Edição digital
Assine já
    PUB
    Imobiliário

    Prime Yield estima que investimento imobiliário em 2023 desça para níveis de 2015

    Para a consultora é inevitável o arrefecimento do investimento imobiliário comercial em 2023. Para além da contratação do mercado, verifica-se ainda uma escassez de produto prime para aquisição em segmentos como os escritórios ou a logística, factores que posicionam a actividade em torno dos 2.500 M€

    CONSTRUIR
    Imobiliário

    Prime Yield estima que investimento imobiliário em 2023 desça para níveis de 2015

    Para a consultora é inevitável o arrefecimento do investimento imobiliário comercial em 2023. Para além da contratação do mercado, verifica-se ainda uma escassez de produto prime para aquisição em segmentos como os escritórios ou a logística, factores que posicionam a actividade em torno dos 2.500 M€

    CONSTRUIR
    Sobre o autor
    CONSTRUIR
    Artigos relacionados
    Mome alia-se à Neoturf para uso de soluções verdes nas cooperativas
    Construção
    HAS 2024: Hoteleiros, fornecedores e projectistas reunidos para potenciar dinâmica de negócio
    Construção
    APEB inaugura laboratório de betão no Algarve
    Construção
    “O nosso objectivo é atingir as 3500 unidades em operação até 2028/29”
    Imobiliário
    2024 está a revelar-se um ano marcante para a Noronha Sanches
    Imobiliário
    Vertical Bolhão mais eficiente
    Empresas
    Dstelecom reforça cobertura da rede de fibra em Ponte da Barca
    Construção
    Porta da Frente Christie’s lança ‘Christie’s Owners’
    Empresas
    Portalegre: Governo promete medidas que respondam a “ilha rodoviária” no distrito
    Construção
    “Portugal tem de trabalhar para não ser só um ponto de passagem”
    Empresas

    A Prime Yield, parte da Gloval, acaba de divulgar a edição de 2023 do “Guia de Investimento para SOCIMIs e SIGIs”, no qual apresenta um balanço do desempenho dos mercados imobiliários português e espanhol em 2022. O documento, na sua terceira edição, é desenvolvido em parceria com a DLA Piper, disponibilizando, além das perspetivas de mercado e do ambiente económico, um enquadramento jurídico para a actividade dos REITs em ambos os países. No âmbito do mercado imobiliário, o estudo analisa o desempenho das cidades de Lisboa e Porto, Madrid e Barcelona, nos vários segmentos.

    Relativamente a Portugal, o documento realça o bom momento do mercado imobiliário nacional, quer nas vertentes de investimento quer de ocupação nos segmentos residenciais e comerciais, ao longo de 2022. No investimento em imobiliário comercial, o ano somou 3.000 milhões de euros transaccionados, mais 36% do que no ano anterior, liderado pelos activos de escritórios (quota de 33% no montante investido) e pelos hotéis (30%), com destaque ainda para o imobiliário de retalho (20% do total). Na habitação, a Prime Yield antecipa um volume de fogos vendidos no país alinhado com o ano anterior, que ficou em 166.000 unidades, embora num crescimento expectável de pelo menos 10% no montante transaccionado dado o aumento do preço das casas. Nos escritórios, a ocupação teve um bom ano no Porto, com cerca de 57.000 m2 ocupados, e rompeu barreiras em Lisboa, onde o take-up anual ascendeu a mais de 270.000 m2.

    “O comportamento do mercado imobiliário português em 2022 foi novamente muito positivo, refletindo a robustez de um sector que continua a ser um motor da economia. O facto de continuar a existir crescimento no investimento e de se atingirem níveis recorde nas vendas de habitação e na ocupação de escritórios já num contexto de agravamento das condições macroeconómicas é bem demonstrativo da resiliência deste mercado e da sua actratividade internacional”, começa por comentar Nelson Rêgo, CEO da Prime Yield.

    Contudo, as perspectivas de uma nova deterioração no contexto económico em 2023 fazem antever um arrefecimento da actividade imobiliária este ano. No que concerne o investimento em imobiliário comercial, estima-se um volume de transacções na ordem dos 2.500 milhões de euros, montante em linha com a média anual desde 2015. A concretizar-se, tal volume apresenta uma redução de 17% face a 2022, quando foram transaccionados 3.000 milhões de euros, e de -29% face a 2018, o melhor ano de que há registo, quando o investimento neste tipo de imobiliário em Portugal ascendeu a 3.500 milhões de euros.

    De acordo com a Prime Yield, é inevitável que a actividade de investimento imobiliário comercial abrande no contexto do contínuo aumento das taxas de juro, sendo este um factor que incrementa o custo do financiamento e que terá impacto no valor dos imóveis. Além disso, depois de cerca de cinco anos com volumes anuais próximos na ordem dos 3.000 milhões de euros, é de esperar uma natural contracção do mercado, ainda mais num contexto em que há escassez de produto prime para aquisição em segmentos como os escritórios ou a logística, especialmente. Assim, antecipa-se que as prime yields continuem a subir em 2023, reflexo da exigência dos investidores em aumentar a taxa de retorno dos seus investimentos na atual conjuntura.

    “Ainda que possamos esperar um ritmo menos acelerado no incremento das taxas de juro devido à subida mais suave da inflação, a expetativa é de que os juros continuem a aumentar este ano. Isso vai ter um impacto direto no investimento imobiliário, pois aumenta o custo de capital e o custo de financiamento, levando naturalmente a um aumento das yields exigidas. Este é um fator determinante para que a atividade não prossiga com a trajetória de aceleração dos últimos anos. É expetável, assim, uma cautela acrescida dos investidores, ainda para mais numa conjuntura que é supranacional e afeta toda a Europa”, explica Nelson Rêgo

    O responsável da Prime Yield defende que “não era de esperar que o imobiliário saísse incólume da turbulência económica, até porque a recta final de 2022 já deu sinais do impacto da conjuntura na actividade de investimento, de ocupação e de venda de habitação, com níveis, em geral, mais baixos do que no arranque do ano, quando este trimestre é habitualmente o período mais forte do ano”. Além disso, “temos de ver a quebra na actividade projectada para 2023 em comparação com anos excecionais, o que mais cedo ou mais tarde acabaria por resultar num abrandamento. Isto para dizer que um volume de investimento na ordem dos 2.500 milhões de euros continua a ser um reflexo de um mercado saudável, com bons fundamentais e que gera interesse dos investidores. Existe muita procura, mesmo que esta possa ser mais contida, e o mercado tem uma generalizada falta de oferta quer de produto para investimento quer para ocupação, o que vai continuar a sustentar os preços e as rendas mesmo no cenário de perda de poder de compra das famílias e da maior cautela dos investidores”, termina Nelson Rêgo.

    No que se refere a Espanha, o “Guia de Investimento para SOCIMIs e SIGIs 2023” aponta um ano recorde com 17.500 milhões de euros de investimento em activos imobiliários comerciais, volume que fica mais de 40% acima do melhor ano de sempre, que foi 2019 (12.200 milhões de euros), e que supera em quase 60% as transacções de 2022. Em Espanha, os activos alternativos lideraram o investimento, com uma fatia de 31% do montante, no valor de 5.400 milhões de euros, e mais que duplicando a actividade face ao ano passado. Escritórios, hotéis e retalho geraram, cada um, cerca de 20% do volume de investimento contabilizado em 2022. Pelas mesmas razões de contraste face a um ano excecional, que neste caso estabeleceu mesmo um novo recorde, e de atravessarmos um período de turbulência económica, as expectativas para Espanha apontam igualmente para uma queda no volume de investimento e um reposicionamento alinhado com os melhores anos pré-Covid, em torno dos 12.000 milhões de euros.

    Sobre o autorCONSTRUIR

    CONSTRUIR

    Mais artigos
    Artigos relacionados
    Mome alia-se à Neoturf para uso de soluções verdes nas cooperativas
    Construção
    HAS 2024: Hoteleiros, fornecedores e projectistas reunidos para potenciar dinâmica de negócio
    Construção
    APEB inaugura laboratório de betão no Algarve
    Construção
    “O nosso objectivo é atingir as 3500 unidades em operação até 2028/29”
    Imobiliário
    2024 está a revelar-se um ano marcante para a Noronha Sanches
    Imobiliário
    Vertical Bolhão mais eficiente
    Empresas
    Dstelecom reforça cobertura da rede de fibra em Ponte da Barca
    Construção
    Porta da Frente Christie’s lança ‘Christie’s Owners’
    Empresas
    Portalegre: Governo promete medidas que respondam a “ilha rodoviária” no distrito
    Construção
    “Portugal tem de trabalhar para não ser só um ponto de passagem”
    Empresas
    PUB
    Construção

    HAS 2024: Hoteleiros, fornecedores e projectistas reunidos para potenciar dinâmica de negócio

    O objetivo passa por proporcionar reuniões one-to-one de 15 minutos entre fornecedores e profissionais de arquitetura e hoteleiros, facilitando negócios e oferecendo um ambiente dinâmico para conhecer os mais recentes produtos e equipamentos para o sector

    Depois do sucesso da edição do ano passado, a revista Publituris Hotelaria, o Jornal CONSTRUIR e a Revista Traço (publicações do Grupo Workmedia) voltam a reeditar o modelo de reuniões ‘one-to-one’ entre os hoteleiros, arquitectos e os representantes de várias marcas e produtos com o intuito de criar parcerias, apresentar serviços e soluções e alargar a rede de networking.

