Mário Soares classifica regularização do Mondego como obra “mais importante do Séc. XX”
“Havia aqui o problema da regularização do rio Mondego, que era um fiozinho de água no verão e dava inundações permanentes no inverno”

Lusa
IP lança concurso de 150M€ para alargar ferrovia Contumil-Ermesinde
CCB quer alcançar a neutralidade de carbono até 2030
Trienal: ‘Conversas et Al’ junta fundador da Noarq e ilustrador Gémeo Luís
Edifício C do projecto em Lordelo do Ouro já está em construção
Edifício Boavista 2949 encontra-se em comercialização
Sandra Daza é a nova CEO do Grupo Gesvalt
“Mais Campera Outlet Shopping” quer modernizar o factory outlet
Preços das casas em Lisboa aumentaram 5,5% em 2024 e vendas cresceram 13,8%
BPI e CBRE em parceria para alavancar sustentabilidade no imobiliário comercial
PortalPRO e AvaiBook em parceria para oferecer serviços aos gestores de alojamentos turísticos
O ex-presidente da República Mário Soares classificou hoje, na Figueira da Foz, a obra de regularização do rio Mondego como a mais importante do Século XX, iniciada quando liderava o I Governo Constitucional (1976-78).
Ao agradecer a atribuição da Chave de Honra da cidade, que lhe foi hoje entregue, Mário Soares lembrou ainda a relação que mantém, desde a infância, com a vila piscatória de Buarcos e a amizade com peixeiras e pescadores, naquele que foi um dos maiores bastiões socialistas do País.
“Havia aqui o problema da regularização do rio Mondego, que era um fiozinho de água no verão e dava inundações permanentes no inverno”, lembrou.
A intervenção no curso do Mondego, sublinhou, foi conseguida “graças aos nossos amigos alemães”, recordou, aludindo ao suporte financeiro – “a primeira grande ajuda que tivemos do exterior – e em meios técnicos e humanos oriundos da antiga República Federal Alemã, por “pura solidariedade” dos antigos chanceleres Willy Brandt e Helmut Schmidt.
“Esta grande obra é considerada hoje a mais importante de engenharia feita no século XX. Foi um grande benefício para a Figueira da Foz e todo o Baixo Mondego”, frisou Mário Soares.
Lembrou ainda a Figueira da Foz e Buarcos por altura da campanha das primeiras eleições livres no País, após o 25 de Abril de 1974 e o apoio que ali recolheu de pescadores e peixeiras.
“Tivemos um grande apoio em todo o litoral, do Algarve ao Minho (…) Mas aqui era uma coisa realmente extraordinária”, disse.
Também o presidente da autarquia, João Ataíde (PS), lembrou a intervenção de Mário Soares, enquanto governante, na concretização da obra de regularização do Mondego e na decisão de construir a ponte Edgar Cardoso – inaugurada em 1982 – que possibilita a travessia rodoviária do rio junto à Figueira da Foz.
“Nunca é demais relembrar que o desenvolvimento e progresso do nosso concelho está intimamente ligado à acção e empenho do dr. Mário Soares e à sua governação”, disse o autarca.
“Se esta [a Figueira da Foz] também já era a sua casa, agora a chave dela também é sua”, afirmou.
Mário Soares recebeu das mãos de João Ataíde a sétima Chave de Honra da cidade – distinção criada no início da década, no mandato de Pedro Santana Lopes – e atribuída, até hoje, a seis personalidades e instituições.
O primeiro exemplar foi atribuído, precisamente, à Câmara Municipal e o segundo a D. Duarte, Duque de Bragança.
A Cruz Vermelha Portuguesa (2002), Pedro Santana Lopes (2004) e a Marinha (2005) receberam igualmente a chave de honra, a exemplo do Presidente da República, Cavaco Silva, o último agraciado, em 2007, por ocasião da comemoração dos 125 anos da cidade da Figueira da Foz.