Secil Arquitectura 2010 distingue Casa das Histórias Paula Rego
“Nunca é demais contrapor a realidade abstracta e totalmente artificial da arte contemporânea, com a realidade quotidiana e dura que nos rodeia” explica o arquitecto

Ana Rita Sevilha
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A Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, uma obra da autoria de Eduardo Souto de Moura, foi distinguida com o Prémio Secil de Arquitectura 2010, atribuído pela Secil e pela Ordem dos Arquitectos.
O júri do Prémio Secil Arquitectura 2010 destacou a Casa das Histórias Paula Rego, perante aquele que considerou “um conjunto de 16 obras finalistas de arquitectura de qualidade exemplar”.
Em comunicado de imprensa, o Prémio Secil evidencia que o edifício foi pensado tendo em conta os elementos fundamentais já existentes: o terreno e as árvores. As duas estruturas piramidais, que se destacam na obra, são inspiradas num pormenor de uma das várias casas da vila, da autoria do também arquitecto Raul Lino. A natureza envolvente ajudou a decidir o material exterior, betão pigmentado a vermelho, em contraste com o verde do bosque.
“Nunca é demais contrapor a realidade abstracta e totalmente artificial da arte contemporânea, com a realidade quotidiana e dura que nos rodeia” explica o arquitecto.
Eduardo Souto de Moura teve a preocupação de que cada sala de exposições tivesse sempre uma abertura para o jardim, referindo ainda que “para que o edifício não fosse um somatório neutro de caixas, estabeleci uma hierarquia, introduzindo duas grandes pirâmides no eixo da entrada, que são a livraria e o café”, referiu o galardoado.
O interior da Casa das Histórias Paula Rego é composto por cerca de 750m2 de áreas de exposição permanente e temporária, cafetaria, loja, livraria e um auditório com capacidade para 200 lugares.
A Casa das Histórias exibe um conjunto significativo da obra gráfica de Paula Rego e algumas do seu marido, Victor Willing, artista e crítico de arte já falecido. A vontade da artista, com este projecto, era dar resposta às exigências de funcionalidade museológica conjugada com o bom acolhimento aos visitantes.
Eduardo Souto de Moura soma assim mais um galardão, depois de ter recebido o Prémio Secil Arquitectura com o Estádio de Braga, em 2004, e recentemente o Prémio Pritzker
Atribuído desde 1992, o Prémio Secil de Arquitectura – reconhecido como o prémio referência da arquitectura portuguesa, distingue, de dois em dois anos, a mais significativa solução de arquitectura portuguesa deste período, e visa promover o reconhecimento público de autores de obras que, incorporando o material primordial da actividade da SECIL – o cimento –, constituam peças significativas no enriquecimento da arquitectura portuguesa.