    O HAS 2024, que decorrerá esta terça-feira, dia 26, no Monsanto Montes Claros (em Lisboa), volta a apostar na inclusão dos projectistas num modelo de evento que, até ao ano passado, só contava com hoteleiros e fornecedores.

    Confirmada está a presença de 45 empresas fornecedoras, representantes de cerca de 20 segmentos, nomeadamente revestimentos, pavimentos, equipamentos de ginásio, mobiliário, climatização, amenities, fechaduras eletrónicas, iluminação, elevadores, lavandarias, têxteis, entre outros.

    As empresas que marcam presença são AGI – Augusto Guimarães & Irmão, Alaire, Beko Europe Iberia, Blãz, Compincar, Decorpisus, Dinamic Beauty, Edeba, Epoca, Europastry Portugal, France Air Portugal, Geberit, Gresilva – Inovação em Grelhadores, Grohe, Groupe GM Amenities, Heliroma, Jacobs Douwe Egberts, Kerakoll Portugal, La Redoute Business, Life Fitness Ibéria, Listor, Pantim Ibéria, Manusa Portugal, Margres Ceramic Tiles, Morgado & CA, Nors Trucks and Buses Portugal VT, NSContract, Oli – Sistemas Sanitários, Omnitec Systems, Otis Elevadores, Perfil Azul, Revigrés, Roca, Saint-Gobain Portugal, Schneider Electric, Secil , Serlima Integrated Services, Sogenave, Soprema, Sorema, Soudal Produtos Químicos, tábua rasa®, Valbopan, Vintage & Friends.

    O evento, que vai já na sua 8ª edição, começou como Hotels & Suppliers, ganhando uma nova designação, HAS, no ano passado, ao aliar a vertente de arquitectura. O objetivo passa por proporcionar reuniões one-to-one de 15 minutos entre fornecedores e profissionais de arquitetura e hoteleiros, facilitando negócios e oferecendo um ambiente dinâmico para conhecer os mais recentes produtos e equipamentos para o setor.

    Sobre o autorCONSTRUIR

    CONSTRUIR

    Mais artigos
    PUB

    Pedro Noronha Sanches, partner e CEO da Noronha Sanches

    Imobiliário

    2024 está a revelar-se um ano marcante para a Noronha Sanches

    A promotora imobiliária, que até agora se tem concentrado em investimentos no eixo Cascais/Lisboa, vai alargar os seus investimentos a outros pontos do País. Vila Nova de Gaia é a primeira a avançar, enquanto na Costa Alentejana se efectuam as due diligence. Pedro Noronha Sanches, partner e CEO da Noronha Sanches, falou com o CONSTRUIR sobre estes e outros investimentos que a empresa tem em carteira, sobre o seu modo de actuação no mercado e o estabelecimento de parcerias

    O “One Lush”, em Caxias, concelho de Oeiras, é o mais recente projecto que a Noronha Sanches apresentou ao mercado. O investimento de 22 milhões de euros coloca no mercado 35 novos apartamentos premium. O projecto conta com a assinatura do atelier brasileiro Bernardes Arquitectura, conhecido pelos seus projectos ímpares. A promotora, que até agora tem actuado no eixo Cascais – Lisboa, prepara-se para expandir os seus investimentos ao Norte e à Costa Alentejana, e reforçar a aposta na hotelaria. Mas a conversa com Pedro Noronha Sanches, partner e CEO da Noronha Sanches, versou também sobre o modo de trabalho e sobre a importância de parcerias num mercado pouco habituado a isso.

    O “One Lush” é o vosso mais recente empreendimento. Este representa um investimento de quanto?
    O “One Lush” representa, de facto, o nosso mais recente e ambicioso lançamento no mercado. É um projecto de grande importância para a Noronha Sanches, com um investimento de 22 milhões de euros e um conjunto de 35 apartamentos que maximizam o aproveitamento do espaço e oferecem vistas espectaculares sobre a foz do rio Tejo. A localização em uma encosta já naturalmente “ajardinada” inspirou o nome Lush, pois quisemos realmente criar um ambiente verde e exuberante naquele local, valorizando a integração com a natureza.
    Cada apartamento foi projectado para oferecer uma experiência única, com jardins, varandas e terraços repletos de vegetação, proporcionando aos futuros residentes uma sensação de vida em uma casa — e, mais que isso, de férias permanentes. Mesmo estando a apenas 15 minutos de Lisboa, nosso objectivo é que os residentes possam desfrutar da atmosfera tranquila e de veraneio que Caxias oferece.

    A arquitectura que tem assinatura do atelier Bernardes é um “piscar de olhos” ao cliente de nacionalidade brasileira?
    Pessoalmente, depois de ter vivido em São Paulo, sempre admirei o trabalho do escritório Bernardes, não só pelo design marcante, mas também pela abordagem colaborativa e pela preocupação em reflectir a visão do promotor em cada traço do projecto. O Bernardes foi além do nosso briefing, criando um design que superou todas as expectativas. A sua habilidade de conciliar estética com funcionalidade e viabilidade comercial foi fundamental para o sucesso do projecto.
    A nossa escolha pelo Bernardes não se deveu unicamente ao perfil do cliente brasileiro — embora este seja um público relevante para nós, especialmente em Cascais — mas sim ao alinhamento com o conceito que queríamos para o One Lush. Acreditamos que este projecto tem um apelo especial para o público português, sobretudo porque estamos entre os primeiros a trazer um empreendimento novo e diferenciado para essa encosta.

    Para além do “One Lush” que empreendimentos têm neste momento em desenvolvimento?
    Actualmente, estamos a desenvolver oito projectos diversificados, que vão de pequenas unidades exclusivas a grandes empreendimentos de uso misto. Estes projectos variam em dimensão e conceito, desde edifícios com 1.500 m² e cinco unidades residenciais, a complexos de 40.000 m², com uso residencial e turístico.

    Pode adiantar um pouco sobre eles?
    Em Lisboa, estamos, por exemplo, a trabalhar em dois novos projectos: um novo hotel localizado no Príncipe Real, numa zona emblemática da cidade, e um projecto residencial na Calçada da Ajuda, composto por 14 apartamentos, este último em parceria. Já no Estoril, temos três empreendimentos em andamento: o Estoril Golfe Residences, desenvolvido em parceria com três sócios, localizado no campo de golfe do Estoril; um projecto de cinco unidades residenciais de luxo próximo à rotunda dos Condes de Barcelona; e um empreendimento turístico no Monte Estoril, com 87 apartamentos, que certamente enriquecerá a oferta na região.
    Embora tradicionalmente tenhamos focado em áreas mais próximas, este ano demos um passo estratégico ao iniciarmos o desenvolvimento de um projecto de grande escala em Vila Nova de Gaia, também em parceria. Este projecto de uso misto, que consideramos verdadeiramente que será único no país, representa uma aposta importante numa nova região, com um potencial incrível para contribuir positivamente para o município a nível de turismo e habitação.
    Essa resposta destaca a diversidade e a abrangência dos nossos projectos, realçando a visão estratégica da empresa para expandir a sua presença, se necessário, em novas regiões, mas sempre tendo como alvo, a ambição de segurar terrenos únicos e com potenciais de desenvolvimento para cada projeto, fora de série.

    Pedro Noronha Sanches, partner e CEO da Noronha Sanches

    Novos modelos, parcerias e o seu retorno

    O Marinha Prime está já concluído? Este foi um dos primeiros projectos que une residencial/resort. Como é que o mercado o recebeu?
    A empreitada do Marinha Prime está concluída em termos de construção, mas, como se trata de um projecto em operação, para nós continua a ser um “projecto on going”. É um empreendimento turístico com grande potencial e embora tenha sido um sucesso de vendas, tirámos aprendizagens valiosas deste modelo. Essas lições serão fundamentais para aplicarmos em futuros projectos semelhantes.

    Foi um projecto em parceria com a Habitat invest. Como é que esta parceria surgiu?
    A parceria com a Habitat surgiu de forma muito espontânea. Ambos estávamos num leilão pelo terreno e surgiu a possibilidade de desenvolvermos o projecto em conjunto. As duas equipas entreolharam-se e pensaram: “Porque não? Vamos a isso.” E assim foi! Hoje temos três projectos em conjunto, e as equipas envolvidas ajudam-se como se fossem uma só.
    É verdade que em Portugal existe uma tendência para se querer fazer tudo sozinho. Mas o nosso approach é o oposto. É certo que também realizamos muitos projectos individualmente, mas valorizamos os aspectos positivos das parcerias. A troca de informações, o partilhar de experiências e até a diluição de riscos são factores que, para nós, fazem todo o sentido. Entrar em parcerias é algo muito natural no nosso modelo de trabalho.

    A vossa actuação ao longo dos anos tem se centrado muito em Cascais, São Pedro, Estoril, algumas zonas nobres da Capital. O “Lush” leva-os até Caxias/Oeiras. Que avaliação fazem deste eixo da costa do Estoril e do seu desenvolvimento recente?
    Para nós, na Noronha Sanches, o atributo mais relevante num projeto é, sem dúvida, a localização, que anda lado a lado com a qualidade. Contudo, acreditamos que “localização” e “região” são conceitos diferentes. Gostamos de escolher projectos em localizações especiais, quase únicas. Essas características podem existir em diferentes regiões, seja no Porto, em Lisboa, Cascais ou Oeiras, entre outras. Ou seja, somos, de certa forma, agnósticos em relação à região em si, mas queremos localizações que sejam verdadeiramente distintivas e que permitam desenvolver projectos que não deixem as pessoas indiferentes, i.e., têm de provocar emoções nos nossos clientes.
    Temos, portanto, uma abordagem focada em exclusividade, independentemente da área específica. Um bom exemplo é a Costa Alentejana. Houve imenso buzz em torno dessa região nos últimos anos, mas, até agora, não tínhamos encontrado nenhum projeto que nos enchesse as medidas, dos que nos foram apresentados. Só agora estamos a olhar para essa área porque encontrámos um projeto com características realmente únicas e, se conseguirmos fazer passar na due dillience, avançamos sem receios. Todos os outros que vimos acabou por ficar na nossa pasta de estudos.

