Os apartamentos apresentam tipologias entre T1 e T4 com áreas que se situam entre os 84 e os 220 metros quadrados
Investimento em Serviced Apartments na Europa chega aos 500 M€ em 2021
E segundo as previsões da Savills deverá crescer 21,2% nos próximos três anos. Em Lisboa, o aumento do stock de serviced apartments deverá aproximar-se dos 200% até 2025
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Em 2021, o volume de investimento no segmento de serviced apartments (apartamentos com serviços de hotel), na Europa, totalizou 496,6 milhões de euros. Este valor representa uma quebra de 42,9%, em comparação com o registado em 2020, uma vez que a escassez na oferta limitou a actividade. No entanto, o estudo European Serviced Apartment Market, da consultora imobiliária internacional Savills, estima que a oferta no sector aumente 21,2% durante os próximos três anos.
A cidade de Londres continua a demonstrar maior maturidade neste segmento, representando 26,7% das novas adições ao stock existente em 2021, seguida por Munique, com 24,7%. Para Lisboa, as previsões apontam para um crescimento de cerca de 200% do stock de serviced apartments até 2025.
“Curiosamente, a seguir a Londres e Munique, figuram as principais cidades regionais e cidades de destino emergentes, nomeadamente Istambul em terceiro lugar, e Manchester em quarto lugar. Estugarda (5) e Belfast (10) lideram em termos de crescimento, com 372% e 337%, respectivamente”, sublinha Marie Hickey, Commercial Research Director da Savills.
“Esta mudança reflecte uma combinação entre a consciencialização crescente do sector por parte de promotores e investidores e o apetite dos operadores para a expansão orientada para mercados novos e relativamente subdesenvolvidos. Estes mercados tendem igualmente a apresentar um maior grau de oportunidades, ao nível de sub-mercados de cidades como Londres e Munique”, constata a responsável.
Com base no pipeline já acordado, a Savills nota que as maiores marcas em termos de oferta são a Staycity, a Edyn e a Adagio Aparthotels, que, em conjunto, representam 22,9% do pipeline total. Estes três players serão igualmente responsáveis por um aumento estimado de 45,1% do stock de serviced apartments na Europa, nos próximos três anos.
Richard Dawes, Director, EMEA Hotels da Savills, refere que “os serviced apartments continuam a revelar-se populares entre os investidores. A estrutura reduzida de custos e a resiliência operacional demonstrada durante a pandemia destacaram a capacidade do sector em minimizar a volatilidade do cash-flow, comparativamente ao restante panorama de hospitality e à perspectiva de yields mais rígidas no futuro”.
O responsável acrescenta que “os indicadores de mercado apresentam-se de forma positiva. O stock deverá expandir-se e a atractividade dos serviced apartments deverá manter-se, em linha com a crescente natureza nomádica do trabalho e o aumento da duração das estadias devido a preocupações ambientais”.
Desde 2018, os investidores institucionais representam 56,1% do volume de transacções de serviced apartments na europa, ultrapassando os 50,9% que representam no mercado geral de hotelaria, durante o mesmo período.
Quais os motivos do melhor desempenho por parte dos serviced apartments?
A pandemia impactou negativamente o sector da Hotelaria: o encerramento das fronteiras, a suspensão ou diminuição drástica das viagens internacionais e a redução no fluxo turístico resultaram numa diminuição bastante acentuada da procura no sector. No entanto, os efeitos da pandemia fora menos intensos no segmento dos serviced apartments, augurando uma recuperação mais célere, comparando com o da Hotelaria em geral.
Aquando da pandemia, nomeadamente na fase de confinamento, este segmento apresentou um ambiente mais flexível em termos de distanciamento físico, o que significou que uma quantidade considerável de hóspedes se tenha mantido nessas unidades, visto que essas unidades apresentavam condições propícias para o trabalho remoto. Com o fim dos confinamentos, os serviced apartments foram encarados como um formato preferencial, uma vez que proporcionavam melhores condições para o distanciamento social, o que apoiou a recuperação operacional.
A falta de mão-de-obra dificulta a recuperação do setor da Hotelaria
Com o regresso da procura no sector de hospitality, especialmente nos meses de Verão, intensificaram-se os problemas com a disponibilidade da mão-de-obra. Apesar de este não ser um problema novo e de preceder a pandemia, esta questão intensificou-se com o COVID-19, uma vez que nesta fase muitos trabalhadores internacionais regressaram aos seus países de origem e/ ou abandoaram o sector.
A relativa protecção do segmento de serviced apartments a questões laborais é um importante factor para realçar a sua rentabilidade.
“O segmento dos serviced apartments ainda se encontra em fase de desenvolvimento em Portugal, sendo que a oferta se encontra maioritariamente focada no turismo”, explica Alexandra Portugal Gomes, Head of Research da Savills Portugal.
“Pelas suas características e serviços que o compõem, os serviced apartments atraem um cliente diferente com interesses distintos, ao mesmo tempo que diversificam a oferta das grandes marcas de hospitality. No entanto, as características deste segmento poderão originar um cruzamento com o mercado residencial, uma vez que Lisboa continua a atrair trabalhadores e profissionais internacionais que poderão encarar esta opção como uma solução à medida das suas necessidades e que poderá igualmente responder a alguns segmentos da população nacional que procura novas opções de habitação”, acrescenta.