“Os geradores podem ser uma fonte complementar de energia aos sistemas renováveis”
Para a Grupel o futuro passará, necessariamente, por esta geração conjunta. O crescimento da actividade da empresa nos diferentes mercados onde opera assim o confirma
Manuela Sousa Guerreiro
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Em entrevista ao Construir Pedro Gonçalves, director de Marketing e Vendas da Grupel fala sobre o crescimento da empresa portuguesa que produz e comercializa geradores eléctricos até 3500kVA, torres de iluminação portáteis, e outras soluções de engenharia e sobre os desafios que o futuro trará. Segundo o responsável a empresa irá continuar a “desenvolver novos produtos para conseguir acompanhar as necessidades, tendências e requisitos do mercado e dos vários sectores”, com os quais trabalha.
Que impacto teve o crescimento da actividade da construção civil e do imobiliário na vossa actividade?
Nos últimos anos, muitas foram as obras em todo o mundo e, nomeadamente, em Portugal e Espanha, às quais a Grupel garantiu energia, através dos nossos geradores eléctricos, com impacto no aumento de negócios da empresa.
De que forma aceleração tecnológica e a uma transformação digital influência a vossa actividade?
Esta aceleração tem deixado marcas bem reais. Ainda durante a pandemia, e provavelmente em contraciclo, empreendemos um enorme programa de investimentos, dotando a nossa fábrica da mais moderna tecnologia do sector.
Mais recentemente, iniciámos uma parceria com o Instituto Kaizen, que nos está a apoiar na implementação de métodos para a optimização do nosso processo produtivo. Uma estratégia que acompanha um trabalho há muito iniciado de transformação digital dos nossos processos e de integração de todos os sistemas com que trabalhamos, do chão de fábrica, à engenharia ou à logística.
Que tendências podemos agora antecipar? Sendo uma empresa que actua em diferentes mercados estas questões e tendências de que fala são transversais às diferentes geografias?
Vamos continuar a trabalhar para prestar aos nossos clientes um serviço de excelência, tendo logicamente em linha de conta produtos inovadores, como é o caso de modelos híbridos, sobre os quais contamos ter novidades ainda este ano, com o início de alguns grandes projectos. No entanto, somos uma empresa à escala mundial, e devemos estar atentos às diferentes necessidades, nas diferentes geografias. É este essencialmente o grande desafio. A área de projectos especiais, na qual tanto apostamos, será também onde maior exigência acontecerá, devido à sua complexidade.
Que análise fazem do mercado português e por onde passará a sua evolução?
Prevemos que os geradores eléctricos continuarão a ganhar uma relevância cada vez maior, mesmo em Portugal, onde a rede eléctrica é segura e estável. Será sempre preciso garantir energia de suporte a actividades que decorram em áreas remotas, onde a rede eléctrica não chega, ou em sectores em que uma falha no fornecimento terá consequências desastrosas, como a saúde, grandes obras, infraestruturas, centros de dados, e tantos outros.
Na construção e nas infraestruturas, por exemplo, a procura de geradores eléctricos deverá continuar a crescer, já que são áreas altamente competitivas, que absorvem uma parte relevante do PIB do nosso país.
Também no apoio às energias renováveis os geradores podem marcar a diferença. Em Portugal, onde este tipo de fornecimento cresce a olhos vistos, os grupos eletrogéneos prestam um grande suporte, garantindo que, mesmo em caso de avaria, continuarão a operar ou se desactivarão em segurança. Os geradores podem, até mesmo, ser uma fonte complementar de energia a estes sistemas. O futuro estará nesta geração conjunta.
Qual o peso do mercado nacional na vossa actividade?
Até ao ano passado, Portugal era o mercado com maior peso (quando analisado individualmente) para a Grupel, tendo sido ultrapassado recentemente por Espanha.
Quais os vossos principais mercados externos?
Actualmente, os mercados africanos representam uma grande parte do volume de negócios da Grupel, não só no sector das telecomunicações, mas também em projectos mais exigentes, como centrais eléctricas, unidades de tratamento de água, minas e explorações petrolíferas e de gás. Também os países da América Latina têm uma grande preponderância no nosso volume de negócios, tanto com parcerias de distribuição, como com projectos de grande envergadura, nos sectores do tratamento de águas, das centrais eléctricas e das infraestruturas. Mais recentemente, demos um grande salto dentro da Europa, sendo o leste europeu o nosso melhor mercado do ano, e tendo a Grupel conseguido consolidar a sua presença e notoriedade em países como França, Alemanha, Bélgica e Reino Unido, com cada vez mais negócios e parceiros.