Engenharia

Investimento público em ferrovias é “boa notícia” para sector da engenharia

O Governo apresentou, no início de Fevereiro, um plano de investimento nas infra-estruturas ferroviárias a seis anos, que envolve um montante de 2,7 mil milhões de euros, dos quais 95% […]

Pedro Cristino
Engenharia

Investimento público em ferrovias é “boa notícia” para sector da engenharia

O Governo apresentou, no início de Fevereiro, um plano de investimento nas infra-estruturas ferroviárias a seis anos, que envolve um montante de 2,7 mil milhões de euros, dos quais 95% […]

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O Governo apresentou, no início de Fevereiro, um plano de investimento nas infra-estruturas ferroviárias a seis anos, que envolve um montante de 2,7 mil milhões de euros, dos quais 95% provêm de fundos comunitários. Este plano pressupõe intervenções em 1.193 quilómetros de linha férrea – em modernização, novas linhas e electrificação – privilegiando o transporte de mercadorias. “A notícia de que o Governo vai implementar esses planos nas áreas das infra-estruturas de transportes é uma boa notícia que, assim espero, tenha a correspondente concretização a muito breve trecho”, ressalva o bastonário da Ordem dos Engenheiros (OE), ao Construir. Para Carlos Matias Ramos, a implementação “urgente deste plano estratégico é não só desejável, face à situação de quase desespero das empresas de projecto e construção, mas também indispensável face à sua relevância com vista à melhoria da conectividade internacional da economia portuguesa”.

Para-arranca”

“É nossa convicção que os momentos de crise devem ser aproveitados para analisar e proover os diversos planos estratégicos para o desenvolvimento do país, planos que garantam uma política de Estado e não de governos”, frisa o bastonário da Ordem dos Engenheiros, considerando de que a notícia da implementação dos planos de investimento nas áreas das infra-estruturas de transportes é “uma boa notícia que, assim espero, tenha a correspondente concretização a muito breve trecho”. “Trata-se de um investimento previsto no Plano Estratégico dos Transportes e Infra-estruturas (PETI3+), que estabelece a concretização, até 2020, de um conjunto de projectos prioritários que totalizam 6.067 milhões de euros de investimento e que engloba a implementação progressiva da estratégia europeia de realização dos corredores ferroviários prioritários da designada rede transeuropeia de infra-estruturas – a Connecting Europe Facility (CEF)”, explica Matias Ramos. Esta rede dispõe de um orçamento total de 26,25 mil milhões de euros para aplicar nos projectos elegíveis até 2020, “com especial enfoque nos sectores ferroviário e marítimo-portuário, competindo ao Estado o investimento, neste período, até 800 milhões de euros”. Segundo o responsável da OE, “não será por falta de capacidade técnica” que o plano estratégico “não poderá ser implementado rapidamente”. “Efectivamente, a engenharia portuguesa associada ao sector da construção tem, por direito próprio, mostrado a elevada capacidade de resposta, quando para isso o país a mobiliza, e um elevado prestígio nos países onde tem realizado a sua actividade”, promovendo a exportação de outros bens e serviços. Para Carlos Matias Ramos, a engenharia portuguesa tem, “através deste sector, estado presente em praticamente todos os continentes”. Contudo, para o bastonário, a engenharia portuguesa, “designadamente a que exerce a sua actividade nas áreas do projecto e da construção, tem sido fortemente afectada por decisões políticas de “para-arranca”, que impedem um planeamento, em antecipação, que possa dar resposta adequada e em tempo à concretização das decisões políticas sobre investimento em infra-estruturas”. O responsável pela associação de direito público que representa os engenheiros em Portugal refere as decisões “tomadas num dado período político e que são anuladas no período político”, considerando que estes actos “conduzem a uma falta de confiança e traduzem-se em graves encargos para as empresas que apostam em concursos e mais concursos sem continuidade, descapitalizando-as e contribuindo para reduzir a sua capacidade de intervenção”. O investimento de 2,7 mil milhões de euros em infra-estruturas ferroviárias constitui, para Matias Ramos, “uma esperança para que as nossas empresas recuperem a vitalidade e a sua confiança no país”.

Dinamizar o sector

Questionado pelo Construir sobre se este plano consistiria numa forma positiva de apoiar a capitalização das empresas do sector da engenharia, Filipe Lourenço, sócio-gerente da Procifisc não teve dúvidas em responder de forma afirmativa. “Era esperado que, com a entrada deste quadro comunitário, houvesse uma alavancagem no sector da engenharia e da construção”. “Pensamos que estas obras são uma boa iniciativa para voltar a dinamizar o sector”, acrescentou. Por sua vez, Miguel Vieira explicou ao Construir que, “após um período de estagnação no investimento em obras públicas que se verificou em Portugal, o presente conjunto de investimentos apresentado é de extrema importância para as empresas do sector de engenharia em Portugal”. Para o director de Desenvolvimento de Negócios da FASE, esta é “uma excelente oportunidade para as empresas de serviços de engenharia que, como a FASE, têm dimensão e capacidade técnica para concorrer a concursos que venham a ser lançados no âmbito deste plano de investimentos”.

A questão do preço

Na TPF Planege, os 1.193 quilómetros de linha férrea intervencionada representam “uma lufada de ar para a actividade das empresas de consultoria de engenharia e de construção no mercado português”. “Já quanto à capitalização dessas empresas, não estou tão certo dos benefícios, pois as condições de concorrência são muito fortes”, contrapõe Jorge Nandin de Carvalho, CEO da TPF Planege. Segundo Nandin de Carvalho, “no caso da consultoria de engenharia, subsector que melhor conheço, encontram-se pré-qualificados 13 consórcios para a elaboração dos projetos, envolvendo cerca de 40 empresas sendo que o critério de adjudicação da Infraestruturas de Portugal (IP) tem sido o do preço mais baixo”. Segundo este engenheiro, existe “um problema, especialmente devido à política de conservação do projecto das especialidades na esfera do Estado, como a via, a catenária e a sinalização, que obrigou a que quase todos – senão mesmo todos – os consórcios tivessem que integrar empresas estrangeiras, especialmente espanholas”. Todavia, Jorge Nandin de Carvalho espera que “as empresas portuguesas aproveitem também esta oportunidade para ganharem experiência naquelas áreas”. “Sabemos, entretanto, que a IP tenciona lançar em breve mais duas pré-qualificações, uma para obras especiais e outra para a fiscalização das obras, em que espero que o mesmo critério do baixo preço não se mantenha, pois, especialmente no sector de fiscalização de obras, penso que se deve tentar pôr alguma ordem na concorrência”, conclui o máximo responsável do Grupo TPF em Portugal. Sobre este tema, o presidente da Associação Portuguesa de Projectistas de Consultores (APPC) frisa que a mesma “sempre tem defendido a estabilidade e busca de consenso nas decisões, por forma a que a concretização dos planos não fique demasiado exposta a diferentes lógicas políticas de avaliação do investimento público”. “Vemos com agrado a estabilização e programação dos investimentos, instrumento essencial para que as empresas do sector possam elaborar os seus próprios planos e estratégias de abordagem das oportunidades que deverão surgir”, acrescenta. Neste sentido, Vítor Carneiro salienta que a associação tem vindo a acompanhar “desde há muito” este novo ciclo de investimentos orientados para a ferrovia – “a que, mais adiante, se deverão associar investimentos no sector marítimo-portuário, esperamos”. “Para as empresas do sector trata-se de um ciclo de investimento que poderá contribuir para a sobrevivência de uma parte importante delas”, explica o responsável da APPC, referindo também que “o decréscimo da actividade foi muito significativo desde 2010, bem superior a 30%, o que conduziu ao desaparecimento de muitas empresas e ao definhamento de muitas outras”. “Tenhamos, todavia, em conta que é indispensável que a contratação destes serviços seja efectuada em adequadas condições económicas”, avisa, sublinhando que se tem assistido, nos últimos anos, “a processos de contratação desqualificantes da capacidade técnica expressa nas propostas, atribuindo-se contratos simplesmente ao preço mais baixo, frequentemente a preços anormalmente baixos, que certamente virão a comprometer a qualidade das soluções propostas”. Neste contexto, Vítor Carneiro frisa que a APPC “sempre tem defendido que, na avaliação das propostas submetidas a concurso, se privilegie a avaliação da capacidade técnica expressa nas mesmas, sobretudo quando se fornece um preço indicativo – o preço base”.

