Morreu Jorge Coelho (1954-2021)
Jorge Coelho foi ministro de três pastas nos dois governos liderados por António Guterres: ministro Adjunto, ministro da Administração Interna e ministro da Presidência e do Equipamento Social, cargo do qual apresentou demissão em Março de 2001, em consequência da trágica queda da ponte de Entre-os Rios. Era, actualmente, vice-Presidente do Conselho de Administração da Mota-Engil
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Um homem leal, de profunda generosidade, de causas e íntegro. Um amigo. As reacções não param e dão conta da dimensão humana de Jorge Coelho, antigo ministro de governos liderados por António Guterres e actual vice-presidente da Mota-Engil, que morreu esta quarta-feira, aos 66 anos.
O grupo liderado por António Mota recorda “um homem da casa e da Família Mota-Engil, amigo comprometido e empenhado no desenvolvimento e sucesso do Grupo, a quem o Grupo tanto deve e aqui lhe deixa, de forma muito sentida, uma profunda e respeitosa homenagem e, já, grande saudade”. “Eram públicas e conhecidas as suas qualidades como Homem de carácter e convicções e enormes as suas qualidades como profissional de excelência, líder empresarial, agregador de vontades, e o seu nome e percurso ficará para sempre ligado ao nosso Grupo”, assegura a Mota-Engil em comunicado, sublinhando ainda o “amigo, filantropo discreto, socialmente preocupado e comprometido era um exemplo de responsável e empenhada cidadania para todos nós”.
Natural de Mangualde, distrito de Viseu, Jorge Coelho foi ministro de três pastas nos dois governos liderados por António Guterres: ministro Adjunto, ministro da Administração Interna e ministro da Presidência e do Equipamento Social, cargo do qual apresentou demissão em Março de 2001, em consequência da trágica queda da ponte de Entre-os Rios. Na noite de 4 de Março, onde morreram 59 pessoas, assumiu as responsabilidades políticas pelo sucedido e – num gesto raro na política portuguesa – apresentou a sua demissão ao primeiro-ministro, António Guterres. “O conceito que tenho do exercício do poder político faz com que a culpa não pode morrer solteira e perante uma situação como esta têm de se tirar consequências políticas das responsabilidades que se tem quando se exerce o poder.”, assumia Jorge Coelho, naquela que ainda hoje é encarada como uma reacção rara entre os que exercem cargos públicos e assumem responsabilidades políticas pelo que quer que seja, mais ainda no seguimento de uma tragédia.
“Eu ando há demasiados anos na política para brincar com a política e com aquilo com que não se pode brincar: uma decisão a sério é irreversível. Eu não brinco com aquilo que é o sentido da responsabilidade e o sentido ético da política.”, disse na ocasião, numa inédita conferência de imprensa que decorreu madrugada dentro.