“Temos noção que estamos a querer mostrar arquitectura a não arquitectos”
Nos próximos dias 23 e 24 de Setembro, Lisboa recebe a 6ª edição do Open House, que este ano conta com Catarina e Rita Almada Negreiros como comissárias. À luz do […]
Ana Rita Sevilha
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Nos próximos dias 23 e 24 de Setembro, Lisboa recebe a 6ª edição do Open House, que este ano conta com Catarina e Rita Almada Negreiros como comissárias. À luz do conceito de “Mapa Aberto”, há um novo roteiro, composto por uma nova selecção de 88 edifícios que serão divulgados no próximo dia 12 de Setembro.
Em entrevista ao CONSTRUIR, Rita e Catarina Almada Negreiros explicam o conceito que norteou a selecção dos edifícios desta edição. Trata-se de “um mapa de uma cidade mais permeável que deixa ver espaços, na sua maioria não acessíveis ao público, um mapa com portas abertas”. Embora a escolha seja, obviamente, subjectiva, para as comissárias, desta selecção nasce um auto retrato de Lisboa. “Os novos espaços são um espelho optimista da cidade, uma cidade em profunda transformação. Na nossa análise, apesar do seu peso histórico, Lisboa procura reinventar-se: recuperando e descobrindo novos usos para os seus espaços; criando novos equipamentos que respondem às novas exigências da cidade; procurando novos centros; e dando resposta à imensa procura turística”
Como receberam o convite para comissariar este Open House e quais os grandes desafios desta selecção?
Rita e Catarina Almada Negreiros: O convite foi uma surpresa, até porque também é a primeira vez que o Open House tem uma curadoria externa e claro que, ficámos muito contentes. Ao início achámos que íamos ter imensos edifícios para colocar na nossa selecção, mas deparámo-nos com uma lista muito extensa de todos os edifícios já visitados em edições passadas… São 5 anos de um trabalho intenso e atento ao que se passa na cidade ao longo de todos os séculos, por isso, revelou-se um trabalho muito complicado. Nesta nossa selecção inevitavelmente ficaram muitos edifícios de fora, porque não dá para incluir todos, mas também existem edifícios que se repetem de edições anteriores, porque são para nós incontornáveis. Fundamentalmente queremos mostrar bons exemplos, boas reacções e uma visão mais optimista do que pode ser o desenvolvimento da cidade de Lisboa.
Por detrás da vossa selecção existe o conceito de um mapa…
É verdade. Tem que ver com o próprio evento do Open House, que é o de um dia em que de repente, portas que costumam estar fechadas se tornam em espaços que se podem visitar e se tornam públicos. Esta ideia remeteu-nos para os mapas de Roma, do Bufalini de 1551 e do Gianbatista Nolli de 1748, que são mapas que representavam a cidade de uma forma diferente, pela planta do rés-do-chão, dando a perceber uma permeabilidade da cidade diferente. Vemos este Open House como um fim-de-semana em que isso acontece, onde de repente a nossa cidade e o nosso mapa é mais permeável e é essa ideia, de “Mapa do Tesouro”, que achámos interessante.
É um mapa aberto, permeável, que extravasa às vias públicas e que entra em espaços edificados que não costumam estar abertos ao público.
Ao nível dos critérios de selecção, enumeraram algumas linhas de escolha, que tipo de edifícios estão em cada uma delas?
Depende, há edifícios que contêm as cinco linhas, outros que têm só uma. Depois da nossa lista estar feita, chegámos à conclusão que, das novas entradas, que são cerca de 27, edifícios de raiz, tínhamos poucos e um deles é um parque de estacionamento. Há uma grande ênfase na reabilitação na cidade de Lisboa, da escala mais pequena à escala maior, passando pelas várias técnicas e orçamentos. Queremos mostrar esta grande industria da reabilitação, através dos nossos olhos, tentando escolher os bons caminhos, os mais pragmáticos e os mais adaptados á cidade.
No fundo, o primeiro ponto que é “Recuperação e Descobrimento de Novos Espaços para a Cidade”, passa pela recuperação do edificado, mas também pela reutilização de espaços, como a Escola Machado de Castro que passou de uma escola secundária a uma escola de turismo; uma reciclagem de novos usos, que muitas vezes são pequenas intervenções que passam por adaptar à nova função. Por exemplo, o espaço de coworking que existe no primeiro andar do Mercado da Ribeira, que resultou de um trabalho quase invisível de arquitectura, e que achamos muito interessante.
O segundo ponto são “Novos Equipamentos” para a cidade. São edifícios como parques de estacionamento, edifícios estatais, museus, um conjunto de edifícios que veem completar os equipamentos da cidade e ajudar a resolver problemas. Neste ponto temos, por exemplo, o novo terminal de Cruzeiros ou a Casa das Galeotas.
Depois temos também “Novos Centros” e edifícios que dão resposta à procura turística.
Um dos grandes exemplos do Open House é o de aproximar a sociedade à arquitectura. Enquanto espectadoras das edições anteriores e comissárias desta, acham que esse objectivo está a ser cumprido?
Achamos que sim, até porque muitos dos sítios que fazem parte desta lista nós próprias visitámos no Open House e ficámos surpreendidas com a quantidade de visitas e com as pessoas que não eram do “mundo” da arquitectura. Nós, com esta posição que temos nesta edição do Open House, temos noção que estamos a querer mostrar arquitectura a não arquitectos.
Quais os melhores sítios para visitar no Open House?
Depende do que a pessoa procura, embora a grande maioria tenha a tendência de visitar as casas privadas, porque é de todos os espaços os mais inacessíveis. Mesmo nós, para termos as autorizações para o Open House, é difícil.
Porque é que não se pode perder o Open House?
Porque é uma festa, é uma divulgação da arquitectura para todas as pessoas e uma forma mágica de conhecer a própria cidade.
Que análise fazem à cidade e à forma como se está a desenvolver perante os desafios que lhe estão a ser colocados?
A cidade é sempre um organismo vivo e em constante mudança. Pensamos que há uma série de intervenções que estão a ser muito boas para a cidade, a Câmara está a fazer um trabalho incrível ao nível do espaço público. Hoje temos a cidade toda a ser requalificada, a ser bem estimada. Em relação ao investidor privado, existem situações de grande rendibilidade, que são assuntos complexos…
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