2010 registou a mais baixa absorção de escritórios em Lisboa dos últimos dez anos
A absorção de escritórios no exercício de 2010 (106.400 m²) foi inferior em 8% (9.228 m²) à registada em 2009
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Ana Rita Sevilha
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A absorção de escritórios no exercício de 2010 (106.400 m²) foi inferior em 8% (9.228 m²) à registada em 2009 (115.628 m2), conforme a Aguirre Newman já havia antecipado no final do 3º trimestre de 2010.
De acordo com a consultora imobiliária, os 20.220 m² contratados no mês de Dezembro de 2010, cerca de 1% abaixo de Dezembro de 2009 (20.496 m²) não permitiram apresentar uma actividade em 2010 superior à de 2009.
“O mau comportamento do mercado de escritórios em 2010 foi, em parte, contrariado por duas operações de grande dimensão registadas em Março (CTT) e Dezembro (AXA Seguros), as quais representaram 20% da área contratada neste ano. Por sua vez, as duas maiores operações de 2009 (Barclays e Agência Marítima Europeia) tiveram um peso de 14% nos negócios de escritórios realizados em 2009”, explica a mesma fonte em comunicado de imprensa.
No total, foram registadas 235 operações em 2010, “correspondendo a apenas menos 3 transacções de arrendamento registadas em 2009. Consequentemente a área média por transacção em 2010 é menor do que a verificada em 2009”.
Analisando as transações por zona, o maior número de operações verificou-se no Corredor Oeste (Zona 6), “com 32% da área transaccionada. No extremo oposto, encontram-se a Zona Secundária (Zona 4), com 11 transacções e a Zona 7 e o Parque das Nações (Zona 5), com 14 operações cada, embora a esta última corresponda 24% do total da área transaccionada”.
Numa análise geográfica do número de transacções registadas em 2010 quando comparado com igual período de 2009, “a Prime CBD (Zona 1), a CBD (Zona 2), o Corredor Oeste (Zona 6) e a Zona 7 apresentaram crescimento face ao ano anterior”.
Analisando a distribuição geográfica dos m² colocados, “as Zonas 2 (CBD), 5 (Parque das Nações) e 6 (Corredor Oeste) registaram uma área contratada em 2010 superior à de 2009, com destaque para o Parque das Nações com a ocupação da totalidade do edifício Báltico pelos CTT (14.704 m2) e com a ocupação de 6.229 m² do antigo edifício Sony pela AXA Seguros”.
Em contrapartida, “as Zonas 1 (Prime CBD), 3 (Zona Emergente), 4 (Zona Secundária) e 7, registaram uma área contratada em 2010 inferior à de 2009, com destaque para as Zonas 3 e 4, justificada em grande parte pela ocupação da Torre Oriente (Torres Colombo) e pela ocupação do Edifício da Agência Marítima ocorridas em 2009”.
No que diz respeito à superfície média contratada por transacção, a mesma diminuiu cerca de 7%, de 486 m2 em 2009 para 453 m2 em 2010.
“As Zonas 1 (Prime CBD), 3 (Zona Emergente), 4 (Zona Secundária) e 7 registaram uma superfície média contratada por transacção, em 2010, inferior à de 2009. Já as Zonas CBD (Zona 2), Parque das Nações (Zona 5) e Corredor Oeste (Zona 6), registaram uma superfície média contratada por transacção, em 2010, superior à de 2009.Destaque para as Zona 3 (Zona Emergente) e Zona 4 (Zona Secundária) em 2009, e para a Zona 5 (Parque das Nações) em 2010, cuja superfície média contratada por transacção, reflecte, respectivamente, a ocupação da Torre Oriente (2009; Zona 3; Torres Colombo), a ocupação do Edifício da Agência Marítima (2009; Zona 4) e a ocupação dos edifícios Báltico e do anteriormente ocupado pela Sony (2010; Zona 5)”.
Avaliando a absorção por intervalo de área contratada em 2010, “na Prime CBD (Zona 1), CBD (Zona 2), Zona Emergente (Zona 3), Zona Secundária (Zona 4) e Corredor Oeste (Zona 6), mais de 50% das transacções registaram uma superfície inferior a 300 m2. No Parque das Nações (Zona 5) e na Zona 7, 43% das transacções registaram uma superfície inferior a 300 m2 e 36% das transacções registaram uma superfície entre 300 m2 e 800 m2”.
Do total da área contratada em 2010, 27% são em edifícios novos e os restantes 73% em edifícios usados, “denotando uma preferência por instalações usadas”, conclui a consultora.
Relativamente à absorção por intervalo de área contratada, “apenas 31 transacções (cerca de 13% do total) registaram uma superfície superior a 800 m2 e 139 das transacções (cerca de 59% do total) registaram uma superfície inferior a 300 m2”.
No que diz respeito a transacções por sector de actividade, no mês de Dezembro de 2010, os sectores “Outros Serviços”, “TMT’s & Utilities” e “Farmacêuticas e Saúde” destacam-se, tendo sido responsáveis, respectivamente, por 46%, 20% e 17% da área contratada (9.402 m2, 4.111 m2 e 3.509 m2 num total de 20.220 m2).
De acordo com Paulo Silva, Managing Director da Aguirre Newman Portugal: “o comportamento do mercado de escritórios no segundo semestre de 2009 (70% da absorção do ano) indiciava uma actividade crescente relativamente ao primeiro semestre do mesmo ano, que criou nos analistas a expectativa de uma recuperação do mercado de escritórios em 2010, a qual não se veio a confirmar. A análise de 2010 mostra-nos dois semestres que não apresentam diferenças consideráveis de desempenho na área contratada: 52,3% no primeiro semestre e 47,7% no segundo semestre. Apesar das perspectivas macroeconómicas desfavoráveis, acreditamos que em 2011 assistiremos a um acréscimo da área contratada no mercado de escritórios por força do enquadramento internacional mais favorável à mudança de instalações por parte das empresas multinacionais e à disponibilidade da segunda Torre do Colombo (atendendo ao sucesso que foi a ocupação da primeira). O Estado poderá ter um contributo muito importante para a melhoria do desempenho do mercado de escritórios, caso se confirmem as desejáveis e desejadas melhorias de eficiência na utilização de espaços, que conduzam à ocupação de novas áreas por parte deste utilizador.”