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    Nuno Sampaio (créditos: Ivo Tavares Studio)

    Arquitectura

    A Casa ou o lado menos visível da arquitectura

    Cerca de 70% do trabalho do arquitecto nunca chega a ser construído e, na maioria das vezes, esse trabalho nunca chega a ser visível. Foi esta vontade de mostrar ‘o outro lado’ da arquitectura que impulsionou a criação da Casa da Arquitectura (CA) enquanto “instituição de promoção da arquitectura”. Hoje, mais do que nunca, a CA tem um papel de consciencialização junto da população

    Cidália Lopes

    Nuno Sampaio (créditos: Ivo Tavares Studio)

    Arquitectura

    A Casa ou o lado menos visível da arquitectura

    Cerca de 70% do trabalho do arquitecto nunca chega a ser construído e, na maioria das vezes, esse trabalho nunca chega a ser visível. Foi esta vontade de mostrar ‘o outro lado’ da arquitectura que impulsionou a criação da Casa da Arquitectura (CA) enquanto “instituição de promoção da arquitectura”. Hoje, mais do que nunca, a CA tem um papel de consciencialização junto da população

    Cidália Lopes
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    Constituída como associação desde 2007, foi em 2017 que a Casa da Arquitectura se instalou na recuperada Real Vinícola, em Matosinhos. Cinco anos volvidos, este espaço tornou-se a Casa de alguns dos mais importantes acervos nacionais e internacionais. Em conversa com a Traço, Nuno Sampaio, director executivo, falou sobre o trabalho realizado até aqui, os projectos futuros da CA, enquanto interlocutor entre os arquitectos e a sociedade, mas também, sobre a importância de ‘fazer’ arquitectura.

    Créditos: Ivo Tavares Studio

    Traço: Como surgiu a ideia, a vontade de criar esta Casa?

    Nuno Sampaio (NS): A Casa da Arquitectura surgiu pela necessidade de curadoria de uma instituição nacional de promoção da arquitectura e pela vontade de cuidar de um património arquitectónico documental, isto porque cerca de 70% do trabalho do arquitecto nunca chega a ser construído. Portanto existe uma forma de reutilizarmos essa experiência de vida dos arquitectos que de outra forma nunca chega a ser visível nem aproveitada. Surgiu, assim, a vontade de fazer uma instituição de promoção da arquitectura.

    A iniciativa surge por parte da Câmara Municipal de Matosinhos (CMM), que viu a oportunidade de a Casa ficar em Matosinhos e curiosamente de ser na terra do arquitecto Álvaro Siza, sendo o local ideal para poder apoiar uma instituição que se queria desde logo uma instituição nacional e até de âmbito internacional.

    Depois de uma reunião com entidades como o IPPAR, a Ordem dos Arquitectos e outras ligadas à arquitectura e à cultura, além de um conjunto de empresários, a ideia do nome da CA surgiu na sequência de uma conversa entre o Belmiro de Azevedo e o Álvaro Siza. Foi Belmiro de Azevedo que disse que não podia chamar-se museu da arquitectura porque “essa coisa dos museus parece uma coisa muito morta. Vamos chamar-lhe Casa, a Casa onde nós podemos reunir os amigos”. E assim foi. Na altura, pela mão do principal empresário português, que surgiu esta instituição, que começou por ser uma associação.

    Ou seja, sendo uma jovem instituição, tem na Real Vinícola, enquanto Centro Português de Arquitectura cinco anos, apesar de ter tido uma vida de ‘gestação’, de preparação, de quase sete anos.

    A partir do momento em que ficou pronto o quarteirão da Real Vinícola, feito pela CMM, com um investimento de mais de 10 milhões de euros, a Casa da Arquitectura passou a ter as condições físicas que lhe possibilitaram ser o Centro Português da Arquitectura. Este centro actua em várias áreas, começando pela base, que é o tratamento de acervo, um trabalho profundo, silencioso, moroso, caro de se fazer, que é cuidar do património documental dos arquitectos.

    Quando vamos a um museu de arte, nós vemos a peça de arte, o quadro ou a escultura, quando vamos a um museu de arquitectura vemos representações dessas arquitectura – filmes, desenhos, fotografias, maquetes. A arquitectura está lá fora, são os edifícios e o espaço público, mas este material também é preciso preservar. Portanto, o primeiro trabalho da Casa da Arquitectura é receber, fisicamente, trabalhar, cuidar, preservar, recuperar e preservar o património documental dos arquitectos.

    A segunda área é, naturalmente, uma grande responsabilidade para que esse acervo se torne disponível para a sociedade. No fundo, o dinheiro que se gasta para conservar e tratar e documentar e catalogar os acervos de arquitectura tinham que ser postos à disposição das pessoas, seja em formato físico, seja de forma digital, algo que conseguimos este ano.  Neste momento, temos um edifício digital, o chamado ‘second building’ onde colocamos tudo aquilo que arquivamos para que todos os acervos que lá se encontram possam ser visitáveis e consultáveis a partir de qualquer parte do Mundo.

    O terceiro trabalho é o da promoção da investigação. A CA fez um protocolo com o Estado em que está a desenvolver, com a Fundação de Ciências e Tecnologias, mais de 200 anos de investigação. Ou seja, durante cinco anos, 10 investigadores podem ganhar bolsas que vão até quatro anos pagas para poderem investigar os acervos da Casa. E depois temos, ainda, outras políticas de apoio à investigação e ao estudo, como por exemplo, a criação de uma residência artística, na antiga casa de família de Álvaro Siza, onde o arquitecto realizou o seu primeiro projecto (um pavilhão no quintal) a pedido de seu pai, quando tinha 16 anos, e que irá permitir que outros venham de fora e possam estar com melhores condições a trabalharem na Casa, sejam investigadores estrangeiros, curadores e até jornalistas.

    Depois existe uma outra dimensão, mais publica, que se divide em algumas alíneas, que é a promoção da arquitectura junto do grande público. Esta vertente, até de serviço público de levar a arquitectura até à sociedade, para que a arquitectura seja entendida pelas pessoas, na forma como decorre o processo gerador dessa arquitectura. Normalmente quando se contrata um arquitecto não nos dão nem o orçamento, nem o tempo para fazer um projecto, porque as pessoas não sabem o que é um projecto, nem muitas vezes qual é o benefício de terem um arquitecto a fazer o projecto de sua casa, do espaço onde trabalham ou até, num plano mais público, ter o espaço público cuidado, desenhado por um arquitecto. Nessa perspectiva, é muito importante o papel da CA, ou seja, a criação de uma consciência pública sobre a importância da arquitectura para a sociedade para que haja uma maior exigência da população perante os operadores, quer os públicos, quer os privados (imobiliários).

