Msabi é resposta à sustentabilidade
A portuguesa Microcrete, especialista na produção de microcimento, lança o Msabi. O novo produto responde à urgência da sustentabilidade, sendo o resultado do aproveitamento dos desperdícios da produção de microcimento. Ao CONSTRUIR, Sérgio Vasconcelos, CEO da Microcrete, fala sobre a inovação mas também sobre o crescimento da empresa e a aposta numa nova fábrica que irá permitir quintuplicar a produção e, assim, responder ao aumento da procura nos mercados externos
Manuela Sousa Guerreiro
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O Msabi, o novo produto da Microcrete, foi lançado recentemente, tendo recebido o prémio Inovação, atribuído pela feira internacional de construção Tektónica. Um facto que Sérgio Vasconcelos, CEO da empresa, gosta de sublinhar. Mas, mais do que inovação, o Msabi é a resposta à urgência da sustentabilidade e circularidade que o sector tanto necessita. O produto é feito com microcimento, utilizando excedentes de produção, contribuindo, assim, para minimizar o impacto ambiental. Com apenas 7mm de espessura, simula pedra natural, mantendo a estética atractiva e a robustez do elemento, porém com muito menos peso. A produção é feita de forma artesanal, com materiais inovadores e a sua inspiração pode ser encontrada em castelos, conventos e mosteiros. “Temos neste momento algumas obras a decorrer na Comporta, onde o Msabi está a ser aplicado, mas estamos certos de que à medida que o produto ganhe mais notoriedade, o volume de encomendas irá aumentar significativamente”, refere o empresário.
Este é um bom momento para a empresa que se prepara para expandir, cinco vezes mais, a sua capacidade de produção com uma nova unidade fabril, o que lhe permitirá dar resposta à procura externa.
Qual o vosso volume de facturação? E de produção?
Em 2022, facturámos 1,2 M€ e produzimos 180 toneladas de microcimento. Neste momento, estamos a realizar uma nova fábrica que irá permitir quintuplicar a produção e, dessa forma, podermos trabalhar outros mercados internacionais dentro e fora da Europa.
Qual o peso do mercado nacional nas vossas vendas? Quais as prioridades da vossa estratégia?
Cerca de 60 % das vendas são para o mercado nacional, mas estamos focados no mercado internacional. Na área metropolitana de Lisboa, temos um novo espaço, em Algés, que tem servido, sobretudo para a formação de profissionais na arte do microcimento, contamos remodelar esse espaço e abrir um showroom em 2024.
Tem havido crescimento na procura por formação? E quem vos procura profissionais ou o segmento DIY?
Neste momento, os nossos cursos de formação têm sido mais para profissionais. Em 2022, formámos 402 profissionais entre Porto, Lisboa e Madrid. No próximo ano abriremos a formação em Paris. Para o DIY, temos estado a trabalhar numa nova linha de produtos, cujas novidades serão brevemente anunciadas.
A inovação e sustentabilidade do Msabi
Entre as novidades da marca surge o Msabi. Dar resposta à sustentabilidade é uma inevitabilidade do contexto actual?
É importante dizer que o Msabi foi galardoado com o prémio inovação na recente edição da Tektónika, à frente de revestimentos propostos por marcas como a CIN, Secil, Saint Gobain, proprietária da Webber, Pladur, etc., o que além de nos deixar orgulhosos, coloca-nos numa posição de empresa inovadora, visto que é a segunda vez que somos agraciados com este prémio, com produtos diferentes. O Msabi é um produto que surgiu do um processo interno, em que procurámos uma solução que permitisse a reutilização dos excedentes resultantes do processo de produção e, assim, responder à responsabilidade colectiva que devemos ter enquanto fabricantes.
O que distingue este novo produto? Como está a ser a aceitação do mercado?
Permite-nos criar um ambiente em pedra, com um produto muito leve e flexível, dado que tem apenas 7 mm de espessura. Conseguimos este resultado através da imitação do processo de formação da pedra na natureza, respeitando o mesmo procedimento e aproveitando as matérias-primas que utilizamos no microcimento, que são extraídas da moagem do granito e do mármore.
A ligação ao sector
Como foi o processo de desenvolvimento deste produto?
O processo começou, precisamente, com a resposta à pergunta: “como reutilizar todos os materiais excedentes do processo de produção?”. Fizemos um estudo geológico de como é formada a pedra na natureza e tentámos reproduzir esse processo com alguma tecnologia e know how que adquirimos da produção do microcimento. Também nos apercebemos, na auscultação ao mercado que há poucas soluções para os pavimentos com este tipo de acabamento.
A aproximação ao sector, aos arquitectos, designers de interiores e outros profissionais é uma das características da vossa comunicação. Há planos para a realização de novos summits?
A nossa preocupação número 1 é termos soluções que sirvam o mercado. Isso só é possível se estivermos no mercado com uma escuta muito activa. Conseguimos isso obra a obra, com a nossa participação em feiras, através do nosso podcast feito para construir. O Summit de Arquitectura e Design estava previsto ter a sua segunda edição este ano, mas como estaremos presentes num grande evento, como main sponspors, da Casa da Arquitectura no Porto, sobre o qual ainda não podemos revelar muito, decidimos adiá-lo para o próximo ano.
Qual o vosso posicionamento actual no mercado? E quem são os vossos maiores concorrentes?
Actualmente o nosso posicionamento está vocacionado para fornecer directamente para o aplicador que tem as nossas formações e dessa forma controlar a qualidade de aplicação. Apesar de estarmos a crescer significativamente, interessa-nos sobretudo controlar e qualidade do processo mais do que aumentar a quantidade. Queremos ser uma referência para as empresas da construção civil e uma certificação que as posicione como empresas de Hight Standard Quality. O nosso maior concorrente somos nós próprios a nossa meta é melhorar continuamente os nossos serviços e a nossa qualidade, fazendo sempre melhor que no mesmo mês do ano anterior.