Governo de Angola vai lançar PPP para as principais linhas ferroviárias do país
O Governo angolano prepara-se para o lançamento de parcerias público-privadas (PPP) para as principais linhas ferroviárias do país.
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O Governo angolano prepara-se para o lançamento de parcerias público-privadas (PPP) para as principais linhas ferroviárias do país e para a venda em bolsa de parte do capital das empresas petrolíferas e de diamantes nacionais.
Até ao final de Janeiro de 2021 deverão estar reunidas as condições de licitação para a concessão do corredor ferroviário do Lobito, o qual integra o Caminho-de-Ferro de Benguela Em conferência de imprensa, o ministro angolano dos Transportes, Ricardo Viegas D’Abreu Abreu afirmou que o Governo quer a participação de operadores especializados em logística e carga, para assegurar a manutenção e reabilitação das infra-estruturas.
Outra das prioridades do Governo recaí sobre o Caminho de Ferro de Luanda. Cerca de 215 km da linha, entre Zenza do Itombe (província do Kuanza Norte) e o Cacuso (província de Malanje) necessitam de ser reabilitados. “Ainda está a ser avaliado se esta rota será reabilitada ou se a linha terá uma nova rota para chegar à província de Malanje”, referiu o ministro.
O ministro acrescentou que o projeto de lançamento do “Corredor Norte” envolverá programas de parceria público-privada. O objectivo é que as três linhas ferroviárias (Benguela, Luanda e Moçamedes) cheguem aos países vizinhos, com a intervenção do sector privado, acrescentou.
Ricardo Viegas D’Abreu referiu-se ainda ao metro ligeiro de superfície, previsto para Luanda, o qual tem por base uma parceria entre o Governo e a Siemens. O projecto deverá ser construído no âmbito de uma parceria público-privada, com previsão de lançamento “ainda este ano”, da construção da primeira linha, com 30 km.
Em 2021, prevê-se também o recomeço da construção do novo Aeroporto Internacional de Luanda, com previsão de conclusão em 2023, segundo o ministro. O projecto já teve financiamento aprovado de 1,4 biliões de USD para ser concluído. Uma verba “mais do que suficiente” para a fase final, afirmou o ministro. “Foi necessário reavaliar o projeto, garantimos que fossem feitos ajustes técnicos e chegamos a um acordo com a construtora chinesa, para não precisarmos de recursos adicionais”, sublinhou.
Ainda no início desta semana a ministra angolana das Finanças, Vera Daves, adiantou que entre 2021 e o início de 2022, parte do capital da Sonangol e da Endiama serão vendidos em bolsa. Numa conferência organizada pela Bloomberg sobre a África, Vera Daves acrescentou que o lançamento da operação “depende da rapidez com que será possível organizar estas empresas e da garantia do cumprimento da due diligence para captar o interesse de investidores de qualidade”.
Até agora, o país privatizou 30 empresas, das 195 que serão vendidas até 2022 no âmbito do programa PROPRIV.