Edição digital
Assine já
    PUB
    Opinião

    Concretização do PRR e Escassez de Mão de Obra: os desafios do Setor em 2025

    A Comissão Europeia projeta uma aceleração do investimento em construção, que deverá crescer 2,4% em 2025, apoiado pela esperada redução das taxas de juro, beneficiando tanto empresas, como particulares. Em paralelo, prevê-se a continuidade do aumento do investimento público em construção, impulsionado pela execução do PRR e do Portugal 2030

    Opinião

    Concretização do PRR e Escassez de Mão de Obra: os desafios do Setor em 2025

    A Comissão Europeia projeta uma aceleração do investimento em construção, que deverá crescer 2,4% em 2025, apoiado pela esperada redução das taxas de juro, beneficiando tanto empresas, como particulares. Em paralelo, prevê-se a continuidade do aumento do investimento público em construção, impulsionado pela execução do PRR e do Portugal 2030

    Sobre o autor
    Manuel Reis Campos

    Manuel Reis Campos

    Presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI) e da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN)

    Mais artigos

    As Previsões de Outono da Comissão Europeia estimam um crescimento moderado da economia portuguesa, com o PIB a subir 1,7% em 2024, projetando-se uma aceleração nos próximos anos: 1,9% em 2025 e 2,1% em 2026, impulsionado pela procura interna e pelo investimento alavancado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

    As empresas do setor da construção e do imobiliário, apesar de enfrentarem constrangimentos conjunturais, demonstraram uma notável resiliência em 2024. O balanço do ano reflete um setor que, mesmo diante de adversidades, manteve indicadores positivos.

    Durante 2024, verificou-se um crescimento moderado na produção no segmento da habitação, com um aumento de 1,7% na conclusão de alojamentos em construções novas até setembro e um crescimento de apenas 0,7% nos alojamentos licenciados até outubro. No mesmo período, houve um incremento de 35,8% no volume de novos créditos à habitação e uma valorização de 12% no valor mediano da habitação para avaliação bancária em outubro. No segmento de edifícios não residenciais registou-se uma evolução mais modesta, refletindo alguma cautela no investimento privado. Já as obras públicas destacaram-se como o segmento mais dinâmico, impulsionado pelas verbas europeias, com aumentos de 39% no montante de concursos promovidos e 47% no valor dos contratos de empreitadas celebrados, em termos homólogos acumulados.

    O consumo de cimento cresceu 2,8% até novembro, enquanto o índice de emprego aumentou 3,3% em outubro, e o índice de remunerações apresentou um aumento expressivo de 11,1% no mesmo período. Face à evolução de todos os indicadores mencionados, prevê-se que o setor encerre 2024 com um crescimento do valor bruto da produção na ordem dos 3%.

    Para 2025, o setor enfrentará desafios significativos, como fazer face à escassez de mão de obra e a necessidade de concretizar os investimentos previstos no PRR.

    A Comissão Europeia projeta uma aceleração do investimento em construção, que deverá crescer 2,4% em 2025, apoiado pela esperada redução das taxas de juro, beneficiando tanto empresas, como particulares. Em paralelo, prevê-se a continuidade do aumento do investimento público em construção, impulsionado pela execução do PRR e do Portugal 2030.

    O segmento da habitação deverá manter um crescimento moderado, sustentado pelo nível de procura de casas novas ou reabilitadas e por soluções energeticamente mais eficientes. No entanto, este crescimento não será suficiente para superar os desafios estruturais do mercado habitacional, como a necessidade urgente de aumentar a oferta de habitação a preços acessíveis, a menos que sejam aprovados incentivos fiscais que induzam a necessária e urgente dinamização deste mercado. Já o segmento de edifícios não residenciais deverá apresentar uma evolução moderada, devido a uma recuperação mais lenta do investimento empresarial.

    No segmento de engenharia civil, espera-se uma nova aceleração da produção, impulsionada pelos projetos financiados no âmbito do PRR e do Portugal 2030, consolidando-se como um dos principais motores da atividade do setor. A continuidade na execução de obras públicas será determinante para garantir o crescimento do setor, contribuindo para a modernização das infraestruturas e o cumprimento das metas de sustentabilidade.

    Em 2025, com as metas que se impõem ao País, como a necessidade urgente de aumentar a oferta de habitação a preços acessíveis e, simultaneamente, a concretização atempada dos investimentos públicos, o setor da construção e do imobiliário estará no centro das atenções. Será necessário fomentar uma ampla cooperação entre o Estado, as empresas e os investidores, que permita a facilitação da contratação de imigrantes, a simplificação dos processos administrativos e a promoção de soluções inovadoras. Nesse contexto, o setor continuará a desempenhar um papel estratégico, consolidando-se como uma das forças motrizes da economia nacional.

    NOTA: O Autor escreve segundo o Novo Acordo Ortográfico

    Sobre o autorManuel Reis Campos

    Manuel Reis Campos

    Presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI) e da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN)
    Mais artigos
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB

    Navegue

    Sobre nós

    Grupo Workmedia

    Mantenha-se informado

    ©2024 Construir. Todos os direitos reservados.