Edição digital
Assine já
    PUB

    Pedro Mêda

    Engenharia

    GrowingCircle: Trabalhar a economia circular a partir da informação e dos dados

    O projecto Growing Circle pretende sensibilizar os agentes do sector da construção para o papel fundamental dos “Data Templates”e da digitalização. A ideia passa por ter mais conhecimento sobre os materiais, seja os que estão em fim de vida, seja os que estão agora a iniciar a sua utilização, e perceber de que forma é que, através do conhecimento desta informação, é possível melhorar a economia circular

    Cidália Lopes

    Pedro Mêda

    Engenharia

    GrowingCircle: Trabalhar a economia circular a partir da informação e dos dados

    O projecto Growing Circle pretende sensibilizar os agentes do sector da construção para o papel fundamental dos “Data Templates”e da digitalização. A ideia passa por ter mais conhecimento sobre os materiais, seja os que estão em fim de vida, seja os que estão agora a iniciar a sua utilização, e perceber de que forma é que, através do conhecimento desta informação, é possível melhorar a economia circular

    Cidália Lopes
    Sobre o autor
    Cidália Lopes
    Artigos relacionados
    IP lança concurso de 150M€ para alargar ferrovia Contumil-Ermesinde
    Construção
    CCB quer alcançar a neutralidade de carbono até 2030
    Empresas
    Trienal: ‘Conversas et Al’ junta fundador da Noarq e ilustrador Gémeo Luís
    Arquitectura
    Edifício C do projecto em Lordelo do Ouro já está em construção
    Construção
    Edifício Boavista 2949 encontra-se em comercialização
    Imobiliário
    Sandra Daza é a nova CEO do Grupo Gesvalt
    Empresas
    “Mais Campera Outlet Shopping” quer modernizar o factory outlet  
    Imobiliário
    Preços das casas em Lisboa aumentaram 5,5% em 2024 e vendas cresceram 13,8%
    Imobiliário
    BPI e CBRE em parceria para alavancar sustentabilidade no imobiliário comercial
    Imobiliário
    PortalPRO e AvaiBook em parceria para oferecer serviços aos gestores de alojamentos turísticos
    Empresas

    O sector da construção tem um papel fundamental para as economias dos países, mas carece de modernização de modo a ser mais eficiente e ter menores impactos no ambiente. Estas preocupações têm encontrado eco em documentos estratégicos para o sector que sistematizam duas grandes áreas de actuação: a digitalização e a sustentabilidade e, nomeadamente, a implementação de iniciativas que abordem as sinergias existentes entre ambas. O projecto Growing Circle é uma dessas iniciativas. Ao Construir, Pedro Mêda, engenheiro pela FEUP e com funções de investigador no Instituto da Construção (IC), fala-nos deste projecto e do caso de estudo que estão a acompanhar em conjunto com a Matosinhos Habit e que irá permitir cumprir critérios de eficiência através da melhor relação custo-preço, além de contribuir para o catálogo de produtos que o projecto também pretende desenvolver

    Como é surgiu o projecto Growing Circle?

    Este projecto surge no âmbito do programa que é o EEA Grants, um programa de financiamento bilateral que tinha como objectivo a melhoria e a implementação de práticas de economia circular no sector da construção. Um dos aspectos, uma das dinâmicas que nós identificamos como necessárias e que até estava no seguimento daquilo que são as preocupações da gestão de informação que nós temos é que a economia circular na construção só poderá existir na sua plenitude se nós tivermos uma circularidade da informação e dos dados da construção. A ideia surgiu na sequência de várias parcerias com outros países e outras entidades e do contacto com o professor Eilif Hjelseth, da NTNU, que na altura estava na Universidade de Oslo, na Noruega, e que actualmente trabalha na Universidade de Trondheim.

