Lisboa entre as dez cidades europeias mais atractivas para investimento imobiliário em 2021
“Existem actualmente mais de 2.400 milhões de euros de activos em comercialização ou com processos em curso para serem lançados a mercado em breve”, indica Nuno Nunes, director de Capital Markets da CBRE Portugal
CONSTRUIR
Estudo: 50% das empresas estão dispostas a pagar mais por ‘smart buildings’
Architect@Work cresce em área de exposição e consolida presença em Lisboa
PAF Advogados assessora aquisição de imóveis no valor de 70 M€
Consumo de electricidade diminui em Novembro
PortalPro reforça presença em Portugal através de parceria com a Improxy
Elisabet Guasch assume vice-presidência de Recursos Humanos para a Ibéria da Schneider Electric
Retail Mind desenvolve quatro novos retail parks em Portugal até 2027
Mexto inicia construção e comercialização do edifício S. Gens 15
Renovação de Estádio de la Meinau utiliza fuselagem de 30 Airbus
Architect@Work, Openbook, a Marina de Vilamoura e a remodelação da Almirante Reis em destaque na edição 520 do CONSTRUIR e Traço
Lisboa é uma das dez cidades europeias mais atractivas para investimento imobiliário em 2021, de acordo com relatório EMEA Investor Intentions Survey 2021, divulgado nesta segunda-feira pela CBRE. A capital portuguesa ocupa o 10º lugar de uma lista liderada por Londres, à qual se seguem as cidades alemãs de Berlim e Frankfurt.
Apesar do cenário pós-Brexit, a capital britânica mantém a sua relevância enquanto cidade com maior atractividade para o investimento imobiliário na Europa. Berlim, Frankfurt, Paris e Amesterdão completam o ranking dos cinco principais mercados, e Munique e Hamburgo ocupam o sexto e sétimo lugares, respectivamente, seguidas de Zurique e Varsóvia. Com quatro cidades na lista das dez preferidas dos investidores, a Alemanha deverá liderar a recuperação do investimento na Europa.
No panorama geral, cerca de 60% dos investidores europeus planeia investir mais em imobiliário este ano do que em 2020. Também de acordo com o estudo, quase 75% indicaram querer comprar 10% ou mais este ano em comparação com o anterior, ainda que existam algumas diferenças perceptíveis entre os vários países. Por exemplo, no Reino Unido, mais de 80% dos investidores manifestaram vontade de investir mais capital.
Apesar do aumento do teletrabalho e do trabalho flexível, como resultado da Covid-19, os escritórios foram considerados a classe de activos preferida dos investidores europeus. O estudo revela ainda que 35% dos inquiridos indicaram que a área dos escritórios é a preferida dentro do sector imobiliário, reflectindo um sentimento positivo do mercado sobre o futuro dos escritórios de qualidade (Classe A). Por outro lado, o sector residencial ganha cada vez mais importância ao ser destacado como a segunda classe de activos imobiliários mais popular, com 24% das intenções, seguido do sector industrial e logístico com 22%. Assim, os escritórios Classe A, o industrial e logístico e a habitação são os sectores onde se espera que os preços permaneçam mais fortes, enquanto a maioria dos investidores prevê reduções de valor consideráveis para certos tipos de activos de comércio e hotéis, assim como para escritórios de qualidade inferior.
Dada a incerteza em torno da pandemia e do seu impacto nos fundamentos económicos e imobiliários, mais de 50% dos inquiridos indicaram uma preferência por estratégias core e core plus, em 2021. Além disso, os investidores demonstraram um maior foco na adopção de estratégias de sustentabilidade (ESG – Environmental, Social and Governance), com dois terços a indicarem que já adoptaram os critérios ESG nas suas práticas de investimento. As empresas sediadas no Reino Unido são as mais atentas a este tema, com 89% dos inquiridos a revelar que já adoptaram estratégias ESG.
“Em Portugal, o investimento em imobiliário comercial arrancou timidamente em 2021 devido ao confinamento geral a que o País ficou sujeito, incluindo restrições relativamente a viagens e realização de visitas a imóveis, reflectindo-se num forte abrandamento da actividade de investimento durante os três primeiros meses do ano. A CBRE registou um investimento na ordem dos 200 milhões de euros, que representa cerca de 40% acima do observado no segundo trimestre de 2020, aquando do primeiro grande confinamento, mas 50% abaixo do trimestre anterior”, refere Cristina Arouca, directora da área de Research da CBRE Portugal.
Nuno Nunes, director de Capital Markets da CBRE Portugal, explica que continua a haver um elevado interesse pelo mercado imobiliário português e, com o gradual desconfinamento do País e um plano de vacinação a avançar, espera-se um segundo semestre bastante dinâmico. “Portugal está perfeitamente dentro do radar da comunidade internacional de investimento e, a nível nacional, prevemos evoluções muito positivas na capacidade de investimento dos players locais. Existem actualmente mais de 2.400 milhões de euros de activos em comercialização ou com processos em curso para serem lançados a mercado em breve, levando-nos a antecipar um volume de investimento para o ano de aproximadamente 2.600 milhões de euros. Sendo um montante ligeiramente abaixo do observado no ano passado (de 2.900 milhões de euros), é ainda bastante relevante para o mercado nacional”.
Na expectativa de que os planos de vacinação se mantenham dentro do calendário estipulado, a CBRE prevê que em 2021 os volumes de investimento europeu aumentem até 5% em relação ao ano anterior, embora seja provável que haja alguma variação entre países e classes de activos.
O inquérito CBRE’s 2021 EMEA Investor Intentions foi realizado entre Dezembro de 2020 e Janeiro de 2021. O estudo conta com as respostas de mais de 400 inquiridos responsáveis pela área de investimento na região EMEA. As respostas contemplam uma diversidade de países europeus e tipo de investidores. Os investidores foram predominantemente de fundos imobiliários, os quais representaram 39% dos participantes.