Archi Summit 2022 traz-nos “Impacto”
A 6ª edição regressa ao seu formato presencial e reúne um conjunto bastante diversificado de arquitectos. Sob o tema “Impacto”, o Archi Summit pretende mostrar um Mundo depois da crise, considerada sempre uma oportunidade para repensar o processo do design e de como habitar o Planeta
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Com curadoria da dupla Moncada Rangel, o objectivo é que este seja um espaço “transversal e multidisciplinar”. À Traço, Francesco Moncada e Mafalda Rangel explicaram que as conferências pretendem explorar os “diferentes impactos” da Arquitectura, Design e Construção
Depois de dois anos em que muitas iniciativas estiveram canceladas e em que houve necessidade de repensar a arquitectura, o Archi Summit surge, de certa forma, renovado. De que forma todo este período que passámos influenciou a edição deste ano?
Definitivamente estávamos à procura de uma edição do Archi Summit em presença, que fosse palco de novas interacções intelectuais, e que de alguma forma, reactivasse os contactos cristalizados por dois anos. O Archi Summit ambiciona ser um espaço de encontro e debate, actualizado e sincronizado com as dinâmicas reais do mundo da Arquitectura, do Design e da Construção.
Segundo uma frase que consta na sinopse da apresentação da edição deste ano, “as crises foram sempre uma condição favorável para estimular a criatividade”. Que criatividade é esta que gostariam de ver durante os três dias do Archi Summit?
O objectivo desta edição do Archi Summit é ser mais transversal e multidisciplinar, espelhando a condição que estamos a viver, antecipando uma certa abertura a disciplinas como a Filosofia e Psicologia. As diferentes áreas do conhecimento tendem actualmente a cruzar-se mais do que a separar-se. O Archi Summit quer espelhar esta tendência. A criatividade existe em todas as áreas do conhecimento. Para esta edição foi importante cruzar gerações mais consolidadas com outras mais jovens.
Quais as vossas expectativas para a edição de 2022?
Esperamos uma grande afluência de pessoas, para as quais a interacção social é uma forma de crescer profissionalmente. Também esperamos criar alguma curiosidade porque o painel de oradores de este ano inclui nomes menos conhecidos à comunidade portuguesa, aos quais devemos dar voz e presença.
Durante a 6ª edição são esperados vários ateliers. Qual o tema ou o fio condutor que une os diferentes ateliers e o que podemos esperar das suas intervenções?
O tema ‘Impacto’ é sem dúvida o tema que une todos os oradores. As suas conferencias vão explorar diferentes ‘impactos’ da Arquitectura, Design e Construção no nosso planeta, sob diferentes pontos de vista. O painel deste ano oferece uma visão internacional de práticas contemporâneas que reflectem sobre este tema de forma consciente e pro-activa.
No caso do atelier Moncada Rangel, qual o significado de serem responsáveis pela curadoria do Archi Summit?
O trabalho de curadoria é uma actividade que desenvolvemos desde a fundação do escritório em 2016/17. Começamos sempre com a eleição de um tema, que em inglês seria, umbrella theme, um tema abrangente que inclui sub-temas adjacentes. Este tema tem obrigatoriamente que reflectir a condição do mundo actual. Por exemplo fizemos duas edições de MADELABS.com com os temas ”Authenti-city (or the Unesco Paradox)’ em 2017, WELCOME (borderless visions on design, architecture and visual arts) em 2019 e Scarcity em 2020, que nunca aconteceu por razoes relacionadas com o covid. MadeLabs é uma iniciativa educacional que inclui workshops e conferencias, de forma a promover o conhecimento entre pessoas criativas.
O convite para fazer a curadoria do Archi Summit 2022 foi muito estimulante porque acontece numa cidade com um conhecimento arquitectónico muito consolidado, o Porto. Se por um lado queremos fazer parte dessa consolidação, também sentimos que podemos contribuir com o conhecimento de gerações mais novas europeias. è nessa essa aparente ‘contraposição’ entre uma cidade com a tradição da ‘Escola do Porto’ e ateliers mais ‘radicais’ que faz esta edição tao especial.
Falem-nos um pouco sobre o atelier: Como se definem e como tem sido o vosso percurso?
O nosso background arquitectónico consolidou-se em Roterdão, com a experiência no escritório do Arq. Rem Koolhaas e Winy Maas (MVRDV), que influenciou definitivamente a nossa forma que pensar projectualmente.
A nossa actividade profissional desenvolve-se em vàrias areas do conhecimento como A Arquitectura, o Design, o Urbanismo Estratégico, o Ensino e a Curadoria, mas na verdade gostamos de pensar que a nossa visão é bastante transversal, sem fronteiras ou limites disciplinares. Todos os projectos que desenvolvemos são possibilidade de pensar o espaço, e de reflectir em como podemos mudar o mundo de forma positiva e radical. O que muda é a escala do projecto, mas a metodologia é a mesma.
BIO
Francesco Moncada
Nascido em Siracusa, Itália, em 1976, formou-se em arquitectura e, além de Itália, viveu em países como Espanha, Reino Unido, Portugal, Holanda, Noruega e Dubai. Entre outras experiências, trabalhou durante sete anos com o atelier OMA-AMO/Rem Koolhaas como responsável de projecto, onde projectou a transformação do Fondaco dei Tedeschi do século XVI em Veneza, a cenografia para o Teatro Grego de Siracusa na Sicília, o Knoll Pavilion 2016 no Salão de Milão e a flagship store da marca de joias Repossi na Place Vendome, Paris. Actualmente, é o director do programa de arquitectura do MADE Program em Siracusa e co-curador do programa educacional de Verão do MADE LABS junto com o Formafantasma. Em 2021 foi nomeado pela Câmara Municipal de Siracusa como director de Arte do Dionysian Wall Park para a instalação de cinco Pavilhões Arquitectónicos. Actualmente, está a frequentar o Doutoramento na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.
Mafalda Rangel
Nasceu no Porto em 1980 e em 2004 formou-se em arquitectura e em designer de iluminação, pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP). Tem igualmente um Mestrado em Design de Iluminação pela KTH, de Estocolmo e é professora convidada na Universidade de Trondheim (NTNU) na Noruega. Trabalha há cinco anos no atelier OMA/Rem Koolhaas, no qual se encontra a acompanhar o processo de construção de dois grandes projectos (Timmerhuis, em Rotterdam, e Qatar Library, em Doha) e há dois anos no MVRDV como Project Leader em projectos urbanos em Shenzhen, China e Seul, Coreia do Sul. Actualmente, ela é, também, directora do programa de arquitectura do Programa MADE em Siracusa e co-curadora do programa educacional de Verão do MADE LABS junto com Formafantasma. Actualmente, frequenta o Doutoramento na FAUP.