    Isso não se passa na Costa Estoril?
    Este cuidado com a selecção de terrenos é uma constante. Já chegámos a avaliar cerca de 80 terrenos antes de decidir por um. Felizmente, temos encontrado localizações que consideramos muito boas e muito exclusivas, sobretudo nos concelhos de Cascais e Lisboa, e agora também em Oeiras e Gaia. Continuamos à procura de lugares onde nos sintamos confiantes para arriscar, sempre com essa exigência máxima. Prefiro não investir, do que investir em algo que não esteja perfeitamente convencido que será um sucesso.
    O eixo da costa do Estoril continua a ser uma região extremamente atractiva, com vantagens claras como a proximidade ao mar, os campos de golfe e a proximidade da serra de Sintra, o que a torna muito procurada. Notamos que os preços estão a atingir valores cada vez mais elevados, o que acaba por seleccionar naturalmente o perfil de cliente, predominantemente estrangeiro.
    O município tem-se mostrado bastante atento, incentivando o desenvolvimento dos “produtos certos” nas várias zonas. Observamos um forte estímulo, especialmente nas áreas mais próximas do mar, onde privilegiam projectos de hotelaria de alto padrão e empreendimentos com um nível superior. Essa visão de apostar em qualidade tem sido essencial para manter a atractividade e exclusividade da região.

    Estratégia assente em localizações únicas

    Para que zonas/localidades olham hoje com atenção?
    Como mencionei anteriormente, o nosso foco é sempre na “localização única” que permita desenvolver projectos que não deixem as pessoas indiferentes, antes de nos fixarmos numa região específica. Obviamente, que nas regiões que conhecemos melhor, temos mais facilidade em reconhecer uma “localização única”, mas acaba por ser uma escolha muito pouco metódica, e muito mais intuitiva, temos verdadeiramente de nos imaginarmos num futuro projeto e que aquilo será algo distintivo para o cliente que quereremos trazer para ali. Depois terá de passar no crivo dos números e das diligências.
    O essencial para nós é que, ao olhar para o empreendimento, o cliente tenha aquela experiência de “wow”. E isso só é possível com um produto de elevada qualidade, situado numa localização especial.

    O segmento residencial (premium) continua atractivo do ponto de vista do investimento? Ou há aqui um virar para o segmento hoteleiro?
    Há, de facto, um grande desfasamento na oferta habitacional, abrangendo todos os segmentos – baixo, médio e alto. Por isso, apesar da carga fiscal elevada, que é particularmente pesada e mal aplicada no sector da promoção imobiliária, o segmento premium é onde conseguimos ter mais resiliência nos nossos investimentos crise.
    Por outro lado, apostar na venda emocional, é algo que nos tira um bocadinho das regras do mercado, que também é algo que nos estimula no desenvolvimento dos projectos.
    Portanto, para nós, o segmento premium continua a ser o mais atractivo a nível residencial.
    O turismo apresenta números extremamente promissores, com uma previsão de crescimento global de 70% no turismo de lazer até 2030. É certo que, com a mesma idade, tive a sorte de viajar muito mais do que o meu pai, e a tendência é que o meu filho viaje, com a minha idade, 10 vezes mais do que eu. Ou seja, a democratização e a competitividade do turismo vai estimular um crescimento muito grande. Assim, acreditamos que hotéis diferenciados, em localizações estratégicas, com operadores e marcas de excelência, representam negócios imobiliários muito líquidos e atractivos. São projectos que, sem dúvida, nos entusiasmam e nos quais estamos a apostar bastante.

    A alavancagem do PIP

    No início do ano criaram um fundo imobiliário – Premium Investments Portugal (PIP). Que investimentos estão a priorizar?
    Criámos o fundo para partilhar com investidores institucionais, clientes, família e amigos, sempre com o mesmo rigor, exigência e transparência de um modelo anglo-saxónico. É interessante porque alguns dos nossos clientes acabam por se tornar investidores e vice-versa, o que nos permite trocar muitas experiências. Esses investidores tornam-se amigos e recomendam-nos a outros, o que é muito gratificante.
    O fundo tornou-se, assim, o nosso principal parceiro de investimento nos projectos, permitindo que os nossos investidores evitem o chamado “cherry-picking” – não há um projecto mais vantajoso para a Noronha Sanches e outro para o fundo. Se o fundo tem liquidez para um projecto que está dentro do seu escopo, então entra nesse investimento, sempre.
    A maior parte do capital do fundo vem de investidores portugueses que conhecem bem o mercado e outros promotores, mas optaram por co-investir com a Noronha Sanches. Estruturámos o fundo com duas classes de investimento: uma destinada aos investidores de “primeira viagem”, mais conservadores, com uma taxa fixa máxima de 7% ao ano e um risco muito reduzido, e outra para investidores mais experientes, que procuram o risco/retorno característico dos investimentos imobiliários e turísticos, com um target na ordem dos 20% ao ano.

    Já atingiram os objectivos inicialmente traçados?
    Ainda não atingimos as metas de fund raising, pois o processo foi atrasado devido às indefinições em torno do golden visa e sofremos um pouco com a concorrência do último ano de SIFIDE. Por isso, ainda temos slots em aberto.
    O nosso grande motivo de orgulho reside no portefólio de investimentos. Achamos que temos um portefólio crescente, seguro, invejável. É um portefólio que traz tranquilidade aos nossos investidores, pois sabem que o seu capital está a ser bem aplicado, com perspectivas sólidas de retorno. Para nós, na Noronha Sanches, representa uma excelente oportunidade de continuar a criar produtos de grande qualidade para os nossos clientes.

    Como investidores e promotores imobiliários como avaliam o mercado português, e em concreto o segmento no qual actuam?
    Acreditamos que o mercado português continua dinâmico, embora já se sinta algum arrefecimento. Ainda assim, prevemos que os preços se mantenham ou até aumentem, enquanto o problema da oferta residencial não for resolvido. Actualmente, Portugal necessita de construir cerca de 70.000 casas por ano para equilibrar a balança, número que atingiu apenas há mais de dez anos. Actualmente, estamos a construir bem menos, cerca de 20.000.
    Conclui-se, portanto, que existe escassez em todos os segmentos. Os números mostram que a duplicação dos projectos actuais não seria suficiente. Existe uma falta de oferta em todos os segmentos – seja baixa, média ou alta – e, no final das contas, os promotores devem ser vistos como parte da solução para a crise habitacional. Se houver um ambiente propício e incentivos para que invistamos de forma mais proactiva nesse sentido, estou certo de que os promotores estarão dispostos a contribuir.
    Por outro lado, é sabido que a performance económica de um país está directamente ligada à variação de população nesse país. Se a nossa natalidade, não está em grande forma, acredito que o governo crie medidas tornem Portugal mais competitivo em termos de fiscalidade para estrangeiros e para portugueses que saíram em busca de melhores condições no estrangeiro e, também, para a atracção de investimento estrangeiro. Se esse cenário se concretizar, acredito que tanto o mercado de habitação, em todos os sectores, como o sector do turismo terão anos muito positivos pela frente.

    Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

    Manuela Sousa Guerreiro

    Mais artigos
    PUB

    Carlos Jesus, VP Global Service Delivery e Country Manager da Colt Tehnology Services

    Empresas

    “Portugal tem de trabalhar para não ser só um ponto de passagem”

    A presença da Colt em Portugal é “absolutamente estratégica e vital para o Grupo”, afirma Carlos Jesus, VP Global Service Delivery e Country Manager da Colt Tehnology Services no País. A transformação digital e as novas tecnologias que derivam do uso da Inteligência Artificial, do Machine Learning e da IoT, impulsionam a emergência da economia de dados. A posição geográfica do País coloca-o na rota dos principais cabos submarinos e ligações transatlânticas e internacionais, mas é preciso criar valor e ser mais do que um ponto de passagem

    A posição geográfica confere ao país um papel cada vez mais relevante no desenvolvimento das comunicações à escala global, quer porque possui vários centros de amarração dos cabos submarinos que garantem as comunicações da Europa com as Américas, a África e a Ásia, quer pelas rotas das comunicações terrestres que ligam a Península Ibérica ao Norte da Europa. “Portugal tem um papel fulcral na diversificação da conectividade e em evitar a saturação das redes de comunicações, afirmando-se como uma verdadeira porta de entrada para a Europa e uma via directa de acesso das empresas de todo o mundo a um mercado de mais de 750 milhões de potenciais consumidores”, afirma Carlos Jesus, VP Global Service Delivery e Country Manager da Colt Tehnology Services.
    Apostada no potencial do mercado a empresa já investiu mais de 115 milhões de euros em Portugal, mas Carlos Jesus deixa um alerta: “As redes e os cabos submarinos chegam ao nosso país, mas não param aqui, por isso Portugal tem de trabalhar para não ser só um ponto de passagem. Temos de conseguir transformar o país num ponto de passagem que crie valor cá, e esse é um grande desafio”, afirma em entrevista ao CONSTRUIR

    Como é que a presença da COLT em Portugal se compara a outros países da Europa?
    A presença da Colt em Portugal está intimamente relacionada com a localização estratégica do país. Este aspeto tem um peso maior do que o negócio do mercado nacional em si no nosso contexto de Grupo internacional, sobretudo tendo em conta que no centro da Europa há economias com maior escala. No entanto, a presença da Colt em Portugal é absolutamente estratégica e vital para o Grupo, em particular no contexto da transformação digital e das novas tecnologias de ponta – como a IA, o Machine Learning e a IoT, que impulsionam a emergência da economia dos dados e da relevância dos cabos submarinos/ligações transatlânticas e internacionais, bem como da criação de muitos e novos centros de dados. Esta é uma região que tem uma potencialidade de crescimento percentual superior e mais acelerada face a outras do centro da Europa, onde existem mercados mais maduros, mas que, por isso mesmo, estão mais saturados.
    No contexto global da Colt, a operação portuguesa destaca-se igualmente pelos seus 3 centros de competência, que já empregam cerca de 130 pessoas, e que prestam serviços para todo o Grupo. E, nesta vertente, Portugal tem uma grande preponderância na estrutura do Grupo a nível europeu. A subsidiária portuguesa tem mesmo registado níveis de crescimento muito acentuados, contribuindo de forma sustentada para os objetivos de crescimento do Grupo, maximizando a posição de Portugal enquanto hub estratégico de comunicações à escala global e ponto nevrálgico de ligação entre os vários continentes.