Importância da experiência

Para Miguel Vieira, este plano de investimento poderá “ajudar a mitigar, mas não a eliminar, de todo, a falta de trabalho no mercado de engenharia civil” que tem levado as empresas a internacionalizar. “De facto, estamos a falar de projectos com alguma dimensão, numa área específica que é a ferrovia, mas que estarão acessíveis principalmente a empresas com experiência comprovada nesta área”, esclarece o responsável da FASE. Jorge Nandin de Carvalho acredita que estes investimentos deverão “ajudar muito as empresas portuguesas, caso se consiga a intervenção de um maior número possível de “players” com capacidade para realizar não só serviços técnicos, como as obras, e desde que tal não implique um esmagamento geral de preços”. Para o CEO da TPF Planege, a ajuda que o plano trará ao sector “será ainda mais preciosa dado surgir num momento em que os tradicionais mercados das empresas portuguesas no exterior estão muito deprimidos devido à crise internacional”. “Os mercados africanos, durante anos uma alternativa à crise geral, designadamente a da construção em Portugal, irão confrontar-se, no decorrer deste ano e muito provavelmente em 2017, com enormes problemas de liquidez, o que implicará que as empresas se vejam obrigadas a recorrer ao crédito mais intensamente”, assegura. Segundo Nandin de Carvalho, actualmente, as maiores dificuldades não residem “propriamente no custo do dinheiro mas sim nos “plafonds” de endividamento” e, assim, estes trabalhos ferroviários, “caso os preços praticados permitam margens razoáveis para a indústria, e a IP consiga garantir, como até aqui, prazos de pagamento razoáveis, poderão atenuar verdadeiramente os problemas de tesouraria das empresas”. Sobre se este plano poderá ajudar a mitigar a falta de trabalho no sector da engenharia em Portugal, que tem levado as empresas lusas a internacionalizarem a actividade, Filipe Lourenço responde que “não irá mitigar, até porque as empresas que se internacionalizaram não vão parar o processo”. “O que vai acontecer é que não irão ficar tão dependentes dos mercados internacionais”, alguns dos quais envolvem “riscos elevados”.

Aposta internacional mantém-se

Vítor Carneiro crê que este investimento público “não será, certamente, o remédio para todos os males, mas contribuirá para apoiar a estabilização, ainda que em mínimos, das equipas de trabalho das empresas”. Segundo o presidente da APPC, “é um erro pensar-se que a existência deste sector [da engenharia] pode passar por uma aposta quase exclusiva no mercado internacional”, uma vez que “não há actividade internacional que possa prosseguir se não existir uma base doméstica que permita a estabilidade das empresas”. Neste contexto, Vítor Carneiro lembra a aposta das empresas em mercados “em franco crescimento” mas “muito dependentes dos recursos energéticos para poder financiar esse desenvolvimento”. “Ora, com a situação actual do mercado do petróleo e outros recursos energéticos, a capacidade de geração de recursos financeiros essenciais para o financiamento dos programas de desenvolvimento de base das infra-estruturas fica bastante aquém daquilo que se previa, comprometendo a estabilidade da actividade das empresas nesses mercados”, reforça. “Assim, é evidente que a “retoma”, ainda que ténue, que a implementação deste programa de investimento poderá proporcionar é extremamente positiva, até para ajudar a mitigar as consequências negativas da redução das oportunidades de trabalho que certamente se farão sentir nos mercados a que aludimos, designadamente em Angola, Argélia, Brasil e Moçambique”, explica o responsável da associação. Além da ferrovia, Vítor Carneiro destaca que há outros domínios em que “se espera que venha a existir alguma retoma do investimento, nomeadamente no domínio marítimo-portuário, a que já aludimos, no domínio da água e saneamento, em termos de construções escolares e hospitalares, esperando-se que este conjunto crie, de facto, um novo ciclo para o sector, no que ao mercado interno respeita”. “Assistiu-se a um significativo período de destruição de capacidade instalada, esperando-se que essa tendência possa ser superada”, continua o presidente da APPC, lembrando que, todavia, “não vai ser possível retomar a patamares antes atingidos, mas, pelo menos, esperamos que possa ser contida a destruição da capacidade de intervenção que ainda permanece nas empresas”.

Efeito barril

Por sua vez, Carlos Matias Ramos, relembrando também os efeitos da crise do preço do petróleo para as empresas do sector que investiram na internacionalização em mercados muito dependentes desta matéria-prima, destaca que uma empresa não pode “apostar na internacionalização se, no país não tiver uma actividade que lhe proporcione não só o necessário “buffer” que lhe dê uma certa garantia de qualidade, mas também o “curriculum” que lhe garanta a satisfação das condições em concursos internacionais”. Assim, perante este contexto internacional e “no sentido de concretizar os objectivos do plano”, o bastonário da OE considera “fundamental que se tomem decisões rápidas, por forma a garantir a sobrevivência das empresas portuguesas de projecto e construção, mas também para concretizar a implementação efectiva dos investimentos previstos ao abrigo do Portugal 2020, que poderá ser a última oportunidade de aproveitamento dos fundos comunitários por Portugal”. Segundo este engenheiro, a referida implementação terá “necessariamente ser baseada na valorização efetiva da capacidade de execução, traduzida na valorização do mérito e das competências técnicas das empresas a selecionar, e não apenas, como tem acontecido ultimamente, no custo, evitando situações conducente a posteriores “trabalhos a mais”, à não garantia da qualidade e ao não cumprimento de prazos”. Carlos Matias Ramos deixa ainda um repto: “que a urgência na aplicação dos fundos comunitários não conduza a concursos públicos que possibilitem a ultrapassagem de fases de projecto e construção consagradas nas mais elementares práticas e procedimentos e em documentos legislativos, violando-os e pondo em causa um dos principais conceitos da transparência e da competitividade”.

