Medidas de simplificação da construção de habitação são para avançar
O Governo apresentou as medidas para a simplificação da construção de habitação, eliminando ou isentando alguns dos licenciamentos para fazer face à “morosidade e à complexidade” dos processos

CONSTRUIR
Lionesa Business Hub celebra o Dia Mundial da Arte com galeria a céu aberto no campus
SunEnergy conclui projecto de autoconsumo com painéis solares em Idanha-a-Nova
Quelfes integra Rede Espaço Energia
Castelo Branco acolhe Observatório sobre futuro da habitação no interior de Portugal
Herdade em Mourão vai a leilão por 2,8 M€
VIC Properties homenageia legado fabril de Marvila em novo edifício
As diferentes “Formas (s)” da RAR Imobiliária
Metropolitano de Lisboa lança novo concurso para a construção da Linha Violeta
Krest investe 120 M€ no novo empreendimento Arcoverde
Consórcio do TGV equaciona construção de duas novas pontes sobre o Douro
Numa apresentação conjunta com o secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, Mário Campolargo, a ministra da Habitação, Marina Gonçalves, afirmou que estas medidas se inserem no programa Mais Habitação e visam dar resposta a “seis grandes problemas”: “a complexidade necessária nos processos de licenciamento, a morosidade decorrente dos pareceres necessários, a ambiguidade dos regulamentos municipais, os procedimentos obsoletos e de difícil validação humana, a complexidade e onerosidade que decorre da legislação e à escassez de solos para habitação”, enumerou Marina Gonçalves.
Por sua vez, o secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa avançou que passará a haver novos casos de isenção, eliminando-se o alvará da licença de construção e a autorização de utilização, sendo esta última substituída “por uma simples comunicação prévia”.
Durante a conferência de imprensa, a Ministra precisou que vai ser criado um modelo de deferimento tácito para as decisões das câmaras municipais, o que garante a aprovação dos pedidos, caso os municípios não cumpram os prazos legais.
Marina Gonçalves referiu ainda o estabelecimento de conferências “procedimentais obrigatórias e de acto único” nos projectos de Potencial Interesse Nacional, quando estes envolvam um investimento superior a 25 milhões de euros ou sejam financiados por fundos europeus ou pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Também os regulamentos municipais são abrangidos pelas medidas, passando o legislador a definir “de forma mais taxativa aquilo que o regulamento municipal pode prever” e as obrigações que podem ser pedidas às entidades.
Revogação de “exigências excessivas”
As medidas, agora apresentadas, incluem também a revogação de «exigências excessivas» na construção de habitação:
“Há aqui um trabalho de revogar tudo o que sejam normas procedimentais que estão hoje num diploma que deveria servir apenas para normas técnicas e também eliminar algumas exigências excessivas que eram feitas, nomeadamente no que respeita ao tipo de cozinha ou nas necessidades ou obrigatoriedades das casas de banho”, acrescentou a Ministra.
Quanto aos solos, Marina Gonçalves declarou que, além da possibilidade de conversão de solos e edifícios hoje afectos a comércios e serviços para habitação, anteriormente anunciada, “há, também, aqui uma possibilidade reclassificação, de forma mais simples, do solo rústico para solo urbano, naquelas que são as zonas contíguas aos solos urbanos”.
BIM obrigatório
Mário Campolargo afirmou ainda que será criada uma plataforma online que, “além de simplificar e de concentrar num único sítio a apresentação dos pedidos”, vai permitir aos cidadãos consultar o estado dos processos e os prazos e receber notificações de avisos electrónicos ou obter certidões de isenção de procedimentos urbanísticos.
“Além destes avanços, e focando mais na área da digitalização, um dos grandes avanços que irá ocorrer será a utilização do BIM, uma metodologia de trabalho que utiliza o modelo 3D para representar e gerir informações sobre um edifício ou uma infraestrutura”, que será implementada de forma faseada, acrescentou.
Os dois membros do Governo afirmaram que estas medidas surgem de uma auscultação a todo o sector, incluindo com municípios, projectistas ou empreiteiros.