    A rápida evolução do mercado português é explicada por que factores?
    Do ponto de vista das comunicações temos duas componentes. Por um lado, a localização, que é importante e os cabos submarinos neste contexto têm um peso muito expressivo. Há toda uma história do nosso país no que diz respeito aos cabos submarinos e que agora se está a tornar mais preponderante e visível. O significativo aumento do investimento para a criação de novos centros de dados em Portugal está intrinsecamente relacionado com a questão dos cabos submarinos.
    Mas há uma segunda componente, igualmente relevante, que tem a ver com os centros de competência na vertente do talento humano, da cultura, e da flexibilidade. Aspetos que são importantes e que contribuem para tornar o nosso país muito aliciante no que diz respeito aos serviços de nearshore. Mas nem tudo é localização. Portugal tem talento altamente qualificado e com o plus de ter facilidade de aprender e falar outras línguas e uma excelente infraestrutura de comunicações. É a conjugação de todos estes aspetos que está a criar oportunidades de negócio e de crescimento novas no contexto das comunicações e das tecnologias.
    Um estudo recente da EY (EY Investment Monitor) identifica Portugal como o sétimo destino mais atractivo da Europa para investimento, referindo que entre 2019 e 2023 o número de projectos cresceu 40% no nosso país, enquanto Espanha registou uma redução de 38%. Isto mostra a atractividade de Portugal, mas temos de continuar a trabalhar para mantermos uma posição de liderança nesta área.

    Colocar Portugal no mapa das comunicações internacionais

    Acabam de anunciar novo investimento, creio que isso é sintomático do potencial de crescimento do mercado. Quais as vossas expectativas para os próximos anos?
    A expectativa é de continuarmos a crescer, tanto do ponto de vista económico, como das pessoas/talento em Portugal. Para isso, iremos continuar a investir nas infraestruturas que temos, na ligação de mais centros de dados, de mais ligações a estações de cabos submarinos, reforçando e criando novas rotas nas ligações internacionais. Por outro lado, continuaremos a reforçar a presença da Colt Portugal no contexto do Grupo. Alinhados com este propósito, acabámos de investir mais um milhão de euros no nosso país para ligar mais dois data centres à nossa rede e para trazermos a primeira interligação internacional (PoP) de nível de topo (Tier1) ao mercado nacional – o Global IP Transit Backbone and Services e que capacita Portugal com o primeiro ponto de entrada directo à rede Tier1 de IP Transit, que é a principal a nível mundial, posicionando Portugal ao nível de outros grandes pontos de interligação à escala internacional. A Colt já tem um investimento de mais de 115 milhões de Euros em Portugal, onde liga agora um total de 15 data centers, dispõe de 3 centros de competência, 2 Redes de área Metropolitana (MAN – Lisboa e Porto), 830 km de rede de fibra ótica, e disponibiliza também 1.700km adicionais de rede de longa distância através da sua IQ Network, ligando mais de 777 edifícios e 8 parques industriais em Lisboa, Porto, Oeiras, Sintra, Vila Nova de Gaia e Maia, com o objectivo de apoiar as organizações e as empresas nas suas jornadas de transformação digital.

    Quais são os principais sectores que utilizam os serviços da Colt em Portugal?
    Trabalhamos com todos os sectores de actividade. Historicamente a banca e os serviços financeiros (mercados capitais, seguradoras, etc.), com quem temos grande ligação pelo início do nosso negócio na City de Londres, continua a ser muito forte. Mas trabalhamos com todos os outros sectores desde a indústria, saúde, energia, tecnologias de informação, até aos outros operadores de telecomunicações, etc. O leque de clientes da Colt que já era amplo, com a aquisição da Lumen, que fizemos no ano passado e graças à qual nos transformamos na maior empresa de infraestruturas digitais B2B da Europa, foi ainda mais reforçado e isso inclui também a nossa operação em Portugal.

    Quais são os vossos principais concorrentes e quais as vossas vantagens competitivas?
    Em Portugal, e quando as comunicações são ao nível nacional, naturalmente os operadores de comunicações nacionais. No entanto, a Colt em Portugal posiciona-se mais como um parceiro dos operadores nacionais a nível das comunicações internacionais, ajudando-os a fazerem estas ligações que não possuem, do que como um concorrente. Uma das grandes vantagens competitivas da Colt está nas ligações internacionais a todos os países onde estamos e os operadores nacionais não têm este alcance. Daí trabalharmos em estreita parceira com os operadores de comunicações nacionais. O nosso trabalho passa mais por soluções e produtos que já temos, implementamos e trabalhamos a nível internacional e trazemos esse know-how para o mercado nacional para ajudarmos as empresas portuguesas.

    “Smart building” e “smart manufacturing” estão por desenvolver

    Qual o impacto da tecnologia 5G em Portugal na vossa actividade?
    As redes de 5G, pelo consumo de dados que vão ter e pelas aplicações que vão suportar, são uma oportunidade de negócio acrescido. Os dados têm de embocar nalguma rede de comunicações de fibra ótica que seja fiável e capaz de suportar todo este crescimento. Do ponto de vista geral, isto é uma oportunidade nomeadamente para implementarmos mais redes de fibra ótica. Mas em Portugal não tanto, porque o nosso país está bastante mais avançado a nível das redes de fibra ótica do que outros, dada a grande massificação que já temos e que começou mais cedo. Nas outras cidades europeias, onde este processo está mais atrasado, existe sim uma oportunidade de negócio e crescimento acrescido. Também estamos envolvidos em estudos de caso de criação de redes 5G privadas que podem ter um papel significativo em áreas como o “smart building” e o “smart manufacturing”. São segmentos que ainda estão por desenvolver em Portugal, e onde podemos contribuir significativamente com o nosso know how e experiência.
    Consideramos que o grande consumo de dados será em comunicações de e para centros de dados, desde logo porque as aplicações do 5G estão num centro de dados algures. Isto significa que iremos ter um crescimento mais acentuado a nível das necessidades de fibra ótica no contexto das comunicações de e para centros de dados. Ao ligarmos mais estes dois novos centros de dados em Portugal, fortalecemos a nossa posição num mercado que se espera venha a crescer 6.02% (CAGR) no nosso país até 2027, segundo um estudo recente da Arizton. A dimensão do mercado de centros de dados em Portugal foi recentemente avaliada em 931,2 milhões de dólares e deverá atingir os 1,3 mil milhões de dólares até 2027.

    Acredito que o mercado português não seja só facilidades. Quais os principais desafios e de que forma os abordaram?
    Actualmente existem mais de 400 cabos submarinos em serviço em todo o mundo. Até 2025, serão adicionados mais 45 cabos. Se tivermos em conta que, a par disto, os investimentos em infraestrutura de banda larga e digitais têm sido muito intensos no nosso país e que nos últimos 10 anos, a economia digital do país tem registado um crescimento sem precedentes, é fácil compreender que desfrutamos de uma oportunidade única para fomentarmos o investimento em centros de dados, serviços de cloud e de edge computing – as tecnologias do futuro. O grande desafio tem a ver com a materialização de todo este potencial.
    As redes e os cabos submarinos chegam ao nosso país, mas não param aqui, por isso Portugal tem de trabalhar para não ser só um ponto de passagem. Temos de conseguir transformar o país num ponto de passagem que crie valor cá, e esse é um grande desafio. Por outro lado, precisamos de desenvolver os centros de competência. É preciso continuar a criar as condições para prosseguirmos com o desenvolvimento de talento e das condições para o retermos, porque ele é raro. Se não o fizermos, vai aparecer outro local qualquer e perdemos a oportunidade.
    É preciso vontade e estratégias políticas nacionais que ajudem a que isto aconteça de uma forma estruturada e ao longo do tempo, sem disrupções. Esta tem de ser uma causa verdadeiramente nacional que tem de ser trabalhada a médio e longo prazo, desde logo porque é uma vantagem competitiva que não podemos perder. Na mesma linha, é preciso simplificar processos, agilizar a regulação e os acessos aos financiamentos e continuar a investir a mostrarmos e divulgarmos o que fazemos.

