A resiliência e os desafios para o sector da construção e imobiliário em 2022
Segundo a consultora Hays, que anualmente lança o Guia do Mercado Laboral, “a pandemia veio acelerar, de forma transversal, a digitalização do mercado de trabalho, onde a construção e imobiliário não foram excepção” mas ambos os sectores têm vários desafios em 2022

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“O mercado da Construção e Imobiliário demonstrou ser um dos mais resilientes durante o ano de 2021. Os promotores imobiliários não pararam de procurar investimentos e muitos dos seus projectos encontram-se agora em fase de obra, o que permitiu ao sector da construção ter um ano repleto de empreitadas. Por outro lado, foi um ano marcado pela escassez de mão-de-obra no sector aliado a uma crise de matérias primas e pela dificuldade de agilizar serviços municipais face aos licenciamentos”, constata a Hays.
Segundo a consultora, que anualmente lança o Guia Laboral do Mercado Laboral, “a pandemia veio acelerar, de forma transversal, a digitalização do mercado de trabalho, onde a construção e imobiliário não foram excepção. As empresas estão a apostar muito na digitalização o que leva a uma significativa melhoria dos processos e permite avanços ao nível do cumprimento de deadlines, custos e facilidade no acesso aos projectos”. A tendência instalou-se mas ainda tem um longo caminho a percorrer.
“Sendo dois sectores conservadores, há ainda um caminho longo para a profissionalização e digitalização do sector. No entanto, importa destacar os diversos projectos previstos no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), bem como uma estratégia a longo prazo para a Renovação de Edifícios (ELPRE), embora ainda existem poucas medidas de apoio ao privado nesta matéria”, justifica João Fonseca, Section Manager na Hays.
“Além disso, o aumento dos impostos neste sector tem sido problemático. Os preços da construção dispararam, muito relacionados com o aumento do preço das matérias-primas. Os investidores privados não olharão para o imobiliário de classe média, porque face ao IVA existente, torna-se inviável o desenvolvimento deste tipo de projectos. O atraso nos licenciamentos e o fim dos vistos GOLD, são (e serão) os maiores problemas do sector que, inevitavelmente, levará os investidores a optar por outros países”, destaca o mesmo responsável.
Perspectivas para 2022
2021 foi um ano positivo e de crescimento para o sector. Para 2022 as perspectivas apontam para um ano desafiante neste mercado. João Fonseca refere que “é possível destacar três grandes acontecimentos que poderão influenciar o seu rumo”: o primeiro deles, como não podia deixar de ser, é o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), “onde o Estado prevê o início de novos projectos na área da construção que poderão vir a contribuir para estimular o sector”. O segundo ponto relevante destacado pela Hays é o IVA Construção nos 23%, o que “poderá ser problemático para este mercado. Esta situação tem disparado os preços da construção e os investidores privados não olharão para o imobiliário de classe média, tendo em conta o valor dos impostos, tornando-se inviável o desenvolvimento deste tipo de projectos”. O terceiro factor a influenciar sobremaneira a actividade da construção e do imobiliário é o fim dos Vistos GOLD, que “poderá tornar-se um entrave ao desenvolvimento de grandes projectos em Portugal, levando os investidores a olhar para outras geografias para investir.
A falta de mão de obra qualificada, que já se vem sentido noutros anos, continuarão a ser um dos grandes desafios do sector. “Os perfis de Director de Obra e Encarregado Geral serão muito procurados, pelo contínuo crescimento e investimento no mercado da construção e desenvolvimento das obras públicas e privadas. Os empreiteiros procuram profissionais experientes e capazes de assumir a responsabilidade da dimensão das obras em curso. E, por sua vez, o sector imobiliário tem vindo a apostar em perfis de Gestão de Projecto e ligados às vendas e marketing, com o objectivo de promover o seu produto e conseguir o seu desenvolvimento nos diferentes canais de comunicação”, conclui João Fonseca, Section Manager na Hays.