Prémio de Arquitectura e Urbanismo do Município de Loulé com dois vencedores
Nesta terceira edição, a autarquia decidiu não atribuir qualquer prémio na Categoria C (Obra de Urbanismo)
Ana Rita Sevilha
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A Câmara Municipal de Loulé, através do Prémio de Arquitectura e Urbanismo do Município de Loulé, distinguiu dois projectos – m na Categoria A (Obra Nova) e outro na Categoria B (Obra de Recuperação e Reabilitação), referentes aos anos de 2010 e 2011, e atribuiu ainda duas menções honrosas na primeira categoria.
Nesta terceira edição, a autarquia decidiu não atribuir qualquer prémio na Categoria C (Obra de Urbanismo), porque, como explicou o presidente do júri do Prémio, Joaquim Guerreiro, “pretendemos dar um sinal de que é necessário melhorar, esta é uma forma de estimular a motivação e atenção em torno desta área”, sublinhando “o esforço e a preocupação dos urbanizadores na melhoria do trabalho efectuado”.
Assim, segundo a autarquia como Obra Nova, foi distinguida uma habitação unifamiliar nas Residências do Parque em Loulé, freguesia de S. Clemente, propriedade de Pedro Neto Gomes, com projecto da autoria da INLOKI, Lda – Arquitecto Carlos Delgado Pinto (coordenador), Vera Sousa e Júlia Vilhena (colaboração). Ainda nesta categoria foram atribuídas duas menções honrosas. A primeira a uma habitação unifamiliar em Vale do Lobo, freguesia de Almancil, da autoria de Arqui +, Arquitecto Vasco Vieira e Arquitecto Marco Sousa (colaboração). E a segunda a uma habitação unifamiliar no lote 3 da zona 2 do sector 3 – “Aldeamento Vilamoura Ténis”, do promotor IMODUNA – Investimentos Imobiliários, S.A – Engº. Luis Pires, sendo a autoria do Arquitecto Jorge Ventura e Arquitecto Diogo Neves (colaboração).
O grande vencedor da categoria de Obra de Recuperação e Reabilitação foi a habitação unifamiliar em Torres de Apra, freguesia de S. Clemente, propriedade de Arnold Georg Hubmann e Maria Amália Coelho Costa Hubmann, com projecto da autoria de Cooptar, CRL – Arquitecto Rogério Paulo Inácio, Arquitecta Jennifer Silva Pereira e Arquitecta Patrícia Malobbia.
De acordo com Joaquim Guerreiro, nesta edição “imperou a criatividade e a inovação das obras apresentadas”. O júri desta terceira edição do Prémio de Arquitectura e Urbanismo foi composto pelo vereador Joaquim Guerreiro (presidente do júri), Albano Torres, representante da Assembleia Municipal, João Guerreiro, nomeado pela Câmara Municipal na qualidade de munícipe de reconhecido prestígio, Camilo Vaz, da Ordem dos Arquitectos, Diogo Mateus, nomeado pela Associação de Urbanistas Portugueses, Gonçalo Duarte Gomes, da Associação Portuguesa dos Arquitectos Paisagistas e Sofia Pontes, nomeada pela Câmara Municipal. Joaquim Guerreiro considerou este galardão como “um trabalho vencedor”, que conta já com três edições, e que “é referenciado em vários sectores, particularmente nestas áreas da arquitectura e urbanismo”.
João Guerreiro, reitor da Universidade do Algarve, convidado para a Autarquia para fazer parte do júri desta edição, fez uma abordagem histórica das questões do urbanismo na região do Algarve. O reitor falou igualmente da explosão urbanística no Algarve e das consequências. “Não havendo grande tradição na arquitectura algarvia e tendo a região sofrido, nos últimos trinta anos, o impulso de promoção da construção, a expansão verificada levou a que se fizesse de tudo. Urbanizações com uma elevada qualidade em paralelo com arranjos urbanísticos inexplicáveis, apenas facilitados pela possibilidade de acrescentar uns metros quadrados a imóveis, eles próprios em fase de degradação funcional. Centros urbanos com história foram, nalguns casos, parcialmente passados a ferro e dramaticamente tiveram quarteirões inteiros substituídos por modelos de apartamentos de qualidade duvidosa. No domínio estético, e entendendo a fluidez e a subjectividade desta variável, as intervenções na arquitectura oscilam entre arranjos pesados, difíceis de justificar, e projectos elegantes e na maior parte das vezes ajustados ao ambiente natural onde se inserem”, considerou.
Quanto ao futuro da atividade turística na região, João Guerreiro acredita que esta poderá estar muito dependente das condições urbanísticas. “A atracção e a fidelização de cidadãos nacionais e estrangeiros que nos visitam será tanto mais fácil quando maior for a qualidade dos nossos espaços urbanos, dos edifícios associados à hotelaria e à imobiliária para arrendamento, do ordenamento urbano e quando mais facilitada for a mobilidade na região. A relevância da região, enquanto destino turístico, depende naturalmente de variados factores, mas a componente urbanística é fundamental”, afirmou ainda.
Com esta iniciativa, a Câmara Municipal de Loulé pretende promover e incentivar a qualidade arquitectónica e urbanística do Concelho, bem como fazer o reconhecimento público do profissionalismo e espírito inovador dos intervenientes, proporcionando um serviço de melhor qualidade aos cidadãos, enquanto destinatários últimos destas obras.