    Quanto mais consciente for um autarca da importância do seu espaço público ser feito por um arquitecto, mais facilmente discute e exige o melhor projecto, o que leva naturalmente a um melhor espaço público e quem beneficia é a população.

    O mecanismo que a CA encontra é trabalhar este universo, que somos todos nós, os consumidores da boa ou da má arquitectura, para que entendam, reflictam e se tornem conscientes e simultaneamente mais exigentes. É preciso não esquecer que a habitação, por exemplo, é o primeiro direito constitucional. Nós entendemos que, nada nem melhor, preparado para poder desenhar essa habitação que os arquitectos. Este trabalho da CA é naturalmente conservar o material, permitir que seja investigado e estudado, mas dirige-se essencialmente à população em geral para aumentar a consciência de que uma boa arquitectura influencia na vida de cada um de nós.

    E este trabalho é feito com exposições, seminários, coisas onde nos possamos falar de arquitectura e de território, mas de uma forma que as pessoas possam entender, ver e que seja acessível.

    Créditos: Ivo Tavares Studio

    Que balanço faz destes cinco anos?

    É um balanço muito positivo. A CA conseguiu, num curtíssimo espaço de tempo, consciencializar e dar a entender à sociedade que é um espaço aberto para falar de arquitectura para toda a gente e este aspecto foi muito bem entendido pela própria população.

    Por outro lado, conseguiu afirmar-se na sua dimensão nacional. O Centro Português de Arquitectura tem como objectivo actuar em todo o território nacional. Isto é fundamental. E uma prova disso é o recém-criado o ‘Tours’, uma iniciativa conjunta com o Turismo de Portugal, em que estarão abertos para visita um conjunto de espaços, que até Agosto do próximo ano serão no total 150, em todo o território nacional, continente e ilhas. Foram criados percursos em todo o País com edifícios abertos e gente competente para poder explicar essa arquitectura, ou seja, de forma descomplicada e descodificada.

    Outro grande objectivo que a CA atingiu foi a sua dimensão internacional, nomeadamente, com um acervo de mais de 200 doadores proveniente do Brasil. Em consequência deste trabalho, a CA tornou-se a primeira instituição do mundo a receber colecções de acervo territoriais com curadoria, ou seja, de um determinado território, de um determinado arco temporal, discutido e escolhido por quem sabe e conhece.

    Actualmente quantos acervos é que têm?

    Só do Brasil temos cerca de 60 nomes envolvidos, entre eles Paulo Mendes da Rocha e Lúcio Costa, o que deu uma dimensão internacional à CA. Dos arquitectos portugueses, além do Eduardo Souto de Moura, do Pedro Ramalho, o Carrilho da Graça, Teresa Fonseca, temos, recentemente, mais dois nomes, a Teresa Seixas e o Manuel Correia Fernandes e, ainda, o José Gigante, que ofereceu não só o seu acervo de arquitectura, como o acervo fotográfico do seu pai, Jorge Gigante. Temos, também, o acervo do fotografo Luís Ferreira Alves, ligado à arquitectura e à cidade.

    Importância da arquitectura

    Quais os planos para o futuro da CA?

    Vamos começar a actuar sobre o espaço da visita da arquitectura com este novo projecto com o Turismo de Portugal que se soma a uma outra iniciativa que já tínhamos que era o Porto Open House.

    Para o próximo ano iremos ter uma grande exposição do arquitecto Paulo Mendes da Rocha, também na óptica de mostrar aquilo que arquivamos. Com curadoria do arquitecto e historiador de arquitectura Jean-Louis Cohen e de Vanessa Grossman, arquitecta brasileira sediada em Roterdão, esta será uma exposição única, porque é a oportunidade que de se ver tantos originais do arquitecto brasileiro num só espaço e que já fazem parte do acervo da Casa.

    Outra área para nós muito importante, é o lançamento de publicações de referência de forma regular. A ideia que nós queremos mostrar é que com a CA se podem decidir reflexões de estudos, de investigações, que depois possam ser compradas em livro e que sejam de grande referência a nível mundial.

    Estes livros serão produzidos e comercializados pela CA e depois distribuídos pelas diferentes livrarias em Portugal e no estrangeiro, também noutras línguas em co-produção com outras editoras.

    Outra área que temos assumido, é a possibilidade da CA promover novos estudos. Seja pelas exposições, sejam momentos onde chamamos várias pessoas a estudarem a arquitectura sobre um determinado problema ou um conjunto de problemas sobre uma determinada matéria. O próximo que estamos a organizar é sobre os contextos de emergência e como é que a arquitectura pode ajudar nestes contextos.

    Falamos, por exemplo, em contextos de suburbanidade, como as favelas, ou em situações onde existe falta de água, como África, ou então em cidades, que pelo contrário têm um conjunto de acidentes climáticos cada vez mais comuns e que criam em alguns momentos destruições maciças e que, portanto, é preciso que a arquitectura dê uma resposta e de forma rápida, eficiente, concreta. Outras são, naturalmente, os grandes êxodos que temos na Europa ou em contextos de guerra e que não têm lugar onde ficar e que é preciso resolver e com condições condignas. Estes sistemas vão ser abordados numa exposição, chamada ‘Arquitectura em contexto de emergência’, e num conjunto de actividades, onde serão chamados peritos mundiais, activistas inclusivamente, para pensarem como é que a arquitectura pode ajudar essas pessoas.

    Segundo Souto de Moura, a arquitectura serve para resolver problemas. E, portanto, partindo desta premissa não queremos apenas mostrar o quão bonita é a arquitectura ou quão fantástico é o trabalho daquele arquitecto, no passado, nos últimos 30 anos, mas também termos uma visão, uma perspectiva do futuro, para ajudar a resolver problemas e para que as populações vivam melhor.

    Tendo em conta a emergência que o planeta vive com as alterações climáticas e com as consequentes catástrofes que provocam é cada vez mais um tema que faz parte do dia-a-dia dos arquitectos. Esta é uma área que já seja estudada?

    Quer dizer, a arquitectura é talvez das áreas disciplinares mais transversais no conhecimento. Nós trabalhamos com biólogos, com engenheiros de estruturas, engenheiros hidráulicos, paisagistas, com sociólogos, economistas, com construtores. No fundo, o que estamos a ver é uma tendência, que nem sempre parece positiva, mas que pode também trazer oportunidades, é a sociedade dizer que arquitectos e construtores se entendam para arranjar produtos que sirvam a sociedade.

