Imobiliário comercial: Portugal deverá atingir o 3º maior volume de sempre
O capital estrangeiro representou 75% do volume investido. Já o capital nacional atingiu os 40%, num montante de 720 M€

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Eric van Leuven, diretor-geral da Cushman & Wakefield.
O mercado de investimento comercial deverá fechar o ano de 2020 com um montante transaccionado de cerca de 2,8 mil milhões de euros, segundo os dados da actividade do mercado imobiliário apresentados pela consultora Cushman & Wakefield.
Segundo Eric van Leuven, diretor-geral da consultora em Portugal, “2020 foi um ano desafiante para o imobiliário nacional, ainda assim, no mercado de investimento imobiliário comercial, estima-se que terão sido transaccionados cerca de €2.800 milhões, o terceiro maior volume de sempre em Portugal. Já o mercado ocupacional revelou uma procura díspar.” Quanto à actividade da Cushman & Wakefield em Portugal, obtivemos um resultado muito positivo, tendo em conta os imensos desafios que enfrentámos – apenas ligeiramente inferior aos de 2018 e 2019, que foram os melhores de sempre. Todos os departamentos registaram bons níveis de facturação e fomos, uma vez mais, distinguidos como a melhor consultora imobiliária em Portugal, atribuído pela prestigiada publicação internacional Euromoney, em conjunto com a atribuição dos prémios de melhor consultora nacional a nível de transacções, avaliações imobiliárias e research”, continua Eric van Leuven.
Imobiliário comercial
Apesar de a actividade de investimento imobiliário comercial ter verificado um abrandamento ao longo de 2020, os 2.780 milhões de euros registados até 31 de Dezembro representam o terceiro máximo histórico no país, numa quebra homóloga de somente 14% face a 2019, e em linha com outros mercados europeus. Também acompanhando a tendência internacional, para este resultado contribuíram algumas operações de grande dimensão, cujo top 3 foi responsável por metade do volume total transaccionado.
À semelhança dos anos anteriores, o capital estrangeiro dominou a actividade do mercado, agregando 75% do volume investido em imobiliário em 2020. A sua grande maioria teve origem na Europa, com destaque para os investidores alemães (555 milhões de euros) e ingleses (516 milhões de euros). Por seu lado, o capital nacional manteve uma trajectória positiva, aumentando o volume investido em 40% para os 720 milhões de euros.
Influenciado pela maior transacção desde que há registo – aquisição de 50% da joint-venture Sierra Prime pela Allianz Real Estate e Elo à Sonae Sierra e APG, por cerca de 800 milhões de euros – o sector de retalho liderou a procura, atraindo 40% do total investido, aproximadamente 1.120 milhões de euros. Seguiu-se o sector de escritórios, com 35% do volume total, perto de €970 milhões. As principais transacções neste sector corresponderam à compra do Lagoas Park pela Henderson Park Capital Partners à Kildare Partners por 421 milhões de euros e do portfólio PREOF pela Cerberus à Finsolutia por um valor estimado em 150-170 milhões de euros. O sector hoteleiro captou 18% do capital investido, num total de 490 milhões de euros, em muito influenciado pela compra do portfólio dos hotéis Real por parte da Palm Invest.
No que respeita à actividade de promoção e reabilitação urbana, estima-se que em 2020 tenha registado uma quebra acima dos 60%, com um volume alocado a este tipo de operações abaixo dos 500 milhões de euros. Entre as operações de maior dimensão, destacam-se a venda do projecto residencial The Keys na Quinta do Lago (Almancil) por 95 milhões de euros pela massa insolvente à SPX International Asset Management, e do projecto misto da Herdade dos Pinheirinhos em Melides (Grândola) por 80 milhões de euros pelo Novo Banco à Vic Properties.
A Cushman & Wakefield foi responsável por algumas das mais importantes transacções do mercado, destacando-se na área de escritórios a venda do edifício sede da Cuatrecasas no Marquês de Pombal e a aquisição do Edifício Expo Tower no Parque das Nações. Na área de retalho, destaque para a venda das lojas do emblemático projecto Liberdade 203 e em hotelaria a venda do Stay Hotel Lisboa Airport. A equipa de promoção e reabilitação urbana da Cushman & Wakefield foi responsável por uma das maiores operações no seu segmento e a já referida venda do projecto The Keys.