“Para criar e inovar, é preciso sair da zona de conforto”
Produtividade, inovação e criatividade são hoje os grandes objectivos das empresas, mas para atingi-los é preciso desenhar espaços que os fomentem
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Ana Rita Sevilha
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O MAAT – Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia foi o palco escolhido pela 3g Smart Group, para a Workplace Design Conference Lisboa, um dos 25 eventos internacionais previstos em 2017 , onde se analisa a transformação corporativa com base nas pessoas, na tecnologia e nos espaços como alavancas de mudança.
Francisco Vázquez, arquitecto e Presidente do 3g Smart Group, que organiza as Workplace Conferences (WDC) abriu o evento lembrando que: “a transformação já faz parte do roteiro de muitas empresas, mas ainda há muito por fazer e não há muito tempo. É importante ter uma visão integrada do verdadeiro alcance do momento que vivemos na história do management e das organizações”.
Produtividade, inovação e criatividade
Produtividade, inovação e criatividade foram das palavras que mais se repetiram durante a conferência e ficou explícito que os espaços e a forma como são pensados e desenhados contribuem de forma decisiva para o seu alcance.
“Em 2020 seremos 5 mil milhões de pessoas ligadas à Internet – 66% da população mundial. 65% dos postos de trabalho do futuro ainda não se criaram! Os nossos colaboradores têm de ser mais produtivos, mais inovadores e mais criativos. Esse é o grande desafio”, sublinhou Hélio Soares, CEO e Fundador da Up Partner e um dos oradores do evento.
Sergi Corbeto, CEO de Mind de Gap, falou sobre utopia e distopia, “Temos que fazer com que as empresas entendam que a transformação não é digital, é uma transformação antropológica”. Se não queremos transformar-nos em ciborgs, é preciso transformar os colaboradores das empresas em artistas.
“Os líderes têm de permitir que as pessoas que trabalham nas suas organizações se transformem em artistas”. Na perspectiva de Corbeto, é preciso transformar as empresas, fazê-las passar de organizações piramidais, altamente hierarquizadas, a empresas circulares, “colocando as pessoas no centro”. “Para chegar à utopia o único caminho é que 98% das nossas decisões se baseiem na empatia”, concluiu.
Case-Studies
Projectos de espaços corporativos ligados à banca e realizados pelo 3g Smart Group em Portugal, foram os escolhidos para case-studies da conferência, nomeadamente o Banco de Portugal e o WiZink, ficando claro que, como referiu Inês Medina da WiZink, “uma nova marca, novos valores e novas formas de trabalho pedem novos espaços”.
No âmbito destes case-studies e à margem da conferência, Francisco Vázquez, arquitecto e Presidente do 3g Smart Group disse ao CONSTRUIR que a atitude em Portugal perante os espaços de trabalho está a mudar. “Prova disso foi o que acabámos de ver. O Banco de Portugal, uma entidade que temos como conservadora, estar tão aberta à mudança”. “Claro que é um processo, não se pode passar do 8 para o 80, mas acho que de uma forma geral, as empresas e os colaboradores estão receptivos a mudar e estão a centrar essa mudança nas necessidades das pessoas”.
Sair da zona de conforto
Quanto aos grandes pilares na criação de espaços, Francisco Vázquez começa por falar em inovação e criatividade e na necessidade de um espaço fomentar e incrementar isso mesmo. “Para inovar e para criar é preciso sair da zona de conforto. Por exemplo, é preciso estar num espaço estranho, que obrigue a sentar no chão ou a estar de pé, e não a típica sala de reuniões de um qualquer escritório. A cor também é importante, tem de haver cores que criem algum incómodo”. Coloque-se então de parte a ideia de usar tons neutros e optar por open spaces minimalistas. “Se é tudo muito neutro não fomenta a criatividade e a inovação, porque não te tira da zona de conforto”, sublinha Francisco Vázquez, lembrando que, também ajuda ter meios físicos que fomentam essa inovação e criatividade por exemplo, ter zonas ou suportes onde riscar, pintar e apontar.
Mobilidade
Para concluir, Francisco Vázquez, Presidente de 3g Smart Group centrou-se na forma como a revolução tecnológica deu origem ao trabalho em mobilidade e como os espaços têm de adaptar-se aos trabalhadores móveis: “O trabalho deixou de ser um lugar e passou a ser uma acção. Isto alterou profundamente o conceito de espaço de trabalho. Saber o que querem as empresas, de que precisam as pessoas e o que nos dá a tecnologia, e a partir daí planificar como serão os espaços. É impossível mudar hábitos e culturas sem mudar o espaço. Culturalmente todos esperamos um posto de trabalho fixo, no entanto na era digital devemos esquecer a ideia de gabinete e escritório e começar a falar de espaços digitais. O novo espaço digital ocupa entre 30 e 40% menos de m2 que o espaço tradicional, com a consequente poupança de gastos”