    Muitas vezes sabemos que o lucro fácil de alguns construtores pode levar a que se baixe a qualidade da arquitectura. Portanto, é ainda mais importante que este papel da CA, de ajudar a criar rapidamente uma consciência pública da importância da qualidade na arquitectura como factor de melhoramento das condições de vida das populações.

    Ou seja, que, com a nova legislação que o Estado português criou sobre a concepção-construção, nós não fiquemos reféns do lucro fácil de alguns construtores que ganham ao preço mais baixo. Que o próprio Estado entenda que é preciso lançar concursos com outros objectivos que não o preço mais baixo.

    Créditos: Ivo Tavares Studio

    As ‘contas’ do Estado

    Em teoria essa questão está prevista, mas depois na prática as coisas são bastante diferentes. Até em matéria de sustentabilidade, onde alguns concursos colocam este critério de avaliação em último…

    Exactamente. Nós sabemos que alguma sustentabilidade sai cara no momento da construção, mas por outro lado, poupa-se no prazo de vida do edifício e na exploração que fazemos do edifício. Por isso, os regulamentos são cada vez mais exigentes, ao nível térmico, acústico, etc. O metro quadrado está cada vez mais caro e quando queremos construir em grande quantidade, muitas vezes há tendência para reduzir a qualidade para termos arquitecturas que tenham a capacidade de resolver os problemas, mas ‘baratinho’. E esta é uma tentação que nós não podemos ter. Nós enquanto sociedade. O facto de termos uma nova forma de encomendar arquitectura que essa não fique refém, como nós sabemos e que aconteceu no passado nos finais de 70 e inícios de 80, em que se produziam muitas coisas pelos chamados ‘patos bravos’, que eram construtores não qualificados, que nem chamavam arquitectos a fazer os projectos. Actualmente, temos construtores mais qualificados, mas não sei se é porque o mercado público assim o exige produtos mais baratos que depois nos saem mais caros a todos, nomeadamente no que diz respeito à exploração energética de quem vive nesses edifícios para ter as condições térmicas, sai muito mais caro à sociedade.

    Neste momento, o Estado está a promover um conjunto de habitação para arrendamento acessível, por exemplo, e em todas as situações o preço é o critério com mais peso…

    Na minha opinião está-se a fazer mal as contas. Se tivermos em conta quanto é que custa esses edifícios em boas condições construtivas a 30 anos e se somarmos os custos relativos à sua exploração energética, nomeadamente em aquecimento e arrefecimento, vai gastar-se mais seguramente. Esta é uma verdade La Palisse.

    Como podem os arquitectos contornar esta situação?

    Vão ter de unir esforços com os construtores, mas ao mesmo tempo tem que se trabalhar para que o Estado Português exija qualidade nas compras que faz. E não podemos comprar arquitectura ou edifícios da mesma maneira que compramos papel higiénico.

    Como é que se quer atingir as metas climáticas se depois o que se está a construir neste momento não vai ao encontro desses objectivos?

    Existe aqui um problema, que é também um desafio muito grande. Como é que nós podemos dar as mãos aos construtores, produzindo soluções desde pré-fabricações, a rentabilidade no teste de modelo tipológico, na medida em que já sabemos quanto é que mede uma sala, um quarto como é que se organiza, a casa de banho já vir construída e apenas acoplar.

    Acredita que a pré-fabricação dos módulos em fábrica vai ser a solução no futuro?

    Não tenho dúvida. Agora não pode ser feito na perspectiva, como acontece muitas vezes na indústria, em que uma pequena diferença multiplicada por milhões de unidades faz com que se reduza os custos, mas muitas vezes não é quantificável quanto essa diferença custa na qualidade de vida espacial de quem a habita, mas sem que isso retire qualidade às habitações.

    Da mesma forma que o covid introduziu alterações na forma como habitamos, em que já não basta termos um escritório em casa, porque numa situação de confinamento o que precisamos é que todos os quartos tenham um espaço extra para trabalhar, agora é preciso também entender que também se tornou importante que cada quarto tenha uma suite por questões de higiene, por exemplo.

    Nunca deixar ‘parar a mão’

    Para terminar, gostaria de saber, além do trabalho que tem desenvolvido na CA, onde é que fica o Nuno Sampaio enquanto arquitecto?

    Nós arquitectos nunca gostamos de deixar parar a mão. É fundamental para nós não perdermos o contacto com a prática. Sabemos que muito colegas pelas funções que exercem em alguns organismos públicos, como eu à frente de uma associação, temos o tempo muito limitado, mas ainda vou fazendo algumas coisas e tenho sempre esperança que possa fazer mais. A minha esperança é que um dia eu não seja necessário e que as pessoas tenham esta capacidade de entender a arquitectura. Sabemos que a construção desta consciência que nunca vai terminar.

    Gostava de voltar a dedicar-se à 100% à arquitectura um dia?

    Talvez um dia, porque não. Nunca ponho isso de parte.

    Sobre o autorCidália Lopes

    Cidália Lopes

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    Curadores Open House Lisboa 2024 (Sandra Marques Pereira e Alexandre Marques Pereira ©Hugo David)

    Arquitectura

    “A participação da sociologia na arquitectura não se esgota na ‘humanização’ desta última”

    Arranca este fim-de-semana, 11 e 12 de Maio, a 13ª edição do Open House Lisboa. Perceber as transições do edificado e a forma como se interligam com o espaço urbano é o tema deste ano que, através de 74 espaços, percursos por diferentes bairros e passeios sonoros convidam a conhecer a cidade

    Cidália Lopes

    Sandra e Alexandre, irmãos, socióloga e arquitecto, são os curadores desta edição. A partir dos ‘Híbridos das Transições’ propõem-se a evidenciar esta dinâmica quanto à arquitectura dos edifícios, dos seus materiais, estilos, modos de construção, da organização e tipo de espaços, como das pessoas que os ocupam e que percorre diferentes épocas e correntes

    O programa deste Open House é eclético e também abrange diferentes épocas e correntes, da arquitectura barroca, ilustrada pela imponente igreja conventual de Santa Catarina implantada na calçada do Combro, a exemplos neo-clássicos como o Palácio do Grilo, ao contemporâneo, que é um dos pratos fortes desta iniciativa anual.

    Em suma, é a oportunidade de explorar desde reabilitações a construções novas como é o caso do edifício The One do Eduardo Souto Moura, entre muitas outras estreias.

