Ciclo de curtas-metragens ‘Arquitectura em Curtas – edição MAAT’, MAAT, Lisboa
“Arquitectura em Curtas” com os olhos em 2019
Em entrevista ao CONSTRUIR, a organização do evento faz balanço positivo e garante que já se está a pensar na edição de 2019
CONSTRUIR
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O MAAT recebeu o primeiro “Arquitectura em Curtas” realizado em Portugal. O evento que inaugurou no ano passado em Barcelona e Madrid e que foi apresentado internacionalmente em Milão, veio a Lisboa com o objectivo de “promover o vídeo como meio de narrar os processos arquitectónicos”. Criado em Barcelona, pela agência de comunicação B&S, a iniciativa baseia-se numa ideia de Andrea Sassi e conta com curadoria de Dario Furente. Em entrevista ao CONSTRUIR, Andrea Sassi falou sobre as novas realidades e tendências em arquitectura contemporânea, nas quais se insere, a imagem em movimento e Pedro Freitas, director comercial da Isopan Iberica, patrocinadora do evento, falou sobre o que levou a empresa a associar-se a esta estreia.
Qual o balanço desta primeira edição em Portugal?
Andrea Sassi: O saldo foi muito positivo. Nas duas sessões, tivemos um total de aproximadamente 250 pessoas e o MAAT foi um anfitrião fantástico.
O que vos levou a criar este evento de Arquitectura em Curtas?
Andrea Sassi: O “Arquitectura em Curtas” pretende promover o vídeo como um novo meio de narrar processos arquitectónicos. Após um longo período em que a fotografia foi, praticamente, a única forma de relacionar a arquitectura com a imagem, actualmente a componente da imagem em movimento ganha cada vez mais destaque como meio de enriquecer o discurso em torno da disciplina.
O despoletar do vídeo nas redes sociais e nos dispositivos móveis, os custos de realização mais alcançáveis e, sobretudo, a necessidade de explicar projectos e processos mais complexos e inovadores, levaram o sector e essa forma de expressão. No “Arquitectura em Curtas” queremos aglutinar todas essas peças gráficas e potenciar o debate sobre a arquitectura em torno delas.
À luz da palestra sobre gentrificação em Lisboa, promovida no âmbito do evento, de que forma uma iniciativa como esta pode ajudar a alertar para este tipo de problemas?
Andrea Sassi: A gentrificação é um tema que está na agenda política e social das grandes cidades, como Barcelona ou Lisboa. Sabíamos que poderia ser de grande interesse para os arquitectos de Lisboa terem a oportunidade de ver este pequeno filme – o Terramotourism -, e discutir com o geógrafo Luís Mendes sobre o assunto.
Acreditamos que é importante aumentar a conscientização sobre as questões sociais e humanas que podem nos afectar muito de perto, para evitar a reprodução dos mesmos erros que levaram a situações indesejáveis. Mas também estamos interessados em abordar, debater, compartilhar ideias e visões, inspirar e dar referências a acções arquitectónicas que estão a acontecer em outros lugares ou países.
Quais foram os grandes objectivos desta primeira edição e o que foi cumprido?
Andrea Sassi: O nosso objectivo era dar a conhecer este formato, que já havíamos feito em Madrid, Barcelona e Milão, entre os arquitectos e profissionais do sector da construção em Lisboa. O MAAT deu-nos a grande oportunidade de fazê-lo durante a celebração do seu aniversário. Ter um convidado como Luís Filipe Gonçalves Mendes, geógrafo de grande prestígio na primeira sessão e com um grande número de participantes, cumpriu todas as nossas expectativas.
O que é que conseguiram perceber, por parte do público e visitantes, sobre o evento?
Andrea Sassi: O público viu e percebeu que este tipo de formato é muito agradável e permite abordar realidades e problemas arquitectónicos e urbanos que poderiam ser difíceis de explicar. Ao mesmo tempo, demos a oportunidade de criar contactos com pessoas ligadas a algumas das Curtas que foram emitidas e expor às mesmas os diferentes pontos de vista. Esperamos que todas as pessoas que vieram a esta primeira edição em Portugal repitam a experiência em edições futuras.
Já se pode falar numa segunda edição?
Andrea Sassi: Estamos já a trabalhar numa próxima edição a acontecer em 2019
O que vos levou a patrocinar um evento com estas características?
Pedro Freitas: Queríamos envolver-nos e participar activamente na disseminação das novas linguagens que arquitectos e engenheiros desenvolvem para comunicar a sua arquitetura, o desenvolvimento urbano e a forma como evolui a sua envolvente próxima.
Que mais-valias este patrocínio trouxe para a empresa/marca?
Pedro Freitas: O “Arquitectura em Curtas” é um formato inovador, transgressivo em alguns conteúdos e que promove a proximidade e interacção com os participantes nas suas sessões. É uma maneira com a qual também nos identificamos e por isso queremos participar.
Que balanço fazem desta primeira edição em Portugal?
Pedro Freitas: O saldo desta primeira edição é muito positivo. Temas como a realidade actual do sector da construção, ou a promoção do turismo em Lisboa, que por sua vez está a alavancar a Reabilitação, foram tratados através de extraordinárias curtas-metragens.
Quem assistiu, na sua maioria arquitectos, profissionais e estudantes, enriqueceram ainda mais o evento com as perguntas que colocaram, o que gerou um debate muito interessante entre o público.