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    Opinião

    Uma nova oportunidade para garantir habitação acessível a todos

    Diante este cenário, 2025 deve ser o ano em que as intenções e medidas anunciadas pelo governo sejam finalmente concretizadas. Já conhecemos as soluções, democraticamente legitimadas pelos votos dos portugueses. Agora é o momento para agir

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    Uma nova oportunidade para garantir habitação acessível a todos

    Diante este cenário, 2025 deve ser o ano em que as intenções e medidas anunciadas pelo governo sejam finalmente concretizadas. Já conhecemos as soluções, democraticamente legitimadas pelos votos dos portugueses. Agora é o momento para agir

    Sobre o autor
    Hugo Santos Ferreira

    O final do ano é tradicionalmente um momento de balanço e de reflexão sobre o que o futuro pode trazer. Enquanto nos despedimos de 2024, estamos já de olho para 2025 com uma lente positiva e carregada de esperança. Convicto de que este será um ano de mudança significativa e de implementação de soluções, e que este poderá ser o ano em que passaremos à prática.

    Assim, 2025 configura-se como um ponto decisivo tanto para o setor imobiliário como para as famílias portuguesas. Depois de um período marcado por adversidades, agora surgem oportunidades concretas que nos dão a possibilidade de moldar um futuro mais positivo e equilibrado para o nosso setor e consequentemente para os portugueses.

    Ao recuarmos no tempo, lembramos que 2023 foi um ano particularmente difícil para o setor imobiliário — um verdadeiro annus horribilis. Presenciámos ataques diretos à propriedade e ao turismo, o que impactou profundamente a atração de investimento direto estrangeiro (IDE). Como se não bastasse, o segundo semestre foi marcado por instabilidade política, culminando na queda do governo e na incerteza sobre os rumos futuros. Após eleições, é formado novo executivo apostado segundo os próprios a promover o investimento e incentivar a habitação. A dúvida persiste… caminharíamos na direção de certa ou para ainda mais obstáculos?

    Com a chegada de 2024, aos poucos, assistimos a uma mudança de cenário. A partir do segundo trimestre, assistimos a uma recuperação na confiança do mercado, refletida num aumento do dinamismo e da atratividade do setor. No entanto, é evidente que ainda temos um longo caminho pela frente. Apesar de sinais positivos, continuamos a aguardar medidas concretas do governo para impulsionar o mercado e acelerar a oferta habitacional. Foram feitas promessas relevantes, mas a sua concretização ainda não aconteceu.

    Um dos maiores entraves é a ausência de um SIMPLEX eficaz, uma iniciativa que o setor espera há mais de seis meses. Para além disso, o país enfrenta um problema estrutural de longo prazo: ao longo das últimas décadas, tem sido produzido um número cada vez menor de habitações. Isso deve-se, em grande parte, a escolhas ideológicas que têm negligenciado soluções práticas e necessárias, como a redução do IVA na construção de novas habitações para todas as classes sociais. Outro fator preocupante é o património vasto e muitas vezes inutilizado de terrenos e edifícios do Estado, que continua subaproveitado enquanto as famílias lutam para encontrar habitação a preços acessíveis.

    Diante este cenário, 2025 deve ser o ano em que as intenções e medidas anunciadas pelo governo sejam finalmente concretizadas. Já conhecemos as soluções, democraticamente legitimadas pelos votos dos portugueses. Agora é o momento para agir.

    É crucial que os decisores políticos reconheçam que o setor imobiliário é muito mais do que um motor económico. Mas um alicerce fundamental para assegurar o direito à habitação e melhorar a qualidade de vida dos portugueses.

    Apenas através de um compromisso sério e resoluto em implementar as medidas adequadas será possível superar os desafios existentes e construir um futuro mais justo e inclusivo para todos!

    Enquanto refletimos sobre o que o futuro nos reserva, resta-me apenas esperar pela resposta, que tempo certamente trará à pergunta: será 2025 o ano em que as promessas e medidas para mais habitação se concretizam?

    NOTA: O autor escreve segundo o Novo Acordo Ortográfico

    Sobre o autorHugo Santos Ferreira

    Hugo Santos Ferreira

    Presidente da Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (APPII)
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