Vendas a não residentes aumentam 14,5% em 2018
Valor de aquisições por estrangeiros representa 13% do total de vendas. Franceses continuam os que mais compram casa em Portugal
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De acordo com os dados oficiais recolhidos pelo Gabinete de Estudos da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), em 2018 venderam-se 19.912 imóveis a não residentes, o que representou um aumento de 14,5% face ao período homólogo. Em termos globais, as vendas as estrangeiros representam 8,2% do total de aquisições efectuadas no ano passado.
O total das aquisições por não residentes representou um investimento de mais de 3.4 mil milhões de euros, 13% do valor total das vendas de imóveis em 2018.
“O investimento estrangeiro continua a ser muito importante no panorama imobiliário nacional. Há cada vez mais transacções efectuadas sem recurso a qualquer programa de captação de investimento (como os Vistos Gold ou o Regime Fiscal para Residentes Não Habituais), mas ainda assim estes continuam a ser muito relevantes, sobretudo quando falamos das vantagens competitivas em investir em Portugal” declara o presidente da APEMIP, Luís Lima.
Os franceses são os que mais compram em Portugal, representando 28,2% do total das vendas a não residentes, seguindo-se os britânicos (14,9%), os suíços (7,7%) os alemães (6%) e os brasileiros com 4,9%. No entanto, o representante das imobiliárias indica que a representatividade destes últimos deverá ser superior. “A procura por brasileiros não tem parado de subir, e verifica-se um pouco por todo o País. É provavelmente a nacionalidade que mais aposta na descentralização do investimento, a par dos franceses. Muitos deles são descendentes de portugueses, pelo que fazem o pedido de nacionalidade portuguesa antes de realizar os seus negócios em Portugal, daí que a representatividade dos mesmos deverá ser superior à que surge no ranking”, explica.
Já em valor dos imóveis adquiridos, os brasileiros surgem em terceiro lugar (8,3% do total de vendas a estrangeiros), depois dos franceses (19,7%) , dos britânicos (16,9%), dos chineses, com 5,1%, e os alemães, com 4,9%.
O valor médio das vendas a não residentes está nos 171.178€, mais 58% do valor médio das transacções globais, que se situa nos 108.016€.
“É natural que seja um investimento superior. Regra geral, os estrangeiros têm um poder de compra superior à média dos portugueses, o que lhes permite adquirir imóveis de um segmento mais elevado”, justifica o Luís Lima.
Do total de imóveis vendidos a não residentes, 28,6% situam-se na região do Algarve, 21,6% na região Centro, 21% na Área Metropolitana de Lisboa, 20,9% na região Norte, 3,9% no Alentejo, 2,4% na Região Autónoma da Madeira e 1,6% na Região Autónoma dos Açores.
Já no que diz respeito aos valores de transacção, foi a Área Metropolitana de Lisboa que agregou maior número de investimento, com mais de 1,3 mil milhões de euros, seguindo-se o Algarve com, com 1,2 mil milhões e a região Norte com 362 mil milhões de euros.
“Apesar de haver maior número de vendas a estrangeiros no Algarve, a maior parte do investimento está ainda concentrada na Área Metropolitana de Lisboa, que apresenta valor de oferta mais elevados. Ainda assim, os valores do Algarve aproximam-se já dos da capital”, declara Luís Lima.