Dinamizar o sector

Questionado pelo Construir sobre se este plano consistiria numa forma positiva de apoiar a capitalização das empresas do sector da engenharia, Filipe Lourenço, sócio-gerente da Procifisc não teve dúvidas em responder de forma afirmativa. “Era esperado que, com a entrada deste quadro comunitário, houvesse uma alavancagem no sector da engenharia e da construção”. “Pensamos que estas obras são uma boa iniciativa para voltar a dinamizar o sector”, acrescentou. Por sua vez, Miguel Vieira explicou ao Construir que, “após um período de estagnação no investimento em obras públicas que se verificou em Portugal, o presente conjunto de investimentos apresentado é de extrema importância para as empresas do sector de engenharia em Portugal”. Para o director de Desenvolvimento de Negócios da FASE, esta é “uma excelente oportunidade para as empresas de serviços de engenharia que, como a FASE, têm dimensão e capacidade técnica para concorrer a concursos que venham a ser lançados no âmbito deste plano de investimentos”.

A questão do preço

Na TPF Planege, os 1.193 quilómetros de linha férrea intervencionada representam “uma lufada de ar para a actividade das empresas de consultoria de engenharia e de construção no mercado português”. “Já quanto à capitalização dessas empresas, não estou tão certo dos benefícios, pois as condições de concorrência são muito fortes”, contrapõe Jorge Nandin de Carvalho, CEO da TPF Planege. Segundo Nandin de Carvalho, “no caso da consultoria de engenharia, subsector que melhor conheço, encontram-se pré-qualificados 13 consórcios para a eaboração dos projetos, envolvendo cerca de 40 empresas sendo que o critério de adjudicação da Infraestruturas de Portugal (IP) tem sido o do preço mais baixo”. Segundo este engenheiro, existe “um problema, especialmente devido à política de conservação do projecto das especialidades na esfera do Estado, como a via, a catenária e a sinalização, que obrigou a que quase todos – senão mesmo todos – os consórcios tivessem que integrar empresas estrangeiras, especialmente espanholas”. Todavia, Jorge Nandin de Carvalho espera que “as empresas portuguesas aproveitem também esta oportunidade para ganharem experiência naquelas áreas”. “Sabemos, entretanto, que a IP tenciona lançar em breve mais duas pré-qualificações, uma para obras especiais e outra para a fiscalização das obras, em que espero que o mesmo critério do baixo preço não se mantenha, pois, especialmente no sector de fiscalização de obras, penso que se deve tentar pôr alguma ordem na concorrência”, conclui o máximo responsável do Grupo TPF em Portugal. Sobre este tema, o presidente da Associação Portuguesa de Projectistas de Consultores (APPC) frisa que a mesma “sempre tem defendido a estabilidade e busca de consenso nas decisões, por forma a que a concretização dos planos não fique demasiado exposta a diferentes lógicas políticas de avaliação do investimento público”. “Vemos com agrado a estabilização e programação dos investimentos, instrumento essencial para que as empresas do sector possam elaborar os seus próprios planos e estratégias de abordagem das oportunidades que deverão surgir”, acrescenta. Neste sentido, Vítor Carneiro salienta que a associação tem vindo a acompanhar “desde há muito” este novo ciclo de investimentos orientados para a ferrovia. “Para as empresas do sector trata-se de um ciclo de investimento que poderá contribuir para a sobrevivência de uma parte importante delas”, explica o responsável da APPC, referindo também que “o decréscimo da actividade foi muito significativo desde 2010, bem superior a 30%, o que conduziu ao desaparecimento de muitas empresas e ao definhamento de muitas outras”. “Tenhamos, todavia, em conta que é indispensável que a contratação destes serviços seja efectuada em adequadas condições económicas”, avisa, sublinhando que se tem assistido, nos últimos anos, “a processos de contratação desqualificantes da capacidade técnica expressa nas propostas, atribuindo-se contratos simplesmente ao preço mais baixo, frequentemente a preços anormalmente baixos, que certamente virão a comprometer a qualidade das soluções propostas”. Neste contexto, Vítor Carneiro frisa que a APPC “sempre tem defendido que, na avaliação das propostas submetidas a concurso, se privilegie a avaliação da capacidade técnica expressa nas mesmas, sobretudo quando se fornece um preço indicativo – o preço base”.

Importância da experiência

Para Miguel Vieira, este plano de investimento poderá “ajudar a mitigar, mas não a eliminar, de todo, a falta de trabalho no mercado de engenharia civil” que tem levado as empresas a internacionalizar. “De facto, estamos a falar de projectos com alguma dimensão, numa área específica que é a ferrovia, mas que estarão acessíveis principalmente a empresas com experiência comprovada nesta área”, esclarece o responsável da FASE. Jorge Nandin de Carvalho acredita que estes investimentos deverão “ajudar muito as empresas portuguesas, caso se consiga a intervenção de um maior número possível de “players” com capacidade para realizar não só serviços técnicos, como as obras, e desde que tal não implique um esmagamento geral de preços”. Para o CEO da TPF Planege, a ajuda que o plano trará ao sector “será ainda mais preciosa dado surgir num momento em que os tradicionais mercados das empresas portuguesas no exterior estão muito deprimidos devido à crise internacional”. “Os mercados africanos, durante anos uma alternativa à crise geral, designadamente a da construção em Portugal, irão confrontar-se durante este ano e muito provavelmente em 2017, com enormes problemas de liquidez, o que implicará que as empresas se vejam obrigadas a recorrer ao crédito mais intensamente”, assegura. Segundo Nandin de Carvalho, actualmente, as maiores dificuldades não residem “propriamente no custo do dinheiro mas sim nos “plafonds” de endividamento” e, assim, estes trabalhos ferroviários, “caso os preços praticados permitam margens razoáveis para a indústria, e a IP consiga garantir, como até aqui, prazos de pagamento razoáveis, poderão atenuar verdadeiramente os problemas de tesouraria das empresas”. Sobre se este plano poderá ajudar a mitigar a falta de trabalho no sector da engenharia em Portugal, que tem levado as empresas lusas a internacionalizarem a actividade, Filipe Lourenço responde que “não irá mitigar, até porque as empresas que se internacionalizaram não vão parar o processo”. “O que vai acontecer é que não irão ficar tão dependentes dos mercados internacionais”, alguns dos quais envolvem “riscos elevados”.

