“A sustentabilidade é cada vez mais solicitada nos projectos”
Ana Mesquita, coordenadora geral da Landlab, recorda que as soluções introduzidas em 2008 no mercado “eram fundamentais para o futuro das cidades”

Ateliermob apresenta Coopmmunity, a nova plataforma para projectos colaborativos
CAM “Edifício do Ano” pelo ArchDaily
Plano de Urbanização de Campanhã avança para discussão pública em Março
Iscte lança pós-graduação em ‘Mediação Imobiliária Profissional’
Lisboa recebe primeira edição da Deco Out
Daikin lança nova gama de unidades ERA
CICCOPN recebe Acreditação Erasmus+
Radisson Hotel Group expande presença na Península Ibérica
Grupo Casais inaugura primeiro hotel híbrido em Espanha
IP lança concurso de 150M€ para alargar ferrovia Contumil-Ermesinde
Ao CONSTRUIR, a coordenadora geral da Landlab, Ana Mesquita, explica a importância da arquitectura paisagista e da sustentabilidade em torno dos projectos e aborda a evolução da empresa ao longo dos últimos 10 anos.
Como é que a arquitecta, enquanto paisagista, olha para o encerramento de cursos como o de Arq. Paisagista na Universidade de Évora, alegadamente por falta de candidatos? É sintomático de algum desinteresse ou desvalorização “geral” desta disciplina ou não passará de algo pontual?
Penso que se trata de algo pontual, não acredito na falta de interesse na área. Aliás penso que é uma profissão de futuro, prova disso são os postos de trabalho que a OIT (Organização Internacional do Trabalho) estima que irão ser criados para criação de novos edifícios sustentáveis até 2030 – cerca de 6,5 milhões.
Pode ser algo semelhante ao que aconteceu em tempos com a Eng.ª Agrícola na UTAD que esteve para fechar por falta de alunos e depois com o renovar do interesse dos jovens pelo espaço rural voltou a ter alunos. De qualquer das formas, temos cinco cursos de arquitectura paisagista em Portugal, correndo o risco de ter poucos alunos em todos, agravando os custos do ensino e prejudicando a especialização das instituições de ensino superior. Na verdade, penso que há vantagens das áreas ligadas à arquitectura paisagista e à agronomia serem ministrados nas universidades do interior.
A Landlab já passou os 10 anos de fundação. Que balanço fazem da vossa actividade ao longo destes anos? Que transformações sentiram neste vosso percurso?
Estes dez anos serviram acima de tudo para validar que a Landlab é um parceiro de negócio extremamente profissional, informado e seguro. Serviram também para confirmar que as inovações que introduzimos no portefólio de sistemas e produtos em 2008, e, até então, desconhecidas em Portugal, eram soluções fundamentais para o futuro das cidades e a mudança de paradigma da construção – o que já se começa a verificar na prática nos dias de hoje. Na verdade, a estratégia delineada no início poucas alterações sofreu, mesmo que tenha sido difícil para o mercado entender inicialmente a proposta de qualidade e as soluções inovadoras que a Landlab trouxe ao sector. A busca e o desenvolvimento de sistemas de qualidade, ao melhor preço, é um compromisso sério que não deve ser comprometido por objectivos de vendas.
Que radiografia é possível traçar da prática e da encomenda no mercado nacional em termos de Arquitectura Paisagista e sustentabilidade?
A Arquitectura Paisagista é uma disciplina cada vez mais reconhecida pela sociedade, julgo que houve um amadurecimento simultâneo, do mercado e dos próprios profissionais na forma como interagem com este. A sustentabilidade é cada vez mais solicitada nos projectos, é uma palavra que está na ordem do dia, embora muitas vezes usada de forma leviana.
Na parte pratica, falta ainda algum conhecimento por parte dos técnicos, sobretudo da fiscalização para acompanhamento de obras mais complexas. A questão dos custos é também relevante, que por mais que seja requerida sustentabilidade, esta parte é das primeiras coisas a cortar quando há necessidade de reduzir orçamentos. Além da instalação há também os custos com a manutenção vegetação, que na maior parte das vezes são vistos como altos encargos, sem ter em conta as vantagens associadas.
Qual a estratégia da Landlab para os próximos anos? O que vos distingue e quais vão ser as vossas “armas” para serem competitivos?
A Landlab tem como base um network internacional que lhe permite desenvolver/exportar e/ou importar as melhores e mais inovadoras soluções nas suas áreas de actuação: coberturas verdes, jardins verticais, gestão da água, isolamento acústico e vegetação técnica. Para além dos melhores parceiros internacionais, a Landlab está inserida no grupo Português que mais trabalho de investigação tem nestas áreas, garantindo assim a procura por melhores soluções, com os custos mais eficientes e que garantam as normas internacionais. É assim que vemos os próximos anos, continuar a ter as soluções mais inovadoras para uma construção mais sustentável, com os custos mais baixos possíveis, que sejam seguras e que contribuam para cidades mais resilientes às alterações climáticas – o mais desafio que a humanidade enfrentará nas próximas décadas.
Explique-nos, por favor, em que consiste a vossa nova WallGreen, quais as suas grandes particularidades e em que medida é uma solução diferenciadora no mercado nacional?
Começa por ser um conceito inovador: transformar plástico reciclado em jardins verticais, contribuindo para que se controle a enorme quantidade de plástico que circula pelo mundo e destrói ecossistemas, sobretudo os marinhos. Acresce ainda que tecnicamente garante uma redução gigantesca no consumo de água e pouco consumo de energia. O sistema permite a utilização de plantas de maior dimensão, com a possibilidade de troca de qualquer planta, a qualquer momento e de forma imediata. O valor do sistema é bastante mais baixo comparativamente com outros sistemas de jardins verticais, que não têm estas vantagens e, sendo que alguns são só por sim um problema ambiental grave.