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    Opinião

    O futuro presente dos desafios industriais da construção

    O futuro da engenharia nunca foi tão presente e, por isso, a união do setor, a capacidade de inovação, de adaptação às novas realidades tecnológicas e de antecipação das necessidades do mercado serão, sem dúvida, a chave para o sucesso neste novo panorama industrial

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    O futuro presente dos desafios industriais da construção

    O futuro da engenharia nunca foi tão presente e, por isso, a união do setor, a capacidade de inovação, de adaptação às novas realidades tecnológicas e de antecipação das necessidades do mercado serão, sem dúvida, a chave para o sucesso neste novo panorama industrial

    Sobre o autor
    Manuel Santos Ferreira

    As preocupações com questões ligadas à sustentabilidade são hoje uma exigência e o caminho em direção a uma economia mais verde e consciente tem sido o motor de transformação de processos e metodologias em todos os setores económicos. A engenharia não é exceção. Procuram-se hoje alternativas mais sustentáveis em que a descarbonização, energias renováveis, reciclagem e adaptação tecnológica são pilares fundamentais, sendo o foco do desenvolvimento dos Projetos, a diminuição da pegada carbónica quer na construção do ativo quer na operação do mesmo.

    Se a indústria evolui nos conceitos e abordagens numa determinada direção é nessa direção que há projetos para elaborar e as empresas de engenharia têm de evoluir em antecipação para estarem preparadas com recursos humanos, know-how e ferramentas/tecnologias para darem resposta a essas tendências. E se engenharia industrial está a assumir um percurso de mudança, a construção terá de a acompanhar.

    Atualmente, soluções como a energia eólica, energia solar e o hidrogénio tem ocupado o espaço que outrora fora das energias fósseis e a adaptação a essas novas fontes de energia é algo complexo que envolve a reestruturação de processos industriais, o desenvolvimento de novas tecnologias e a criação de infraestruturas capazes de suportar essas mudanças.

    Tudo isto acontece enquanto a valorização de resíduos e a implementação de sistemas de economia circular deixa de ser considerado algo secundário e passa a ser fulcral para reduzir o impacto ambiental, e a indústria 5.0 começa a emergir. Este aspeto é particularmente importante porque corresponde a uma visão da Inteligência Artificial não como uma ameaça, mas numa perspetiva colaborativa dual, IA-humano, alinhada no conceito da nova era de desenvolvimento industrial que desponta, recentrada no ser humano, posicionando o bem-estar das pessoas/trabalhadores na primeira linha dos objetivos, transformando as indústrias e as empresas em geral, em sistemas mais sustentáveis e centrados no ser humano.

    Portugal enquanto país, pode finalmente navegar a onda da nova revolução industrial. No passado os países que fizeram parte de revoluções industriais eram aqueles que detinham o capital, recursos, tecnologia e mercado. Nos dias de hoje, o capital não tem fronteiras, os recursos foram democratizados, a tecnologia flui fronteiras e o mercado é global. Com o mix energético português altamente renovável, a industrialização do país torna-se atractiva dada a capacidade de produzir com pegadas carbónicas apelativas.

    Num mundo de mudanças tão complexas quanto parecem, é necessário um alto investimento de capital e conhecimento para compreender e trabalhar os espaços automatizados. Neste sentido, empresas como a TECNOPLANO têm uma palavra a dizer e demonstram já a sua capacidade de integrar soluções de engenharia de ponta que respondem às exigências da indústria moderna.

    Os desafios da construção industrial existem, mas rapidamente são encarados como oportunidades. Entre os melhores exemplos, está um dos projetos mais inovadores da TECNOPLANO: a maior Central de Biogás da Europa com origem exclusiva em matéria orgânica animal, que entrará em operação ainda em 2024. Esta unidade industrial localiza-se em Mönsterås no município de Kalmar na Suécia e irá valorizar cerca de 300.000 toneladas de matéria orgânica por ano, transformando-a em biogás e biofertilizantes e produzir 30 toneladas/dia de biogás líquido, a que correspondem 120 GWh de energia por ano, com vista à sua utilização como combustível para veículos pesados de transporte rodoviário. Serão ainda produzidas 250,000 toneladas/ano de bio-fertilizante de alta qualidade sendo uma parte sólido com alto teor em fósforo e outra parte líquido com alta concentração de azoto.

    A TECNOPLANO tem também a seu cargo projetos processuais relativos à Mecânica/Piping, Eletricidade, Instrumentação e a Modelação 3D da instalação global com integração dos equipamentos do processo fornecidos pelos tecnólogos e do 3D da construção civil e ainda projetos de Centrais de Valorização Orgânica de Resíduos de que é exemplo o Projeto da CVO da AMCAL, localizada em Cuba no Alentejo.

    A modelação 3D das fábricas, que garante uma maior precisão na execução de projetos, faz assim parte dos investimentos da TECNOPLANO para responder aos desafios do hoje e do amanhã, da integração da inteligência artificial e do uso de robots e drones.

    A empresa oferece também um serviço mais vantajoso ao cliente através da “scanerização”, do acompanhamento digital da execução da obra até ao seu final, com um serviço de “As-builts” digitais em 3D, progressivo e que espelha a obra tal como construída, proporcionando aos clientes o respetivo “Digital Twin”, com toda a informação sobre os equipamentos e sistemas instalados, não só em termos de representação, mas com bases de dados associadas com as características dos mesmos.

    Neste caminho que todos percorremos quem tem capacidade de antecipar os desafios das próximas décadas será o ator principal nas mudanças do setor. O futuro da engenharia nunca foi tão presente e, por isso, a união do setor, a capacidade de inovação, de adaptação às novas realidades tecnológicas e de antecipação das necessidades do mercado serão, sem dúvida, a chave para o sucesso neste novo panorama industrial.

    NOTA: O autor escreve de segundo o Novo Acordo Ortográfico

    Sobre o autorManuel Santos Ferreira

    Manuel Santos Ferreira

    engenheiro e director do Departamento de Indústria da Tecnoplano
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