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Vítor Carneiro crê que este investimento público “não será, certamente, o remédio para todos os males, mas contribuirá para apoiar a estabilização, ainda que em mínimos, das equipas de trabalho das empresas”. Segundo o presidente da APPC, “é um erro pensar-se que a existência deste sector [da engenharia] pode passar por uma aposta quase exclusiva no mercado internacional”, uma vez que “não há actividade internacional que possa prosseguir se não existir uma base doméstica que permita a estabilidade das empresas”. Neste contexto, Vítor Carneiro lembra a aposta das empresas em mercados “em franco crescimento” mas “muito dependentes dos recursos energéticos para poder financiar esse desenvolvimento”. “Ora, com a situação actual do mercado do petróleo e outros recursos energéticos, a capacidade de geração de recursos financeiros essenciais para o financiamento dos programas de desenvolvimento de base das infra-estruturas fica bastante aquém daquilo que se previa, comprometendo a estabilidade da actividade das empresas nesses mercados”, reforça. Por sua vez, Carlos Matias Ramos, relembrando também os efeitos da crise do preço do petróleo para as empresas do sector que investiram na internacionalização em mercados muito dependentes desta matéria-prima, destaca que uma empresa não pode “apostar na internacionalização se, no país não tiver uma actividade que lhe proporcione não só o necessário “buffer” que lhe dê uma certa garantia de qualidade, mas também o “curriculum” que lhe garanta a satisfação das condições em concursos internacionais”. Assim, perante este contexto internacional e “no sentido de concretizar os objectivos do plano”, o bastonário da OE considera “fundamental que se tomem decisões rápidas, por forma a garantir a sobrevivência das empresas portuguesas de projecto e construção, mas também para concretizar a implementação efectiva dos investimentos previstos ao abrigo do Portugal 2020, que poderá ser a última oportunidade de aproveitamento dos fundos comunitários por Portugal”. Segundo este engenheiro, a referida implementação terá “necessariamente ser baseada na valorização efetiva da capacidade de execução, traduzida na valorização do mérito e das competências técnicas das empresas a selecionar, e não apenas, como tem acontecido ultimamente, no custo, evitando situações conducente a posteriores “trabalhos a mais”, à não garantia da qualidade e ao não cumprimento de prazos”. Carlos Matias Ramos deixa ainda um repto: “que a urgência na aplicação dos fundos comunitários não conduza a concursos públicos que possibilitem a ultrapassagem de fases de projecto e construção consagradas nas mais elementares práticas e procedimentos e em documentos legislativos, violando-os e pondo em causa um dos principais conceitos da transparência e da competitividade”.

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Breathe Homes apresenta novo projecto ‘Red in Blue’

Localizado no Bairro Azul, junto ao El Corte Ingles, o ‘Red in Blue’ apresenta-se com a assinatura “La Vie en Red”. A comercialização está a cargo da JLL e da Dils, em co-exclusividade

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A JLL, em co-exclusividade com a Dils, está a comercializar o ‘Red in Blue’, um novo projecto residencial promovido pela Breathe Homes. Localizado no Bairro Azul, junto ao El Corte Ingles, o ‘Red in Blue’ apresenta-se com a assinatura “La Vie en Red” ilustrando um posicionamento de quem procura um estilo de vida “vibrante” no coração da cidade, “elevado conforto”, a par de um “sentido de comunidade”.

Com uma arquitectura contemporânea, o ‘Red in Blue Residences’ reflecte um novo conceito de habitação a duas cores projectado para proporcionar aos seus residentes “elevado nível de conforto, exclusividade e intimidade”, com o “ADN de um edifício que se ergue num Bairro”.

O edifício conta com sete apartamentos distribuídos por seis pisos, e com uma oferta a duas cores – os apartamentos Red, com tipologias T2, e os apartamentos Blue, orientados para T4 e desenvolvidos no último piso, com vista privilegiada na cidade.

Além do design e arquitectura, ‘Red in Blue’ é uma “resposta completa em matéria de qualidade de vida e bem-estar” pois oferece nas suas infraestruturas uma piscina interior, ginásio, parque privativo de cerca de 15 lugares, storage inteligente, alta tecnologia de acessos e serviço de porteiro. As cozinhas são ainda equipadas por eletrodomésticos Gaggenau, reconhecidos mundialmente pela sua qualidade excepcional, design sofisticado e tecnologia avançada.

A localização do empreendimento oferece ainda fácil acesso a serviços, comércio, espaços culturais e áreas verdes. A proximidade ao metro de São Sebastião e às principais vias de acesso da cidade assegura uma mobilidade prática e rápida.

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Dinâmica construtiva contrasta com a quebra no licenciamento

Segundo o INE, entre 2011 e 2023, a dinâmica construtiva potencial foi de 5,4%, medida pelo número de fogos licenciados face ao total de fogos existentes em 2011. O documento, que faz uma análise territorial da construção de edifícios em Portugal, salienta que, no mesmo período, o licenciamento de obras registou tendência decrescente

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De acordo com a análise “Pressão Construtiva 2011-2023”, publicada hoje pelo o Instituto Nacional de Estatística (INE), a dinâmica construtiva potencial foi de 5,4%, medida pelo número de fogos licenciados face ao total de fogos existentes em 2011.

Numa análise por regiões NUTS II, apenas o Norte e as regiões autónomas dos Açores e da Madeira superaram aquele valor, com 7,3%, 6,8% e 5,8%, respectivamente. “O maior dinamismo construtivo do Norte ficou patente nos valores mais elevados do país, registados no Cávado (9,7%), Ave (8,9%), Área Metropolitana do Porto (7,4%) e nas regiões do Tâmega e Sousa e do Alto Minho (ambas com 7,2%)”, refere o INE. Segundo a mesma análise, “o instituto estatístico, no Cávado e na Área Metropolitana do Porto o crescimento da construção coincidiu com o aumento da população residente entre 2011 e 2023 (+4,8% e +2,5%, respectivamente)”.

O documento, que faz uma análise territorial da construção de edifícios em Portugal entre 2011 e 2023, salienta que, no mesmo período, o licenciamento de obras registou uma ligeira tendência decrescente no número de edifícios e pisos, com taxas médias de crescimento anual de -0,6% e -0,5%. “O total de edifícios e pisos licenciados foi de 216,2 mil e 419,8, pela mesma ordem. Para esta diminuição contribuíram a maioria das regiões”, com excepção de Setúbal, grande Lisboa e Região Autónoma da Madeira onde o licenciamento de edifícios e de pisos registaram taxas médias de crescimento anual positivas.

Quanto aos valores médios relativos ao licenciamento, registou-se uma ligeira diminuição da construção em altura, de 1,8 pisos por edifício em 2011 para 1,7 pisos por edifício em 2023. Já nos fogos licenciados, destacaram-se as tipologias T3 ou superior, com uma média de 4,1 divisões por fogo licenciado em 2023, inferior à média de 4,6 divisões por fogo licenciado registada em 2011.

A construção nova foi o tipo de obra predominantemente licenciada em Portugal na maioria dos anos entre 2011 e 2023.  A excepção vai para o período entre 2012 e 2014, onde as obras de reabilitação do edificado (alterações, ampliações e reconstruções) superaram o licenciamento para construção nova. No total, as obras de reabilitação registaram uma trajectória de crescimento entre 2011 e 2012, ano em que atingiram o valor mais elevado do período analisado, com 60,2 licenças por cada 100 construções novas. Em 2023, este indicador situava-se nos 30,3, refere o INE.

Analisando a pressão construtiva o Instituto de Estatística refere que esta “evidenciou fortes assimetrias regionais”, registando maior intensidade nas zonas litorais e metropolitanas.  Os valores mais elevados no eixo da área construída observaram-se na Área Metropolitana do Porto e na Grande Lisboa, enquanto o Algarve, a Península de Setúbal e o Cávado se destacaram por conjugarem a pressão construtiva quer na área construída, quer na altura. Enquanto na Grande Lisboa e na Área Metropolitana do Porto o crescimento concentrou-se sobretudo na pressão em área.

