MG Coudelaria
Visioarq destacado internacionalmente com MG Coudelaria (c/ galeria de imagens)
A sua sustentável integração na natureza valeu à MG Coudelaria o reconhecimento da Architizer A+ Awards. Com assinatura do gabinete Visioarq Arquitectos, o projecto de elege a madeira como material principal e a natureza como inspiração
Manuela Sousa Guerreiro
Espanhola ARC Homes tem plano de investimento de 180 M€
“Um futuro sustentável para a Construção” domina programação da 31ªConcreta
Casa cheia para a 31ª edição da Concreta
Signify ‘ilumina’ estádio do Sporting Clube de Portugal
Savills comercializa 2.685 hectares de floresta sustentável em Portugal e Espanha
Tecnológica Milestone com 36% de mulheres nas áreas STEM supera média nacional
Sede da Ascendi no Porto recebe certificação BREEAM
KW assinala primeira década em Portugal com videocast
LG lança em Portugal nova gama de encastre de cozinha
CONCRETA de portas abertas, entrevista a Reis Campos, passivhaus na edição 519 do CONSTRUIR
Localizada em Vila Nova de Famalicão, a MG Coudelaria está inserida numa quinta de dez hectares onde a natureza e a paisagem do Minho foram mantidas intactas e quase intocáveis. A coudelaria dedicada ao ensino equestre e à criação de cavalos da raça Puro-Sangue Lusitano, e todas as suas infraestruturas – picadeiros, cobertos e descobertos, redondéis, pista de equitação, boxes e paddocks – foi este ano distinguida pelo Architizer, com um A+ Awards, na categoria Details – Architecture + Wood.
O projecto de arquitectura tem a assinatura da Visioarq Arquitectos, fundado por Nuno Poiares, Pedro Afonso e Vicente Gouveia. A intervenção da Visioarq teve como premissa principal o enquadramento do novo edificado com a envolvente ambiental. Assim, a madeira natural do pinho enquanto material principal e a madeira lamelada colada surgem naturalmente enquanto soluções a compor não só os revestimentos exteriores e interiores como a própria estrutura dos edifícios. “O uso da madeira impôs-se, desde logo, por uma questão de enquadramento paisagístico. Desta forma, a integração do volume na paisagem surge de uma forma muito mais natural”, revela Vicente Gouveia. Outro dos argumentos que convenceu o arquitecto e a sua equipa foi a sustentabilidade dos materiais a empregar em obra. Acresce que “sendo uma construção em CLT, o sistema construtivo dá-lhe uma estabilidade dimensional e uma resistência mecânica muito superior”, explica Vicente Gouveia
O projecto privilegiou os elementos estruturas enquanto protagonistas do edifício, a partir dos quais tudo o resto se desenvolve. “O esqueleto é base da forma e tudo o resto assume uma leitura acessória. Com esta hierarquização pretende-se, de alguma forma, que o natural não perca o protagonismo e a importância que merece crescendo ao longo do tempo, envolvendo e integrando cada vez mais o edificado proposto”. A utilização da madeira na fachada e vãos e o seu jogo de aberturas permite um maior controlo ao nível da iluminação e ventilação naturais, não descurando o conforto e a maior eficiência energética.
Em simbiose com a natureza
Independentemente de se se estar a construir uma casa ou uma coudelaria “existem dois momentos na metodologia do processo de arquitectura: um momento que tem a ver com o momento conceptual em que a ideia surge do ponto de vista volumétrico de integração na paisagem e um outro que é o momento de pragmatismo”, sublinha o arquitecto. A verdade é que deste encontro entre a ideia e a concretização do programa não resulta necessariamente um confronto, pelo contrário. No caso da MJ Coudelaria esta simbiose resultou na criação de dois núcleos distintos que permitem “diluir” a estrutura edificada no meio envolvente, que se quis quase que intocado. “São eles as cavalariças por um lado e o picadeiro coberto por outro, ambos complementados com uma guia eléctrica e um picadeiro exterior. Pretendeu-se com esta solução de fragmentação que cada unidade seja descoberta aos poucos e em momentos diferentes, à medida que se percorre a propriedade, valorizando-se o factor surpresa com a criação de vários momentos distintos”.
Mas este é também um projecto que privilegia o pormenor, ajustando o edifício à sua utilidade desportiva, aos seus utilizadores, humanos e outros, e às diferentes funções. Para isso foram essenciais os encontros “com quem vai utilizar o espaço, sejam tratadores, veterinários, treinadores e promotores que investem e necessitam de potenciar a qualidade da sua actividade”, resume Vicente Gouveia. Todas as ferragens e acessórios foram desenhadas originalmente para os picadeiros, “materializando a simplicidade pretendida para um espaço com uma identidade muito própria, onde o contacto com os protagonistas do mundo equestre se faz de forma vincadamente sensorial”.
MG Coudelaria integra-se assim entre os muitos projectos que este atelier já conta e onde predominam os muitos projectos residenciais desenvolvidos para o mercado nacional, e não só, e, mais recentemente, os projectos desenvolvidos para o sector hoteleiro, onde destacamos o novo Renaissance Park Hotel, no Porto, que resulta num investimento de 56 milhões de euros.