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    João Miguel Pinto e Rui Nunes Santos, Lead Architects da Quadrante Arquitectura

    Arquitectura

    “Não pretendemos ser um gabinete de autor. Procuramos, sim, estarmos mais alinhados como uma empresa de projecto”

    João Miguel Pinto e Rui Nunes Santos, Lead Architects da Quadrante Arquitectura, explicam, em entrevista ao CONSTRUIR, a importância crescente da área de arquitectura num grupo marcadamente impulsionado pela engenharia. Promotores de uma lógica de ‘serviço completo’, admitem que o mercado interno é curto para a estratégia, mas não enjeitam qualquer oportunidade. As novas tecnologias e a forma de encarar o projecto como um todo assumem um carácter diferenciador

    Ricardo Batista

    João Miguel Pinto e Rui Nunes Santos, Lead Architects da Quadrante Arquitectura

    Arquitectura

    “Não pretendemos ser um gabinete de autor. Procuramos, sim, estarmos mais alinhados como uma empresa de projecto”

    João Miguel Pinto e Rui Nunes Santos, Lead Architects da Quadrante Arquitectura, explicam, em entrevista ao CONSTRUIR, a importância crescente da área de arquitectura num grupo marcadamente impulsionado pela engenharia. Promotores de uma lógica de ‘serviço completo’, admitem que o mercado interno é curto para a estratégia, mas não enjeitam qualquer oportunidade. As novas tecnologias e a forma de encarar o projecto como um todo assumem um carácter diferenciador

    Ricardo Batista
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    (fotos créditos: Rui Lourenço / Frame It)

    Liderando uma equipa com 35 arquitectos, João Miguel Pinto e Rui Nunes Santos explicam no CONSTRUIR a lógica por trás da metodologia ‘total design’, em que o cliente chega à Quadrante e consegue ter a oferta do serviço completo de ‘A a Z’, com um interlocutor apenas.

    Qual é a lógica por trás do funcionamento da Quadrante Arquitectura, nomeadamente a sua organização num grupo fortemente marcado pelo peso da área de engenharia?

    João Miguel Pinto (JMP): No grupo Quadrante, a arquitectura começou há aproximadamente 20 anos e, basicamente, cresceu a pedido do cliente. A Quadrante tem a sua génese associada à engenharia civil, foi crescendo e ganhando especialidades, foi ganhando capacidade de oferta e chegou a um ponto em que tínhamos as disciplinas todas à excepção da arquitectura. Nessa altura, os clientes, nomeadamente clientes da área industrial, acabaram por desafiar a administração da empresa para a constituição de uma área dedicada a estes trabalhos. Parte dos problemas de coordenação, na relação entre arquitectura e engenharia, acabavam por existir na mesma. Portanto, se conseguíssemos ter o serviço completo seria interessante. E começou por aí. Começou por ser uma pequena divisão de arquitectura que dava resposta às necessidades que chegavam dos projectos de engenharia. Foi crescendo, também porque são demasiado evidentes as vantagens de se trabalhar com tudo integrado. A ideia de ter tudo inhouse é a nossa proposta de valor. Temos uma metodologia a que chamamos ‘total design’ que é isso mesmo: o cliente chega à Quadrante e consegue ter a oferta do serviço completo de ‘A a Z’, com um interlocutor apenas. Para os nossos clientes, que são clientes cada vez mais profissionais, é uma vantagem e é o que nos diferencia no mercado. A forma como o fizemos, com o rigor, a questão do prazo e o controlo absoluto sobre todos os stakeholders do projecto permitiu que fossemos ganhando mais projectos deste género. Nos últimos cinco anos, esse crescimento foi mais evidente, de onde se pode destacar o projecto do Novo Aeroporto do Montijo e isso fez com que a nossa equipa, que há 6 anos era de seis pessoas, tenha agora 35 arquitectos.

    Rui Nunes Santos (RNS): Vencer desafios faz parte da nossa génese, encontrar formas de resolver problemas. Tem sido essa forma de estar que nos tem permitido crescer. Não temos medo de uma tipologia de projecto em que não temos experiência. Se for necessário, estabelecemos parcerias seja com quem for e encontraremos forma de chegar ao que o cliente pretende, prestando um trabalho de qualidade, diferenciado. O facto de termos todas as engenharias à nossa volta, é mais um desafio. Somos desafiados diariamente com um monte enorme de obstáculos, mas depois temos também a visibilidade transversal de um monte de tipologias diversas de projecto que nos permitem, perante um cliente que está muito habituado a um mercado específico como a habitação, ter uma experiência diversa que nos dá um contributo que o cliente não está à espera. Isso dá-nos uma postura diferenciadora no mercado.

    Esse englobamento de várias valências nas vossas propostas, é hoje uma realidade consolidada ou ainda há uma margem significativa para crescer, atendendo a que há, de facto, um peso significativo da vertente engenharia?

