexão, promovido pela Fundação Ideal Spaces, Câmara Municipal de Guimarães, Grupo Zegnea e Escola de Arquitectura, Arte e Design da Universidade do Minho, vai abordar três temáticas diferentes ao longo dos três dias do simpósio, com moderação do alemão Ulrich Gehmann, fundador da “Ideal Spaces”, e da arquitecta Mariana Rodrigues, do Grupo Zegnea.

«As cidades e as sociedades encontram-se num processo permanente de mudança. Discutir, pensar e reflectir sobre ‘Housing’ é falar sobre identidade, pertença e as dinâmicas que moldam a sociedade, a cultura e a forma como vivemos. Este simpósio surge de uma inquietação sobre este tema, que será sempre central na arquitectura», considera Hugo Ribeiro Lobo, CEO do Grupo Zegnea.

A abertura do certame, na quinta-feira, é dedicada ao conhecimento e entendimento da “Cidade” enquanto organismo vivo, a sua adaptabilidade social, pluralidade cultural, políticas públicas e a sua condição humana, que a torne diversificada e inclusiva.

No primeiro dia, o americano Jason Montgomery, arquitecto e professor na Universidade Católica dos EUA, abre o painel “Cidade: A Natureza Humana”, seguindo-se as intervenções de António Fontes, da Cerejeira Fontes Arquitectos, e de Paulo Castelo Branco, da Mo(o)ve Arquitectos.

O dia inaugural termina com o painel “Cidade: Passado, Presente, Amanhã”, com o uso da palavra a cargo de Ricardo Rodrigues, director da Divisão do Centro Histórico da Câmara Municipal de Guimarães, Maria Manuel Oliveira, professora da Escola de Arquitectura da Universidade do Minho e de Magali Peyrefitte, professora da Universidade de Brunel, em Londres, Inglaterra.

Habitação como prioridade
O tema da “Habitação” vai dominar o segundo dia do simpósio. “Porquê… Como… Quem… Planeia?” vão merecer a atenção do indiano Loveneet Thaku, da professora da Escola de Geografia, Ambiente e Ciência da Universidade de Birmingham, Sophie Hadfield-Hill (14h50) e do arquitecto Pedro Sousa, director do Departamento de Urbanismo da Câmara Municipal de Guimarães.

O dia de sexta-feira encerrará com a temática habitacional “Onde… Como… Quem… Vive?”, com o arquitecto Hugo Ribeiro Lobo, CEO do Grupo Zegnea, seguindo-se uma intervenção do arquitecto André Fontes, professor da Escola de Arquitectura da Universidade do Minho e da Escola de Arquitectura de Bergen (Noruega). O painel fica concluído com a arquitecta Sara Brysh, doutorada em habitação colectiva e co-fundadora da Etsha Studio.

O último dia de simpósio será momento destinado a compreender as novas tipologias habitacionais, os novos estímulos e as relações entre o Homem e o espaço que o rodeia.

Jason Montgomery abre o painel “Espaço: Como Pensamento Criativo”. Segue-se uma intervenção do arquitecto Ivo Oliveira, professor da Escola de Arquitectura, Arte e Design da Universidade do Minho, finda a qual intervém Adelina Pinto, diretora do Departamento de Habitação do Território de Guimarães.

O sexto e derradeiro painel “Espaço: Como Pensamento Construído” terá como oradores Luís Reis, arquitecto do Grupo DST, e de Jorge Branco, professor da Escola de Engenharia da Universidade do Minho. A Porcelanosa fecha a primeira edição do “Housing Symposium Guimarães 2025”.

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Imobiliário

Kronos Homes investe 150 M€ em primeiro projecto mixed-use

Assinado pelo atelier Broadway Maylan, o Mima é composto por quatro edifícios distintos e complementares que integram residencial, hotelaria e apartamentos turísticos

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A Kronos Homes apresenta o seu novo investimento urbanístico em Lisboa, num dos últimos terrenos para construção disponível no Parque das Nações. Este empreendimento representa um marco significativo para a promotora ao ser o primeiro projecto mixed-use desenvolvido pela marca em Portugal, integrando residencial, hotelaria e apartamentos turísticos. Com um investimento global de 150 milhões de euros, dos quais 25 milhões são destinados à componente hoteleira, o Mima afirma-se como uma proposta “ambiciosa e estratégica” para a capital.

