Receitas da Arcadis diminuem 7% no terceiro trimestre
Grupo atribui esta performance à quebra de receitas nos mercados emergentes e na América do Norte, bem como ao efeito negativo monetário.
Pedro Cristino
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A Arcadis reportou uma receita líquida de 596 milhões de euros no terceiro trimestre do ano, um resultado que traduz uma quebra de 7% face aos 643 milhões de euros registados pela multinacional holandesa no mesmo período de 2015.
Em comunicado de imprensa, o grupo atribui esta performance à diminuição de receitas nos mercados emergentes e na América do Norte, bem como ao efeito negativo monetário. No acumulado do ano, a receita do grupo cifrou-se nos 1,8 mil milhões de euros, resultado que representa também uma quebra – de 5% – face aos 1,9 mil milhões de euros que a Arcadis registou no acumulado dos três meses de 2015.
O EBITA da empresa de engenharia sofreu um decréscimo homólogo de 33%, para 38,6 milhões de euros no terceiro trimestre de 2016 e, segundo o comunicado, são esperadas condições semelhantes no próximo trimestre, factor que levou a Arcadis a “acelerar iniciativas para melhorar a performance financeira”.
“Como indicado anteriormente, o terceiro trimestre foi desafiante, comparativamente aos trimestres anteriores de 2016”, afirmou Renier Vree. Assim, o CEO interino da Arcadis que substituiu Neil McArthur revela que, embora os responsáveis do grupo não estejam “satisfeitos com os resultados, as nossas prioridades de negócio são claras – vamos continuar a focar-nos em obter trabalho junto dos nossos clientes e a recolher o dinheiro”. Paralelamente, a Arcadis irá “acelerar o ritmo” ao alinhar a sua estrutura de custos com “as novas realidades de mercado”, bem como simplificar a organização. Segundo Vree, o processo estratégico manter-se-á.
De acordo com o comunicado do grupo neerlandês, os mercados da Europa Continental, Reino
Unido e Austrália registaram, na sua totalidade, um aumento das receitas durante o período. Já os mercados emergentes – 29% das receitas – depararam-se com “ventos contrários” em termos macro-económicos e reportaram um declínio da facturação, performance semelhante ao mercado da América do Norte, que a empresa atribui à “intensa concorrência”. “O impacto do “Brexit”, a pressão dos preços e os desequilíbrios de capacidade” foram outros factores que influenciaram o desempenho da Arcadis.
Na América do Norte, a quebra de receitas nos negócios de ambiente, água e arquitectura ofuscaram o crescimento alcançado nos negócios de infra-estruturas e edifícios. Nos mercados emergentes, a quebra deve-se principalmente a um decréscimo orgânico de 38% no Brasil, enquanto que, na Ásia, as receitas diminuiram 12% devido aos mercados de Hong Kong e Singapura.
No Médio Oriente, a facturação manteve-se igual, mas a empresa frisa que o baixo preço do petróleo continua a ter impacto negativo nos pagamentos. Os mercados da Austrália e do Pacífico apresentaram um “forte e lucrativo” crescimento orgânico, particularmente na área de infra-estruturas.
Na Europa Continental (20% da facturação), as receitas cresceram 3% face ao mesmo período de 2015, principalmente devido ao crescimento na área de edifícios. As receitas em infra-estruturas e em ambiente estiveram “em linha” com o ano transacto, e as receitas diminuíram no sector da água.
O mercado do Reino Unido, que representa 17% da receita do grupo, viu a facturação da Arcadis desce 9%, como resultado da queda do valor da libra esterlina. Ao mesmo tempo, a empresa registou um forte crescimento nas áreas de infra-estruturas e água, bem como na área de ambiente, embora com um contributo menos significativo.