    RNS: Hoje em dia, os projectos mais interessantes para o grupo são os projectos em que tudo é feito dentro da empresa, com arquitectura e especialidades desenvolvidas internamente. São projectos que conseguimos abordar de forma eficiente. Nós temos uma forma de estar organizada, daí que tenhamos um conjunto de regras que nos permitem fazer ‘bem à primeira’. De facto, quando temos arquitectura, especialidades, conceitos, o desenvolvimento de projecto feitos internamente, são os projectos mais interessantes para o grupo e, por conseguinte, para a equipa. É evidente que isto não é estanque. Conseguimos a fazer projectos de especialidades para outros gabinetes, projectos de arquitectura para com outros gabinetes de especialidades…

    JMP: Nós temos as três geometrias a funcionar: temos projecto em que só temos arquitectura; projectos em que só temos engenharia; e temos os projectos mais interessantes, em que temos o pacote completo. Na parte da tipologia de projecto que mais procuramos, projectos mais complexos e completos como aeroportos, hospitais, estádios, é fundamental. Esses são projectos com muita complexidade e necessidade de coordenação, muita necessidade de optimização de soluções para conseguirmos atingirmos os nossos objectivos e os do cliente. Achamos que é uma vantagem poder controlar tudo. Numa empresa que tem agora 470 pessoas, uma divisão de arquitectura com 35 pessoas não tem significado em termos de percentagem mas para o mercado nacional temos a noção de que estamos a fazer o portfolio. Os projectos que temos actualmente em mãos têm bastante significado, nomeadamente dois estádios, vários projectos de aeroportos a decorrer, projectos de habitação em grande escala…Temos tido sempre uma postura low profile face ao mercado pois não pretendemos ser um gabinete de autor, nem um gabinete ‘de nome’. Procuramos, sim, estarmos mais alinhados como uma empresa de projecto como existem no Reino Unido, nos Estados Unidos. Fazemos edifícios, não fazemos só arquitectura. Muitas vezes, a questão da marca e do autor é importante para o cliente e para conseguirmos estar nesse mercado temos algumas parcerias estratégicas em tipologias ou mercados que sabemos que o nome é importante. Isso, essencialmente, em projectos de habitação ou de interiores. Temos vindo a crescer apoiados nessas parcerias estratégicas que nos ajudam a mitigar falhas que ainda temos.

    Mas há, de facto, uma lógica diferenciadora entre o que é a vossa actividade e a de um atelier de média/grande dimensão em Portugal?

    JMP: Efectivamente, há uma diferença na forma como estamos estruturados e como abordamos o projecto. Como abordamos o projecto no sentido mais prático de relação objectivo/cliente, custo, relação com as engenharias, relação com os stakeholders. Mas na prática, o desenvolvimento da arquitectura é um desenvolvimento transversal a qualquer equipa de arquitectura. Os nossos arquitectos não são diferentes dos arquitectos que estão nos ateliers. O que conseguimos foi ter essa parte mais criativa e mais romântica da arquitectura, mas conseguindo, ao mesmo tempo, uma estrutura regrada, com metodologias e passos que permitem uma resposta, no nosso entendimento, mais interessante.

    RNS: Penso que há uma coisa que pode ser um factor diferenciador que é a experiência diversa e nós tentamos colocar-nos no lugar do cliente. ‘Eu sou um promotor, tenho este negócio que vou levar avante, tenho um negócio que tem de correr bem. O que eu preciso para que este negócio corra bem? O que preciso, no processo, para que este negócio seja diferenciador?’ Pela diversidade de experiências que temos internamente, conseguimos entender se é uma construção mais eficiente, se é necessária uma solução de especialidades mais inovadora porque vai ser mais importante em termos comerciais ou se vai ter uma exploração mais económica. Nós conseguimos, pela tal visibilidade macro que temos em muitos ambientes, geografias, tipologias de clientes bastante diversificados, fazer com que o cliente pense fora da roda, fora da caixa, fora da sua área de conforto. E isso faz com que, por vezes, se consiga inovar e evoluir.

    Em que medida é que esse carácter diferenciador é mais valorizado face a uma forma mais tradicional de lidar com o projecto?

    JMP: Esta nossa metodologia, que designamos ‘total design’, tem uma base muito interessante: como temos todos os especialistas in the house, na primeira reunião de projecto em que nos sentamos à mesma mesa conseguimos ter os diversos especialistas fundamentais para esse projecto. A primeira discussão de ideias, o primeiro workshop, já tem o melhor de cada um. Nós conseguimos, de uma forma mais eficiente chegar a uma solução mais interessante no final. Não temos uma equipa de arquitectura que vai, sozinha, e que depois faz com que as engenharias tenham de adaptar ao desenho. Nós conseguimos desenhar o projecto em conjunto. Isso não castra, de forma alguma, a arquitectura por si pois, na verdade, a arquitectura é a resolução de um problema associada a questões estéticas e de harmonia de composições. Nós fazemos isso tudo, sabendo que no final das contas terá de ser construído, alguém terá de pagar, alguém vai utilizar e alguém vai manter. Tentamos dar resposta a isso tudo. Um dos pontos importantes nessa metodologia é a questão da sustentabilidade e do ambiente. Temos um departamento de ambiente e sustentabilidade que faz parte do nosso projecto sempre. Desde o inicio estamos a pensar já com esses inputs em cima da mesa. A Quadrante tem um conjunto de compromissos ligados à sustentabilidade que têm de ser cumpridos nos projectos… Desenvolvemos, igualmente, uma ferramenta em que conseguimos pontuar os nossos projectos em termos de eficiência energética, de boas práticas. Acho que o que nos diferencia é isso. Nós já tivemos a experiência de que esta forma de projectar tanto resulta num estádio de futebol, num projecto complexo, ou um hospital, como para habitação de grande escala. Os ganhos são evidentes. Quando o cliente nos pede um projecto, estamos a falar de um negócio e nós conseguimos perceber qual é o negócio do cliente e conseguimos ajudá-lo nisso, não descurando a qualidade da arquitectura. Acho que é isso que nos diferencia. Eu acho que conseguimos, aqui na Quadrante, estar um passo mais à frente porque, no final de contas, a responsabilidade está toda debaixo do mesmo chapéu.