    Como comissários do Open House Lisboa como surgiu o tema deste ano?
    Os Híbridos das Transições é o conceito que dá a conhecer uma característica das transformações – sociais, urbanas, arquitectónicas, entre outras – que não é facilmente percebida, ou valorizada pelas pessoas. Normalmente pensamos nas transformações como cortes entre um antes e um depois, entre uma coisa e outra, e não é bem assim.

    A mudança faz-se de misturas múltiplas de elementos novos e de outros que lhe são anteriores e portanto, o objectivo é despertar a sensibilidade das pessoas para perceber a complexidade das mudanças, contextualizar e pensar sociologicamente as mudanças na arquitectura e na cidade e vice-versa.

    A participação da sociologia na arquitectura não se esgota na “humanização” desta última, prende-se com o entendimento das condições sociais de produção, humanização e consumo/apropriação da arquitectura e do urbanismo.

    De certa forma, este tema é um olhar complementar e mais abrangente ao tema da Revolução que seria o tema mais óbvio em 2024. A Revolução mudou o regime político de um dia para o outro, trouxe a liberdade e um conjunto de debates e questões até então silenciados. Mas, a generalidade das mudanças, dos valores às condições de vida, demoraram outro tempo e portanto houve um longo período de maturação e, claro, de transições, intrinsecamente híbridas.

    “O objectivo é despertar a sensibilidade das pessoas para perceber a complexidade das mudanças, contextualizar e pensar sociologicamente as mudanças na arquitectura e na cidade e vice-versa”

    Enquanto dupla relacionada com a Sociologia e Arquitectura consideram que conseguem dotar a iniciativa de uma perspectiva mais humanizada?

    Na realidade a arquitectura, apenas existe, enquanto obra para abrir diversas possibilidades, para tentar melhorar a vida dos homens e mulheres, seja nos seus sonhos, vidas e aspirações, seja enquanto seres únicos e individuais, ou seja enquanto comunidades de pequena e grande escala, num qualquer espaço e território.

    A arquitectura sempre funcionou como uma resposta às mudanças do tempo e da sociedade, e por vezes, dentro da sua natureza e limitações, abriu outras possibilidades, para a vida colectiva e privada, sempre foi assim, com diversos tempos e modos e, sempre haverá de ser algo assim.

    De que forma estas ‘transições’ são uma forma de expressão das próprias cidades? De que ‘transições’ falamos?

    Nesta 13ª edição do Open House, propomos evidenciar as transições em múltiplas dimensões: primeiro na dimensão física, ao nível da arquitectura dos edifícios, dos seus materiais, estilos, modos de construção, da organização e tipo de espaços/compartimentos, em segundo nas suas funções e apropriações; ao nível dos espaços públicos e das ruas, das actividades económicas (comércio, serviços, etc.), dos seus pavimentos, da vegetação ou da sua ausência, do equipamento, das formas de mobilidade; e, por fim, ao nível das vivências de ambos, do tipo de pessoas que os ocupam, usam, habitam, frequentam, como e quando o fazem.

    De que período retrata a Open House e que edifícios são mais exemplificativos desta transição?
    O programa deste Open House é eclético e também abrange diferentes épocas e correntes, da arquitectura barroca, ilustrada pela imponente igreja conventual de Santa Catarina implantada na calçada do Combro, a exemplos neo-clássicos como o Palácio do Grilo, ao contemporâneo, que é um dos pratos fortes desta iniciativa anual.

    Em suma, é a oportunidade de explorar desde reabilitações a construções novas como é o caso do edifício The One do Eduardo Souto Moura, entre muitas outras estreias.

    A nossa selecção mostra diferentes abordagens nesta transição, desde habitações reabilitadas ou construídas em espaços que já foram outra coisa, a edifícios obsoletos com múltiplos destinos possíveis, a novos conjuntos habitacionais construídos em vazios urbanos centrais, a edifícios e equipamentos públicos reabilitados para novas actividades, a conventos, mosteiros e palácios que ao longo da sua existência tiveram inúmeras utilizações, mostrando a plasticidade funcional destas construções e a sua adaptabilidade às necessidades, mais ou menos espontâneas, do tempo e por fim percursos por zonas escondidas e expectantes que mantêm vestígios de uma Lisboa muito pouco urbana ou pelas “traseiras” de bairros que concentravam manufacturas e pequena indústria e que hoje compatibilizam habitação, ateliers, galerias, espaços de culto, entre outros.

    “A selecção mostra diferentes abordagens nesta transição (…) mostrando a plasticidade funcional das construções e a sua adaptabilidade às necessidades, mais ou menos espontâneas (…) de uma Lisboa muito pouco urbana ou pelas “traseiras” de bairros que concentravam manufacturas e pequena indústria e que hoje compatibilizam habitação, ateliers, galerias, espaços de culto, entre outros”

    Continuamos a assistir todos os dias a estas mudanças. De que forma  podemos enquanto sociedade aprender com essas transições que já aconteceram?
    Desde que a Humanidade e as diversas comunidades, deixaram a sua condição nómada, e começaram a fixar-se  num qualquer lugar, criando as suas raízes, misturando-se com outros povos e culturas. Com o passar do tempo a sociedade, as suas aspirações, desejos e motivações se foram alterando e se modificando, também de vários modos e tempos os seus habitats e cidades, refletiram essas transformações e transições, cada uma à sua própria maneira, no seu tempo e espaço.

    Mas o nosso foco é sobretudo as transições em curso ou em potencial, o que já está em processo de mudança ou que está na iminência de mudar e que estimula sentimentos variados, por vezes mistos: da antecipação da nostalgia à antevisão de cenários futuros face aos quais podemos sentir apreensão, entusiasmo, curiosidade.

    Além da componente do edificado, de que forma o conceito apresentado se relaciona com os espaços públicos?
    Na realidade, os factos arquitectónicos estão sempre relacionados directa, ou indirectamente com os factos urbanos, na medida em que, mesmo uma pequena obra particular, afecta o espaço público onde está inserida e vice-versa, seja uma rua, uma praça, um jardim ou um largo,  formando uma identidade própria, nem que seja pelo conjunto do seu impacto visual, estético, funcional, e aberto a diversas formas e possibilidades de relacionamentos, económicos, sociais e outros, ao serviço de uma qualquer comunidade.