Já no eixo da altura, o INE destaca ainda algumas regiões fora dos grandes centros urbanos, como o Alentejo Litoral, Baixo Alentejo, Terras de Trás-os-Montes e Médio Tejo, com dinâmicas localizadas de verticalização. Em sentido inverso, o Alto Minho, a Grande Lisboa e a Beira Baixa registaram os valores mais negativos neste indicador.

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Jungheinrich define estratégia de crescimento até 2030

O novo marco estratégico para o próximo período de cinco anos, a ‘Estratégia 2030+’, propõe-se a alcançar 10 MM€ e um EBIT ROS (retorno de vendas) de 10% numa base orgânica

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A fornecedora de soluções de intralogística e automação, Jungheinrich, apresentou o seu novo marco estratégico para o próximo período de cinco anos.  A ‘Estratégia 2030+’ propõe-se a alcançar 10 mil milhões de euros e um EBIT ROS (retorno de vendas) de 10% numa base orgânica até 2030.

Desta forma, a empresa pretende “desenvolver” as suas raízes profundas e grande potencial para se transformar num parceiro global ainda mais forte para os seus clientes, fornecendo soluções de movimentação de cargas de valor excepcional.

Com base no seu negócio principal na Europa, as áreas chave de actuação da Jungheinrich incluirão uma maior expansão global, com foco na América do Norte e na Região da Ásia-Pacífico (APAC), um crescimento significativo e inovação no negócio de automatização de armazéns, tal como extensão do portfólio de produtos para veículos industriais de tecnologia Mid-Tech.

A empresa prevê que os principais impulsionadores do mercado se mantenham favoráveis, mesmo em contextos de volatilidade geopolítica. É esperado que a procura por soluções de movimentação de cargas continue a aumentar, particularmente na área de automatização de armazéns, cuja estimativa é de um crescimento médio de 8% nos próximos cinco anos.

Segundo Lars Brzoska, presidente do Conselho de Administração da Jungheinrich, a equipa da Jungheinrich está focada em “capacitar os nossos clientes, para que possam manter os compromissos assumidos”.

“Num contexto de mercado competitivo, queremos e devemos crescer mais rapidamente, tal como ser mais rentáveis. Com o crescimento geral expectável do mercado e a execução diligente das nossas iniciativas estratégicas, estamos confiantes de que seremos capazes de atingir os nossos objectivos”, ressalva.

Também segundo Volker Hues, director financeiro da Jungheinrich AG, a Estratégia 2030+ representa um “avanço importante” para garantir um futuro de sucesso. “Alcançámos um perfil financeiro sólido e uma flexibilidade que nos permite apoiar as nossas iniciativas de crescimento. Neste contexto, as aquisições irão desempenhar um papel fulcral na nossa estratégia a médio prazo, especialmente para impulsionar a nossa expansão global e os nossos negócios de automatização”.

A Jungheinrich irá concentrar-se em expandir ainda mais a sua presença na América do Norte e na APAC. Na América do Norte, planeia aumentar a penetração no mercado de empilhadores industriais e expandir o negócio de automatização e equipamentos de armazém, apoiando-se, por exemplo, na forte plataforma de Storage Solutions. Já na APAC, pretende crescer ainda mais nos mercados existentes e entrar em novos mercados seleccionados.

Além disso, a Jungheinrich planeia uma expansão dos canais de vendas através de revendedores e plataformas online, bem como o estabelecimento de um centro regional e centros de serviços empresariais para a APAC.

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A Câmara de Setúbal vai avançar com dois investimentos qualificadores do território azeitonense num montante superior a 1,5 milhões de euros, com a aprovação de um procedimento de contratação e de um projeto de execução.

Uma das deliberações diz respeito ao projeto de execução para conceção-construção do Auditório de Azeitão, já com empreitada adjudicada à empresa Colicapela 2 – Construções Lda., pelo valor de 898 mil e 733,88 euros, mais IVA, com um prazo de obra definido em 210 dias.

O Auditório de Azeitão procura dar resposta às necessidades crescentes da comunidade, ao disponibilizar-se como um espaço cultural versátil e moderno, passível de enquadrar uma variedade de eventos culturais, como apresentações musicais, teatrais, conferências e projeções de filmes.

A outra proposta é a abertura de um procedimento de contratação pública, por lotes, para uma empreitada de qualificação urbanística na envolvente do Auditório de Azeitão e do futuro Mercado de Brejos de Azeitão, o qual já está em obra, o preço-base global de 498 mil e 955 euros, mais IVA, com prazos de execução de, respetivamente, 120 e 60 dias.

A intervenção na envolvente dos dois equipamentos inclui limpeza, demolições e modelação de terrenos, a execução de áreas ajardinadas com rega, a construção de passeios e a criação de redes de drenagem pluvial, a par da instalação de mobiliário urbano, pinturas e sinalização rodoviária e colocação de iluminação e infraestruturas elétricas.

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Novo pólo escolar em Sintra representa investimento de 16M€

A construção do Novo Pólo Escolar da Serra das Minas será construída num terreno de 25 mil m². Com capacidade para 38 turmas, o novo estabelecimento de ensino poderá acolher cerca de 1000 alunos em regime normal

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A Câmara Municipal de Sintra assinou o contrato para a concepção e construção do Pólo Escolar da Serra das Minas, em Rio de Mouro, num investimento de 16,3 milhões euros. Este projecto faz parte do reordenamento da rede escolar proposto pela Carta Educativa de Sintra de 2.ª geração, que visa criar um parque escolar atractivo e adequado às necessidades da população.

Durante a cerimónia, Basílio Horta, referiu que o “executivo continua a cumprir o seu dever ao criar condições de dignidade no ensino. Este investimento é mais um passo na melhoria das infraestruturas escolares, contribuindo para um ambiente educativo de maior qualidade no concelho”.

A construção do Novo Pólo Escolar da Serra das Minas será baseada num modelo que define a escola como um espaço de incentivo à aprendizagem, respeitando as condicionantes de intervenção em edifícios de diferentes épocas e tipologias. A nova escola será construída num terreno de 25 mil m², adjacente à escola secundária de Mem Martins, e contará com infraestruturas para os três ciclos do ensino básico. A distribuição dos espaços será ajustada à evolução da população escolar, preparada para oito turmas para o 1.º ciclo e 30 turmas para os 2.º e 3.º ciclos. Com capacidade para 38 turmas, o novo estabelecimento de ensino poderá acolher cerca de 1000 alunos em regime normal. O edifício será composto por oito salas de aula para o 1.º ciclo, 22 salas para os 2.º e 3.º ciclos, quatro salas de tecnologias de informação e comunicação/artes visuais, um núcleo de ciências com cinco laboratórios, auditório, biblioteca, sala de convívio, cozinha, bar e papelaria.

Em termos de espaços desportivos, a escola contará com dois campos de jogo exteriores, pavilhão gimnodesportivo, ginásio, sala técnica para professores, balneários para alunos e professores, zona de arrumos, área comum e instalações sanitárias para o público.