    Olhando para a realidade nacional, do mercado interno, em que é que essa forma de actuar encaixa na realidade do mercado, atendendo a que não há assim tantos projectos, com frequência, como um hospital ou um aeroporto?

    RNS: A Quadrante está estruturada de forma a optimizar tanto o processo de produção como de comunicação com o cliente e os vários intervenientes do projecto. Perante o cliente, temos um project-manager, um client manager e um porta-voz que são as pessoas que dão resposta ao cliente de forma sustentada e concertada. São pessoas que estão habituadas a comunicar com o cliente final e a trazer, para os nossos projectistas, o feedback do cliente. Esse interlocutor, é a figura que perante o dono da obra dá conforto e dá garantias de que as soluções que estão a ser desenvolvidas estão alinhadas com os objectivos. Sempre que é necessário um apoio técnico, os projectistas e equipas de projecto juntam-se ao cliente e a garantia de que tudo o que está a ser feito dentro desta empresa, seja um ou 10 projectos – por vezes, um projecto tem 10 disciplinas ou mais associadas, garante que todas essas disciplinas trabalham de acordo com o mesmo planeamento, com o mesmo prazo, o mesmo objectivo, evitando inconsistências de projecto, elementos em falta quando é lançado o concurso de empreitada e evitando problemas em obra, problemas esses que têm sempre um custo gigantesco quer em temos financeiros quer de prazo. Esta forma de estar ajuda-nos a dar credibilidade perante um cliente e a criar relações de confiança. O nosso desígnio é prestar um serviço diferenciado, de qualidade e criar relações de confiança que permitem que os clientes confiem em nós.

    João Miguel Pinto rejeita a ideia de arquitectura de autor

    Quais são os vossos objectivos? Qual é a vossa estratégia? Já percebemos que há um esforço e um aproveitamento da dinâmica internacional mas olhando, também, para o mercado interno por onde passa o vosso caminho de crescimento?

    JMP: A nossa área de arquitectura, actualmente, está também a navegar a onda do imobiliário que estamos a viver. Temos vários projectos de grande escala de habitação. Sabemos quanto tempo ainda vamos poder beneficiar desta onda, mas o nosso posicionamento e o nosso objectivo é conseguir estar nas duas frentes: conseguir estar nestes projectos residenciais ou de escritórios enquanto o mercado estiver disponível e houver oportunidades, mas ser igualmente a empresa de referência quando for necessário executar hospitais, estádios e tipologias mais complexas. Tentamos também, olhar para as tendências. Temos um forte posicionamento no mercado dos data centers, sabemos que é um mercado em crescimento, continuamos a ter uma forte componente industrial. Estamos, aliás, a desenvolver o maior projecto industrial já feito em Portugal, nomeadamente uma giga factory de baterias para carros eléctricos, que equivale a qualquer coisa como 400 mil m2 só na primeira fase…

    Combina arquitectura e engenharia?

    RNS: Desde o estudo de impacto ambiental ao projecto de execução final.

    JMP: Claro que uma empresa com a escala que a Quadrante, não olhando apenas a área de arquitectura, não se consegue alimentar apenas no mercado nacional e, por isso, o nosso foco está em continuar a internacionalização e aí temos umas alavancas muito interessantes para a nossa divisão de arquitectura que é o facto de termos diferentes áreas de negócio. Temos áreas como Transportes, em que a arquitectura dá resposta a estações de caminho de ferro ou portos, ou a área da Energia que vão precisar de arquitectura. Temos também a área de Special Projects que faz a angariação, por todo o Mundo, de projectos especiais onde também pode entrar arquitectura. A nossa visão está muito mais além do que o mercado nacional em termos de crescimento. No mercado interno claro que queremos ser uma referência em termos de arquitectura, não pela questão da arquitectura de autor mas num posicionamento diferente.

    RNS: Nós acompanhamos o que está a acontecer no Mundo inteiro. Hoje em dia há uma transformação energética e digital e nós estamos a acompanhar isso com as nossas equipas. É um trabalho em que a arquitectura está presente juntamente com todas as disciplinas. Temos o mesmo foco e o mesmo designio um pouco por todo o Mundo. Esta experiência nacional permite-nos estar em outras geografias a fazer o mesmo tipo de trabalho e a responder ao mesmo tipo de tipologias.

    Nesse capítulo, em que é que a área de arquitectura se torna mais competitiva nessa escala internacional?

    RNS: Nestas tipologias de projecto, é preciso ter uma consciência muito grande do que é que aquele projecto é e o que a arquitectura representa para aquele projecto. São tipologias em que o alinhamento com as outras disciplinas é muito importante, não é propriamente um objecto escultórico muito bonito, mas um desenho que resulta de uma componente técnica muito vincada. É quase uma coisa mecânica. Temos sempre, claro, as preocupações normais como a integração…A nível global, know how é muito importante. O nosso País, em termos regulamentares, legislação, está alinhado com o pensamento europeu e nas geografias em que estamos presentes são países em desenvolvimento onde conseguimos acrescentar valor.

    JMP: Neste processo de internacionalização, conseguimos também estar próximos dos grandes empreiteiros nacionais, das grandes construtoras. Para um empreiteiro, o serviço que nós temos é muito vantajoso, daí que tenhamos muitos processos de concepção construção. Há muitos problemas que são ultrapassados à conta desta nossa forma de pensar. Há cerca de 10 anos, começámos a desenvolver o BIM e o Revit e, actualmente, desenvolvemos todos os projectos em BIM. Temos mesmo um departamento dedicado ao desenvolvimento dessa metodologia. Essa é outra das vantagens que conseguimos oferecer. Já não fazemos nada em CAD.

