O ano de 2024 foi de forte crescimento na ocupação de escritórios, com o take-up a aumentar 53% no Porto e 97% em Lisboa face ao ano anterior. No total, as empresas absorveram 76.600 metros quadrados (m2) de área de escritórios no Porto, tornando 2024 um ano recorde para a atividade neste mercado, ao passo que em Lisboa, o take-up ascendeu a 221.950 m2, um dos melhores registos anuais dos últimos 20 anos.
Os dados são revelados pela JLL no âmbito do relatório mensal Office Flashpoint, no qual a consultora analisa o desempenho ocupacional do mercado de escritórios.
No Porto, o take-up de 2024 alinhou-se ao anterior pico de mercado, registado em 2018, com aproximadamente 76.200 m2 de absorção. Em Lisboa, a ocupação de 2024 é apenas superada pelo pico de 272.000 m2, tomados em 2022, e pelos 232.600 m2 ocupados em 2008, constituindo-se, assim, como um dos únicos anos dos últimos 20 em que o mercado da capital superou a marca dos 200.000 m2 de take-up.
Sofia Tavares, head of Markets Advisory da JLL, afirma que “o forte crescimento da actividade no mercado de escritórios em Lisboa e no Porto foi sobretudo influenciado pela reactivação das operações de grande dimensão, num contexto especialmente dinâmico na procura de espaços novos, mais qualificados em termos de ESG e que sejam mais adequados às suas novas estratégias e formas de trabalhar. Além disso, a melhoria das condições macroeconómicas também deu um contributo positivo para a actividade, estimulando a confiança das empresas e levando muitas entidades a investir em novos escritórios”.
A reactivação das operações de grande dimensão é visível nos indicadores de área média e também no peso que as três maiores transações tiveram nos respetivos mercados. Em Lisboa, a área média por operação em 2024 foi de 1.268 m2, ou seja, mais 71% do que em 2023, enquanto no Porto este indicador atingiu os 1.021 m2, ou seja, crescendo 31% face à dimensão média dos escritórios contratados no ano anterior. No que concerne as três maiores operações, no caso de Lisboa, somaram 59.550 m2, o equivalente a 27% de toda a área absorvida no mercado ao longo do ano, ao passo que no Porto geraram 26% do volume ocupado, uma quota correspondente a 20.100 m2.
Segmentando geograficamente, em Lisboa, o Parque das Nações (zona 5) foi o destino de maior dinamismo ao longo do ano, com 33% do take-up anual, evidenciando-se ainda as Novas Áreas de Escritórios (zona 3), com uma quota de 21%.
No Porto, o eixo CBD-Boavista (zona 1) foi o mais procurado pelas empresas, agregando 30% de toda a área ocupada ao longo de 2024, seguida por Matosinhos (zona 6), onde a quota foi de 17%, e por CBD Baixa (zona 2), com outros 16% do take-up, mostrando, assim, a crescente atratividade destes eixos junto da procura.
Relativamente a 2025, Sofia Tavares, antecipa “um ano de boa dinâmica no mercado de escritórios, sustentado por uma procura que permanece focada em qualificar os seus escritórios, incluindo a nível de ESG; e em implementar novas estratégias de workplace, com as áreas de grande dimensão e as localizações centrais no topo da lista de preferências. Dado o ainda limitado fluxo de nova oferta com estas características e disponibilidade imediata, vamos continuar a assistir a muitas operações de pré-arrendamento e também a que muitas empresas optem por desenvolver as suas próprias instalações, em regime de autopromoção”.