Visão profissional do processo revela novos desafios
O saber como intervir no processo da eficiência energética foi alvo de análise por parte de engenheiros, técnicos e arquitectos, numa das conferências da Tektónica. Uma sessão que serviu sobretudo para clarificar aspectos técnicos para os profissionais do sectorSubordinada à temática "Visão profissional do Processo", no âmbito da nova legislação sobre a Eficiência Energética em… Continue reading Visão profissional do processo revela novos desafios
Carina Traça
ERA debate desafios da nova habitação no SIL
Legendre e Tecnibuild apresentam nova marca para promoção imobiliária
Três novos projectos da Krest representam investimento superior a 150 M€
SRS Legal assessora venda dos ginásios Fitness Hut
Habitação em destaque na 27º edição do Salão Imobiliário
Andreia Teixeira assume cargo de Project Management do Grupo Openbook
CE atribui 245M€ em subvenções a projecto de hidrogénio em Sines
Município de Paredes investe mais de 64,3 M€ em habitação com apoio do PRR
IP lança concurso de 77M€
Knauf apresenta nova identidade corporativa
O saber como intervir no processo da eficiência energética foi alvo de análise por parte de engenheiros, técnicos e arquitectos, numa das conferências da Tektónica. Uma sessão que serviu sobretudo para clarificar aspectos técnicos para os profissionais do sectorSubordinada à temática "Visão profissional do Processo", no âmbito da nova legislação sobre a Eficiência Energética em Edifícios, engenheiros, técnicos e arquitectos alertaram para os novos desafios e dificuldades que o sector terá que enfrentar face à nova regulamentação. "A eficiência energética é um negócio de todos nós e não só para os peritos" esta foi uma das mensagens deixada pelo representante da Ordem dos Engenheiros (OE), Luís Malheiro, durante a sua apresentação na conferência sobre eficiência energética em edifícios, que teve lugar na FIL, a qual decorreu em paralelo com a Tektónica.
No que toca às dificuldades face a esta matéria, o engenheiro da OE alertou por exemplo para a questão da formação de peritos qualificados não ser uniforme e para a existência de interpretações diversas sobre o mesmo assunto, ou seja, sobre "o significado (a letra e o espírito?) de alguns artigos dos regulamentos". Já no que concerne aos desafios, Luís Malheiro defende uma abordagem integrada dos arquitectos e dos engenheiros. E de que forma? "Estabelecendo uma nova vaga de conceptores de edifícios que, trabalhando em conjunto desde o início da concepção, possam ter em conta a Física dos Edifícios (protecção da envolvente, inércia da construção) e preparar a arquitectura para a utilização de sistemas activos inovadores (nomeadamente para climas como o de Portugal, o recurso ao free-cooling, a sistemas de displacement, a utilização de soluções de produção a partir de energias renováveis, entre outros)". Para além disso, chamou atenção para a capacidade de simulação avançada, que deve ser disponível na fase de concepção e auditoria, de forma a garantir os valores de consumo de energia primárias calculados para o período de um ano, que sejam efectivamente, aderentes aos valores reais. Tal situação, segundo o engenheiro "determina um esforço significativo na construção do modelo geométrico e torna obrigatório que os projectos de arquitectura, de estruturas e de instalações técnicas estejam suficientemente desenvolvidos, em fase de licenciamento, para que seja possível identificar e caracterizar com detalhe, a envolvente, as pontes térmicas, os sistemas, etc).
Novas regras
Do ponto de vista como os técnicos devem intervir no processo, Luís Malheiro frisou que há que ter em conta como os sistemas são controlados, e acrescentou que o modo de actuar varia de caso para caso. Isto é, nos edifícios existentes os parâmetros de avaliação são divergentes dos edifícios novos. Por exemplo, em relação aos primeiros (existentes) caso o edifício esteja dentro dos parâmetros regulamentares, poderá ser emitido, por perito qualificado, o certificado de Classificação Energética e de Qualidade do Ar Interior. Mas caso o edifício não esteja regulamentar (ou se pretenda melhorar a classificação obtida), implicará ser elaborado o Plano de Racionalização Energética (PRE), onde se "identificam as medidas preconizadas para a melhoria indicando, para cada uma delas, o custo envolvido, os valores de redução de consumos, o Período de Retorno Simples (PRS), o impacto no Índice de Energia Eléctrica (IEE), e as consequencias na alteração do patamar de classificação", explicou Luís Malheiro.