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    Estamos a falar de uma nova forma de trabalhar que mostra já, de certa forma, um novo paradigma na forma como se projecta?

    JMP: Nós tentámos ser pioneiros e actualmente a nossa posição já não é um plus. Já é a nossa forma de trabalhar. Já não damos a opção ao cliente de o projecto não ser em BIM. Só trabalhamos assim porque as vantagens são tão evidentes para ambas as partes que é a nossa forma de trabalhar e está alinhada com os mercados internacionais mais evoluídos. Em Portugal, saiu uma lei que vai forçar a que nos projectos públicos passe a ser obrigatório. Já não vendemos isso como um extra ou que nos diferencie, mas sim estarmos alinhados com os mercados mais evoluídos e os mercados onde queremos chegar.

    RNS: Em termos de produção, todas as disciplinas estão a trabalhar na mesma ferramenta. Estamos a construir um modelo tridimensionalmente antes de ir para obra e, de facto, isso é vantajoso pois os problemas complicados em obra deixam de existir, evitando custos adicionais, problemas em prazos e uma série de outras questões. Sentimos que por vezes, o mercado não está preparado para acompanhar o desenvolvimento. As construtoras também já deviam ser capazes de receber e olhar para modelos e fazer a preparação da obra e isso ainda não acontece. Umas conseguem, mas outras não. Os próprios donos de obra, e aqueles donos de obra que fazem a operação do edifício depois de construídos também se estão a formatar para lá chegar, mas ainda não estão todos. Em termos de projecto é a nossa realidade, mas o mercado terá de se adaptar rapidamente porque não faz, hoje em dia, sentido que seja de outra forma.

    Quando olhamos para essa perspectiva de o dono de obra não estar preparado…o dono de obra não está preparado porque, a montante, ainda não há uma preparação tão evidente do lado do projectista?

    RNS: Depende da tipologia do dono de obra. Há o dono de obra que constrói para vender e esse claramente não tem interesse ou é muito residual. O interesse, aí, seria do empreiteiro para ter um modelo em que assente a preparação de obra, mas depois temos o dono de obra que constrói para explorar. Esse tem um monte de vantagens associados ao BIM e à manutenção que ele pode tirar partido. Há uns que estão preparados, mas é preciso preparar equipas, formas de estar, uma série de procedimentos, uma série de trabalhos que estão a começar em Portugal.

    O que dificulta que esta seja uma realidade? Os custos associados? A formação?

    JMP: Diria que os custos de formação e o retorno para as pequenas empresas é difícil de alcançar. Os valores das licenças também dificultam a que se alcance essa rentabilidade e a sua implementação. Depois é uma implementação que não se esgota. Temos um departamento BIM que trabalha todos os dias na forma como podemos melhorar a nossa forma de trabalhar. O nosso departamento BIM tem a dimensão média dos ateliers portugueses. É uma barreira difícil de ultrapassar para que se torne mais generalizado.

    Sobre o autorRicardo Batista

    Ricardo Batista

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    CCB

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    CCB quer alcançar a neutralidade de carbono até 2030

    Para alcançar o objectivo proposto, o Centro Cultural de Belém (CCB) aderiu ao projecto Theatre Green Book (TGB), uma iniciativa que tem como objectivo “promover práticas mais responsáveis na actividade diária dos teatros a nível europeu”. O projecto será apresentado a dia 27 de Fevereiro

    O Centro Cultural de Belém (CCB) aderiu ao projecto Theatre Green Book (TGB), uma iniciativa “inovadora” que tem como objectivo “promover práticas mais responsáveis na actividade diária dos teatros a nível europeu”. Este compromisso reflecte não só a responsabilidade ambiental do CCB, mas também a sua decisão em promover a mudança dentro da comunidade cultural, sobretudo dos PALOP, ao traduzir e disponibilizar em português europeu o Livro Verde.

    Com o apoio do Green Book, o CCB compromete-se a transformar as suas produções artísticas, as suas operações e o seu edifício para alcançar a meta de zero emissões líquidas até 2030. “Esta ambição vai mais além do que um simples compromisso ambiental. É uma declaração de esperança para o futuro, um esforço colectivo para proteger o Planeta e inspirar outras instituições culturais a seguirem o mesmo caminho”, indica a instituição em comunicado.

    O Theatre Green Book nasceu como um movimento colectivo entre produtores de teatro no Reino Unido, que rapidamente saltou fronteiras ao apresentar-se como uma rede global. Actualmente, conta com o apoio de nove teatros de sete países, que funciona como uma verdadeira “rede de redes”. Este movimento inspira comunidades locais e internacionais ligadas ao teatro a adaptarem os seus princípios orientadores, respeitando as especificidades das suas práticas culturais, mas sem nunca perder de vista o objectivo maior: um planeta mais sustentável.

    A apresentação do ETC Green Book Theatre, por Paddy Dillon e Lisa Burguer, acontece dia 27 de Fevereiro, às 10h30, na Sala Luís de Freitas Branco e conta, também, com a presença de Madalena Reis, administradora do CCB e de Cláudia Belchior, coordenadora executiva das Artes Performativas do CCB e presidente de European Theatre Convention.

