INAIN: 30 anos de arquitectura de interiores em crescendo [c/galeria imagens]
A completar três décadas de actividade, o gabinete de arquitectura de interiores deverá fechar o ano com um volume de negócios superior a dois milhões de euros. Um número que revela o forte dinamismo do gabinete liderado pelo arquitecto Mário Azevedo. O mais recente trabalho em carteira é o centro desportivo e administrativo do Sporting Clube de Braga, um projecto de 30 mil m2, que inclui uma unidade hoteleira
Manuela Sousa Guerreiro
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(na imagem: Mário Azevedo e Paula Ferreira Alves, fundadores do atelier)
Arquitectura de interiores, mobiliário indoor e outdoor, decoração e iluminação, a completar 30 anos muitos projectos e desafios passaram pelas mãos da dupla dos arquitectos Mário Azevedo e Paula Ferreira Alves, fundadores do INAIN, o gabinete de arquitectura de interiores e decoração nasceu a norte, mas o seu trabalho não conhece fronteiras. Mais do que seguir tendência, o atelier habituou-nos a um cunho, e uma identidade, próprios, nascido de uma “gramática de sintaxe moderna” e da influência “da pintura, do artesanato” ou de “peças de época escolhidas a rigor”. Irreverencia com um cunho clássico, que confere uma leitura muito própria aos espaços. Daí às parcerias nacionais e internacionais foi um passo. Finibanco, Smartenergy (Matosinhos, Porto, Milão, Valencia), Banco de Fomento de Angola (Luanda), Ecorede, Iperplano, Tania Heath Paris, Fundo Soberano de Angola (Luanda), Lusitânia Seguros, Cerealis, Barbosa & Almeida, Amorim Revestimentos e Beldi Lab (Rio de Janeiro) fazem parte do percurso criativo do gabinete portuense.
Às mãos da equipa criativa da INAIN chegou recentemente o projecto de interiores das instalações desportivas e administrativas do Sporting Clube de Braga, numa intervenção que se distribuirá por cerca de 30 mil m2, onde se inclui os balneários das equipas A e B, zonas de lazer, restauração, exteriores e, também, um hotel com 50 quartos. Este não é o primeiro trabalho do género desenvolvido pelo INAIN, pelo gabinete já passaram o centro de estágios (do Olival) do Futebol Clube do Porto, bem como no Estádio, Museu e Casa do Dragão são exemplos paradigmáticos.
Mário Azevedo não tem dúvidas: “estamos a atravessar aquele que poderá ser o nosso melhor ano”, refere em conversa com o CONSTRUIR. A INAIN prevê ultrapassar em 2022 o que, até agora, tinha sido o melhor ano (2003), altura em que facturou 1,7 milhões de euros. “Esperamos atingir este ano os dois milhões de euros em projectos”, avança, falando de uma facturação acumulada nos dois últimos anos que ultrapassa os 2,5 milhões de euros.
30 anos de actividade em arquitectura de interiores. Escusado será perguntar se é paixão para a vida. O que vos fascina nesta vertente da arquitectura?
O mais fascinante nesta actividade é conseguir conjugar a arquitectura que nos dão, respeitá-la, e ao mesmo tempo satisfazer os clientes com ambientes que vão ao encontro dos seus anseios. É por isso que continuamos a desenvolver esta actividade, não há um interior igual ao outro.
Consideram que é dada hoje à arquitectura interior um maior reconhecimento e valorização do que há uns anos? Foi uma conquista?
Sim, claramente. A arquitectura de interiores é o resultado da conquista das liberdades, da evolução cultural e do aumento da capacidade económica.
Que papel ocupa a arquitectura e o design de interiores na valorização de um activo?
É uma mais-valia na valorização dos imóveis quer nos novos quer na reabilitação!
Quais os momentos ou projectos mais marcantes desta vossa história?
Todos são e foram importantes, quer os residenciais quer os institucionais, sendo que para mim o mais marcante foi fazer parte da construção de um banco e a criação de toda a sua rede nacional, para além da grande paixão que foi tratar a “caverna do Dragão”, FCPorto.
Quais as marcas com quem trabalham habitualmente e como se desenvolve essas parcerias?
As marcas são internacionais e várias, sendo que a opção recaiu sempre pelas que adicionam algo ao culto do design de autor.
Têm em mãos o desenvolvimento de mais um centro desportivo. Quais os maiores desafios que estes projectos colocam? Pode desvendar-nos um pouco o trabalho que está a ser desenvolvido para as instalações desportivas/hotel de Braga?
Normalmente, o maior desafio é a dimensão vs a uniformidade da linguagem. Quanto ao novo centro desportivo só poderemos adiantar que é um projecto que se desenvolve numa área de 30.000m2 e tem várias vertentes, desde zonas administrativas, lazer, desportivas e um espaço privado destinado ao alojamento dos atletas em estágio e à formação.
Quais são as principais tendências, actuais, de design que influenciam o vosso trabalho? A sustentabilidade é assumidamente uma tendência?
É claro que o mainstream social e o momento delicado que o mundo atravessa marcam a forma como nos vestiremos e vestiremos as nossas casas. Cada vez mais escolhemos materiais e marcas que respeitam a pegada ecológica e fugimos como gato da água do chamado “greenwash”, de que o mercado agora se trasvestiu. Cada vez usamos mais o que já existia, reabilitando e evitamos colocar nos nossos trabalhos elementos que não tenham função, excluindo obviamente os trabalhos plásticos.
2022 foi um ano de crescimento exponencial para a INAIN. Um crescimento que se deveu a que factores? E qual a vossa perspectiva para 2023?
Foi sem dúvida um ano muito positivo. A primeira razão prende-se com a vontade que os nossos clientes (pós-pandemia) sentiram de se virar para dentro das suas habitações e fazer remodelações, aproveitar espaços exteriores que estavam ao Deus dará, assim como toda uma nova vaga de estrangeiros que descobriram esta “jangada de pedra”! A sudoeste nada de novo é uma frase que já passou à história. Estamos nos confins da Europa, é certo, mas a Europa e outros povos estão a descobrir este cantinho à beira-mar plantado e como é bom e seguro aqui viver. Para além disso, e mais importante do que tudo, a parceria com a UN-ICON trouxe-nos um pulmão (e que pulmão) jovem, altamente qualificado que na pessoa da arquitecta Joana Azevedo, que tem sido um upgrade e um abrir de caminho para um futuro que se prevê ganhador.