    Quais os mercados em que a Colt está que são mais promissores e desafiantes em termos de crescimento?
    Há uma Europa central/norte que está mais madura e onde há oportunidades de crescimento, mas são menores, quando comparamos com o mercado ibérico que é muito promissor do ponto de vista de percentagem de crescimento. O mesmo se passa com o mercado asiático. Importa ainda sublinhar, que a Colt mantem uma estratégia de investimento em todos os países onde está presente, desde logo porque a inovação, as melhorias da rede e das nossas infraestruturas têm de ser contínuas. Só dessa forma poderemos cumprir o nosso propósito de assegurarmos comunicações de excelência à escala global.

    Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

    Manuela Sousa Guerreiro

    Mais artigos
    PUB
    Construção

    Azores Retail Park representa um investimento de 40M€

    É um dos maiores investimentos privados na região de Ponta Delgada, o empreendimento da Sapore, empresa do universo Vigent Group, inclui a criação de 11 unidades comerciais e 800 lugares de estacionamento, somando um total de 15 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL). O desenvolvimento e comercialização do projecto está a cargo da Retail Mind

    CONSTRUIR

    Avançou a construção do Azores Retail Park, um investimento, no valor de 40 milhões de euros, promovido pela Sapore, empresa do Vigent Group, um grupo empresarial português com origem na actividade metalomecânica, mas que, ao longo dos anos, diversificou a sua actuação, abrangendo sectores como a indústria do mar e o imobiliário.

    A cerimónia de lançamento da primeira pedra do Azores Retail Park realizou-se esta sexta-feira, dia 22 de Novembro, assinalou o arranque das obras deste projecto da Sapore, que reforçará a oferta comercial em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel. Reflexo de um dos maiores investimentos privado português na região, o Azores Retail Park será desenvolvido numa área de 44 mil metros quadrados, com uma área bruta de construção de 18 mil metros quadrados. O projecto inclui a criação de 11 unidades comerciais e 800 lugares de estacionamento, somando um total de 15 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL), consolidando-se como uma das mais ambiciosas infraestruturas comerciais e um motor chave para o crescimento económico e dinamização do comércio local.

    O Azores Retail Park soma-se ao vasto leque de activos sob gestão da Sapore. A empresa conta com um portefólio de imóveis para arrendamento e projectos para promoção que inclui serviços, hotelaria, indústria e comércio, com mais de 80 mil metros quadrados em activos de rendimento e 50 mil de projectos em desenvolvimento.

    “Ao iniciarmos este projecto, estamos a dar um passo importante no desenvolvimento de Ponta Delgada. O Azores Retail Park não será apenas um espaço de retalho moderno, mas um novo propulsor económico para a ilha, que gerará emprego, (cerca de 200 postos de trabalho em obra e de 550 directos e indirectos em fase de operação), e promoverá o crescimento sustentável do sector comercial”, afirmou Sérgio Silva, CEO do Vigent Group.

    O Azores Retail Park será composto por 11 unidades comerciais, oferecendo uma gama diversificada de marcas, produtos e serviços para responder à crescente procura por espaços de retalho modernos e convenientes. O espaço, já comercializado a 100%, contará com marcas como Continente, Worten, Sport Zone e Espaço Casa, para além de outras que estarão pela primeira vez representadas na Região Autónoma, como FNAC, Fábrica dos Óculos, JYSK, além de uma farmácia, assegurando uma proposta comercial alinhada com as necessidades do mercado local e garantindo uma experiência de compra completa e adaptada às preferências da região.

    “O Azores Retail Park demonstra, uma vez mais, que os Açores são uma verdadeira Região de Oportunidades, complementando a vasta oferta comercial existente e criando novas dinâmicas de investimento. Este projecto representa um importante contributo para a criação de riqueza, geradora de emprego e oportunidades, reforçando o nosso compromisso com o desenvolvimento económico sustentável da Região. Iniciativas como esta são essenciais para consolidar os Açores como uma Região que valoriza o empreendedorismo, promove o progresso e fortalece a sua posição no panorama nacional e internacional”, afirmou o Presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro que marcou presença na cerimónia.

    O desenvolvimento e comercialização do projecto está a cargo da Retail Mind, em parceria com a Sapore. “A nossa visão é oferecer à região um espaço que combine qualidade, inovação e conveniência para todos os consumidores. O Azores Retail Park, que representa o culminar de vários anos de trabalho e dedicação, terá um impacto significativo na região, desde logo pela criação de emprego e igualmente pela diversificação e dinamização do comércio regional, graças a diversos ‘market entries’”, salienta Vítor Rocha, CEO da gestora e consultora ibérica especialista em retalho.

    Sobre o autorCONSTRUIR

    CONSTRUIR

    Mais artigos
    PUB
    Construção

    “C2Ø Construction to Zero” lança plano de acção para descarbonização do sector

    A PTPC e a ATIC organizam conferência de abertura do C2Ø Construction to Zero, o roteiro de descarbonização para a fileira da construção e actividades industriais associadas

    CONSTRUIR

    A conferência de abertura do C2Ø Construction to Zero, o roteiro de descarbonização para a fileira da construção e actividades industriais associadas, terá lugar dia 26 de Novembro, no Porto.

    O projecto, desenvolvido em conjunto pela Plataforma Tecnológica Portuguesa da Construção, PTPC, e pela Associação Técnica da Indústria do Cimento, ATIC, tem por objectivo O C2Ø – Construction to Zero tem como ambição ser um projeto estratégico “para Portugal atingir as metas traçadas para 2050, recorrendo a sinergias dentro do sector da construção entre indústrias específicas; fabricação de outras obras de carpintaria para a construção; fabricação de produtos de betão para a construção; fabricação de betão pronto; fabricação de argamassas; e fabricação de misturas betuminosas “.

    Nesta conferência de abertura serão apresentados publicamente os seus objectivos, áreas de abrangência e resultados iniciais de diagnóstico, assim como o detalhe das acções que irão ser colocadas em prática e os elementos a serem disponibilizados à indústria da construção, e que contribuirão para a sua descarbonização.
    Este roteiro tem o co-financiamento da União Europeia, NextGenerationEU, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência.
    A participação é gratuita, mas sujeita a inscrição.

     

    Sobre o autorCONSTRUIR

    CONSTRUIR

    Mais artigos
    PUB
    Imobiliário

    64% dos edifícios de escritórios da Grande Lisboa “em risco de se tornarem obsoletos em 2030”

    Em Lisboa, o CBD (zona 2) e as Novas Zonas de Escritórios (zona 3) estão sob maior pressão, seguidos pelo Prime CBD (zona 1). Além disso, o aumento da procura de edifícios de escritórios de maior qualidade continua a impulsionar a actividade de desenvolvimento, estando previsto a conclusão de mais 195 mil m2 até 2028

    CONSTRUIR
    tagsC&W

    O risco do parque de escritórios se tornar obsoleto devido a um conjunto de factores, entre os quais a legislação climática, está a aumentar, com activos em várias grandes cidades da Europa Ocidental a enfrentarem desafios significativos nos próximos cinco anos.

    De acordo relatório Rethinking European Offices 203, da Cushman & Wakefield, até 2030 estima-se que mais de 170 milhões de metros quadrados (m2) do parque edificado de escritórios, de construção anterior a 2004 e sem intervenção significativa desde então, esteja em risco de obsolescência em 16 cidades europeias.

    Das 16 cidades analisadas, há uma distinção entre a Europa Oriental, com stock mais recente e a Europa Ocidental, com um risco de obsolescência mais elevado. Ainda assim, nas sete principais cidades (Milão, Barcelona, Estocolmo, Paris, Madrid, Amsterdão e Londres) o risco do stock se tornar obsoleto é de cerca de 80%, ao passo que em Munique (60%), Dublin (64%), Lisboa (64%) e Berlim (65%) o stock apresenta riscos relativamente mais baixos, reflectindo uma proporção relativamente mais elevada de parque desenvolvido nas últimas duas décadas.

    Na Europa de Leste (Budapeste, Praga e Varsóvia) a quota do stock de escritórios em risco é mais baixa, com uma média de apenas 43%, o que significa que grande parte do património edificado nesta região foi construído nas últimas duas décadas, em contraste com os mercados ocidentais, onde menos de um quinto do stock foi desenvolvido durante este período.

    Na Grande Lisboa, a estimativa é que, até 2030, 2,86 milhões de m² do parque de escritórios esteja em risco de se tornarem obsoletos. O CBD (zona 2) e as Novas Zonas de Escritórios (zona 3) estão sob maior pressão, seguidos pelo Prime CBD (zona 1). Além disso, o aumento da procura de edifícios de escritórios de maior qualidade continua a impulsionar a actividade de desenvolvimento. A oferta futura em construção é actualmente de 234.400 m², estando prevista a conclusão de mais 195.000 m² até 2028. Em termos globais, isto significa que, nos próximos quatro anos, haverá 429.000 m² de novos espaços de escritórios a entrar no mercado.

    “O afluxo de novos projectos representa um risco acrescido para os edifícios de escritórios mais antigos, que podem ter dificuldades em competir. A forte procura pelos melhores espaços e as rendas prime que estes espaços podem alcançar são fatores-chave que contribuem para esta tendência”, comenta Pedro Salema Garção, head of Offices da Cushman & Wakefield em Portugal.

    Também Isabel Simões Correia, head of Business Development, considera que o “reposicionamento é provavelmente a melhor solução para as localizações no centro da cidade. No que toca a reconversão, a hotelaria e a habitação tendem a ser os usos alternativos predominantes nestas zonas”. Além disso, “os valores de renda mais baixos dos escritórios face a estas opções e as taxas de desocupação mais elevadas podem fazer com que a reconversão dos ativos nestas localizações seja a estratégia vencedora”, acrescenta.