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    Trienal: ‘Conversas et Al’ junta fundador da Noarq e ilustrador Gémeo Luís

    Este terceiro momento do ciclo de tertúlias, acontece esta quinta-feira, dia 20 de Fevereiro, A conversa constrói-se em torno de uma peça de puzzle, símbolo da importância da unidade para a construção do todo

    Em 2025, a Trienal iniciou mais um ciclo de tertúlias em torno da arquitectura e os seus desdobramentos em que participam quatro ateliers com prática estabelecida. Estes contam com um vasto leque de obras construídas de diversas escalas, que vai desde um plano de requalificação de arquitectura paisagista a um restaurante de acção social que convidam figuras cúmplices que se cruzam com a disciplina para conversas informais em torno de um objecto.
    Esta quinta-feira, dia 20 de Fevereiro, acontece o terceiro momento das conversas de arquitectura ‘Conversas et Al.’ que junta José Carlos Oliveira, fundador do atelier portuense Noarq, e Gémeo Luís, ilustrador consagrado em diversos formatos nacionais e internacionais. A conversa constrói-se em torno de uma peça de puzzle, símbolo da importância da unidade para a construção do todo. O desafio deste momento, aberto à participação do público, é “explorar as pertinências dos contributos numa equipa e como cada pessoa não só é imprescindível como se torna antídoto para uma solidão intelectual e processual que tende a tornar-se viciada e estéril”.

    Fundado há 23 anos, o Noarq concentra a sua pesquisa no desenho da paisagem, arquitectura e objectos quotidianos e conta com vitórias em concursos nacionais e internacionais, destacando-se as Piscinas na praia de Vila Garcia de Arousa e o Ascensor Público Halo de Vigo, em Espanha, ou a Ponte Ferreirinha sobre o Douro para o Metro do Porto.

    O último momento da terceira ronda de Conversas et Al., marcada para dia 6 de Março, conta com o atelier SIA e a presença da escultora Fernanda Fragateiro.

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    Lordelo do Ouro (DR)

    Construção

    Edifício C do projecto em Lordelo do Ouro já está em construção

    A empreitada, sob gestão da Domus Social, teve início esta semana e está orçamentada em cerca de 4,5 M€, integrando a primeira fase deste projecto municipal que, terá no total, cinco blocos habitacionais

    Já começaram os trabalhos de construção de mais um edifício em Lordelo do Ouro, no âmbito da operação que contempla a criação de habitação acessível na cidade. A empreitada, sob gestão da Domus Social, teve início esta semana e vai permitir erguer o Edifício C. Está orçamentada em cerca de 4,5 milhões de euros, integrando a primeira fase deste grande projecto municipal.

    A primeira fase da operação de Lordelo do Ouro arrancou, no final de Janeiro, com o início da empreitada do Edifício E. Esta semana, os trabalhos relativos a esta etapa do projecto avançaram com o arranque da construção do Edifício C, um bloco habitacional que irá agregar 18 fogos para renda acessível.

    Integrando um logradouro privado ajardinado e cinco pisos de construção, quatro dos quais acima da cota da soleira e um piso de estacionamento, o Edifício C contará 12 habitações municipais de tipologia T1, três de tipologia T2 e três de tipologia T3, e irá incorporar, ainda, cinco espaços para fins comerciais.

    Com um prazo de conclusão estimado em 20 meses, a obra de estruturação do Edifício C está orçamentada em cerca de 4,5 milhões de euros. Juntamente com a empreitada de construção do Edifício E, a primeira fase da operação de Lordelo do Ouro representa, assim, um investimento superior a 20 milhões de euros.

    Os dois edifícios actualmente em construção – E e C – representam, simultaneamente, a edificação de 109 dos 291 fogos projectados no âmbito global desta operação municipal, gerida pela Domus Social e orçamentada, no total, em mais de 60 milhões de euros.

    Recorde-se que estes são os primeiros de cinco bloco habitacionais a serem construídos em Lordelo do Ouro, destinados a habitação acessível.

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    Edifício Boavista 2949 encontra-se em comercialização

    Com uma área total de 4.085 m2, o edifício distribui-se por cinco pisos e oferece uma combinação de escritórios e retalho. A comercialização está a cargo, em regime de co-exclusividade, das consultoras Cushman & Wakefield, JLL e CBRE

    As consultoras Cushman & Wakefield, JLL e CBRE, detêm, em regime de co-exclusividade, a comercialização do Edifício Boavista 2949, um imóvel situado no coração da zona prime da cidade do Porto.
    Com uma arquitectura marcante, da autoria dos arquitectos José António Barbosa e Pedro Lopes Guimarães, do gabinete de Barbosa & Guimarães, o Boavista 2949 apresenta uma fachada de betão à vista, vãos com formas inovadoras e diversas direcções nas fachadas, num  design que se distingue na paisagem urbana da cidade.
    Com uma área total de 4.085 metros quadrados (m2), o edifício distribui-se por cinco pisos e oferece uma combinação de escritórios e retalho, sendo composto por quatro pisos de escritórios e um embasamento ao nível do rés-do-chão com loja e auditório com acesso exterior. Conta, ainda, com um auditório, salas de reuniões, copa e estacionamento em cave, com 68 lugares.
    O espaço oferece, também, duas zonas exteriores para usufruto exclusivo dos ocupantes do edifício: um jardim no piso térreo e um rooftop com vista panorâmica sobre a cidade. O piso três conta, ainda, com um terraço privativo, ideal para eventos ou momentos de lazer.
    O edifício está a ser sujeito a obras de requalificação da fachada e será entregue com fit-out do anterior ocupante, incluindo sistema de ar condicionado, iluminação e pavimento técnico.
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    Sandra Daza, CEO do Grupo Gesvalt

    Empresas

    Sandra Daza é a nova CEO do Grupo Gesvalt

    A nova CEO está na empresa há mais de 20 anos, sucedendo a Germán Casaseca, que ocupou o cargo em 1994. Esta transição faz parte de um plano estratégico de promoção interna que visa “assegurar a continuidade da liderança da empresa e o seu sucesso a longo prazo”

    A Gesvalt, empresa especializada na consultoria, avaliação e serviços técnicos, nomeou Sandra Daza como nova CEO da empresa, sucedendo a Germán Casaseca, que ocupou o cargo desde o início da Gesvalt, em 1994. Esta transição faz parte de um processo e de um plano estratégico de promoção interna que visa “assegurar a continuidade da liderança da empresa e o seu sucesso a longo prazo”.