    O conceito do Open House Lisboa 2024 é muito visível no edificado, nos conjuntos urbanos e espaços públicos, como ilustrado nos percursos urbanos e no percurso sonoro em que a Filomena Silvano nos guia por ruas e praças de uma das zonas mais cosmopolitas da cidade. Não escolhemos espaços públicos específicos, mas o conceito é ainda mais aplicável a esses contextos: um exemplo muito bom é a Alameda, um espaço lúdico para os mais diversos tipos de pessoas (nacionais e estrangeiras) como actividades (espectáculos, piqueniques, jogos, etc.) e um espaço político, por excelência, onde ocorrem inúmeras manifestações.

    De que forma vai ser estruturada a iniciativa em termos de percursos e quantos edifícios vão constar na iniciativa?

    Participam generosamente 74 espaços, das quais 39 são estreias, o que é uma percentagem elevada. No festival, mantém-se três tipos de visitas: livres em que as pessoas descobrem os espaços à sua maneira, sem um percurso delineado; as visitas acompanhadas pelo voluntariado formado para esta missão, tendo uma forte participação de estudantes de arquitectura e as visitas por especialistas que se convidam dado a sua afinidade com o lugar.

    Adicionalmente, temos cinco percursos pela cidade, feitos ao ar livre. A pé, convidamos a explorar Alvalade, Telheiras, Arroios, Beato e Marvila tendo diversas distâncias. Criou-se também um passeio sonoro que as pessoas podem fazer quando bem entenderem, e que enriquece a colecção de 11 episódios.

    Depois há, ainda, o programa paralelo que inclui actividades ludico-pedagógicas para as famílias, visitas sensoriais apoiadas por maquetas 3D, entre outros eventos.

    Destaca-se, também, a call de visual stories que pretende reunir uma diversidade de olhares sobre a acessibilidade e a inclusividade dos exemplos de arquitectura que se incluíram. Podem ser fotografias, desenhos, vídeos, ilustrações, animações. As candidaturas estão abertas até 11 de Junho e das propostas seleccionadas nascerá uma exposição e uma publicação que revela um conjunto de visões de quem visita os Open House pela Europa fora.

    Bio

    Sandra Marques Pereira é doutorada em Sociologia pelo ISCTE (2010) com a tese “Casa e mudança social: uma leitura das transformações da sociedade portuguesa a partir da casa” que teve dois prémios de melhor tese de doutoramento (IHRU 2011 e André Jordan 2012) e foi publicada pela Caleidoscópio (2012, 2016). Também o livro “Visite o andar modelo. 30 anos de publicidade de imobiliário” resultou da tese. Investigadora do ISCTE, DINÂMIA’CET, no grupo de pesquisa Cidades e Territórios. Entre 2013 e 2023 foi Professora convidada do Mestrado Integrado de Arquitectura (disciplina Sociedade e Arquitetura) do ISCTE. Colaborou como docente no Doutoramento Arquitectura dos Territórios Metropolitanos Contemporâneos (ISCTE-IUL). Entre 2013 e 2019 foi oradora convidada do Master in Collective Housing da Universidad Politecnica de Madrid – Escuela Tecnica Superior de Arquitectura. É co-coordenadora do WG Southern European Housing do European Network for Housing Research. Participou em vários projectos FCT sobre habitação. Actualmente é investigadora responsável do projecto “SIZA_3CITY – A habitação colectiva de Álvaro Siza: projetos, contextos e vivências (Porto-Lisboa-Nova Iorque)” financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

    Alexandre Marques Pereira, entra em 1981 para a ESBAP (Escola Superior de Belas Artes do Porto), licenciado em Arquitectura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa em 1986. Trabalhou no atelier do arquitecto Manuel Tainha de 1986 até 1996, altura em que abre um atelier próprio, sendo que em 2009 abre a empresa Alexandre Marques Pereira – Arquitectura, que entre 2017 e 2022 esteve associada ao gabinete Saraiva + Associados, com diversos projectos e obras construídas e em construção como arquitecto responsável e coordenador, nas áreas da habitação individual e colectiva, dos equipamentos públicos, bibliotecas, escolas, galerias de arte, ou da reabilitação em geral.

    Participou desde 1998 até 2002 como representante da O.A. na organização Europan Europe para concursos de Arquitectura para jovens arquitectos europeus.

    É docente na Universidade Lusíada de Lisboa, desde 1993, como Professor de Projecto. Foi Visiting Professor em 2006 na Universidade de Auburn, Alabama, nos EUA. Em Julho de 2012 termina o Doutoramento em Arquitectura (na área de Projecto) na Universidade Lusíada de Lisboa, sobre “As relações e contaminações, entre a Arquitectura Moderna do Norte e do Sul da Europa”. Desde 2012 é o representante da Universidade Lusíada no Concurso Pladur, concurso internacional para estudantes universitários de Arquitectura da Península Ibérica.

    Sobre o autorCidália Lopes

    Cidália Lopes

    Jornalista
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    Arquitectura

    Gulbenkian recebe exposição sobre Siza Vieira

    Com curadoria do espanhol Carlos Quintáns Eiras, a mostra, que reúne material original, desenhos, plantas de trabalho e plantas finais, fotografias, peças de design, estará patente de 17 de Maio a 26 de Agosto

    CONSTRUIR

    A Fundação Gulbenkian recebe, de 17 de Maio a 26 de Agosto, uma exposição dedicada a Álvaro Siza Vieira. Tendo como centro da reflexão o papel do desenho na obra de Siza Vieira, a exposição ‘Siza’ reúne material original, desenhos, plantas de trabalho e plantas finais, fotografias, peças de design, bem como obras de artistas que compõem a “constelação de referências pessoais, artísticas e profissionais daquela que é uma das mais importantes figuras da história da arquitectura em Portugal e um dos grandes nomes vivos da arquitectura e urbanismo moderno no mundo”.

    Com a curadoria do também arquitecto, crítico e curador espanhol Carlos Quintáns Eiras, responsável pelo Pavilhão de Espanha na Bienal de Veneza em 2016 e vencedor do Leão de Ouro, a exposição ambiciona “cobrir todos os aspectos criativos da carreira de Siza”, destaca.

    Para o efeito, o curador irá recorrer aos arquivos depositados na Fundação de Serralves, no CCA – Canadian Centre for Architecture, no centro britânico Drawing Matter, bem como na Fundação Calouste Gulbenkian e no próprio atelier do arquitecto.

    A realização da mostra conta, ainda, com Zaida García-Requejo, como curadora assistente e com o apoio de Lorena Fernández Pabst e Noemí Cuba Alvariño, assim como projecto gráfico de José Albergaria.

