“Para 2023 esperamos um crescimento na ordem dos 20%”
Com uma grande aposta na mobilidade eléctrica e renováveis para os próximos anos, a Sotecnisol tem em vista novas aquisições, o que lhe vai permitir ampliar a sua oferta e prosseguir a sua estratégia de crescimento, depois um ano que “foi o melhor de sempre”
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Em jeito de balanço de mais um aniversário, que já ultrapassa meio século, José Luís Castro, ceo da Sotecnisol, falou ao CONSTRUIR, sobre o presente e o futuro da empresa e o seu posicionamento face a novas área de negócios e novos mercados
Qual o balanço da vossa actividade relativamente a 2022?
O ano de 2022 foi, para o Grupo Sotecnisol, o melhor ano de sempre. Tivemos um forte crescimento em muitas empresas que integram o Grupo, como o caso das start-ups 2Work e a Tecshape que têm vindo a registar um enorme potencial. A Output ganhou obras de maior dimensão e complexidade, a Obras360 abriu duas novas lojas na Margem sul do tejo e na região do Douro, e conquistámos obras de grande relevância, como é o caso do metro de Lisboa e do Porto. Foi um ano que decididamente ficará na história do Grupo.
Que expectativas têm em termos de volume de negócio para 2023?
Para este ano, pretendermos continuar a evoluir de forma sólida, constante e orgânica, com um crescimento na ordem dos 20%. Temos em vista algumas aquisições em diversos sectores, o que nos vai permitir ampliar a nossa oferta de serviço, com uma incidência interessante na área das energias renováveis.
Actualmente, operamos em vários países de África, em Espanha, encontramo-nos a entrar em França e a tendência será continuar a expandir o negócio
Com mais de 50 anos no mercado, como olham o vosso percurso e que desafios o sector vos coloca para os próximos anos?
Podemos admitir que temos vindo a traçar um percurso de constante aprendizagem e crescimento. Actualmente, o Grupo Sotecnisol opera nos sectores da construção, ambiente, energia, água e agricultura e, há mais de 15 anos, que conta com uma área de negócio dedicada à energia fotovoltaica, com projecto, instalações e contratos de operação e manutenção por todo o país. Esse é um dos sectores no qual pretendemos investir cada vez mais, de forma a responder à actual demanda do mercado.
No que respeita à área da construção, ainda há muito por onde crescer e fazer, não fosse o mundo tão volátil e dinâmico. Nesse sentido, pretendemos aumentar as nossas competências e posicionar-nos enquanto Grupo com capacidade para desenvolver e implementar obras cada vez maiores, exigentes, complexas e em prazos mais curtos, respeitando sempre as regras de ESG.
A criação do segmento das CER vem, de certa forma, impulsionar a vossa actuação neste mercado. Qual o objectivo e estratégia com esta nova área?
Um dos nossos objectivos passa por oferecer uma “one stop shop” com a missão de facilitar a vida dos consumidores e aumentar a satisfação, uma vez que seremos capazes de responder dentro dos prazos, já que teremos disponíveis internamente todas as valências.
No que respeita à área da construção, pretendemos aumentar as nossas competências e posicionar-nos enquanto Grupo com capacidade para desenvolver e implementar obras cada vez maiores, exigentes, complexas e em prazos mais curtos, respeitando sempre as regras de ESG
A mobilidade eléctrica é outra das vossas apostas. De que forma a aquisição da Evolut.green vai contribuir para este objectivo? Qual o investimento previsto nesta área e de que forma se vão posicionar face à concorrência?
A mobilidade eléctrica é uma parte da mudança e temos que estar presentes na transição energética para um mundo mais sustentável e mais equilibrado. Pretendemos ser um player de referência a nível nacional na transição energética e aumentar a oferta de carregadores para veículos eléctricos em 300%, a médio prazo.
Com a evolução dos sistemas de carregamento, que se prevê que sejam menos complexos que os actuais, o Grupo Sotecnisol pretende fazer crescer o sector em Portugal e colmatar situações onde a demanda de energia é superior à capacidade de resposta das actuais infraestruturas, nomeadamente através do uso de armazenamento de energia em baterias.
Que outro sector em que atuam gostariam de destacar ou que vai, também, ter um impulso positivo nos próximos tempos?
É inegável que a digitalização é algo que nos fascina e onde pretendemos estar presentes. Paralelamente a isso, é nas nossas pessoas que pretendemos alocar esforços e investimento. Tornou-se clichê, mas a verdade é que estamos convictos que o sucesso do Grupo é fruto de um trabalho ímpar dos seus colaboradores. Nesse sentido, lançámos uma academia interna que irá permitir fortalecer o desenvolvimento profissional de cada colaborador.
Nesta academia é possível ter acesso aos mais diversos cursos desde a área técnica até à gestão, incluindo formações na área da impermeabilização, electricidade e fotovoltaico, serralharia e revestimentos.
Com uma presença internacional em crescimento qual a representatividade desse mercado no ‘bolo’ total? A tendência será expandir para outras cidades estrangeiras? Em que segmentos actuam preferencialmente nestes mercados?
Actualmente, operamos em vários países de África, em Espanha, encontramo-nos a entrar em França e a tendência será continuar a expandir o negócio. A título de exemplo, estamos no mercado espanhol há mais de 20 anos, com presença em Madrid, e decidimos abrir uma delegação em Barcelona há cerca de dois meses, reflectindo a nossa ambição de marcar presença nas mais diversas regiões geográficas. Inicialmente, introduzimo-nos no segmento da construção, impermeabilizações, túneis, coberturas e viadutos, mas tencionamos ampliar a oferta e torná-la semelhante de forma global.