Por outro lado, já no campo dos edifícios novos, estão já criadas, três fases de abordagem. "No licenciamento do edifício (para obtenção da licença de construção) onde tudo deverá fazer de acordo com os parâmetros estipulados para os edifícios existentes, com a única (e importante) diferença que toda a caracterização se deverá efectuar a partir de projectos (pelo que, naturalmente, devem estar em fase suficientemente desenvolvida) não havendo nesta fase, possibilidade de verificar a aderência da simulação à realidade", elucidou o engenheiro. Em caso de se verificar a inscrição do edifício nas condições regulamentares, deverá ser emitida uma Declaração de Conformidade Regulamentar (DCR). Após o fim da obra (para obtenção da licença de utilização) é necessário uma nova verificação do valor do IEE nominal – a Classificação Energética do edifício e a obediência aos aspectos prescritores do regulamento. Durante esta fase, é ainda preciso proceder a várias avaliações, tais como: verificação das condições de renovação do ar, limpeza e higiene do sistema, à avaliação do plano de manutenção e dos sistema de gestão da manutenção previstos, a designação do responsável pelo funcionamento e manutenção do sistemas energéticos e da QAI no edifício (Técnico Responsável pelo Funcionamento -TRF).
Por fim, importa salientar que três anos após a entrada em funcionamento do edifício "deverá ser realizada uma auditoria idêntica para o caso dos edifícios existentes, marcando a passagem do edifício novo para edifício existente", adiantou o engenheiro da OE, concluindo que "é nesta fase que a qualidade das simulações iniciais é finalmente verificada, em termos da sua aderência à realidade".
Perspectiva da ANET
A Associação Nacional dos Engenheiros Técnicos (ANET) tem igualmente participado no processo de elaboração dos Regulamentos sobre Eficiência Energética em Edifícios. Tal como referiu António Lousada, vice-presidente da ANET, no decorrer da conferência, a cooperação institucional que o Sistema de Certificação de Edifícios (SCE) tem promovido, é a todos os níveis exemplar e constitui um modelo que deveria ser seguido nos demais domínios, envolvendo outros organismos e instituições. E, acrescentou: "Como o SCE não existe sem a intervenção dos técnicos a ANET promoveu uma ampla divulgação do protocolo subscrito pela Direcção Geral de Energia e Geologia, Agência do ambiente, InCI, Ordem dos Engenheiros, Ordem dos Arquitectos, entre outros". De igual modo incentivou a promoção e formação na área do SCE.
Recorde-se que no contexto da regulação do exercício da profissão, competência atribuída à ANET, no que aos engenheiros técnicos diz respeito, a associação tendo por referência o estabelecido no protocolo previsto no Decreto-Lei n.º 78/2006, definiu as condições de reconhecimento e respectiva certificação para o exercício da actividade de responsável pelo projecto e pela demonstração das exigências decorrentes dos regulamentos: RSECE, que na vertente de energia, quer na parte de qualidade do ar interior, bem como no RCCTE.
Desta forma, no caso de titulares de formações académicas que dão acesso às especialidades consideradas e referidas no protocolo, a pedido do interessado, a certificação da qualificação é feita, aos membros, com a qualidade de efectivo e com pelo menos, um ano de experiência profissional. Importa ressaltar ainda que para a situação de outras formações, a serem analisadas caso a caso, forma definidas as condições de tal certificação, salientou a mesma fonte da ANET. Entretanto, o registo na Bolsa de Peritos Qualificados do SCE, está sujeito aos parâmetros definidos no protocolo. Assim sendo e, de acordo com o que informou fonte da ANET, "respeitando rigorosamente as normas estabelecidas, a associação procede à certificação dos técnicos e ao registo dos Peritos Qualificados na respectiva Bolsa, agilizando os procedimentos". Em relação aos registos dos Peritos, é norma da ANET, aceitar por boa e suficiente informação que a ADENE fornece, acerca dos resultados da formação.