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    Arquitecto Costa Cabral dá nome a Escola do Castelo

    Proposta foi apresentada pelo executivo camarário que, assim, pretende homenagear aquele que foi o autor da Escola Básica do Castelo, construída entre 1970 e 1972

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    A Câmara Municipal de Lisboa vai propor a classificação como património municipal da Escola Básica do Castelo, bem como a alteração da sua denominação para Escola Arquiteto Bartolomeu da Costa Cabral, em homenagem a uma das mais importantes referências da arquitectura portuguesa, que morreu no passado dia 20 de Abril, em Lisboa. A iniciativa, apresentada pelo executivo, foi anunciada na última reunião pública do Município.

    Bartolomeu d’Albuquerque da Costa Cabral, nascido em Lisboa a 8 de Fevereiro de 1929, diplomou-se na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (actual Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa), onde foi professor, tendo desenvolvido uma carreira que ficou ligada ao designado ‘movimento moderno’ da arquitectura portuguesa.

    Foi autor do projecto da Escola Básica do Castelo, construída entre 1970 e 1972, uma das suas primeiras obras, revelando uma “arquitectura para a vida moderna”, motivada por uma “constante preocupação funcional”.

    Aquando da sua morte, Bartolomeu Costa Cabral estava plenamente envolvido na requalificação desta escola municipal, integrando a equipa vencedora do recente concurso público de projecto em conjunto com o arquitecto Gonçalo Byrne.

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    Ed Baker e Stuart Rough

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    Stuart Rough assume liderança criativa da Broadway Malyan a nível global

    Depois de quatro mandatos enquanto Chairman da empresa global de arquitectura, urbanismo e design Broadway Malyan, Stuart Rough acaba de iniciar novas funções como global head of architecture. Esgotando o ciclo máximo de mandatos executivos previsto, o premiado arquitecto assume, agora, a liderança global da Broadway Malyan a nível criativo e continua com um papel especialmente activo no escritório de Lisboa, que fundou em 1996 e onde continua baseado

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    O estúdio em Lisboa foi o primeiro passo da internacionalização da Broadway Malyan, ganhando vida pela mão de Stuart Rough e Margarida Caldeira. Com quase 30 anos de trabalho em Portugal, a Broadway Malyan tem assinado alguns dos projectos mais emblemáticos de arquitectura, urbanismo e arquitectura paisagista do país, como o Porto Office Park, o WOW, o Fábrica 1921, o Monumental, ou o BPI All in One, entre outros.

    “Foi uma honra liderar os destinos da Broadway Malyan durante 13 anos, algo que nunca imaginei quando me juntei à empresa em 1987, ainda um jovem arquitecto. Apreciei imenso o tempo que passei enquanto Chairman e sempre serei grato a todos os colegas que me apoiaram ao longo dos anos e que permitiram que, juntos, trabalhássemos incansavelmente para fazer da Broadway Malyan a melhor empresa que poderia ser”, afirma Stuart Rough. “Estou desejoso de poder orientar os nossos talentosos designers em todos os estúdios da empresa e desempenhar um papel importante de garantir que o nosso compromisso com a excelência continua a ser o fundamento de tudo o que fazemos, quer em Portugal quer nos outros países”, acrescenta o arquitecto.

    A nível executivo, inicia-se um novo capítulo na história da Broadway Malyan, sedeada em Londres, e que passa a ser liderada por Ed Baker. O novo Chairman global do grupo tem como objectivo acelerar o crescimento da empresa, particularmente nas regiões do Reino Unido, Médio Oriente, Extremo Oriente, África e Índia, onde a escassez de habitação, uma demografia em profunda mudança e a crescente necessidade de combater as alterações climáticas estão a exigir soluções cada vez mais inovadoras.

    A nova estrutura directiva pretende continuar a consolidar a reputação da Broadway Malyan enquanto referência de excelência e sustentabilidade em projectos de larga escala quer a nível de arquitectura quer de masterplanning em todo o mundo.

    Enquanto Chairman, Stuart Rough teve um papel essencial na expansão da empresa para Espanha, China e Singapura, bem como no desenvolvimento de vários projetos premiados em Portugal. Stuart assume agora um papel de guardião da qualidade do design da Broadway Malyan, acompanhando e supervisionando o trabalho criativo de arquitectura, especialmente em projectos de uso misto de grande escala em todo o mundo. Assume ainda a mentoria de talento na rede global da empresa.

    Já o novo Chairman conta com quase duas décadas de experiência em Singapura, bem como noutros mercados internacionais. Tem liderado projectos icónicos e sustentáveis em todos os escritórios da Broadway Malyan, entre os quais se incluem o masterplanning para um novo hub de saúde em Singapura, a regeneração de um antigo bairro red light na Indonésia e um projecto de planeamento urbano para combater a falta de habitação em Banguecoque. Continuará a trabalhar internacionalmente e trará a mais-valia da sua experiência para os projectos do Reino Unido.

    Sobre as mudanças em curso Ian Apsley, CEO da Broadway Malyan, destaca “a abordagem visionária do Ed e a sua experiência de raiz em urbanismo e master planning são uma mais-valia para o nosso objectivo de fazer crescer os serviços core de master-planning, arquitectura, paisagismo e interiores. A sua liderança e perspectiva serão cruciais quer para a sede de Londres quer para os estúdios da Broadway Malyan em todo o mundo, à medida que nos adaptamos a uma arquitectura sempre em evolução”.

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    Ordem lança livro sobre os “50 anos de arquitectura no Portugal Democrático”

    ’50_25 Arquitectura em Democracia | OA’ foi produzido pelo Conselho Diretivo Nacional da OA e reúne os discursos de tomada de posse dos presidentes da Associação dos Arquitectos Portugueses e da Ordem dos Arquitectos

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    A Ordem dos Arquitectos (OA) continua as suas comemorações sobre os 50 anos do 25 de Abril e os 25 anos da Ordem dos Arquitectos com o lançamento do livro ’50_25 Arquitectura em Democracia | OA’. Produzido pelo Conselho Diretivo Nacional (CDN) da OA, o livro reúne os discursos de tomada de posse dos presidentes da Associação dos Arquitectos Portugueses e da Ordem dos Arquitectos, homenageando aqueles que exerceram a presidência desta casa em democracia. A apresentação decorrerá na sede da OA, em Lisboa, esta quarta-feira, 8 de Maio, a partir das 18h30.