Assinado pelo atelier Broadway Maylan, o Mima é composto por quatro edifícios distintos e complementares, desenhados para proporcionar uma experiência “integrada, funcional e sofisticada”, ao estilo das principais capitais europeias.

O edifício residencial, Mima Residences, já em fase de comercialização, conta com 51 apartamentos de tipologias T1 a T4 e valores a partir dos 600 mil euros. O edifício conta, ainda, com piscina, ginásio, jardim e recepção com segurança, e foi desenhado para tirar partido da luz natural e das vistas privilegiadas sobre o rio Tejo.

A componente turística do projecto é assegurada por dois edifícios autónomos, o Mima Living, que disponibilizam um total de 180 apartamentos com serviços integrados nas tipologias T1 e T2, com áreas entre os 45m² e os 70m². Estas unidades serão vendidas totalmente mobiladas e equipadas, com acesso a piscina, ginásio, zonas ajardinadas e serviços de gestão turística.

O empreendimento contará, ainda, com uma unidade hoteleira de quatro estrelas, operada sob a insígnia Tempo by Hilton, uma das mais recentes marcas internacionais do grupo Hilton, concebida para viajantes modernos que valorizam bem-estar e estilo de vida equilibrado. O hotel, que será um dos três primeiros da marca a abrir portas na Europa, ao lado de localizações como Belfast e Reiquiavique, terá 142 quartos e integrará também um espaço de fitness, bem como uma área de restauração e bar.

Esta aposta estratégica reflecte a “evolução do posicionamento” da Kronos Homes no mercado português, onde a promotora tem vindo a “consolidar um portefólio de empreendimentos de elevada qualidade arquitectónica e impacto urbano”.

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Construção

Baralhar e dar de novo

A AD de Luís Montenegro foi a vencedora da noite eleitoral. Reforçou a sua presença no Parlamento e a distância face ao seu adversário histórico (PS). Mas o resultado foi dos mais baixos de sempre e, sem maioria absoluta, terá de negociar com PS e Chega para conseguir governar. Em mãos terá, no entanto, um conjunto de obras que estavam já delineadas e que abrandaram o desenvolvimento à conta da incerteza em torno do novo Executivo. Ultrapassado o impasse, há um conjunto relevante de trabalhos em condições de avançarem

Ricardo Batista

Encerradas as urnas e contados os votos, poder-se-á dizer que as Eleições Legislativas do passado dia 18 de Maio serviram, sobretudo, para reforçar a posição da Aliança Democrática como partido de Governo. A coligação liderada por Luís Montenegro reuniu 32,10% do total de votos, reforçando assim a sua presença no Parlamento ao passar de 77 (nas Legislativas de 2024) para 86 deputados. Ignorando, para já, as leituras do desenho parlamentar, que tem, a partir de agora, os partidos de Direita com uma significativa maioria dos deputados, há hoje condições para que PSD e CDS-PP possam continuar a implementar o programa sufragado no ano passado, nomeadamente medidas suspensas momentaneamente à conta da incerteza governativa.
A Aliança Democrática propõe-se execu¬tar 59 mil casas públicas a preços acessíveis e disponibilizar financiamento para mais projectos municipais, num universo global não quantificado. O programa eleitoral da AD tem a particularidade de reassumir algumas das linhas que o Governo vinha assumindo, não sendo por isso de estranhar que, em muitas das alíneas que constam no documento, o tempo verbal usado seja o pretérito perfeito e não o futuro. Falamos, nomeadamente, da “flexibilização das limitações de ocupação dos solos, densidades urbanísticas (incluin¬do construção em altura) e exigências e requisitos construtivos, bem como a possi¬bilidade de aumento dos perímetros urbanos, garantindo uma utilização do território de forma sustentável e socialmente coesa e harmoniosa para garantir acesso à ha¬bitação” ou mesmo na área da coesão do território, onde a AD recorda que “assinámos contratos para construção de 124 novos centros de saúde e requalificá¬mos 347 unidades já existentes, com investimentos de 272,8M€ e de 274,9M€, respe¬ctivamente” ou as “26 escolas no Norte e Algarve através do PRR”.

