APREN: “Energia eólica como peça-chave na descarbonização da economia”
Matos Fernandes, que falava na conferência da APREN e da Wibis, prevê o aumento de capacidade instalada desta tecnologia para os 9,3 GW em dez anos

CONSTRUIR
Lionesa Business Hub celebra o Dia Mundial da Arte com galeria a céu aberto no campus
SunEnergy conclui projecto de autoconsumo com painéis solares em Idanha-a-Nova
Quelfes integra Rede Espaço Energia
Castelo Branco acolhe Observatório sobre futuro da habitação no interior de Portugal
Herdade em Mourão vai a leilão por 2,8 M€
VIC Properties homenageia legado fabril de Marvila em novo edifício
As diferentes “Formas (s)” da RAR Imobiliária
Metropolitano de Lisboa lança novo concurso para a construção da Linha Violeta
Krest investe 120 M€ no novo empreendimento Arcoverde
Consórcio do TGV equaciona construção de duas novas pontes sobre o Douro
João Pedro Matos Fernandes encerrou a conferência “Redesigning wind for the next era”, organizada pela APREN e pela WIBIS, sublinhando a importância da eólica no cumprimento dos objectivos de descarbonização, e reforçando o seu apoio a todos os que desejam investir na produção de electricidade a partir de fontes renováveis. A conferência decorreu a 27 e 28 de Janeiro e que contou com a cooperação técnica do INEGI – Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial.
O ministro do Ambiente e Acção Climática, reconhece a energia eólica como uma peça-chave na estratégia da descarbonização, que prevê o aumento de capacidade instalada desta tecnologia dos actuais 5,5 GW para os 9,3 GW em dez anos.
“Vamos reforçar a capacidade que temos. O que sabemos hoje é que podemos ter potências maiores com menos aerogeradores instalados. Vamos por isso apostar no sobre-equipamento, que é uma via muito racional, e no repowering”, sublinhou João Pedro Matos Fernandes.
O cumprimento das metas do Roteiro para Neutralidade Carbónica e do Plano Nacional para a Energia e Clima prevê também o incremento do solar, ao contrário do que acontecerá com a hídrica.
“A energia produzida a partir da água dificilmente tem mais de oito ou dez anos de crescimento em Portugal. A água é de todos os ecossistemas e a escassez vai fazer com que tenha outras utilizações mais prioritárias do que a produção de electricidade. Podemos produzir electricidade a partir de outras fontes renováveis, como o sol e vento, mas não podemos regar ou beber com nada que não seja água”, realçou, apontando a Cascata do Tâmega como o último grande investimento hídrico.
Especialistas nacionais e internacionais discutiram neste fórum as práticas mais sustentáveis relacionadas com a energia eólica e a preservação e reforço da biodiversidade, abordando casos específicos de boas práticas relacionadas com as aves, morcegos ou lobo ibérico.
O Ministro do Ambiente está convicto de que o tema mais falado no domínio do ambiente deixará de ser a descarbonização para passar a ser a biodiversidade e o restauro dos ecossistemas. “Isso é muito claro e se isso já vinha a ganhar alguma tração é muito evidente depois da pandemia. Esse vai ser mesmo o tema”, antecipa.
O CEO da APREN, Pedro Amaral Jorge, sublinhou que o sector está consciente da responsabilidade, no que concerne à protecção dos ecossistemas e da preservação da biodiversidade, tema que tem abordado com continuidade em público.
“As boas práticas de preservação da biodiversidade começaram, aliás, com o sector eólico porque foi esse que reuniu massa crítica primeiro”, lembrou.
O licenciamento ambiental esteve, também, em destaque logo na primeira mesa redonda da conferência. A propósito deste tema Matos Fernandes sublinhou que é “fundamental alterar as regras” que, tal como estão, constituem um contrassenso. Isto porque o reforço da potência recorrendo às novas técnicas não implica impactos ambientais acrescidos.
A conferência focou ainda a visão da banca, enquanto entidade financiadora, e foram apresentados vários casos de estudo. Em destaque esteve também a cadeia de valor da indústria eólica e a atenção que deve ser dada ao ciclo de vida dos componentes das centrais eólicas, de olhos postos na economia circular.
“Se posso dizer que as renováveis criam emprego, ao invés de destruir, o único exemplo que tenho para dar é este mesmo: o do cluster eólico que se construiu em Portugal”, frisou o ministro.
Em cima da mesa estiveram também os temas do aumento da potência em Portugal – trajectória até 2030, os mercados de electricidade e as perspectivas para o sector eólico em Portugal, assim como o redesenho do sector eólico para a próxima década.