2010 registou a mais baixa absorção de escritórios em Lisboa dos últimos dez anos
A absorção de escritórios no exercício de 2010 (106.400 m²) foi inferior em 8% (9.228 m²) à registada em 2009
Ana Rita Sevilha
Espanhola ARC Homes tem plano de investimento de 180 M€
“Um futuro sustentável para a Construção” domina programação da 31ªConcreta
Casa cheia para a 31ª edição da Concreta
Signify ‘ilumina’ estádio do Sporting Clube de Portugal
Savills comercializa 2.685 hectares de floresta sustentável em Portugal e Espanha
Tecnológica Milestone com 36% de mulheres nas áreas STEM supera média nacional
Sede da Ascendi no Porto recebe certificação BREEAM
KW assinala primeira década em Portugal com videocast
LG lança em Portugal nova gama de encastre de cozinha
CONCRETA de portas abertas, entrevista a Reis Campos, passivhaus na edição 519 do CONSTRUIR
A absorção de escritórios no exercício de 2010 (106.400 m²) foi inferior em 8% (9.228 m²) à registada em 2009 (115.628 m2), conforme a Aguirre Newman já havia antecipado no final do 3º trimestre de 2010.
De acordo com a consultora imobiliária, os 20.220 m² contratados no mês de Dezembro de 2010, cerca de 1% abaixo de Dezembro de 2009 (20.496 m²) não permitiram apresentar uma actividade em 2010 superior à de 2009.
“O mau comportamento do mercado de escritórios em 2010 foi, em parte, contrariado por duas operações de grande dimensão registadas em Março (CTT) e Dezembro (AXA Seguros), as quais representaram 20% da área contratada neste ano. Por sua vez, as duas maiores operações de 2009 (Barclays e Agência Marítima Europeia) tiveram um peso de 14% nos negócios de escritórios realizados em 2009”, explica a mesma fonte em comunicado de imprensa.
No total, foram registadas 235 operações em 2010, “correspondendo a apenas menos 3 transacções de arrendamento registadas em 2009. Consequentemente a área média por transacção em 2010 é menor do que a verificada em 2009”.
Analisando as transações por zona, o maior número de operações verificou-se no Corredor Oeste (Zona 6), “com 32% da área transaccionada. No extremo oposto, encontram-se a Zona Secundária (Zona 4), com 11 transacções e a Zona 7 e o Parque das Nações (Zona 5), com 14 operações cada, embora a esta última corresponda 24% do total da área transaccionada”.
Numa análise geográfica do número de transacções registadas em 2010 quando comparado com igual período de 2009, “a Prime CBD (Zona 1), a CBD (Zona 2), o Corredor Oeste (Zona 6) e a Zona 7 apresentaram crescimento face ao ano anterior”.
Analisando a distribuição geográfica dos m² colocados, “as Zonas 2 (CBD), 5 (Parque das Nações) e 6 (Corredor Oeste) registaram uma área contratada em 2010 superior à de 2009, com destaque para o Parque das Nações com a ocupação da totalidade do edifício Báltico pelos CTT (14.704 m2) e com a ocupação de 6.229 m² do antigo edifício Sony pela AXA Seguros”.
Em contrapartida, “as Zonas 1 (Prime CBD), 3 (Zona Emergente), 4 (Zona Secundária) e 7, registaram uma área contratada em 2010 inferior à de 2009, com destaque para as Zonas 3 e 4, justificada em grande parte pela ocupação da Torre Oriente (Torres Colombo) e pela ocupação do Edifício da Agência Marítima ocorridas em 2009”.
No que diz respeito à superfície média contratada por transacção, a mesma diminuiu cerca de 7%, de 486 m2 em 2009 para 453 m2 em 2010.
“As Zonas 1 (Prime CBD), 3 (Zona Emergente), 4 (Zona Secundária) e 7 registaram uma superfície média contratada por transacção, em 2010, inferior à de 2009. Já as Zonas CBD (Zona 2), Parque das Nações (Zona 5) e Corredor Oeste (Zona 6), registaram uma superfície média contratada por transacção, em 2010, superior à de 2009.Destaque para as Zona 3 (Zona Emergente) e Zona 4 (Zona Secundária) em 2009, e para a Zona 5 (Parque das Nações) em 2010, cuja superfície média contratada por transacção, reflecte, respectivamente, a ocupação da Torre Oriente (2009; Zona 3; Torres Colombo), a ocupação do Edifício da Agência Marítima (2009; Zona 4) e a ocupação dos edifícios Báltico e do anteriormente ocupado pela Sony (2010; Zona 5)”.
Avaliando a absorção por intervalo de área contratada em 2010, “na Prime CBD (Zona 1), CBD (Zona 2), Zona Emergente (Zona 3), Zona Secundária (Zona 4) e Corredor Oeste (Zona 6), mais de 50% das transacções registaram uma superfície inferior a 300 m2. No Parque das Nações (Zona 5) e na Zona 7, 43% das transacções registaram uma superfície inferior a 300 m2 e 36% das transacções registaram uma superfície entre 300 m2 e 800 m2”.
Do total da área contratada em 2010, 27% são em edifícios novos e os restantes 73% em edifícios usados, “denotando uma preferência por instalações usadas”, conclui a consultora.
Relativamente à absorção por intervalo de área contratada, “apenas 31 transacções (cerca de 13% do total) registaram uma superfície superior a 800 m2 e 139 das transacções (cerca de 59% do total) registaram uma superfície inferior a 300 m2”.
No que diz respeito a transacções por sector de actividade, no mês de Dezembro de 2010, os sectores “Outros Serviços”, “TMT’s & Utilities” e “Farmacêuticas e Saúde” destacam-se, tendo sido responsáveis, respectivamente, por 46%, 20% e 17% da área contratada (9.402 m2, 4.111 m2 e 3.509 m2 num total de 20.220 m2).
De acordo com Paulo Silva, Managing Director da Aguirre Newman Portugal: “o comportamento do mercado de escritórios no segundo semestre de 2009 (70% da absorção do ano) indiciava uma actividade crescente relativamente ao primeiro semestre do mesmo ano, que criou nos analistas a expectativa de uma recuperação do mercado de escritórios em 2010, a qual não se veio a confirmar. A análise de 2010 mostra-nos dois semestres que não apresentam diferenças consideráveis de desempenho na área contratada: 52,3% no primeiro semestre e 47,7% no segundo semestre. Apesar das perspectivas macroeconómicas desfavoráveis, acreditamos que em 2011 assistiremos a um acréscimo da área contratada no mercado de escritórios por força do enquadramento internacional mais favorável à mudança de instalações por parte das empresas multinacionais e à disponibilidade da segunda Torre do Colombo (atendendo ao sucesso que foi a ocupação da primeira). O Estado poderá ter um contributo muito importante para a melhoria do desempenho do mercado de escritórios, caso se confirmem as desejáveis e desejadas melhorias de eficiência na utilização de espaços, que conduzam à ocupação de novas áreas por parte deste utilizador.”