“Os bancos têm casas para quatro anos e solos para 40”
A banca espanhola, de acordo com analistas de mercado está “assente sobre uma montanha de activos imobiliários, metade dos quais em mora ou em via de execução hipotecária
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Livrar-se dos activos imobiliários. Esta deve ser uma prioridade para a banca espanhola, que de acordo com analistas de mercado está “assente sobre uma montanha de activos imobiliários, metade dos quais em mora ou em via de execução hipotecária”.
Citado pelo portal Invertia, o responsável pelo serviço de estudos e análise da consultora de mercado Asinver, se aos 15 mil milhões de euros em habitação concluída e que não está ocupada (a dados de Junho de 2011), se juntar os cinco mil milhões de obra em curso e os mais de 30 mil milhões em obras adjudicadas que poderão vir a ser embargadas até Dezembro de 2013, então a banca terá uma exposição ao sector imobiliário na ordem dos 45 mil milhões de euros.
De acordo com a análise de Javier Flores, os números serão ainda maiores se forem considerados 49 mil milhões de euros em solos. “Num exercício de simulação de possíveis cenários, se questionarmos quando tempo tardariam os bancos a digerir estes valores – que naturalmente estão dependentes da evolução de preços e outras dotações, – podemos estimar que, ao ritmo médio entre 2009 e 2011, a banca levaria quatro anos a liquidar o stock de vendas e 40 anos a liquidar o stock de solo. Dito de outro modo: os bancos têm casas para quatro anos e solos para 40”, refere o especialista no seu artigo de opinião.
Com este panorama, e descartada a recuperação do ciclo de vendas anterior, o menu de soluções é limitado: ou se baixam os preços de forma agressiva (o que implicaria necessidades adicionais de capital, algo que parece complicado no contexto actual) ou se retiram os activos danosos dos balanços. Nesta segunda hipótese, ganharia maior força a hipótese de criação de um ‘banco mau’, com o suporte dos Governos”, refere Javier Flores, sublinhando que essa solução poderia permitir aos bancos retomar um caminho mais “normal” no financiamento da economia.