    Digamos que vimos aqui uma oportunidade de trabalhar a economia circular, não do lado da reutilização dos materiais, mas do conhecimento, da informação e dos dados e de que forma é que esse conhecimento poderia alavancar práticas mais circulares. A nossa ideia é ter mais conhecimento sobre os materiais, seja os que estão em fim de vida, seja os que estão agora a iniciar a sua utilização, e perceber de que forma é que, através do conhecimento desta informação, conseguimos melhorar a economia circular.

    De que forma é o projecto prevê transformar a informação através dos “data templates”?

    Há muita pressão por parte da UE para que sejam adoptadas práticas mais ecológicas e a economia circular no sector da construção é uma parte dessas práticas. Por outro lado, existem as tendências da indústria 4.0 que se materializam na digitalização. Aquilo que fizemos no Growing Circle e uma vez que o objectivo era a sustentabilidade, ou seja, maiores práticas de economia circular, nos pegámos no sector da digitalização e dos dados e congregamos os dois para que produzissem sinergias e mais valias que pudesse acumular nos desideratos e os objectivos do sector da construção.

    Como é que isso se faz?

    Os “data templates” são estruturas, são esqueletos que podem ser interpretados por máquinas e, portanto, são interoperáveis e são verdadeiramente digitais. Basicamente o que se pretende é que através dessas estruturas de metadados se consiga caracterizar produtos de construção, que depois estabelecem uma ligação com softwares e com sistemas que me fazem uma análise de desempenho ambiental, uma análise de eficiência energética e outras. Por exemplo, no âmbito de um projecto de engenharia, quando faço uma análise para ter um certificado energético, tenho que dizer que tenho lá uma parede dupla. Na realidade, deixamos de ter esta inserção da informação, mas ela passa a estar ligada às características dos produtos. Portanto, a metodologia BIM, do lado da digitalização, permite-me fazer isso, ou seja, em vez de eu estar a fazer o modelo 3D e de estar a colocar a informação ‘à mão’, através dos “data templates”, eu consigo que exista uma comunicação entre o modelo tridimensional e o catálogo de produtos, que são os produtos que eu vou utilizar na construção.

    Em que é que isto permite melhorar a economia circular?

    Permite porque, além de fazer a análise da eficiência energética de uma forma mais rápida, consigo fazer outro tipo de análises, como por exemplo, a composição dos materiais, o potencial de reciclagem desses materiais logo no início. Ou seja, se eu escolher um cerâmico no final de vida esse produto vai para determinados usos ou até pode ser reutilizado. É esta ligação que quisemos estabelecer e estamos a estabelecer através dos “data templates”. Claro que o projecto, além de fazer esta ligação, tem uma componente que é fundamental, que é explicar isto às pessoas, explicar isto ao sector da construção.

    A ideia é que quando se vai fazer o projecto em BIM, por exemplo, a informação dos materiais já esteja disponível e descarregada é isso?

    É exactamente isso. Ou seja, hoje em dia quando estamos a iniciar um projecto temos que inserir as propriedades à mão dos produtos e as suas características. Do ponto de vista geométrico as aplicações já fazem isso porque ao desenhar eu já estou a ter as dimensões, mas depois há que caracterizar, ao nível do coeficiente de transmissibilidade térmica, da cor, entre outros. Há uma série de parâmetros que eu posso “arrumar” em vários sítios e descrever de várias formas, dependendo até da zona ou região do País. O facto de eu ter estes metadados interpretáveis por máquinas, organizados, permite-me fazer essa associação directa e sem qualquer perda de informação ou má interpretação dessa informação. Isto aplica-se na fase de projecto, mas também na fase de construção, se tiver que substituir alguma coisa, e até na fase de utilização da obra. Isto funciona como fonte de informação, algo que ainda não é comum em Portugal, mas que foi introduzido em Inglaterra depois do incêndio na Torre Grenfell, em Londres, em 2017 e que veio demonstrar a necessidade de existir aquilo a que os que os especialistas chamam de Golden Thread Information, que basicamente é assegurar que não se perde informação e que se consegue perceber ao longo do processo construtivo quando é que existe alterações de informação e como é que elas ocorreram e quem é o responsável.