    Sandra Daza está na Gesvalt há mais de vinte anos, tendo assumido o cargo de directora geral em 2015. Durante este período, esteve envolvida no crescimento da Gesvalt que, embora tenha começado como uma empresa de avaliação, apostou desde o início no sector da consultoria e na diversificação de serviços.

    “É uma honra assumir a liderança da Gesvalt e continuar a desenvolver o legado do Germán Casaseca, a quem agradeço a sua confiança e apoio, bem como a sua dedicação incansável, a sua prudência e a sua orientação para alicerçar o que somos hoje. Graças ao seu trabalho, podemos dizer que o Grupo Gesvalt é uma referência no setor imobiliário”, afirma Sandra Daza, nova CEO do Grupo Gesvalt.

    A empresa inicia uma nova fase centrada na diversificação de serviços e produtos, pilar fundamental do ADN da Gesvalt, bem como a implementação de um novo plano estratégico focado no crescimento para os próximos dois anos. Além disso, está a reforçar o seu compromisso com a inovação e a digitalização como linhas de trabalho constantes através de várias operações.

    Sob a orientação de um comité de gestão renovado, a empresa pretende continuar a procurar soluções para se adaptar às necessidades dos seus clientes e continuar a oferecer uma vasta gama de serviços de consultoria que permita gerar linhas de negócio resilientes aos ciclos de mercado e complementares à sua actividade imobiliária.

    Em 2024, o Grupo Gesvalt alcançou marcos significativos impulsionados pelo dinamismo do mercado. A reactivação do mercado hipotecário impulsionou o seu volume de negócios durante o primeiro semestre do ano em 16%, em comparação com o mesmo período de 2023. No final do ano, a empresa registou um crescimento homólogo de 20%, consolidando o seu objetivo de crescimento sustentado, atingindo receitas superiores a 25 milhões de euros.

    A Gesvalt conta com uma extensa rede de escritórios em Espanha, operando ainda em Portugal e na América Latina desde 2017 e 2018, respectivamente. Para além de pertencer ao Valuation Research Group (VRG), é também membro da Praxi Valuations, redes internacionais especializadas na avaliação de ativos imobiliários, industriais e empresariais.

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    “Mais Campera Outlet Shopping” quer modernizar o factory outlet  

    Centro comercial factory outlet do Grupo Névoa, está a implementar uma série de remodelações nas suas infraestruturas com o objectivo de melhorar a qualidade dos serviços e modernizar o espaço

    O Campera Outlet Shopping, centro comercial factory outlet do Grupo Névoa, está a implementar uma série de remodelações nas suas infraestruturas com o objectivo de melhorar a qualidade dos serviços e oferecer uma experiência de compras mais moderna e agradável aos seus clientes.

    Parte do piso 1, que se encontrava encerrado desde 2018, será reaberta após uma remodelação total. Esta reabertura representará uma maior oferta de lojas e serviços para os clientes. O ginásio Fitness Up, que já se encontra em obras e tem a abertura prevista para Maio.

    No piso 0, as obras continuam com vista a melhorar a estética do espaço e a qualidade percebida pelos visitantes, criando um ambiente mais agradável e acolhedor. Esta intervenção irá reflectir uma transformação significativa na qualidade dos serviços prestados aos visitantes, um dos principais focos da renovação do outlet.

    As remodelações fazem parte de uma estratégia abrangente, inserida no eixo “MAIS Campera Outlet Shopping”, que visa a renovação da imagem institucional do centro comercial e a criação de uma experiência de compras de maior qualidade. Outras mudanças importantes foram implementadas, como a aplicação de um novo Manual de Fachadas, que engloba um esforço contínuo na revitalização de áreas encerradas e na remodelação das zonas comerciais.

    Procedeu-se ainda à criação de um novo logótipo e à reinterpretação do conceito de outlet shopping, com o objectivo de reforçar a visibilidade e atrair mais clientes, focando-se na oferta diversificada de moda aos melhores preços. Esta renovação visa transformar o Campera Outlet Shopping num espaço mais moderno e dinâmico.

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    Imobiliário

    Preços das casas em Lisboa aumentaram 5,5% em 2024 e vendas cresceram 13,8%

    Capital desacelerou ligeiramente a subida dos preços, numa tendência que é comum à Área Metropolitana de Lisboa, revela a Confidencial Imobiliário.

    Em 2024, os preços das casas em Lisboa aumentaram 5,5% face a 2023, considerando a taxa de variação homóloga registada pelo Índice de Preços Residenciais em Dezembro, divulgado pela Confidencial Imobiliário. Tal significa que a subida de preços na capital desacelerou ligeiramente (menos 0,8 pontos percentuais) face ao ritmo de 6,3% registado em 2023.