A construção do Pólo Escolar da Serra das Minas, tem um prazo de execução de 540 dias. Este investimento vem juntar-se à construção do Pólo Escolar Ferreira Dias, em Agualva, cuja empreitada foi adjudicada pela autarquia de Sintra em Dezembro de 2024, num investimento superior a 27 milhões de euros. Desde 2018, o Plano de Investimentos nas Escolas de Sintra permitiu requalificar mais de 120 estabelecimentos de ensino, beneficiando mais de 30 mil alunos, num investimento superior a 57 milhões de euros.

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Savills coloca sociedade de advogados MMLaw no Atrium Saldanha

Segundo a MMLaw, a mudança para a nova fracção, localizada no 8º piso deste activo, acompanha o “crescimento” da equipa e da actividade da sociedade

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A sociedade de advogados MMLaw acaba de reforçar a sua presença em Lisboa com a abertura da nova sede no edifício Atrium Saldanha. A operação de arrendamento foi conduzida pela equipa de escritórios da Savills Portugal, que prestou assessoria à MMLaw em todo o processo de identificação e negociação do novo espaço.

A mudança para a nova fracção, localizada no 8º piso deste activo, acompanha o “crescimento” da equipa e da actividade da sociedade, reflectindo a aposta em espaços mais amplos, modernos e alinhados com a sua visão de futuro.

Especializada em áreas como blockchain, Web3, fintech e energia, a MMLaw destaca-se por uma abordagem “inovadora” e por um “profundo” conhecimento jurídico em matérias como fiscalidade, direito societário e fusões e aquisições.

Com uma equipa internacional e uma rede global, presta apoio jurídico contínuo a clientes em toda a União Europeia e noutras geografias, consolidando a sua posição enquanto parceiro estratégico em sectores altamente regulados e tecnológicos.

O Atrium Saldanha é um dos edifícios de escritórios mais emblemáticos da cidade de Lisboa, da autoria do arquitecto espanhol Ricardo Bofill e por se encontrar no coração do eixo empresarial da cidade, torna-se atractivo para empresas inovadoras e em crescimento.

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Empresas

Prémios AGEFE distinguem boas práticas das empresas de material eléctrico

O Prémio Fornecedor do Ano, promovido pela Secção de Distribuidores Grossistas da AGEFE, voltou a distinguir as empresas que mais se destacaram em 2024 no sector de material eléctrico em Portugal. Pela primeira vez os prémios AGEFF incluiu a Mobilidade Eléctrica como categoria a concurso

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Todos os anos estes prémios têm como grande objectivo fomentar a geração de valor na cadeia de distribuição, potenciando uma articulação cada vez mais qualificada entre a distribuição e os seus fornecedores.

Este reconhecimento valoriza a excelência, o desempenho, a inovação e a qualidade da relação de serviço e desempenho do sector que abrange as empresas de material eléctrico, sublinhando também o papel estratégico que as empresas desempenham na evolução do sector de material eléctrico a operar em território nacional.

Nesta edição, os galardões foram atribuídos em sete categorias, com a introdução de uma nova distinção, mobilidade eléctrica, reflectindo a diversidade e a especialização dos segmentos que compõem a indústria de material eléctrico em Portugal. Os vencedores foram seleccionados com base em critérios exigentes, incluindo qualidade dos produtos, eficiência logística, suporte técnico e compromisso com a inovação. Assim, na categoria ‘Automação, Controlo e Instrumentalização’ foi distinguida a Finder; na categoria ‘Cabos’ o vencedor foi a General Cable Celcat; a Legrand venceu na categoria ‘Comunicação, Redes e Segurança’; na categoria ‘Distribuição de Energia’ o prémio foi atribuído à Hager; a Ledvance venceu na categoria ‘Iluminação’; na categoria ‘Material de Instalação’ a Obo Bettermann foi o Fornecedor do Ano. A nova categoria ‘Mobilidade Eléctrica’ premiou a Wallbox.

“Vivemos tempos exigentes. A instabilidade geopolítica, as pressões económicas sobre a Europa, as exigências da transição energética, a transformação que está a ocorrer nomeadamente no mercado da distribuição obrigam-nos a repensar modelos e reforçar competências e, essencialmente, a criar valor com base na colaboração mútua”, sublinhou José Coutinho, presidente do Conselho de Secção de Distribuidores Grossistas, AGEFE.

Através desta iniciativa, a AGEFE – Associação Portuguesa da Indústria Electrodigital – reafirma o seu compromisso em promover práticas de excelência no sector, fomentar relações sólidas entre os diversos agentes na área do material eléctrico e incentivar a inovação como motor de desenvolvimento. A edição deste ano voltou a evidenciar a importância da colaboração entre todos os intervenientes da cadeia de valor, reforçando a dinâmica positiva e sustentável do sector de material eléctrico em Portugal.

Neste encontro do sector de “Material Eléctrico 2025” reuniram-se 65 empresas, associadas e não associadas, entre as quais 24 distribuidoras grossistas e 37 importadoras e fabricantes de material eléctrico, contando com a participação de mais de 160 profissionais do sector, tendo sido a maior participação de sempre.
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Arquitectura

Guimarães vai pensar cidade e habitação

“Housing Symposium Guimarães 2025” decorre entre 29 e 31 de Maio. Especialistas internacionais e nacionais reúnem-se no Centro Cultural Vila Flor para pensar novas formas de habitar e viver na cidade

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Novas formas de pensar a habitação e garantir respostas arquitectónicas adequadas às necessidades de cada época. Este é um dos motes do evento “Housing Symposium Guimarães 2025”, que vai reunir alguns dos principais nomes da arquitectura contemporânea, entre os dias 29 e 31 de Maio, no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães.
Este fórum de reflexão, promovido pela Fundação Ideal Spaces, Câmara Municipal de Guimarães, Grupo Zegnea e Escola de Arquitectura, Arte e Design da Universidade do Minho, vai abordar três temáticas diferentes ao longo dos três dias do simpósio, com moderação do alemão Ulrich Gehmann, fundador da “Ideal Spaces”, e da arquitecta Mariana Rodrigues, do Grupo Zegnea.

«As cidades e as sociedades encontram-se num processo permanente de mudança. Discutir, pensar e reflectir sobre ‘Housing’ é falar sobre identidade, pertença e as dinâmicas que moldam a sociedade, a cultura e a forma como vivemos. Este simpósio surge de uma inquietação sobre este tema, que será sempre central na arquitectura», considera Hugo Ribeiro Lobo, CEO do Grupo Zegnea.

A abertura do certame, na quinta-feira, é dedicada ao conhecimento e entendimento da “Cidade” enquanto organismo vivo, a sua adaptabilidade social, pluralidade cultural, políticas públicas e a sua condição humana, que a torne diversificada e inclusiva.

No primeiro dia, o americano Jason Montgomery, arquitecto e professor na Universidade Católica dos EUA, abre o painel “Cidade: A Natureza Humana”, seguindo-se as intervenções de António Fontes, da Cerejeira Fontes Arquitectos, e de Paulo Castelo Branco, da Mo(o)ve Arquitectos.