    Até agora que feedback é que tem sentido por parte das empresas em relação ao Growing Circle? Há uma maior preocupação em relação a estas matérias?

    Há vários níveis de preocupações e de situações. Uma é que os agentes, independentemente de onde estão, e estou a falar de toda a fileira da construção, desde os produtos até a quem gere activos, todos têm a noção de que é preciso passar para a digitalização, por um lado, e implementar práticas mais circulares, por outro. Outra dificuldade tem a ver com outra componente tecnológica, que é facto de muitas vezes termos os sistemas em silos, ou seja, funcionam bem para um determinado tipo de obra, mas se tentamos generalizar não conseguimos. Mostrar também que tem que se optar por tecnologias que sejam abertas, interoperáveis e que permitam outra evolução. Ou melhor, outra escalabilidade. Depois há uma outra questão que é conhecimento, a formação e a disponibilidade para, digamos, de uma forma quase altruísta, abraçar estes desafios. Há agentes que já estão a perceber para onde é que isto vai e já estão a tomar decisões que têm que ser tomadas, há outros que ainda não. Não há milagres, isto é sempre um processo que obriga a dedicação, obriga a conhecimento e obriga a alteração de práticas.

    A Growing Circle está a desenvolver um caso de estudo em conjunto com a Matosinhos Habit. No que é que consiste este processo?

    Os produtos que iremos colocar nesse catálogo serão os que forem necessários à reabilitação de um conjunto habitacional que é da Matosinhos Habit. Portanto, a partir deste trabalho preliminar vamos fazer vários casos de estudo, com diferentes tipos de análises. Portanto, nós temos o catálogo de produtos e vamos carregar esse catálogo e depois vamos desenvolver uma serie de análises. Uma delas é perceber qual é a informação, outra é perceber quais são os “data templates” mais importantes do ponto de vista ambiental, do ponto de vista económico. Porque isso ajuda um dono de obra ou um projectista quando tem que escolher os materiais. Portanto, o que vamos fazer e de acordo com este documento e para cumprir com estes requisitos podemos fazer um edifício mais eficiente, mas isso vai ter um custo muito maior, e por isso o que vamos fazer através da melhor relação custo-preço atingir as metas de eficiência energética e de habitabilidade.

    Por exemplo, se conseguirmos mudar o revestimento da cobertura, que representa 80% do valor do investimento, então se calhar é por aí que vamos começar a reabilitação. Se a cobertura tem esse ganho, ajuda-me a fazer as análises e eu consigo e ajuda-me a fazer só um “data template” porque é só um produto, eu vou então escolher esse produto, vou digitalizar esse produto e vou incorporar no meu projecto, em vez de estar a digitalizar um conjunto maior de produtos.

    Neste caso, como é o dono de obra que está a fazer um processo de reabilitação e que depois vai gerir o edifício, é perceber de que forma é que ele consegue ficar com um maior conhecimento do edifício e para a longo prazo de essa informação para a própria gestão do seus activos. Por exemplo, saber quando é que é preciso fazer operações de manutenção ou substituição de materiais e saber que quando chegar a esse momento, aquele objecto ou produto que vai ser removido para onde é que pode ir e como é que é constituído. Isto é mais difícil nos edifícios, mas é mais fácil nas infraestruturas, nomeadamente nas ferrovias onde estão as ser feitas várias obras de reabilitação em várias linhas em todo o País. Nestes casos, os agregados podem ser reutilizados noutro sítio ou na própria obra, se for uma renovação de via. Da mesma forma é possível perceber em relação às travessas, em betão, em ferro ou madeira, que destino é que posso dar-lhes ou que reutilização é que podem ter. Este é um dos casos em que nós queremos demonstrar como uma infraestrutura pode ter elevadíssimos índices de reutilização ou de reciclagem.

    Sendo este programa realizado com países do Norte da Europa, que normalmente são conhecimentos como sendo mais pioneiros neste tipo de práticas e de soluções no que diz respeito à construção e à sustentabilidade, em que medida é que Portugal pode aprender com estes países?

