Álvaro Siza inaugura exposição sobre Piscina de Marés na FAUP
Exposição será inaugurada no dia 18 de Maio, pelas 18 horas, no Auditório Fernando Távora e conta com presença do Director da FAUP, João Pedro Xavier e curadores Teresa Cunha Ferreira e Luís Urbano. Mostra estará patente até 1 de Julho
CONSTRUIR
Espanhola ARC Homes tem plano de investimento de 180 M€
“Um futuro sustentável para a Construção” domina programação da 31ªConcreta
Casa cheia para a 31ª edição da Concreta
Signify ‘ilumina’ estádio do Sporting Clube de Portugal
Savills comercializa 2.685 hectares de floresta sustentável em Portugal e Espanha
Tecnológica Milestone com 36% de mulheres nas áreas STEM supera média nacional
Sede da Ascendi no Porto recebe certificação BREEAM
KW assinala primeira década em Portugal com videocast
LG lança em Portugal nova gama de encastre de cozinha
CONCRETA de portas abertas, entrevista a Reis Campos, passivhaus na edição 519 do CONSTRUIR
‘Nenhum Sítio é Deserto. Álvaro Siza: Piscina de Marés’, com curadoria de Teresa Cunha Ferreira e Luís Urbano, ilustra as múltiplas vidas de uma das mais emblemáticas obras da arquitectura do século XX, integrando um conjunto de elementos desenhados, fotográficos, audiovisuais, maquetas e objectos, muitos deles inéditos, que nos permitem reconstituir uma narrativa crítica do processo de projecto, construção e reabilitação do edifício ao longo das últimas seis décadas.
O título da exposição parte do célebre aforismo formulado pelo autor a propósito da multiplicidade de referências – naturais, topográficas, construídas, imateriais – que o arquitecto encontra no lugar e que servem de catalisador criativo do projecto. Com efeito, ao contrário do que se possa pensar, o complexo da Piscina de Leça da Palmeira, desenhado e construído entre 1960 e 2021, não foi concebido como um projecto único, mas sim resultado de consecutivas encomendas e revisões que foram ditando o crescimento paulatino do conjunto balnear, desde a edificação de um tanque de marés até à sua recente renovação e extensão para Norte.
Ao longo de três secções, a exposição apresenta no primeiro núcleo uma leitura temporal do processo de projecto e construção (1960-1995), através de uma cronologia fotográfica, peças desenhadas e escritas, publicações, maquetas e filmes, sendo, por exemplo, reveladas as várias preexistências do local anteriores à construção da Piscina de Marés: a ‘piscina natural’ ou a ‘poça’, onde Siza ia a banhos na infância; o ‘tanque de lagostas’; ou a ‘meia laranja’, um alargamento do passeio da marginal sobre a praia. A segunda secção é dedicada à recente intervenção (2018-2021), testemunhada através de fotografias de Inês d’Orey, exibidas em paralelo com fotografias de obra, objectos resgatados do estaleiro, um documentário e maquetas que documentam a evolução do edifício. A terceira secção reúne imagens, captadas entre 1979 e 2022, de fotógrafos como Brigitte Fleck, Giovanni Chiaramonte, Roberto Collovà, Mimmo Jodice, Luís Ferreira Alves, Fernando Guerra, João Morgado, Niccolò Galeazzi, Marta Ferreira e Inês d’Orey.
A Piscina de Marés, classificada como Monumento Nacional em 2011 e incluída no “Conjunto de Obras Arquitectónicas de Álvaro Siza” inscritas na Lista Indicativa do Património Mundial (2017), destaca-se neste âmbito pelos seus excepcionais valores culturais e paisagísticos, e por ser uma referência internacional da arquitectura moderna ainda em pleno uso pelas comunidades locais.
“Nenhum sítio é deserto. Álvaro Siza: Piscina de Marés (1960-2021)” propõe, assim, um olhar renovado sobre esta obra de referência no contexto da arquitectura mundial, abrindo novas perspectivas interpretativas e, simultaneamente, inspirando o ensino e a prática da arquitectura para as gerações futuras.
A exposição é acompanhada pela edição de um catálogo que propõe uma viagem temporal sobre a obra, sem prejuízo de alguns desvios para maior clarificação das fases projectuais. Porém, os diferentes suportes documentais (desenhos, fotografias, peças escritas) aparecem aqui combinados em sequência cronológica, permitindo um olhar mais filológico sobre as diferentes estratigrafias do conjunto edificado. Apresentam-se, então, diferentes possibilidades de leitura da obra, abertas a múltiplas perspectivas de análise e interpretação.
A exposição enquadra-se no projecto da FAUP financiado através da iniciativa ‘Keeping It Modern’ da Fundação Getty, e integrado na Cátedra UNESCO “Património, Cidades e Paisagens. Gestão Sustentável, Conservação, Planeamento e Projeto”, atribuída à Universidade do Porto através da FAUP.
A iniciativa integra o programa de celebração dos 40 anos da FAUP (1979-2019).