    Sobre o autorCONSTRUIR

    CONSTRUIR

    Mais artigos
    PUB

    Imagem 3D @Saraiva + Associados

    Imobiliário

    Fidelidade inicia em breve a comercialização do projecto ‘EntreCampos’

    Com as obras já a decorrer, iniciará em breve a fase de comercialização de retalho e habitação. No seu conjunto, o EntreCampos inclui sete edifícios de escritórios e três edifícios residenciais, vários espaços comerciais, de restauração e de lazer ao ar livre, integrados em 17 mil metros quadrados (m2) de espaços verdes e públicos

    CONSTRUIR

    O projecto imobiliário EntreCampos, um dos maiores e mais esperados empreendimentos que a cidade de Lisboa conheceu nas últimas décadas, já tem as obras em curso e iniciará em breve a fase de comercialização de retalho e habitação.

    Segundo a promotora, a Fidelidade Property, este projecto abrirá um “novo capítulo” na comunidade da zona envolvente, transformando-a num “centro vibrante” de vida, comércio, lazer e trabalho.

    “EntreCampos será uma referência mundial em termos de inovação, design e sustentabilidade, e trará uma nova centralidade a Lisboa: redefinirá o coração da cidade, tornando-se o novo epicentro do Central Business District”, resume Miguel Santana, administrador da Fidelidade Property.

    No seu conjunto, o EntreCampos inclui sete edifícios de escritórios e três edifícios residenciais, interligados por um conjunto inovador de espaços comerciais, de restauração e de lazer ao ar livre, integrados em 17 mil metros quadrados (m2) de espaços verdes e públicos.

    A componente de retalho inclui 24 mil m2 distribuídos por dois pisos, com 75 lojas, concebidas para criar um inovador destino de compras e lazer. O espaço comercial foi idealizado com um conceito de rua, cruzando lojas emblemáticas, estabelecimentos de restauração requintados e uma zona central de restauração.

    Desde o primeiro esboço, o conceito de EntreCampos foi desenvolvido com o objectivo de estar “aberto à cidade e aos cidadãos” sete dias por semana, de manhã à noite, reunindo uma oferta única e diversificada. “Será um novo bairro vibrante e dinâmico, que oferece o que há de mais vanguardista em termos de lazer, cultura, gastronomia e retalho num único espaço”, acrescenta Miguel Santana.

    O projecto conta com a participação de alguns dos mais conceituados gabinetes de arquitectura mundiais, nomeadamente a Gensler e a KFC, em colaboração com os gabinetes locais Promontório e Saraiva e Associados. Os edifícios residenciais são da autoria dos arquitectos portugueses vencedores do Prémio Pritzker, Siza Vieira e Souto de Moura, juntamente com a arquitecta Ana Costa.

    Além de se localizar junto a um dos maiores interfaces de transportes públicos da cidade, onde se juntam o metro, comboio e autocarros, o bairro terá um acréscimo de cerca de dois mil lugares de estacionamento público e privado a juntar aos já existentes e um vasto leque de soluções de mobilidade ligeira, como uma extensa rede de ciclovias.

    Na área da sustentabilidade, EntreCampos será também uma referência nos critérios ESG. Exemplo disso é o facto de o projecto ter já recebido índices de certificação únicos em Portugal, como a certificação LEED Neighborhood Gold, atribuída pela primeira vez no país, e que avalia a eficiência energética do projecto como um todo e o WiredScore Neighborhood, também atribuído pela primeira vez a um projecto na Europa Continental e que mede o índice tecnológico do projecto.

    Depois de já ter sido revelado pelos arquitectos KFC na feira de imobiliário, Expo Real, na Alemanha,  vai agora ser apresentado pelos promotores no Mapic, em Cannes.

    Sobre o autorCONSTRUIR

    CONSTRUIR

    Mais artigos
    PUB
    Construção

    “Este é o momento de agir com um sentido de Estado, criando condições fiscais favoráveis para o mercado da habitação”

    Em entrevista ao CONSTRUIR, o presidente da Confederação da Construção e do Imobiliário passa revista ao ano de 2024 na actividade do Sector e fala dos vários assuntos pendentes que, no entender de Reis Campos, é urgente resolver. O também presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas explica que muitas das medidas que são apresentadas como fundamentais para, por exemplo, dar resposta ao problema da Habitação, requerem medidas de apoio ao tecido empresarial

    Ricardo Batista

    Reis Campos aponta um conjunto de virtudes plasmadas no documento geral do Orçamento de Estado do próximo ano, mas não ignora que fica aquém no que respeita às alterações fiscais necessárias para enfrentar os desafios do sector da construção. Este e outros temas numa extensa conversa com o CONSTRUIR

    Muito ainda estará para acontecer até ao final de 2024, mas do que é possível apurar até agora, que balanço é possível fazer do ano que está a terminar na área da Construção?
    O balanço de 2024 para o sector da construção e do imobiliário é, até ao momento, globalmente positivo, apesar dos desafios enfrentados ao longo do ano. Recorde-se que, este ano iniciou com incertezas significativas quanto à evolução da conjuntura internacional, da inflação e das taxas de juro, além de um contexto de eleições legislativas. Ainda assim, o sector mostrou resiliência e conseguiu manter um bom desempenho em diversos segmentos.
    As estimativas para o valor bruto da produção do sector da construção, elaboradas no início do ano, apontavam para um crescimento de 3% em 2024, e tudo indica que esses números poderão ser alcançados, reflectindo uma evolução positiva impulsionada pelo aumento do investimento público.
    Com efeito, os principais indicadores do mercado das obras públicas têm registado crescimentos significativos. Os concursos de empreitadas de obras públicas promovidos até Setembro alcançaram um valor total de 6.532 milhões de euros, um aumento expressivo de 37% em relação ao ano anterior. Os contratos de empreitadas de obras públicas celebrados também registaram um expressivo aumento para 3.218 milhões de euros, um acréscimo de 39%, o que reforça a dinâmica positiva deste segmento.
    No crédito à habitação, apesar do nível ainda elevado das taxas de juro, que pressionou as famílias, o acesso ao crédito manteve-se activo registando-se um aumento homólogo de 34,7%, até Setembro. Contudo, importa referir que se registou uma ligeira contracção de 0,6% nas licenças emitidas e uma redução de 3,2% no número de fogos licenciados para novas construções até Agosto, totalizando 21.329 alojamentos. Esta retracção reflecte uma certa cautela no investimento privado em habitação.

    O Governo reconheceu, pela voz do ministro Castro Almeida, que “com os meios que temos actualmente em Portugal, aparentemente não vai ser possível executar tudo dentro do prazo”, nomeadamente a necessidade de resposta ao PRR. Esta é uma matéria que há muito tem sido alertada pelos agentes do sector. Nesta fase, mesmo com alterações ao nível das políticas de imigração, não estaremos já a correr atrás do prejuízo?
    A execução do PRR, apresenta um atraso considerável, em particular na componente habitação onde apresenta uma taxa financeira de apenas 20%, o que tendo em consideração o tempo necessário à construção de um edifício, reforça as preocupações sobre a capacidade de Portugal cumprir os prazos acordados. De realçar que o PRR prevê a construção de 26 mil casas já até 2026, que são essenciais na resposta do Estado ao problema da habitação, em particular aos segmentos da população economicamente mais vulneráveis.

    O que deve ser prioritário neste momento?
    É urgente acelerar e simplificar todos os procedimentos associados à contratação pública, uma melhor adequação dos valores base dos concursos à realidade do mercado, além do necessário reforço técnico nas entidades responsáveis, de modo a agilizar as adjudicações e garantir o avanço nas obras.
    A falta de mão de obra é, de facto, um desafio adicional que pode comprometer a execução dos projectos, pelo que se defende a aplicação de medidas estruturais, designadamente de incentivo à formação profissional, e conjunturais mais focadas na contratação de trabalhadores estrangeiros.
    Deste modo, é necessário reforçar a ligação entre o ensino, a formação profissional e o Mundo empresarial, de modo a alinhar as reais necessidades das empresas com a oferta formativa, aproveitando de forma mais eficiente os centros de formação de excelência, como o CICCOPN e o CENFIC, que estão capacitados para formar trabalhadores para o Sector da Construção, tanto nas artes tradicionais quanto nas novas qualificações exigidas pelos novos processos e sistemas construtivos emergentes.
    Relativamente à contratação de estrangeiros, que são essenciais para uma resposta mais imediata ao problema da escassez de mão-de-obra, considera-se que são necessárias políticas de imigração direccionadas para as reais necessidades das empresas, que permitam ao país captar, de forma eficiente, os recursos humanos necessários. Neste sentido, a AICCOPN propôs a criação de uma “via verde para empresas” no âmbito da admissão de trabalhadores estrangeiros, uma medida que desburocratize e agilize os processos de legalização, especialmente para as empresas que necessitam de grandes volumes de mão-de-obra. Outro ponto essencial é a introdução de mecanismos de pré-autorização de residência para trabalhadores estrangeiros com uma oferta de emprego já garantida, o que possibilitaria a estes profissionais a possibilidade de iniciarem as suas actividades, enquanto o processo de visto e a emissão dos documentos necessários estivessem em curso, acelerando assim a sua integração, entre outras medidas.

