Mesmo sendo um dos países com elevado número de casas per capita, Portugal ainda enfrenta uma escassez de oferta, sobretudo nos grandes centros urbanos, onde se concentra a maior parte da população. Esta escassez é justificada por uma crescente procura, impulsionada por fatores como o aumento da população migrante, procura especulativa, necessidades específicas de estudantes e idosos e o crescimento turístico, que desafiam o setor habitacional.

Há ainda um contexto atual que beneficia da estabilização da inflação e de uma possível redução gradual nas taxas de juro, associada a um crescimento dos salários, que, apesar de ainda baixos em comparação com a média da União Europeia, aumentam a um ritmo superior. O desenvolvimento da economia é impulsionado por setores como a banca, embora a instabilidade internacional possa afetar exportações, um fator de preocupação para os próximos anos. Além disso, a pressão do regulador com a criação do Simplex vem dar ainda mais energia ao setor, incentivando a inovação nos métodos de construção e o uso de materiais sustentáveis. E é exatamente essa capacidade de adaptação que irá permitir responder às mudanças rápidas do setor.

O setor da construção em Portugal dobrou o seu volume de negócios na última década e hoje emprega mais de 355 mil pessoas em mais de 58 mil empresas, a maioria de pequena escala. Nesse cenário, o Negócio PRO da LEROY MERLIN adota uma estratégia de médio prazo que apoia os profissionais da área, oferecendo serviços como orçamentação, contabilidade e seguros. Recentemente, lançámos o Catálogo PRO, por exemplo, que vem facilitar o trabalho diário dos profissionais, permitindo-lhes concentrar-se nas suas competências principais.

Portugal destaca-se por um ambiente económico em crescimento, clima agradável, segurança e qualidade nos serviços de educação e saúde, elementos que fazem do país um destino atrativo, a futura Flórida da Europa! Contudo, um dos principais desafios para o futuro é a inovação e a digitalização, principalmente no nosso setor. A construção, historicamente lenta em adotar novas tecnologias, enfrenta agora a necessidade de modernização. Soluções digitais como o Building Information Modeling (BIM) prometem otimizar processos, reduzir desperdícios e melhorar a comunicação entre todos os envolvidos nos projetos.

Mudanças legislativas que visam eficiência energética e sustentabilidade também exigem preparação. O setor de construção tem um papel relevante nas alterações climáticas, e os objetivos do Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC) 2030 oferecem oportunidades de negócio focadas em práticas sustentáveis de curto prazo. Para isso, as empresas precisam de investir em formação e capacitação para adaptar-se rapidamente.

A escassez de mão de obra qualificada é outro obstáculo importante. O setor deve promover a valorização das carreiras na construção, criando programas de formação e parcerias com instituições de ensino e agentes do setor. A oferta de condições dignas e oportunidades de desenvolvimento são essenciais para atrair e reter talentos qualificados, garantindo o crescimento sustentável.

A incerteza do futuro exige preparação, inovação e adaptabilidade. A construção civil, um pilar da economia, deve abraçar os desafios com uma visão proativa, para conseguir não só sobreviver, mas prosperar. Na LEROY MERLIN, já começámos a trabalhar na mudança de paradigma e temos, atualmente, mais de 500 colaboradores dedicados ao atendimento de profissionais, com formação extensiva e acompanhamento em novas práticas e produtos, garantindo soluções sustentáveis e de valor para os clientes.

Estamos expectantes com a Feira CONCRETA, que acreditamos ser uma plataforma ideal para a troca de ideias e soluções inovadoras que beneficiem todo o setor, mas estamos, acima de tudo, otimistas e focados em ser úteis no mundo da Construção.

NOTA: O Autor escreve segundo o Novo Acordo Ortográfico