“A Arquitectura Paisagista deve estar presente nas decisões que afectam o território”
Em entrevista ao Construir, Miguel Braula Reis, Presidente da Associação dos Arquitectos Paisagistas, faz balanço positivo dos 40 anos da Associação

Ana Rita Sevilha
De Veneza a Milão: Dois eventos, uma visão transformadora
Libertas conclui urbanização Benfica Stadium; Investimento ronda os 100 M€
Monte da Bica investe 1,5M€ para criar um hotel, dois lagares e uma sala de provas
Remax lança nova app para “optimizar” procura de casa
Lionesa e Maleo Offices lançam novo espaço de escritórios no Porto
Atenor adquire e lança “Oriente”
Casas novas representam 20% da facturação residencial da ERA
Mercado transaccionou 40.750 casas nos primeiros três meses do ano
As Legislativas esmiuçadas, a Open House e o ‘novo’ Pavilhão de Portugal em destaque no CONSTRUIR 530
Apagão ibérico revela “fragilidades” na Europa
A Plantação de 40 árvores e arbustos junto à ponte “Gonçalo Ribeiro Telles”, no corredor verde de Monsanto, em Lisboa, inaugurou as comemorações dos 40 anos da Associação Portuguesa dos Arquitectos Paisagistas (APAP). Uma celebração que se vai estender a todo o ano e ao público em geral e que contempla visitas, formação e encontros um pouco por todo o País. Em entrevista ao Construir, Miguel Braula Reis, Presidente da APAP, fala sobre desafios, sobre o passado e o presente, olhando o futuro com optimismo.
Que balanço faz destes 40 anos?
Houve tempo para amadurecer, para crescer, para marcar posição na sociedade e no mercado de trabalho. Enfrentámos e continuamos a enfrentar dificuldades, algumas decorrentes das incongruências da legislação, outras por dificuldade de afirmação própria atendendo à nossa dimensão. Mas o nosso trabalho é diário e os resultados têm surgido de ano para ano. O balanço é claramente positivo.
Em traços gerais, o que mudou durante estes anos?
Mudou a sociedade, e as políticas. Destas mudanças decorrem variações que se traduzem em números. Número de habitantes nas várias zonas do País, número de estudantes e de profissionais, número de interesses óbvios ou escondidos.
Mas não mudou o essencial, a necessidade de uma gestão adequada da paisagem e dos seus recursos. A necessidade de cada vez mais a Arquitectura Paisagista estar presente nas decisões que afectam o território e o seu ordenamento.
Nesse sentido temos aumentado a nossa “presença” nas últimas décadas.
Quais os maiores desafios que enfrentam hoje os Arquitectos Paisagistas?
O tempo. O tempo que por um lado é um factor intrínseco à nossa actividade; e por outro obriga e condiciona “outros” (decisores) a actuarem no imediato, sem acautelarem a sustentabilidade das decisões mais adequadas.
Como encara o futuro da actividade?
Com optimismo, pois os bons exemplos de “intervenção na paisagem” – cá dentro e noutros países – acabarão por ser conhecidos e mostrar a mais valia da competência e do conhecimento desta profissão.
As Faculdades desempenham aqui um papel fundamental.
Que análise faz às nossas paisagens urbanas?
Felizmente houve uma evolução de mentalidade no que toca à organização das urbes, às suas funções e objectivos.
A aposta no espaço exterior é clara e começam a surgir manuais minuciosos de construção do espaço público, vital para a qualidade de vida urbana.
O tempo da demolição imediata (e nova construção) está a dar lugar á recuperação e à requalificação dos lugares nas cidades.
Poupamos espaço, energia e preservamos o nosso património.
O trabalho pluridisciplinar nesta matéria tem conduzido a excelentes exemplos nas nossas cidades.