    Recentemente, a secretária de Estado da Habitação defendeu que o combate ao flagelo da habitação passa por “pensar em construir em escala bem, depressa e barato”, sem comprometer a qualidade. Se o pensamento fosse tão linear, já teria sido feito. O que impede que aquele raciocínio tenha efeitos práticos?
    O objectivo de construir “bem, depressa e barato”, embora desejável por todos, raramente é alcançado. Este ideal esbarra, por um lado, na necessidade de garantir a qualidade e durabilidade das construções, que exigem tempo e atenção aos detalhes, e, por outro, na pressão de reduzir custos num sector em que o aumento dos preços das matérias-primas, da energia e dos materiais de construção, somado aos elevados impostos, dificulta a contenção de despesas. Além disso, a burocracia ainda existente no licenciamento e a escassez de mão de obra qualificada tornam o processo mais lento e oneroso, dificultando uma resposta rápida à crise habitacional.
    Neste contexto, é importante destacar que a adopção de uma construção mais industrializada, através de métodos como a construção off-site e modular, que permite um processo construtivo mais célere e eficiente, requer das empresas investimentos substanciais em pesquisa e desenvolvimento. Embora já existam bons exemplos em Portugal, esta abordagem inovadora ainda não está suficientemente disseminada para gerar um impacto significativo na resposta à limitada oferta habitacional no país. Deste modo, defende-se que, para que a implementação em larga escala dessas inovações se torne realidade, são necessários apoios específicos, particularmente para as PME’s do sector, de forma a garantir que estas possam acompanhar a transformação e contribuir para uma resposta mais célere ao problema da escassez de oferta habitacional no mercado.

    A alteração ao regime jurídico de gestão territorial, de forma a transformar terrenos rústicos em urbanos, desde que sirvam para construir habitação acessível ou a custos controlados, vai ter, a seu ver, efeitos práticos?
    A alteração ao regime jurídico de gestão territorial, que permite a transformação de terrenos rústicos em urbanos para a construção de habitação acessível ou a custos controlados, juntamente com a disponibilização de imóveis devolutos ou subutilizados do Estado para o mesmo fim, são medidas importantes para aumentar a oferta de habitação. Contudo para contrariar a evolução dos preços da habitação, é fundamental que sejam acompanhadas de incentivos adequados que promovam e incentivem o investimento. Como tenho reiterado, é imprescindível apoiar os investidores, criando linhas de financiamento específicas e estabelecendo um quadro fiscal mais favorável, com ajustes nos impostos que incidem sobre a construção e o imobiliário (IMI, AIMI, IMT e IVA).

    Que sinal é possível retirar do facto de, olhando para o consórcio envolvido no primeiro troço da Linha de Alta-Velocidade, vermos um conjunto alargado de empresas portuguesas. Estarão as empreitadas a ser lançadas mais à medida do sector empresarial nacional ou é sinal de que as empresas voltaram a reunir capacidades técnicas (perdidas em muitos casos nos anos a troika, pandemia…) suficientes para abraçar estes grandes projectos?
    A presença de um conjunto alargado de empresas portuguesas no consórcio ao qual foi adjudicado o contrato para a concessão do primeiro troço da alta velocidade entre Porto e Oiã reflecte a capacidade do sector de construção nacional para executar projectos de grande escala e elevada complexidade. Este facto demonstra que as empresas em Portugal dispõem das infraestruturas, dos equipamentos e do know-how necessários para responder a desafios exigentes, evidenciando a resiliência e adaptabilidade do sector, que se reergueu, apesar de todas as dificuldades e constrangimentos que atravessou.
    Neste contexto, importa realçar que as grandes construtoras portuguesas competem ao nível europeu, investindo em inovação e especialização técnica, o que lhes permite acompanhar as exigências de projectos de infraestrutura de grande dimensão. Esse sucesso reforça a confiança no sector e pode servir de incentivo para continuar a desenvolver o talento e a tecnologia necessários para manter esta posição, tanto em projectos nacionais quanto internacionais, impulsionando o sector para uma nova fase de crescimento e competitividade.

    Em que ponto está a elaboração do Código da Construção, um processo que foi anunciado no final do ano passado? Quais devem, no seu entender, ser as prioridades deste trabalho?
    A elaboração do Código da Construção é uma necessidade há muito reconhecida e reclamada pelo Sector e pela sociedade em geral, pelo que não poderá ficar adiada ou comprometida por qualquer alteração de natureza política ou outra. Exige-se, pois, o empenhamento e o esforço de todos os intervenientes neste processo, e não só das diversas áreas governativas do Estado, para que seja desenvolvido e continuado este importante trabalho, no mais curto espaço de tempo possível.
    Primeiramente deverá ser identificada a legislação e regulamentação aplicável que irá ser abrangida, bem como aquela que deverá ser objecto de alteração/actualização, tarefa que, creio, já estará em curso. De igual modo, deverá ser desenhada e estabilizada a estrutura do Código da Construção com os contributos do Sector, das Ordens Profissionais e das Universidades.

    O que destaca do que se sabe, até ao momento, do Orçamento de Estado, aprovado na generalidade no Parlamento? O IVA na Construção desce, mas “nas empreitadas de construção de imóveis de habitações económicas ou de habitações de custos controlados”. Para quem pugnada por mexidas urgentes nesta política fiscal, é suficiente?
    O Orçamento do Estado para 2025, aprovado na generalidade, marca alguns avanços importantes, mas, na perspectiva da AICCOPN, ainda fica aquém no que diz respeito às alterações fiscais necessárias para enfrentar os desafios do sector da construção e, em particular, para dar uma resposta efectiva à crise habitacional.
    A autorização legislativa para redução da taxa de IVA na construção e reabilitação de habitação incluída no OE’25 é, sem dúvida, um avanço positivo. No entanto, persistem incertezas significativas sobre o seu alcance e a data concreta para a sua aplicação, o que dificulta o planeamento a médio prazo das empresas do sector, pelo que se considera urgente uma definição clara da sua extensão e um calendário de implementação. O país precisa de respostas rápidas e abrangentes para aumentar a oferta habitacional e combater a crise no sector.
    Para além da questão do IVA, considera-se que o OE’25 devia ser um verdadeiro instrumento de transformação, capaz de impulsionar o investimento público e privado. A execução do PRR, como todos sabemos, está atrasada, sobretudo na área das infraestruturas e da habitação, onde é crucial acelerar a construção das 26 mil habitações previstas até 2026, de modo a contribuir para aliviar a pressão sobre o mercado e enfrentar a escassez habitacional, que afecta directamente as famílias e a economia.
    Adicionalmente, é essencial que o Orçamento vá além da medida do IVA e elimine outros impostos que penalizam o custo final dos imóveis, como o AIMI e o IMI sobre o stock de imóveis destinados à venda. Estes encargos, juntamente com outros impostos como o IMT, Selo, IRC e IRS, a que acrescem custos indirectos, criam uma elevada carga fiscal para o sector e dificultam o aumento da oferta habitacional.
    Este é o momento de agir com um sentido de Estado, criando condições fiscais favoráveis para o mercado da habitação. Com uma resposta robusta de todas as partes envolvidas — Governo, autarquias e outras entidades — é possível criar um ambiente de incentivo ao investimento e dar um passo concreto em direcção a um futuro mais acessível para as famílias e mais competitivo para o sector e para o país.

     

     

    Sobre o autorRicardo Batista

    Ricardo Batista

    Director Editorial
    Mais artigos
    PUB

    Avelino Oliveira, presidente da Ordem dos Arquitectos

    Arquitectura

    Recuo do IVA a 6% na construção para habitação

    Ordem dos Arquitectos lamenta recuo na aplicação da taxa reduzida de IVA aos projectos de construção e critica restrições da União Europeia

    CONSTRUIR

    Em comunicado enviado às redacções a Ordem dos Arquitectos manifesta o seu descontentamento com o anúncio de que a proposta do Governo, inserida no Orçamento de Estado para 2025, de aplicar uma taxa reduzida de IVA a 6% aos projectos de construção de condições especiais para resolver a crise da habitação, não avançará devido ao entendimento restritivo da Comissão Europeia. Segundo o Governo, a transposição da directiva europeia, em matéria de benefícios fiscais do IVA, não permite incluir os projectos de construção das novas tipologias de soluções habitacionais na transposição legislativa da proposta de IVA.
    “A Ordem dos Arquitectos, que havia promovido activamente junto do Governo esta medida lamenta profundamente o desfecho e discorda da inflexibilidade da União Europeia. A Ordem dos Arquitectos alerta ainda para o tratamento desigual dentro do sector da construção, numa altura em que a habitação enfrenta uma crise sem precedentes.
    As políticas fiscais inclusivas são amplamente reconhecidas como uma solução eficaz para reduzir os custos do consumidor final mantendo a qualidade, sustentabilidade e equilíbrio económico, portanto, este entrave legislativo europeu é visto como anacrónico, prejudicial ao interesse público e um factor de afastamento dos cidadãos face à União Europeia”, refere a nota que é assinada pelo presidente da Ordem dos Arquitectos, Avelino Oliveira (na imagem).

    Face à decisão, a Ordem dos Arquitectos dirigiu uma carta ao Ministro das Finanças , solicitando esclarecimentos sobre “a fundamentação deste recuo, bem como os documentos e justificações europeias que suportam esta decisão para que fundamente a sua reclamação junto das congéneres europeias”. O organismo sublinha a sua “compreensão pelas cautelas tomadas pelo Governo português, especialmente do Ministério das Finanças, e saúda o Ministério das Infraestruturas e a Secretaria de Estado da Habitação pela defesa e proposta de uma medida amplamente apoiada pelo ecossistema da construção no Orçamento de 2025”.

