Arquitectos subscrevem manifesto contra transformação do Bom Sucesso em centro comercial
“O Bom Sucesso faz sentido como mercado, mas não como centro comercial” salienta o texto do movimento Bom Sucesso Vivo

Lusa
APLOG realiza terceira edição do ‘Imobiliário Logístico’
Presidentes de Câmara europeus apelam à União Europeia para soluções urgentes na habitação
Fundo Valor Prime compra edifício de escritórios em Matosinhos por 13M€
Cantanhede investe 3,3M€ em 24 habitações a custos acessíveis
Abrantes lança concurso de 6,5M€ para construção de nova escola superior
Setúbal: Alterações ao Regulamento de Edificação e Urbanização vão a discussão pública
Assimagra lança 2ª edição do prémio internacional “Stone by Portugal”UGAL”
O ‘Portugal 2030’ na Construção, a expansão do Metro Sul do Tejo, o Masterplan Arcaya e a estratégia da Corum na edição 525 do CONSTRUIR
Urbanitae lança nova oportunidade de investimento premium em Lisboa
Ateliermob apresenta Coopmmunity, a nova plataforma para projectos colaborativos
Siza Vieira, José Pulido Valente e Manuel Correia Fernandes são alguns dos arquitectos subscritores de um manifesto, hoje divulgado, a favor da requalificação do Bom Sucesso “como mercado, mas não como centro comercial”.
“O Bom Sucesso faz sentido como mercado, mas não como centro comercial” salienta o texto do movimento ‘Bom Sucesso Vivo’, que tem ainda como subscritores os arquitetos André Tavares, Francisco Barata Fernandes, José Gigante, Manuel Fernandes de Sá, Nicolau Brandão, Nuno Brandão Costa e Paula Santos
Os arquitectos salientam que o projeto previsto para o Mercado Bom Sucesso “é um atentado a um edifício modernista com um processo de classificação como património nacional já aprovado pelo IGESPAR e a aguardar conclusão” e que está em causa a “adulteração de um edifício histórico”.
“Do que foi tornado público, sabemos que se pretende encher o interior com dois grandes volumes a cortar, e ocupar o espaço central, quase encostados às suas fachadas envidraçadas”, criticam.
O documento destaca também que “transformar o mercado em centro comercial destrói a arquitectura do edifício” já que “o projecto actual reflete uma visão fachadista da arquitectura, destruindo o que o edifício tem de melhor, o magnífico espaço interior”.
Os subscritores lembram que “a alma do pequeno comércio popular faz parte da alma desta cidade do Porto” e que a zona da Boavista está já “saturada de centros comerciais, edifícios na grande maioria sem qualquer qualidade arquitectónica”.
Salientam ainda que “destruir um mercado para criar mais um centro comercial é empobrecer a qualidade e variedade da vivência urbana”
“Este mercado precisa sim de se tornar a habilitar como edifício e na sua funcionalidade de mercado, tal como consta dos requisitos que fundamentaram o processo de classificação”, acrescentam, defendendo que só assim aquele espaço “ficará digno de um uso público intenso, como já teve antes do abandono recente a que foi votado”.
Os arquitectos apelam, por fim, ao ministério da Cultura e ao IGESPAR para que pronunciem e intervenham neste processo, “impedindo a destruição do Mercado do Bom Sucesso”.
“Como cidadãos empenhados pretendemos que o edifício do Mercado continue a marcar a sua época, através do respeito pelo património construído e classificado e que continue a marcar o seu fim de mercado tradicional de frescos, sempre actual numa cidade viva”, conclui o documento.
O Mercado do Bom Sucesso vai ser entregue à empresa Mercado Urbano – Gestão Imobiliária, subsidiária da empresa bracarense Eusébios.
A proposta que venceu o concurso público em julho de 2009 aponta a construção de um hotel low cost, de uma área de escritórios, 44 bancas de produtos gourmet e 23 lojas, numa empreitada que se deve prolongar por 27 meses.