O dia inaugural termina com o painel “Cidade: Passado, Presente, Amanhã”, com o uso da palavra a cargo de Ricardo Rodrigues, director da Divisão do Centro Histórico da Câmara Municipal de Guimarães, Maria Manuel Oliveira, professora da Escola de Arquitectura da Universidade do Minho e de Magali Peyrefitte, professora da Universidade de Brunel, em Londres, Inglaterra.

Habitação como prioridade
O tema da “Habitação” vai dominar o segundo dia do simpósio. “Porquê… Como… Quem… Planeia?” vão merecer a atenção do indiano Loveneet Thaku, da professora da Escola de Geografia, Ambiente e Ciência da Universidade de Birmingham, Sophie Hadfield-Hill (14h50) e do arquitecto Pedro Sousa, director do Departamento de Urbanismo da Câmara Municipal de Guimarães.

O dia de sexta-feira encerrará com a temática habitacional “Onde… Como… Quem… Vive?”, com o arquitecto Hugo Ribeiro Lobo, CEO do Grupo Zegnea, seguindo-se uma intervenção do arquitecto André Fontes, professor da Escola de Arquitectura da Universidade do Minho e da Escola de Arquitectura de Bergen (Noruega). O painel fica concluído com a arquitecta Sara Brysh, doutorada em habitação colectiva e co-fundadora da Etsha Studio.

O último dia de simpósio será momento destinado a compreender as novas tipologias habitacionais, os novos estímulos e as relações entre o Homem e o espaço que o rodeia.

Jason Montgomery abre o painel “Espaço: Como Pensamento Criativo”. Segue-se uma intervenção do arquitecto Ivo Oliveira, professor da Escola de Arquitectura, Arte e Design da Universidade do Minho, finda a qual intervém Adelina Pinto, diretora do Departamento de Habitação do Território de Guimarães.

O sexto e derradeiro painel “Espaço: Como Pensamento Construído” terá como oradores Luís Reis, arquitecto do Grupo DST, e de Jorge Branco, professor da Escola de Engenharia da Universidade do Minho. A Porcelanosa fecha a primeira edição do “Housing Symposium Guimarães 2025”.

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Kronos Homes investe 150 M€ em primeiro projecto mixed-use

Assinado pelo atelier Broadway Maylan, o Mima é composto por quatro edifícios distintos e complementares que integram residencial, hotelaria e apartamentos turísticos

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A Kronos Homes apresenta o seu novo investimento urbanístico em Lisboa, num dos últimos terrenos para construção disponível no Parque das Nações. Este empreendimento representa um marco significativo para a promotora ao ser o primeiro projecto mixed-use desenvolvido pela marca em Portugal, integrando residencial, hotelaria e apartamentos turísticos. Com um investimento global de 150 milhões de euros, dos quais 25 milhões são destinados à componente hoteleira, o Mima afirma-se como uma proposta “ambiciosa e estratégica” para a capital.

Assinado pelo atelier Broadway Maylan, o Mima é composto por quatro edifícios distintos e complementares, desenhados para proporcionar uma experiência “integrada, funcional e sofisticada”, ao estilo das principais capitais europeias.

O edifício residencial, Mima Residences, já em fase de comercialização, conta com 51 apartamentos de tipologias T1 a T4 e valores a partir dos 600 mil euros. O edifício conta, ainda, com piscina, ginásio, jardim e recepção com segurança, e foi desenhado para tirar partido da luz natural e das vistas privilegiadas sobre o rio Tejo.

A componente turística do projecto é assegurada por dois edifícios autónomos, o Mima Living, que disponibilizam um total de 180 apartamentos com serviços integrados nas tipologias T1 e T2, com áreas entre os 45m² e os 70m². Estas unidades serão vendidas totalmente mobiladas e equipadas, com acesso a piscina, ginásio, zonas ajardinadas e serviços de gestão turística.

O empreendimento contará, ainda, com uma unidade hoteleira de quatro estrelas, operada sob a insígnia Tempo by Hilton, uma das mais recentes marcas internacionais do grupo Hilton, concebida para viajantes modernos que valorizam bem-estar e estilo de vida equilibrado. O hotel, que será um dos três primeiros da marca a abrir portas na Europa, ao lado de localizações como Belfast e Reiquiavique, terá 142 quartos e integrará também um espaço de fitness, bem como uma área de restauração e bar.

Esta aposta estratégica reflecte a “evolução do posicionamento” da Kronos Homes no mercado português, onde a promotora tem vindo a “consolidar um portefólio de empreendimentos de elevada qualidade arquitectónica e impacto urbano”.

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Baralhar e dar de novo

A AD de Luís Montenegro foi a vencedora da noite eleitoral. Reforçou a sua presença no Parlamento e a distância face ao seu adversário histórico (PS). Mas o resultado foi dos mais baixos de sempre e, sem maioria absoluta, terá de negociar com PS e Chega para conseguir governar. Em mãos terá, no entanto, um conjunto de obras que estavam já delineadas e que abrandaram o desenvolvimento à conta da incerteza em torno do novo Executivo. Ultrapassado o impasse, há um conjunto relevante de trabalhos em condições de avançarem

Ricardo Batista

Encerradas as urnas e contados os votos, poder-se-á dizer que as Eleições Legislativas do passado dia 18 de Maio serviram, sobretudo, para reforçar a posição da Aliança Democrática como partido de Governo. A coligação liderada por Luís Montenegro reuniu 32,10% do total de votos, reforçando assim a sua presença no Parlamento ao passar de 77 (nas Legislativas de 2024) para 86 deputados. Ignorando, para já, as leituras do desenho parlamentar, que tem, a partir de agora, os partidos de Direita com uma significativa maioria dos deputados, há hoje condições para que PSD e CDS-PP possam continuar a implementar o programa sufragado no ano passado, nomeadamente medidas suspensas momentaneamente à conta da incerteza governativa.
A Aliança Democrática propõe-se execu¬tar 59 mil casas públicas a preços acessíveis e disponibilizar financiamento para mais projectos municipais, num universo global não quantificado. O programa eleitoral da AD tem a particularidade de reassumir algumas das linhas que o Governo vinha assumindo, não sendo por isso de estranhar que, em muitas das alíneas que constam no documento, o tempo verbal usado seja o pretérito perfeito e não o futuro. Falamos, nomeadamente, da “flexibilização das limitações de ocupação dos solos, densidades urbanísticas (incluin¬do construção em altura) e exigências e requisitos construtivos, bem como a possi¬bilidade de aumento dos perímetros urbanos, garantindo uma utilização do território de forma sustentável e socialmente coesa e harmoniosa para garantir acesso à ha¬bitação” ou mesmo na área da coesão do território, onde a AD recorda que “assinámos contratos para construção de 124 novos centros de saúde e requalificá¬mos 347 unidades já existentes, com investimentos de 272,8M€ e de 274,9M€, respe¬ctivamente” ou as “26 escolas no Norte e Algarve através do PRR”.