    Referindo que “a União Europeia faz recorrentemente uma chantagem com a transferência de fundos de coesão do PRR e outros similares quando as disposições legislativas nacionais não são do seu agrado”, a OA  irá escrever aos eurodeputados portugueses para manifestar a sua oposição à acção da EUE no que concerne às políticas europeias que desvalorizam o sector dos serviços ligados à construção, particularmente no que diz respeito aos projectos de arquitectura.

    “Sabemos que a União Europeia só incentiva os Estados-Membros a aplicar taxas reduzidas de IVA de forma limitada a áreas essenciais como bens alimentares, serviços culturais, saúde, educação e habitação. No entanto, no contexto actual, a exclusão dos projectos de arquitectura e especialidades desta medida é incompreensível num sector que enfrenta uma crise com profundas repercussões sociais”, defendem os arquitectos.

    Chamando a atenção ainda para o problema crescente da “desregulação no sector dos serviços de arquitectura”, a OA relembra na mesma nota que “as políticas de matriz economicista tem obtido resultados negativos na arquitectura, bem visíveis desde 2008. Mas continuamos a assistir às consequências das políticas erradas que vão sendo seguidas. Para esse efeito recordamos os documentos públicos desde 2018 onde a OCDE e a Comissão Europeia defenderam que as normas de qualidade e segurança, obrigatórias na encomenda de serviço de arquitectura, deveriam ser abolidas já que os profissionais de arquitectura devem poder competir exclusivamente com base no preço. Tal abordagem, que consta do relatório OECD Competition Assessment – Self-Regulated Professions, desvaloriza a qualidade, a sustentabilidade e a especificidade dos serviços prestados, desiludindo profundamente os profissionais do sector.”

    “A Ordem dos Arquitectos considera lamentável que a União Europeia, que proclama os valores da sustentabilidade e descarbonização, aplique na prática uma legislação centrada apenas no preço e na concorrência sem regulação adequada. E que sempre que os Estados, em articulação com os agentes do sector procurem soluções de compromisso, as destrua, sem a flexibilização que aplica noutras áreas. Para a Ordem dos Arquitectos, este tipo de política vai contra o desígnio de uma Europa comprometida com o interesse público e o bem-estar das futuras gerações.”

    Sobre o autorCONSTRUIR

    CONSTRUIR

    Mais artigos
    PUB
    Imobiliário

    Espanhola ARC Homes tem plano de investimento de 180 M€

    Com uma estratégia pensada a seis anos, a ARC Homes Portugal espera alargar o seu portfólio na zona Norte, mas está, também, a olhar para as oportunidades que possam surgir no Algarve e Ilhas. O primeiro projecto a ganhar forma será o da Prelada, que prevê a construção de 156 casas junto ao jardim Sarah Afonso

    Cidália Lopes

    A imobiliária espanhola ARC Homes escolheu a cidade do Porto para entrar no mercado nacional e anunciou um primeiro investimento “nas zonas da Prelada e das Antas”. Serão 500 habitações, que estão a ser executadas por “uma empresa portuguesa, com profissionais portugueses para fazer casas para os portugueses”.

    O “grande potencial” do mercado, a “conjuntura económica estável” e a “atractividade” determinaram a aposta da promotora catalã em trazer para Portugal o seu know-how, em particular no Porto, região “incontornável” por se tratar de um “centro dinâmico” e que regista “uma procura crescente por habitação de qualidade”.

    “Esta combinação de factores levou-nos, por isso, a iniciar a nossa actuação com o projecto Porto by ARC Homes. O sucesso deste primeiro empreendimento reforçou a nossa decisão, levando-nos a não operar apenas em Portugal, mas, também, a tornar-nos uma empresa 100% portuguesa, com uma equipa local profundamente alinhada com as especificidades do mercado imobiliário nacional”, afirmou ao CONSTRUIR, Mariana Arrochella Lobo, partner e CEO da ARC Homes Portugal.

    “Conectividade com infraestruturas de transporte, a tranquilidade da área e, ainda, o equilíbrio entre qualidade de vida e conveniência” são os principais aspectos que a ARC Homes valoriza na procura por um local para investir.

    “A médio prazo, pretendemos expandir o nosso raio de acção para outras regiões do País, destacando-se, aqui, o Algarve e as ilhas, com um possível início de investimentos nessas áreas já a partir de 2027”

    “Desta forma, acreditamos que conseguiremos chegar a um público diversificado, desde jovens profissionais até famílias que procuram habitação de qualidade”, considera a responsável.

    Tendo em conta a experiência que o Grupo traz de Espanha, Mariana Arrochella Lobo considera que a problemática da habitação apresenta “várias semelhanças” entre os dois países.

    “A questão da acessibilidade à habitação assume-se como uma preocupação crescente, tendo em conta que os preços das casas têm subido significativamente nos últimos anos”.

    No entanto, o foco da ARC Homes Portugal é, agora, “oferecer soluções de habitação em solo nacional” e “acelerar o equilíbrio entre a oferta e a procura”, o que, segundo Mariana Arrochella Lobo é um dos “pontos chave” para a solução do problema da habitação em Portugal.

    Expansão a Norte

    Actualmente, a ARC Homes Portugal está a investir 40 milhões de euros no projecto Porto by ARC Homes, na zona da Prelada, e já deu início a um segundo projecto, que conta com um investimento adicional de cerca de 30 milhões e cujo lançamento deverá acontecer já no primeiro semestre de 2026 e que contará com cerca de 80 apartamentos, com tipologias T0, T1 e T2.

    Para os próximos seis anos, a promotora pretende “expandir significativamente” a sua presença no Norte de Portugal e, também, em outras regiões estratégicas.

    A ideia de trazer para o Porto o que a ARC Homes tem vindo a edificar na Catalunha deverá reflectir-se em “casas com grandes terraços, vista para parques públicos, espaçosas, facilmente conectadas ao centro da cidade, perto de complexos de lazer, centros de trabalho, educação ou hospitais”

    “Contamos investir em três projectos novos a cada 18 meses, sendo que os valores podem chegar aos 180 milhões, nos próximos seis anos. Pretendemos continuar a investir de forma consistente, identificando oportunidades que nos permitam contribuir para a revitalização urbana e, simultaneamente, dar resposta à crescente procura por habitação de qualidade”, acrescentou.

    Encontram-se, por isso, a explorar “activamente” oportunidades em toda a Grande Área Metropolitana do Porto, nomeadamente em Vila Nova de Gaia e outras áreas estratégicas nos arredores. Também a zona de Ramalde, uma freguesia em “franco crescimento”, se apresenta como “um grande foco de investimento” para a empresa.

    “A médio prazo, pretendemos expandir o nosso raio de acção para outras regiões do País, destacando-se, aqui, o Algarve e as ilhas, com um possível início de investimentos nessas áreas já a partir de 2027”, salientou Mariana Arrochella Lobo.

    Prelada recebe primeiro projecto

    A ideia de trazer para o Porto o que a ARC Homes tem vindo a edificar na Catalunha deverá reflectir-se em “casas com grandes terraços, vista para parques públicos, espaçosas, facilmente conectadas ao centro da cidade, perto de complexos de lazer, centros de trabalho, educação ou hospitais”.

    O primeiro projecto a ganhar forma será o da Prelada, que prevê a construção de 156 casas junto ao jardim Sarah Afonso. A execução dos projectos está a cargo da empresa portuense Capital Urbano.

    Pensado para jovens que “procuram a primeira habitação permanente” ou para famílias locais que “desejam melhorar as suas condições de vida”, o empreendimento tem atraído, ainda, “um conjunto de profissionais, como médicos e engenheiros, que valorizam, cada vez mais, a proximidade aos seus locais de trabalho”. Além disso, com o valor dos apartamentos abrangidos pela nova lei de isenção de IMT, o projecto torna-se particularmente apelativo para estes jovens compradores.

    Assinado pelo atelier Cerejeira Fontes, o projecto reflecte o compromisso com o design “inteligente e funcional”, optimizado para “maximizar a utilização de cada metro quadrado”.

    A ARC Homes Portugal adoptou, por isso, e com base nessa premissa, uma abordagem inovadora na criação dos apartamentos. Cada apartamento foi desenhado para maximizar o uso do espaço, eliminando áreas desnecessárias, e inclui amplos espaços exteriores, com varandas que oferecem um ambiente de vida ao ar livre. As unidades duplex e os apartamentos com pé direito duplo no último andar destacam-se, por sua vez, pela sua exclusividade e vistas panorâmicas.

    Além disso, o projecto dá um grande destaque às áreas exteriores, um ponto marcante e distintivo. No Porto by ARC Homes, por exemplo, até o menor apartamento (T0) possui uma varanda de 10 m2, projectada para proporcionar uma verdadeira extensão do espaço habitacional, oferecendo aos moradores um local de convívio ao ar livre.

    O conceito de arquitectura do projecto integra, também, a sustentabilidade e o design consciente. Foram adoptadas, por isso, práticas altamente sustentáveis, desde a selecção dos materiais até a própria estrutura dos apartamentos, garantindo que os espaços são não apenas esteticamente atraentes, mas, também, eficientes em termos ambientais.

    A construção, a cargo da Edinorte, do Porto by ARC Homes começou em Março de 2023 e a conclusão está prevista para a segunda metade de 2025.

    Actualmente, metade da estrutura do edifício já está concluída e o andar modelo, que conta com a assinatura do atelier de design de interiores Studio Ülterior, sediado em Londres.

    Sobre o autorCidália Lopes

    Cidália Lopes

    Jornalista
    Mais artigos
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB

    Navegue

    Sobre nós

    Grupo Workmedia

    Mantenha-se informado

    ©2024 Construir. Todos os direitos reservados.