    Eu diria que a principal diferença está no investimento nos sectores da construção dos diferentes países. Nós passamos por uma crise muito grande na construção e durante esse período este sector perdeu “gás” para inovar, enquanto outros países não. Por exemplo, países como a Noruega está muito mais organizada naquilo que diz respeito à digitalização e que está muito à frente de Portugal, até porque já têm um impulso e requisitos que o Governo coloca que nós cá não temos. Esse é um aspecto. Depois em termos de economia circular, como a Noruega está fora do perímetro europeu não recebe este empurrão que nós estamos a receber em termos de práticas de economia circular, embora sejam positivamente contaminados com esta influência, porque são um país periférico espaço europeu, mas têm uma presença dentro do espaço económico europeu que percebe que esta dinâmica é necessária.

    De certa forma estes projectos são o olhar mais prático do lado mais teórico dos vectores….

    As práticas de economia circular são como uma escadaria, ou seja, podemos galgar os degraus todos ou ir passo a passo e o nosso objectivo aqui é subir passo a passo de forma consistente e de forma que se perceba que há coisas muito simples que trazem um grande benefício. Não estamos aqui a entrar em disrupções, mas em evoluções que de forma muito simples permitem cumprir os objectivos. Depois estamos a tentar cumprir estes objectivos tendo como background uma das melhores universidades da Noruega, estamos sempre em contacto com os projectos que estão a decorrer a nível europeu que estão a trabalhar estas matérias. Temos estado, de certa forma, a acompanhar, dentro da Comissão Europeia, quais vão ser as políticas e já a tentar trazer essas directrizes e articulá-las e temos, também, estado a fazer alguma formação à própria CE no sentido de demonstrar que aquilo que têm sido os vectores da digitalização e da sustentabilidade têm que também estar consolidados e que os documentos que vêm emitidos têm que olhar para estas duas perspectivas.

    Já conseguimos demonstrar que aquilo que é o vector da digitalização e o vector da sustentabilidade, sem prejuízo de poderem ser trabalhados de forma individual e em silo, que se cruzam e que são muito relevantes e que podem ajudar e muito na implementação de práticas mais circulares. Fizemos um trabalho científico que foi apresentado a algumas pessoas da CE e por isso a CE está também ela mais atenta que quando faz um documento que olha para a economia circular tem que conseguir colocar lá algumas coisas consistentes sobre digitalização.

    Sobre o autorCidália Lopes

    Cidália Lopes

    Jornalista
    Mais artigos
    Artigos relacionados
    IP lança concurso de 150M€ para alargar ferrovia Contumil-Ermesinde
    Construção
    CCB quer alcançar a neutralidade de carbono até 2030
    Empresas
    Trienal: ‘Conversas et Al’ junta fundador da Noarq e ilustrador Gémeo Luís
    Arquitectura
    Edifício C do projecto em Lordelo do Ouro já está em construção
    Construção
    Edifício Boavista 2949 encontra-se em comercialização
    Imobiliário
    Sandra Daza é a nova CEO do Grupo Gesvalt
    Empresas
    “Mais Campera Outlet Shopping” quer modernizar o factory outlet  
    Imobiliário
    Preços das casas em Lisboa aumentaram 5,5% em 2024 e vendas cresceram 13,8%
    Imobiliário
    BPI e CBRE em parceria para alavancar sustentabilidade no imobiliário comercial
    Imobiliário
    PortalPRO e AvaiBook em parceria para oferecer serviços aos gestores de alojamentos turísticos
    Empresas
    PUB

    Projecto de obra ESECS

    Engenharia

    Politécnico de Leiria investe cerca de 3 M€ em novo revestimento

    A empreitada de substituição do revestimento em fibrocimento da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS) compreende a retirada do amianto e substituição integral do revestimento, quer da cobertura, quer das fachadas, e de todos os vãos envidraçados, numa área total de 7.700 m2

    CONSTRUIR

    A empreitada de substituição do revestimento em fibrocimento da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS) do Instituto Politécnico de Leiria (IPLeiria) vai permitir transformar aquela escola num espaço “moderno” e adaptado às actuais necessidades, “disponibilizando maior conforto para todos os seus utilizadores”, afirmou Carlos Rabadão, presidente da instituição, durante a cerimónia de consignação da obra, que decorreu esta segunda-feira, dia 17 de Fevereiro, em Leiria.