    A tendência de arrefecimento da subida de preços é transversal à Área Metropolitana de Lisboa, onde apenas a Amadora (8,4% em 2024 vs. 5,5% em 2023) e Palmela (15,0% em 2024 vs. 11,3% em 2023) registam aumentos mais fortes em 2024 do que em 2023. Nos restantes concelhos da região, a subida de preços em 2024 foi menor do que em 2023, embora todos mantenham uma trajectória positiva. No contexto metropolitano, Mafra teve o maior aumento de preços, registando uma valorização de 18,3% no último ano, por contraste com Loures, que observou o crescimento menos expressivo da região, de 1,8%. Além deste último concelho, apenas outros dois valorizaram abaixo de Lisboa, nomeadamente Cascais, com um aumento de 3,1% nos preços face a 2023, e Almada, onde a subida ficou em 4,1%.

    Relativamente à procura, Lisboa registou um aumento de 13,8% nas vendas de habitação em 2024, projectando-se a transacção de 9.800 fogos na capital ao longo do ano passado, a partir dos dados reportados ao SIR-Sistema de Informação Residencial. Lisboa recupera, assim, da quebra de 2023, ano em que as transacções caíram cerca de 23%, mas mantém-se abaixo da média dos últimos anos, em que as vendas anuais rondaram as 11.000 unidades (com excepção de 2020). A capital consolida-se como o principal mercado da Área Metropolitana de Lisboa, com 22% das vendas residenciais da região, e alinha o ritmo de expansão da procura com os restantes concelhos deste território.

    Em 2024, as vendas de habitação em Lisboa fizeram-se por um preço médio de 4.797€/m2, comparativamente aos 3.104€/m2 registados no agregado da Área Metropolitana, o que significa que as casas na capital continuam a ser vendidas por um preço 55% acima da média regional.

     

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    Francisco Horta e Costa, director geral da CBRE Portugal e Ana Rosas Oliveira, administradora executiva do BPI

    Imobiliário

    BPI e CBRE em parceria para alavancar sustentabilidade no imobiliário comercial

    O acordo visa apoiar os clientes que queiram melhorar a sustentabilidade dos seus imóveis, com o objectivo de alcançar uma maior eficiência energética, cumprir metas de descarbonização, reduzir custos operacionais e, potencialmente, obter uma melhoria da classificação dos seus imóveis

    O BPI e a CBRE assinaram um acordo de colaboração para apoiar os investidores imobiliários no processo de transição sustentável, com incidência na construção e na renovação de imóveis comerciais. O acordo visa apoiar clientes, de ambas as organizações, com propostas de serviços e assessoria especializada para melhorar a sustentabilidade dos seus imóveis comerciais, com o objectivo de alcançar uma maior eficiência energética, cumprir metas de descarbonização, reduzir custos operacionais e, potencialmente, obter uma melhoria da classificação dos seus imóveis.

    No âmbito desta colaboração, a primeira fase passará por uma análise preliminar, sem investimento por parte do cliente, que permitirá diagnosticar os imóveis com maior potencial de transformação. Para os clientes interessados em prosseguir para a segunda fase, seguir-se-á uma análise técnica desenvolvida pela CBRE e que inclui conjuntamente uma proposta de medidas de melhoria de sustentabilidade e respectivo plano de acção, bem como de investimento associado.

    Francisco Horta e Costa, managing director da CBRE, salienta “a grande importância” que os temas ESG apresentam no mercado imobiliário e o impacto que estes têm na na valorização de activos. “Investidores e ocupantes estão atentos e disponíveis a pagar um prémio entre 10 a 15% para investir ou ocupar edifícios sustentáveis. Por outro lado, para além do Green Premium, vemos hoje edifícios obsoletos ou sem medidas de sustentabilidade a ser excluídos de transacções e/ou a serem alvo de Brown Discount”, acrescenta.

    Para viabilizar esses projectos, os clientes podem beneficiar de condições de financiamento ajustadas à especificidade de cada projecto, sujeitas a análise casuística de risco e a condições de pricing a acordar entre as partes.

    Ana Rosas Oliveira, Administradora Executiva do BPI, reforça que “a sustentabilidade é um pilar fundamental do BPI”. “Queremos, através de financiamento verde, criar condições que permitam aos nossos clientes atingir as suas metas de sustentabilidade”, salienta.

    Neste sentido, o Banco BPI reafirma o seu compromisso em apoiar as empresas do sector imobiliário, oferecendo soluções de financiamento que promovem a transição para uma economia mais verde e responsável, tendo em Lisboa e no Porto, equipas especializadas em financiamentos estruturados.

    Além disso, o BPI conta, também, com um Centro de Empresas de Negócio Imobiliário, com abrangência nacional, que oferece acompanhamento contínuo aos clientes, garantindo um ponto de contacto único para todas as necessidades de financiamento imobiliário.

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    Tiago Guerra, CEO da PortalPRO Iberia

    Empresas

    PortalPRO e AvaiBook em parceria para oferecer serviços aos gestores de alojamentos turísticos

    A integração da PortalPRO no marketplace AvaiBook é um “avanço estratégico” no mercado turístico, permitindo aos utilizadores da AvaiBook, aceder a orçamentos imediatos de serviços como manutenção preventiva, reparações urgentes e remodelações

    A plataforma de Inteligência Artificial (IA) especializada na gestão de manutenção e reparações para o setor imobiliário, PortalPRO, estabeleceu um acordo de colaboração com a AvaiBook by Idealista, que disponibiliza uma solução tecnológica para gestão integral de alojamentos turísticos. Desta forma, disponibiliza aos gestores e investidores imobiliários uma solução “transparente e descomplicada” para aumentar o valor dos activos e a satisfação dos clientes através da utilização de Inteligência Artificial (AI).