    Seguir-se-á uma ‘Conversa(s) em Democracia’, moderada pela responsável da edição e membro do CDN, Sofia Aleixo, com os presidentes da original Associação dos Arquitectos Portugueses (AAP) e da sequente Ordem dos Arquitectos que responderam a este convite: Francisco Silva Dias, Helena Roseta, José Manuel Pedreirinho, Gonçalo Byrne e o actual presidente Avelino Oliveira. Luísa Teotónio Pereira e Sara Quintanilha estarão em representação de Nuno Teotónio Pereira e de Olga Quintanilha.

    Participará também Francisco “Pitum” Keil do Amaral, que elaborou um cartoon expressamente para esta edição comemorativa do 25 de Abril e dos Arquitectos. Este cartoon está centrado no efémero tempo do programa estatal de construção de habitações SAAL (Serviço de Apoio Ambulatório Local).

    Através discursos e notícias de tomada de posse dos presidentes em democracia poderá traçar-se o papel crucial da Arquitetura no Portugal democrático, a construção de habitação no tempo do SAAL, que permanecem, a entrada na então Comunidade Económica Europeia (CEE) e a modernização do País, em simultâneo com uma profissão crescente em número de arquitectos e valorização internacional, mas que respondeu a desafios, como os baixos honorários e a saída para o estrangeiro.

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    Focus Group desenha novo parque de estacionamento de Entrecampos

    Com um investimento de 16 M€, o edifício tem três núcleos verticais de acesso pedonal pelo jardim, entrada e saída de veículos pelo Piso 0 e é composto por cinco pisos enterrados com capacidade total de 586 lugares de estacionamento

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    O parque de estacionamento subterrâneo do loteamento de Entrecampos, um investimento na ordem dos 16 milhões de euros, encontra-se em fase avançada de construção, numa obra a cargo do Grupo Casais. Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa sublinhou esta terça-feira, dia 7 de Maio, na apresentação do projecto que “este não se destina apenas aos moradores mas a todos aqueles que o queiram utilizar e assim tirar mais carros do centro da cidade”

    Com projecto do Focus Group, que venceu o concurso público promovido pela Lisboa Ocidental SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana, o novo  parque de estacionamento conta com 18.920 metros quadrados (m2) de área de construção e terá uma cobertura “verde” destinada um jardim que servirá como elo entre os edifícios que integram o loteamento.

    Segundo o Focus Group, “pretendeu-se apresentar uma solução para o estacionamento público desta zona de modo a servir as necessidades dos serviços, comércio e habitações locais existentes e previstas”, para além da sua proximidade a vários polos da Universidade de Lisboa.

    O edifício tem três núcleos verticais de acesso pedonal pelo jardim, entrada e saída de veículos pelo Piso 0 e é composto por cinco pisos enterrados com capacidade total de 586 lugares de estacionamento.

    O jardim previsto para o Loteamento das Forças Armadas ocupa no seu total uma área de cerca de 10 mil m2, distribuídos, de forma mais ou menos equitativa, entre a cobertura do parque de estacionamento e o espaço, a nascente, entre este e os edifícios de Habitação de Renda Acessível (PRA).

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    Álvaro Siza homenageado pelo Comité Internacional de Críticos de Arquitectura

    A iniciativa acontece a 6 de Maio na Fuindação de Serralves, no âmbito no âmbito da programação paralela comissariada pelo arquitecto António Choupina para a exposição C.A.S.A.

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    A homenagem a Álvaro Siza, promovida pelo Comité Internacional de Críticos de Arquitectura (CICA), terá lugar na Fundação de Serralves, esta segunda-feira, dia 6 de Maio, pelas 19 horas, no âmbito da programação paralela comissariada pelo arquitecto António Choupina para a exposição C.A.S.A. (Colecção Álvaro Siza, Arquivo).

    Em Outubro, na sequência das Conferências Internacionais sobre o Poder e o Dever da Crítica Arquitectónica (2021), Definindo Qualidade Arquitectónica (2022) e Arquitectura como Crítica Construída (2023), realizar-se-á online a conferência de 2024 “Entre Autonomia e Comprometimento”, que procurará reconhecer as contribuições de Álvaro Siza e Denise Scott Bown neste campo.

    Esta homenagem contará com uma introdução de Wilfred Wang, presidente do CICA, que de seguida conversará com Ana Tostões, presidente da Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA) e membro da CICA e Álvaro Siza que descreverá o seu projecto favorito de modo a responder às questões: Deve um edifício ser um mundo em si mesmo? Ou deve antes relacionar-se com o contexto? Os melhores edifícios conseguem ambos: criar uma ordem e linguagem próprias, enquanto dialogam e dão forma à envolvente?

    O CICA foi fundado em 1978, durante o 13º Congresso Mundial da União Internacional de Arquitectos (UIA), por Pierre Vago, Bruno Zevi, Max Blumenthal, Mildred Schmertz, Blake Huges, Jorge Glusberg, Louise Noëlle e Julius Posener, entre outros.

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    Grupo Navarra apresenta soluções para uma arquitetura mais sustentável

    A utilização do alumínio na arquitetura tem-se destacado como a opção mais sustentável para a construção, garantindo mais eficiência energética e acústica nos edifícios.

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    A Associação Europeia do Alumínio, European Aluminium´s 2050, refere o potencial da reciclagem do alumínio, nos vários setores, para evitar toneladas de emissões de CO2 até 2050 e diminuir a dependência de importações na Europa.

    O alumínio é um material amplamente utilizado na arquitetura devido às suas propriedades únicas (leveza, durabilidade e resistência à corrosão), o que o tornam ideal para uma variedade de aplicações, desde estruturas de grandes edifícios até detalhes arquitetónicos. Além disso, o alumínio pode ser facilmente moldado, permitindo a criação de designs inovadores e personalizados.

    Conheça as soluções navarra para arquitetura:

    Os sistemas de alumínio Navarra contribuem para construções sustentáveis, apresentando soluções versáteis e funcionais para uma variedade de aplicações:

    1. Sistemas de fachadas de alumínio e vidro. Existem vários tipos de fachadas que podem ser aplicadas nos mais variados projetos arquitetónicos de reabilitação ou de arquitetura contemporânea.
    2. Janelas e portas: O alumínio é amplamente utilizado na fabricação de janelas e portas devido à sua leveza, resistência e durabilidade. Os sistemas de alumínio oferecem diferentes gamas de estilos, tamanhos e acabamentos, permitindo a personalização para cada projeto.
    3. Sistemas de claraboias: O alumínio é utilizado em sistemas de cobertura através da fabricação de claraboias, por serem leves e de fácil instalação.
    4. Revestimentos e ventilação de espaços: O alumínio também é bastante utilizado como revestimento em fachadas e em espaços onde são necessárias áreas de arejamento.
    5. Guarda-corpos, divisórias, elementos mobiliários e arquitetónicos: A versatilidade do alumínio permite que seja aplicado a uma ampla variedade de produtos.