    A intervenção, com uma duração prevista de quatro meses, representa um investimento de cerca de três milhões de euros, financiados através do Fundo de Reabilitação e Conservação Patrimonial, e ainda de receitas próprias do Politécnico de Leiria.

    A obra incide em todo o Edifício A, construído na década de 80, que apresenta hoje “várias fragilidades”. “Nos últimos anos, o edifício tem vindo a revelar vários problemas de deterioração, pelo que, apesar da manutenção realizada, era urgente e inadiável efetuar esta intervenção”, salientou Carlos Rabadão, destacando que o arranque do ano letivo 2025/2026 decorrerá já com as instalações totalmente renovadas.

    Actualmente, o revestimento é integralmente composto por chapas de fibrocimento que contêm partículas de amianto, ao passo que os vãos envidraçados possuem janelas e portas de alumínio com vidro simples, sendo completamente ineficientes do ponto de vista energético e acústico. Neste sentido, a intervenção compreende a retirada do amianto e substituição integral do revestimento, quer da cobertura, quer das fachadas, e de todos os vãos envidraçados, numa área total de 7.700 metros quadrados (m2). Estão ainda previstos trabalhos de melhoria em infraestruturas existentes, nomeadamente nos sistemas de drenagem de águas pluviais, contribuindo para uma maior eficiência energética do edifício, além do reforço da segurança.

    A nova solução arquitectónica, materializada por uma malha metálica distendida, a ser implementada tem em consideração o cariz do edifício, ligado à educação, formação, conhecimento, investigação e inovação, assentando no conceito de “teia do conhecimento”.

    Sobre o autorCONSTRUIR

    CONSTRUIR

    Mais artigos
    PUB
    Engenharia

    Um teste à renovação de edifícios

    Durante os últimos quatro anos um projecto piloto europeu procurou abrir caminho e comprovar que a renovação rápida de edifícios domésticos existentes, integrando tecnologias pré-fabricadas inovadoras, económicas e sustentáveis é possível. O resultado é um roteiro valioso para o futuro das renovações de edifícios na Europa

    O SUREFIT arrancou no segundo semestre de 2020 e tem a sua conclusão neste mês Fevereiro. Com um financiamento de quatro milhões de euros, o projecto piloto, coordenado pelo Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ), juntou onze parceiros, entre universidades, empresas e instituições, de oito países europeus, que desenvolveram tecnologias e soluções, que visam atingir a meta de energia quase nula reduzindo as perdas de calor da envolvente do edifício e do seu consumo de energia através do aquecimento, arrefecimento, ventilação e iluminação, que depois foram testadas em diferentes edifícios já existentes, localizados em vários países europeus e, por isso, sujeitos a diferentes climas e temperaturas.

    Para compreender a importância e o impacto do projecto importa relembrar que a União Europeia tem como meta ser o primeiro continente com impacto neutro no clima até 2050. Este objectivo levou a um aumento de iniciativas de construção ecológica e de incentivos à modernização do parque habitacional. A modernização dos edifícios é, aliás, fundamental para este objectivo. O sector da construção na UE é responsável por cerca de 36% das emissões de dióxido de carbono. A maioria dos edifícios da EU, cerca de 66%, foi construída antes da década de 1970, pelo que a sua modernização e a sua transformação em edifícios eficientes são um factor crucial para atingir as metas traçadas. Os números são conhecidos da indústria: cerca de ¾ dos edifícios residenciais europeus tem um mau desempenho energético, e a taxa de renovação é baixa. Um cenário que não é estranho a Portugal.

