“É nas crises que surgem novas oportunidades de negócio e novos mercados a explorar”
Em entrevista ao CONSTRUIR, o novo gestor da Tektónica antecipa as linhas fortes da edição deste ano de uma das feiras de referência do Sector em Portugal. José Paulo Pinto sublinha o regresso de algumas empresas no sector do Banho e Cozinha e reforça a importância do evento enquanto plataforma de negócios do sector
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O novo gestor da Tektónica, José Paulo Pinto, considera que a feira pode ter um importante papel enquanto plataforma de negócio numa altura marcada pela incerteza, incerteza essa que resulta das implicações do aumento dos custos energéticos e pelo conflito na Ucrânia. Novos espaços de partilha de contactos e de informação vão estar à disposição de expositores e visitantes.
A edição deste ano surge numa altura muito particular em que o conflito na Ucrânia parece longe do fim e as indústrias estão a braços com a escalada dos preços de matérias-primas e energia. Em que medida é que iniciativas como a Tektónica podem responder aos desafios colocados pelos expositores?
Efectivamente, com um evento desta natureza, às portas da Europa, que irá implicar várias alterações, quer na produção, no recurso a matérias-primas, logística de transporte e armazenamento, a situação para as empresas, pelo menos nesta fase, é de grande incerteza quanto a um futuro a curto e médio prazo. Estas diferentes situações já estão a impactar as empresas que operam em Portugal, principalmente as que dependem de fornecimento de matérias-primas oriundas da Europa de Leste. O aumento dos custos de energia, é igualmente, um factor de grande preocupação. Por outro lado, também é nas crises que surgem novas oportunidades de negócio e novos mercados a explorar e isso é também revelador da decisão em várias empresas, em manter a sua aposta na participação neste importante evento. Aliás, a Tektónica vai apresentar nesta edição, um crescimento de participações, com a entrada de novas empresas que participam pela primeira vez ou que retomam a sua participação após uma ausência em algumas edições, o que revela que o sector continua em actividade e a apostar na Tektónica como o Marketplace do sector, o espaço privilegiado para o network, o lançamento de novos produtos e inovações. É bastante revelador que tenhamos nesta edição a participação de 70% de novas empresas.
Enquanto organizadores, quais são as expectativas para a edição deste ano da Tektónica?
A adesão a esta edição de 2022 por parte das empresas está a decorrer de forma positiva e podemos mesmo afirmar que estão a superar as expectativas, em linha com a evolução prevista para o sector e tendo em conta principalmente que estamos a deixar para trás um período também ele muito complicado e com impacto na economia global. A evolução positiva que se tem sentido em termos de mercado reflecte-se directamente na presença de empresas na feira. Mesmo empresas que nas últimas edições estiveram afastadas dos eventos sectoriais estão a regressar e a marcar presença na edição deste ano, mostrando que estão activas e trazendo à feira novos produtos e equipamentos.
Apostam, este ano, no Tektónica HUB. Que necessidades identificaram para chegar a esta solução e o que esperam que venha a ser este espaço?
Face ao interesse e crescimento positivo que estamos a verificar e que se materializa num aumento de empresas a participar, o Espaço Tektónica HUB surge como uma necessidade de, junto das empresas e dos visitantes e compradores profissionais, oferecer um espaço de excelência dentro da feira, vocacionado para a partilha de conhecimentos, formação, network e gerador de novas oportunidades de negócio. Neste HUB, vão decorrer as Tek Talks, que privilegiarão intervenções técnicas e de menor duração, proporcionando maior proximidade e interacção entre oradores e assistentes, vão estar reunidos os Media sectoriais e especializados e os parceiros Institucionais, uma zona de Lounge para reuniões profissionais e também de network entre participantes e uma área especifica para reuniões B2B assegurando um match entre a oferta e a procura, nomeadamente no âmbito da participação de compradores estrangeiros.
Em relação à edição do ano passado, quais vão ser as grandes novidades?
O principal contributo da Tektónica sempre foi e continuará a ser a plataforma de negócios do sector, contribuindo para a divulgação de novos materiais, novos produtos, tecnologias e conceitos. Face a este enquadramento, as grandes novidades são-nos trazidas pelas empresas que apostam na sua participação. A fileira da construção está mais do que nunca a ser desafiada a apresentar soluções, materiais e propostas a esta crescente necessidade de vivermos mais e melhor. Na Tektónica todas estas novidades e tendências são apresentadas e acima de tudo são valorizadas e incentivadas. Exemplo disso o facto de se organizar o Prémio Inovação, onde se destaca tudo o que de novo as empresas expositoras estão a desenvolver e vão trazer à feira, sendo estes produtos e equipamentos colocados em evidência na exposição, avaliados por um júri constituído por elementos de reconhecido mérito, e aos quais serão atribuídos Prémios e Menções, por sector de actividade. Nesta edição contaremos com cerca de 25 empresas e produtos a concurso.
Olhando para a lista de expositores, e à imagem do que já tinha sucedido em 2021, é notória a ausência de alguns dos grandes players, nomeadamente em sectores como os Pavimentos e mesmo espaços de banho. No seu entender, isso é reflexo do papel atribuído às feiras em Portugal ou pode ser reflexo de um novo posicionamento das próprias feiras?
Este tipo de análise tem de ser feito tendo em consideração o passado recente, o enquadramento actual e as perspectivas internas e externas futuras. Todos estamos conscientes que as edições de 2020 e 2021 não reflectiram a realidade a que a Tektónica habitualmente oferecia, por via do passado recente em que todos, Portugal e o resto do Mundo, estivemos envolvidos. Daí, estas duas edições terem sido sempre identificadas como edições especiais. Posicionando-nos no agora, importa ter em consideração que na presente edição estamos aliás, a constatar o regresso de algumas empresas no sector do Banho e Cozinha e um crescimento considerável no sector dos Pavimentos e Revestimentos.
Quais são os grandes desafios que se colocam à organização na edição deste ano?
A Tektónica afirmou-se ao longo dos anos e é hoje, a feira líder do sector da construção em Portugal. É o evento representativo dos principais fabricantes, nacionais e internacionais, nos diferentes sectores em exposição que sempre reconheceram a importância deste Marketplace único no sector pelas suas características e dimensão. Também os representantes, distribuidores, grossistas e comerciantes habitualmente presentes, reconhecem à Tektónica o seu potencial de network essencial para os negócios assim como o local por excelência para o lançamento e apresentação de novos produtos ao mercado. Como evento de cariz internacional, procura também assegurar um match entre a oferta e a procura, identificando, neste momento, compradores de mercados de proximidade, que possam potenciar rapidamente, face ao enquadramento internacional que vivemos e ao aumento dos custos de contexto, a dinâmica de negócios dos expositores presentes na feira, quer pela qualidade dos seus produtos quer pela facilidade/competitividade logística decorrente do factor proximidade. A Tektónica diferencia-se ainda, por ser um palco de excelência para a partilha de conhecimentos e de tendências presentes e futuras. É fundamental para os profissionais presentes, quer por parte das empresas quer por parte dos profissionais que a visitam, a oferta de um programa de acções, desenvolvido em colaboração com as entidades profissionais do sector em que se evidencie a participação e partilha de novos ensinamentos.