    O alumínio desempenha um papel significativo na arquitetura e na construção sustentável, oferecendo benefícios como eficiência energética, durabilidade, leveza, versatilidade e reciclabilidade. Ao utilizar o alumínio de maneira consciente e responsável, é possível contribuir para a redução do impacto ambiental da indústria da construção.

     

    SOLUÇÕES NAVARRA INTEGRAM PROJETOS INOVADORES E SUSTENTÁVEIS – UNUS HOUSE – CONSTRUÇÃO MODULAR

    Protótipo do modelo de Construção Modular UNUSHOUSE

     

    Fundada pelo arquiteto Jaime Silva, a marca Unus House patenteia uma Tecnologia Construtiva Modular Pré-Fabricada, baseada nos princípios e necessidades da Construção Industrializada, Sustentável e Evolutiva, que apresenta edifícios com necessidades energéticas quase nulas, nZEB – near Zero Energy Building.

    Conheça na integra este projeto

    A Navarra foi a chave deste processo, na diferenciação relativamente aos demais sistemas construtivos que existem no mercado e no mundo que tem a ver com a forma como encaixamos e desencaixamos, montamos e desmontamos é esse o segredo da Unus House”.  Arqtº Jaime Silva

    Com esta Tecnologia, os edifícios modulares alinham-se com o conceito de construção sustentável, dado que entram na Economia Circular, garantem a redução de resíduos associado a soluções e materiais sustentáveis, com a possibilidade de separação em fim de vida, sendo ainda possível serem reutilizados em novas construções e reintegrados no novo ciclo de produção como matéria-prima.

    As cidades são as grandes responsáveis pelo consumo de materiais, água e energia, recursos fundamentais para a habitabilidade humana. Sendo o alumínio um produto verde e da economia circular, tem um papel determinante na construção civil e na arquitetura sustentável.

    Casa em Felgueiras

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    Andreia Teixeira, head of Project Management do Grupo Openbook

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    Andreia Teixeira assume cargo de Project Management do Grupo Openbook

    Esta contratação visa “reforçar a coordenação, gestão de recursos e riscos, bem como a monitorização e controlo de projectos” dentro da empresa

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    Andreia Teixeira é a mais recente contratação do Grupo Openbook para o cargo de head of Project Management. Com uma formação sólida em arquitectura e uma vasta experiência na gestão e coordenação de projectos, planeamento e desenvolvimento urbanístico, vem fortalecer a capacidade interna de gestão de projectos, em resposta ao crescimento contínuo do Grupo e à expansão do seu portfólio de projectos em curso, de grande dimensão.

    Esta contratação visa reforçar a coordenação, gestão de recursos e riscos, bem como a monitorização e controlo de projectos dentro da empresa. Além disso, alinha-se com a estratégia definida pela Openbook, que visa a melhoria contínua da eficiência, qualidade e produtividade.

    “A contratação de Andreia Teixeira é um passo significativo para fortalecer a nossa capacidade de gestão de projectos. A sua experiência e expertise serão inestimáveis para aprimorar as nossas operações e alcançar os nossos objetivos estratégicos”, justifica Rodrigo Sampayo, partner do Grupo Openbook.

    Além da contratação de Andreia Teixeira, o Grupo Openbook também anunciou a chegada de outros profissionais para reforçar e expandir a sua equipa em diferentes áreas de actuação. Nesse sentido, Margarida Fonseca e Gonçalo Reis juntam-se à Openbook Architecture como arquitectos seniores, trazendo consigo um vasto conhecimento e experiência no campo da arquitectura. Edgar Franco vai integrar a equipa de 3D ArchViz do Grupo e Fátima Filipe, arquitecta de interiores, faz agora parte da Openbook Studio. Por fim, Joana Pimentel, designer, foi contratada para se juntar à equipa de Marketing e Comunicação.

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    Cooperativa de Aldoar (arqº Manuel Correia Fernandes) @Luís Ferreira Alves

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    Exposição “O Que Faz Falta” comemora 50 anos de arquitectura em democracia

    O título da exposição presta homenagem a uma das figuras de abril, José Afonso, e à canção “O que faz falta”, do álbum Coro dos Tribunais, lançado em 1974. Com curadoria dos arquitectos Jorge Figueira e Ana Neiva, a exposição inaugura a 25 de Outubro

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    A Casa da Arquitectura junta-se ao momento de celebração e reflexão em torno dos 50 anos do 25 de Abril de 1974 através da exposição “O Que Faz Falta. 50 Anos de Arquitetura Portuguesa em Democracia”. Com curadoria dos arquitectos Jorge Figueira (coordenação) e Ana Neiva (curadoria-adjunta), a exposição inaugura a 25 de Outubro próximo.

    O título da exposição presta homenagem a uma das figuras de abril, José Afonso, e à canção “O que faz falta”, do álbum Coro dos Tribunais, lançado em 1974.

    Nas palavras dos curadores, “o objectivo geral da exposição é o de estabelecer uma leitura panorâmica da produção arquitetónica entre a Revolução de Abril 1974 e os dias de hoje (2024), revelando como a arquitectura foi, e é, simultaneamente reflexo e incentivo do regime democrático em Portugal”.

    Nesse sentido, “os projectos seleccionados reflectem os modos como a arquitectura concretizou programas públicos vários, considerando a diversidade geográfica do País, continental e insular, e a contribuição de arquitecctas e arquitetos de diferentes backgrounds e gerações”, acrescentam os arquitectos.

    A exposição “O Que Faz Falta. 50 anos de Arquitetura Portuguesa em Democracia” é extraída da colecção “50 anos de Arquitetura Contemporânea Portuguesa”, um acervo criado pela Casa da Arquitectura que faz a leitura da produção de arquitectura em período democrático, com o objectivo de ser criada uma colecção de recorte territorial e temporal.

    Este acervo, que contou com a curadoria de Carlos Machado e Moura, Graça Correia, João Belo Rodeia, Jorge Figueira, Paula Melâneo e Ricardo Carvalho, visa promover o estudo e investigação de todos os interessados e do qual futuramente se irão extrair várias leituras temáticas em exposições, actividades e publicações.

    A exposição será acompanhada por um programa paralelo que tem a curadoria dos arquitectos Nuno Sampaio e Jorge Figueirae ficará patente até dia 7 de Setembro de 2025.

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