Ambicioso plano rodoviário
De recordar que estava em ‘banho-Maria’ o plano anunciado em Março para o desenvolvimento da rede ferroviária e rodoviária, com o objectivo de impulsionar a “coesão territorial” e melhorar a mobilidade do país. O Conselho de Ministros aprovou as prioridades estratégicas para a ferrovia, com foco em garantir a interligação eficiente entre as principais áreas urbanas e reforçar as ligações transfronteiriças, incluindo Espanha. A Infraestruturas de Portugal (IP) foi mandatada para realizar os estudos necessários e viabilizar um conjunto de investimentos, nomeadamente a avaliação das opções para uma ligação directa da Linha do Oeste a Lisboa ou o reforço das ligações transfronteiriças a Espanha, incluindo a ligação de Alta Velocidade entre Porto/Vila Real/Bragança/Espanha, a ligação entre Aveiro/Viseu/Salamanca e a ligação de Alta Velocidade entre Faro/Huelva. “É determinante para Portugal recuperar o atraso na ferrovia. Definir prioridades e apostar na modernização ferroviária é um processo complexo que se arrasta há anos e que temos de ter a coragem de prosseguir se queremos honrar os compromissos internacionais”, explicou, na altura o ministro das Infraestruturas Pinto Luz. A Resolução do Conselho de Ministros aprovada confirma também as prioridades de desenvolvimento da rede ferroviária de Alta Velocidade actualmente em curso (Porto-Lisboa, Porto-Vigo e Lisboa-Madrid) bem como da rede ferroviária convencional. No plano rodoviário, destacar um conjunto de novas vias como prioritárias, como a ligação transfronteiriça IC31 entre Castelo Branco e Monfortinho; o IC35 que liga Sever do Vouga à A25; o IC6 entre Tábua e Folhodosa; a conclusão do corredor da A13/IC3 que incluí os troços entre Vila Nova da Barquinha (A23) e Almeirim e entre Coimbra e o IP3; a ligação do IP2 em Trancoso à A24 na zona de Lamego com a execução do IC26; o IC9 entre Abrantes e Ponte Sor; o troço do IC11 em Lourinhã; IC13 ligando Montijo, Coruche, Mora, Ponte Sor e Alter do Chão; IP2 em perfil de autoestrada entre Portalegre e Estremoz. Do mesmo modo, está prevista a concretização em perfil de autoestrada de todo o troço do IP3 entre Souselas e Viseu, que inclui a duplicação do troço entre Santa Comba Dão e Viseu cuja obra está já prevista ser iniciada entretanto.

Aeroporto e ferrovia
Consolidada parece estar a questão do decisor que, aparentemente, estará agora mais à vontade para lidar com os processos da alta-velocidade e novo aeroporto Luís de Camões. a abertura do Congresso Rodoferroviário Português, em Lisboa, Miguel Pinto Luz defendeu que quando se desenha infraestruturas é necessário “ter visão nas políticas públicas de saúde, justiça, sociais”, por forma a não serem “meros veículos para mais desequilíbrio territorial e injustiça”. O ministro assegurou que o Governo teve uma preocupação com a justiça territorial, tendo tido esta visão em conta nos investimentos feitos durante a legislatura. Esta abordagem verifica-se, por exemplo, no investimento na Área Metropolitana e Lisboa, disse o ministro, nomeadamente com o Aeroporto Luís Vaz de Camões que tem agora “a sua localização absolutamente definida e cristalizada”, possibilitando “definir território”. É o que está a ser feito com o parque Cidades Tejo, no reforço da A12, A13, com o metro Sul do Tejo e a terceira travessia do Tejo, enumerou Pinto Luz, reiterando que isto está a acontecer “concomitantemente com uma visão infra-estrutural que se tem de dar às pessoas que se deslocarem a este território para viver”. Para o ministro, não podem ser criados “guetos onde há grandes infra-estruturas” que depois podem não ter impactos se não existir uma visão geral. Já na Alta Velocidade, notou, o mesmo está a ser feito, nomeadamente na educação, com a articulação com institutos e universidades e com uma “aposta nos centros logísticos no território para a alta velocidade não cair de pára-quedas num território não infra-estruturado”. Em 14 de Maio de 2024, o Governo aprovou a construção do novo aeroporto da região de Lisboa no Campo de Tiro em Alcochete, seguindo a recomendação da Comissão Técnica Independente (CTI). Uma nova ponte entre Chelas e o Barreiro, e um túnel entre Algés e a Trafaria poderão aproximar ainda mais as duas margens da área metropolitana de Lisboa. Entre as duas infraestruturas, apenas uma tem um horizonte mais definido: a ponte, conhecida como Terceira Travessia do Tejo, que avançará com a construção do novo Aeroporto de Lisboa. Já o túnel permanece, para já, como uma intenção do Governo, bem como uma reivindicação antiga dos municípios de Almada e Oeiras, especialmente Almada. A oeste da Ponte 25 de Abril, está a ser proposto um túnel imerso entre Trafaria, em Almada, e Algés, em Oeiras. Não se trata de uma ideia nova, mas de uma reivindicação antiga das autarquias de Almada e de Oeiras, em particular da primeira – a Presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros, tem vindo a defender em várias intervenções públicas essa infraestrutura, até como forma de levar o MTS, o metro ligeiro de superfície que percorre os concelhos de Almada e do Seixal, até à Margem Norte, a partir da Trafaria. A Câmara de Almada estima um custo de 1,1 mil milhões de euros para a construção do túnel, com um prazo previsto de sete anos. O projecto é apoiado também por Isaltino Morais, Presidente da Câmara de Oeiras, que considera a infraestrutura vital para o desenvolvimento económico e tecnológico da área metropolitana de Lisboa.

Saúde e ‘mega’ área metropolitana
Na saúde, na pasta das “prioridades”, além do Hospital de Todos os Santos, em Lisboa, e cujas obras estão já em marcha, está a construção do Hospital Central do Algarve, Hospital do Oeste, Hospital Barcelos-Esposen¬de, Hospital do Seixal, e garantir o terminus e a abertura do novo Hospital de Évora e de Sintra.
Em Março, já na antecâmara das Legislativas, o Executivo apresentou aos presidentes dos 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa (AML) e ao presidente da Câmara de Benavente o projecto Parque Cidades do Tejo, “que pretende transformar o arco ribeirinho numa grande metrópole em que o rio funciona como elo de ligação dos territórios em vez de os separar”. Em causa está um projecto que contempla 4500 hectares de área de intervenção urbanística e infraestruturas, o equivalente a 55 vezes a Parque Expo, onde se prevê a construção de mais de 25 mil habitações. O ‘novo’ Governo tem então em mãos um plano onde “nos quatro eixos – Arco Ribeirinho Sul, Ocean Campus, Aeroporto Humberto Delgado e Cidade Aeroportuária – se requalificam territórios, onde se fomentam cidades em rede e onde se promove a economia circular, a habitação, o emprego e o aumento dos transportes públicos através do reforço das infraestruturas. Dá-se uso, vida e futuro a terrenos públicos nas margens do Tejo que há muitos anos estão totalmente desaproveitados”, indica a nota emitida pelo ministério das Infraestruturas e Habitação. Segundo o ministério liderado por Miguel Pinto Luz, o Parque Cidades Tejo contempla espaços habitacionais, de lazer, de investigação e de cultura, como a Ópera Tejo, um Centro de Congressos Internacional e a Cidade Aeroportuária.

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