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    Fazer casas e construir oportunidades

    “Uma das vertentes que me parece interessante no programa ‘Construir Portugal’ (…) é a promoção da construção em zonas periféricas para aliviar a pressão sobre os centros urbanos e (…) contribuir para a redução dos preços imobiliários, mas depende, porém, e de forma direta, da melhoria da mobilidade”

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    Fazer casas e construir oportunidades

    “Uma das vertentes que me parece interessante no programa ‘Construir Portugal’ (…) é a promoção da construção em zonas periféricas para aliviar a pressão sobre os centros urbanos e (…) contribuir para a redução dos preços imobiliários, mas depende, porém, e de forma direta, da melhoria da mobilidade”

    Nuno Garcia
    Sobre o autor
    Nuno Garcia

    Portugal enfrenta uma grave crise, caracterizada por uma escassez na oferta de habitação. Ao longo da última década, tenho tido oportunidade de avaliar de perto as dinâmicas do setor da construção e do imobiliário e acredito que a resolução desta crise exige o envolvimento de todos os intervenientes e uma aposta em estratégias inovadoras. Neste contexto, diferentes governos têm apresentado planos estratégicos, cuja implementação, sabemos, nem sempre tem sido marcada pelo sucesso.

    Uma das vertentes que me parece interessante no programa “Construir Portugal”, apresentado pelo novo Governo em funções, é a promoção da construção em zonas periféricas para aliviar a pressão sobre os centros urbanos. No entanto, e para assegurar que esta estratégia é eficaz, temos de garantir que estas zonas dispõem de infraestruturas adequadas e acesso a serviços essenciais, como educação, saúde e comércio. Esta descentralização da construção vai contribuir para a redução dos preços imobiliários, mas também para dinamizar as áreas metropolitanas; depende, porém, e de forma direta, da melhoria da mobilidade. Só uma rede de transportes eficiente e acessível permite que as pessoas vivam na periferia sem perda de qualidade de vida.

    Outra medida que me parece fazer sentido é a promoção da construção mais industrializada e modular, que reduz de modo significativo os custos e os prazos de construção. Ao fabricar componentes, módulos ou painéis de diversos materiais, em ambiente controlado e montando-os no local de obra, estamos a contribuir para a redução dos desperdícios e a otimização de recursos. A construção modular também oferece mais facilidade e rapidez na construção, contribuindo para termos um setor mais eficiente em termos de custos e mais sustentável.

    Este tipo de construção é particularmente útil em grandes projetos, como os previstos no modelo build to rent (construir para arrendar), que pretende aumentar a oferta de habitação acessível, promovendo parcerias entre o setor público e privado. A implementação deste modelo parece-me ter potencial para garantir um fluxo constante de projetos, estimulando a atividade contínua no setor.

    Por fim, e se de facto consideramos a habitação um bem essencial, este programa inclui uma medida que defendo há muito tempo, e que se prende com a redução do IVA sobre materiais de construção e serviços relacionados com a habitação. Esta diminuição vai permitir baixar os custos finais dos projetos, tornando a construção de novas habitações mais acessível em benefício de todo o ecossistema: promotores imobiliários, compradores e arrendatários.

    Acredito que a implementação com sucesso destas medidas pode ter um impacto significativo na indústria da construção, através do redirecionamento de recursos, do impulso da inovação tecnológica e da realização de mais projetos. O setor da construção vai, uma vez mais, ter um contributo decisivo para melhorar a nossa qualidade de vida e para o desenvolvimento económico do país.

    NOTA: O Autor escreve segundo o Novo Acordo Ortográfico

    Sobre o autorNuno Garcia

    Nuno Garcia

    Director-geral da Gesconsult
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