    A integração da PortalPRO no marketplace AvaiBook é um “avanço estratégico” no mercado turístico, permitindo aos utilizadores da AvaiBook, em qualquer um dos planos com que trabalham com o software Idealista, aceder a orçamentos imediatos de serviços como manutenção preventiva, reparações urgentes e remodelações. Estes serviços estão disponíveis desde Janeiro de 2025.

    Com presença noutros países como a Lituânia ou Espanha, em 2024, a empresa, a nível global, fechou o ano com um volume de negócios total superior a 36 milhões de euros. Além disso, a base de dados de clientes tem 20 mil registos, tendo sido realizados mais de 127 mil trabalhos.

    “Este acordo é um passo importante para consolidar a nossa posição como um parceiro chave na gestão de alojamento turístico. O nosso objectivo é oferecer soluções inovadoras e eficientes que reduzam a carga operacional dos gestores e proprietários, ao mesmo tempo que melhoram a experiência dos seus hóspedes”, afirma Tiago Guerra, CEO do PortalPRO Ibéria.

    A AvaiBook, conhecida pela sua capacidade de sincronizar calendários através de múltiplos canais de reserva, automatizar tarefas como o check-in do viajante e gerir reservas diretas com cobranças seguras, reforça a sua proposta de valor ao integrar os serviços de manutenção e reparação da PortalPRO na sua plataforma.

    “Esta colaboração não só melhora as operações diárias dos nossos utilizadores, como também estabelece um padrão mais elevado na gestão do alojamento turístico, permitindo uma integração total e eficiente”, afirma Tiago Guerra.

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    BPlanet – Barreiro Retail Park (créditos: DR)

    Imobiliário

    Retalho português atrai investimentos de 1,2 MM€ em 2024 e antecipa um 2025 “animador”

    A actividade de retalho concentrar-se-á sobretudo em projectos de ampliação e modernização de espaços já existentes. Nos próximos dois anos estima-se um reforço do stock em 85 mil m2, com cinco novos projectos comerciais, dos quais nenhum localizado na região de Lisboa

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    O retalho em Portugal registou um desempenho “notável” no mercado de investimento em 2024. De acordo com o relatório da JLL – “O Mercado de Retalho Ibérico – 2025: A Revolução do Retalho em Espanha e Portugal – os activos de retalho movimentaram 1,2 mil milhões de euros, o equivalente a 50% de todo o investimento em imobiliário comercial em 2024, que ascendeu a 2,3 mil milhões. Números que revelam que o montante transaccionado em retalho “mais do que duplicou face a 2023 (com 585 milhões de euros) e é o mais elevado desde 2020, devolvendo a este segmento o protagonismo que ocupou durante vários anos”.

    Os centros comerciais e os supermercados foram os activos mais procurados, protagonizando as principais transacções de 2024, num mercado que esteve especialmente activo na segunda metade do ano. Só os centros comerciais movimentaram 476 milhões de euros, num crescimento de 134% face a 2023. Evidencia-se, ainda, o bom desempenho do comércio de rua, onde o investimento ascendeu a 99 milhões de euros, aumentando 104% em termos anuais.

    A forte recuperação do mercado português foi impulsionada pelo bom desempenho da economia, com efeitos positivos sobre a actividade dos retalhistas, o que, associado à correccção de preços que o setor sofreu nos últimos anos, gerou um cenário apetecível de risco reduzido e elevada rentabilidade.

    “Esta combinação foi especialmente atractiva para os investidores e, ao longo do ano, assistimos a uma crescente aceleração nas transacções. O segundo semestre fez disparar a actividade, com um afluxo significativo de capital a surgir no mercado, especialmente direccionado aos centros comerciais e aos supermercados, como comprovam as cinco maiores operações do ano”, começa por explicar Augusto Lobo, head of Commercial Capital Markets da JLL Portugal.

    De acordo com o estudo da JLL, Portugal é percepcionado como uma “importante oportunidade” para investidores que estão já a operar em Espanha e que querem aumentar a sua exposição ao mercado de retalho na Península Ibérica. A consultora antecipa que cada vez mais sociedades de investimento imobiliário francesas (SCPIs, na designação francesa) entrem no mercado português, especialmente no segmento de retail parks, e que os diversos REITs já presentes em Espanha aumentem também o investimento em centros comerciais portugueses.

    Portugal, enfrenta, contudo, um cenário diferente em termos de oferta imobiliária futura, o que poderá pressionar ainda mais a procura de investimento e aumentar a tensão competitiva por parte dos retalhistas. O nível de novas aberturas de centros comerciais é moderado, centrando-se especialmente no formato de retail park. A JLL refere que esta actividade se concentrará sobretudo em projectos de ampliação e modernização de espaços já existentes. Ainda assim, “nos próximos dois anos estima-se um reforço do stock de retalho em 85 mil m2, com cinco novos projectos comerciais, dos quais nenhum localizado na região de Lisboa”.

    No comércio de rua a oferta “mantém-se limitada” nos destinos prime, “mas evidencia-se a emergência de novas artérias, com arrendamentos mais acessíveis, maior volume de oferta e maior potencial de crescimento”. Em Lisboa, essas zonas são o bairro de Santos e todo o eixo do Cais do Sodré, impulsionados pelos fluxos turísticos e de residentes empresariais, além do Bairro de Alvalade.

    Em suma, conclui Augusto Lobo, as expectativas para o mercado de investimento em retalho são “muito positivas” e “especialmente animadoras” para Portugal, impulsionadas pelo bom desempenho da economia, dos indicadores de operação, ocupação e valor. “A principal questão é a oferta futura que alimente a procura de investimento”, salienta.

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