Ambicioso plano rodoviário
De recordar que estava em ‘banho-Maria’ o plano anunciado em Março para o desenvolvimento da rede ferroviária e rodoviária, com o objectivo de impulsionar a “coesão territorial” e melhorar a mobilidade do país. O Conselho de Ministros aprovou as prioridades estratégicas para a ferrovia, com foco em garantir a interligação eficiente entre as principais áreas urbanas e reforçar as ligações transfronteiriças, incluindo Espanha. A Infraestruturas de Portugal (IP) foi mandatada para realizar os estudos necessários e viabilizar um conjunto de investimentos, nomeadamente a avaliação das opções para uma ligação directa da Linha do Oeste a Lisboa ou o reforço das ligações transfronteiriças a Espanha, incluindo a ligação de Alta Velocidade entre Porto/Vila Real/Bragança/Espanha, a ligação entre Aveiro/Viseu/Salamanca e a ligação de Alta Velocidade entre Faro/Huelva. “É determinante para Portugal recuperar o atraso na ferrovia. Definir prioridades e apostar na modernização ferroviária é um processo complexo que se arrasta há anos e que temos de ter a coragem de prosseguir se queremos honrar os compromissos internacionais”, explicou, na altura o ministro das Infraestruturas Pinto Luz. A Resolução do Conselho de Ministros aprovada confirma também as prioridades de desenvolvimento da rede ferroviária de Alta Velocidade actualmente em curso (Porto-Lisboa, Porto-Vigo e Lisboa-Madrid) bem como da rede ferroviária convencional. No plano rodoviário, destacar um conjunto de novas vias como prioritárias, como a ligação transfronteiriça IC31 entre Castelo Branco e Monfortinho; o IC35 que liga Sever do Vouga à A25; o IC6 entre Tábua e Folhodosa; a conclusão do corredor da A13/IC3 que incluí os troços entre Vila Nova da Barquinha (A23) e Almeirim e entre Coimbra e o IP3; a ligação do IP2 em Trancoso à A24 na zona de Lamego com a execução do IC26; o IC9 entre Abrantes e Ponte Sor; o troço do IC11 em Lourinhã; IC13 ligando Montijo, Coruche, Mora, Ponte Sor e Alter do Chão; IP2 em perfil de autoestrada entre Portalegre e Estremoz. Do mesmo modo, está prevista a concretização em perfil de autoestrada de todo o troço do IP3 entre Souselas e Viseu, que inclui a duplicação do troço entre Santa Comba Dão e Viseu cuja obra está já prevista ser iniciada entretanto.

Aeroporto e ferrovia
Consolidada parece estar a questão do decisor que, aparentemente, estará agora mais à vontade para lidar com os processos da alta-velocidade e novo aeroporto Luís de Camões. a abertura do Congresso Rodoferroviário Português, em Lisboa, Miguel Pinto Luz defendeu que quando se desenha infraestruturas é necessário “ter visão nas políticas públicas de saúde, justiça, sociais”, por forma a não serem “meros veículos para mais desequilíbrio territorial e injustiça”. O ministro assegurou que o Governo teve uma preocupação com a justiça territorial, tendo tido esta visão em conta nos investimentos feitos durante a legislatura. Esta abordagem verifica-se, por exemplo, no investimento na Área Metropolitana e Lisboa, disse o ministro, nomeadamente com o Aeroporto Luís Vaz de Camões que tem agora “a sua localização absolutamente definida e cristalizada”, possibilitando “definir território”. É o que está a ser feito com o parque Cidades Tejo, no reforço da A12, A13, com o metro Sul do Tejo e a terceira travessia do Tejo, enumerou Pinto Luz, reiterando que isto está a acontecer “concomitantemente com uma visão infra-estrutural que se tem de dar às pessoas que se deslocarem a este território para viver”. Para o ministro, não podem ser criados “guetos onde há grandes infra-estruturas” que depois podem não ter impactos se não existir uma visão geral. Já na Alta Velocidade, notou, o mesmo está a ser feito, nomeadamente na educação, com a articulação com institutos e universidades e com uma “aposta nos centros logísticos no território para a alta velocidade não cair de pára-quedas num território não infra-estruturado”. Em 14 de Maio de 2024, o Governo aprovou a construção do novo aeroporto da região de Lisboa no Campo de Tiro em Alcochete, seguindo a recomendação da Comissão Técnica Independente (CTI). Uma nova ponte entre Chelas e o Barreiro, e um túnel entre Algés e a Trafaria poderão aproximar ainda mais as duas margens da área metropolitana de Lisboa. Entre as duas infraestruturas, apenas uma tem um horizonte mais definido: a ponte, conhecida como Terceira Travessia do Tejo, que avançará com a construção do novo Aeroporto de Lisboa. Já o túnel permanece, para já, como uma intenção do Governo, bem como uma reivindicação antiga dos municípios de Almada e Oeiras, especialmente Almada. A oeste da Ponte 25 de Abril, está a ser proposto um túnel imerso entre Trafaria, em Almada, e Algés, em Oeiras. Não se trata de uma ideia nova, mas de uma reivindicação antiga das autarquias de Almada e de Oeiras, em particular da primeira – a Presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros, tem vindo a defender em várias intervenções públicas essa infraestrutura, até como forma de levar o MTS, o metro ligeiro de superfície que percorre os concelhos de Almada e do Seixal, até à Margem Norte, a partir da Trafaria. A Câmara de Almada estima um custo de 1,1 mil milhões de euros para a construção do túnel, com um prazo previsto de sete anos. O projecto é apoiado também por Isaltino Morais, Presidente da Câmara de Oeiras, que considera a infraestrutura vital para o desenvolvimento económico e tecnológico da área metropolitana de Lisboa.

Saúde e ‘mega’ área metropolitana
Na saúde, na pasta das “prioridades”, além do Hospital de Todos os Santos, em Lisboa, e cujas obras estão já em marcha, está a construção do Hospital Central do Algarve, Hospital do Oeste, Hospital Barcelos-Esposen¬de, Hospital do Seixal, e garantir o terminus e a abertura do novo Hospital de Évora e de Sintra.
Em Março, já na antecâmara das Legislativas, o Executivo apresentou aos presidentes dos 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa (AML) e ao presidente da Câmara de Benavente o projecto Parque Cidades do Tejo, “que pretende transformar o arco ribeirinho numa grande metrópole em que o rio funciona como elo de ligação dos territórios em vez de os separar”. Em causa está um projecto que contempla 4500 hectares de área de intervenção urbanística e infraestruturas, o equivalente a 55 vezes a Parque Expo, onde se prevê a construção de mais de 25 mil habitações. O ‘novo’ Governo tem então em mãos um plano onde “nos quatro eixos – Arco Ribeirinho Sul, Ocean Campus, Aeroporto Humberto Delgado e Cidade Aeroportuária – se requalificam territórios, onde se fomentam cidades em rede e onde se promove a economia circular, a habitação, o emprego e o aumento dos transportes públicos através do reforço das infraestruturas. Dá-se uso, vida e futuro a terrenos públicos nas margens do Tejo que há muitos anos estão totalmente desaproveitados”, indica a nota emitida pelo ministério das Infraestruturas e Habitação. Segundo o ministério liderado por Miguel Pinto Luz, o Parque Cidades Tejo contempla espaços habitacionais, de lazer, de investigação e de cultura, como a Ópera Tejo, um Centro de Congressos Internacional e a Cidade Aeroportuária.

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