    Neste contexto percebe-se a urgência de programas e iniciativas que acelerem e incentivem a modernização dos edifícios e imprimam maior sustentabilidade ao sector da construção, como o SUREFIT que agora termina e está pronto para lançar no mercado novos produtos que ajudam a tornar as nossas velhas casas em casas eficientes, com maior conforto e segurança para quem nelas habitam, porque a par das metas europeias, nunca é demais recordar, que em Portugal ainda se morre por causa do frio e do calor.

    Tecnologia de ponta para edifícios antigos
    “O programa SUREFIT realizou com sucesso uma série de modernizações energéticas em vários edifícios na Europa, mostrando o potencial dos sistemas inteligentes de edifícios, a integração de energias renováveis e as soluções avançadas de isolamento. Estes projectos piloto estabeleceram um novo padrão para a habitação sustentável e forneceram insights valiosos sobre como edifícios mais antigos podem ser modernizados para atender às exigências de um futuro mais verde”, referem as conclusões do SUREFIT.
    A tecnologia foi instalada em edifícios em Portugal (o município de Mafra associou-se ao projecto), Espanha, Grécia e Finlândia. Os diferentes projectos piloto registaram uma significativa redução no consumo de energia e nas emissões de CO2, devido à integração de tecnologias de ponta, como sejam vidros a vácuo fotovoltaicos, sistemas solares térmicos, bombas de calor, acoplados a sistemas de controlo inteligente. O seu impacto permitiu a uma redução entre os 54 e 61% no uso de energia e nas emissões de CO2 em todas as instalações. “Esta redução não só melhora a sustentabilidade ambiental, como proporciona economias significativas aos seus proprietários, ao reduzir as contas de energia”.

    As medidas avançadas de isolamento, incluindo a instalação de painéis térmicos, persianas de luz natural e melhorias nas fachadas, ajudaram a melhorar o desempenho térmico dos edifícios, criando ambientes de vida mais confortáveis e, simultaneamente, reduzindo a necessidade de aquecimento e arrefecimento. A introdução de sistemas inteligentes de edifícios garantiu que o uso de energia fosse optimizado em tempo real, tornando o aquecimento, o arrefecimento e o consumo de electricidade mais eficientes.

    Outro dos objectivos dos projectos SUREFIT era melhorar o conforto térmico dos residentes. Nessa perspectiva, os edifícios intervencionados “registaram uma redução notável nas variações de temperatura ao longo das estações. Os residentes relataram uma mudança de Invernos frios e Verões excessivamente quentes para condições interiores mais estáveis e confortáveis. O desempenho do aquecimento e do arrefecimento melhorou significativamente, com os tempos de aquecimento a tornarem-se mais rápidos e mais eficientes”, referem as conclusões.

    Além do controlo de temperatura, a qualidade do ar interior também registou melhorias consideráveis graças à “instalação de sistemas de recuperação de calor nas janelas e as capacidades melhoradas de ventilação ajudaram a criar ambientes interiores mais frescos e saudáveis, melhorando o bem-estar geral dos residentes”.
    O SUREFIT também se concentrou na integração de soluções de energias renováveis no design dos edifícios. “A instalação de sistemas solares térmicos ajudou a gerar electricidade e água quente doméstica, reduzindo a dependência de fontes de energia convencionais. Em alguns casos, também foram introduzidos painéis fotovoltaicos, contribuindo ainda mais para as economias de energia. A combinação de geração de energia solar e sistemas térmicos não só reduziu a pegada de carbono dos edifícios, como também tornou essas casas auto-suficientes e resilientes às oscilações dos preços da energia”.

    Oportunidades para a indústria
    Uma das preocupações do programa, a par da sustentabilidade ambiental, é o impacto económico que toda esta nova tecnologia terá. Algo que não pode ser medido a curto prazo. “Embora algumas das tecnologias, como o vidro a vácuo PV e os painéis de isolamento prefabricados, tenham custos iniciais mais elevados, evidenciou-se que, a longo prazo, são financeiramente vantajosas, com um período de retorno de cerca de cinco a dez anos. Para sistemas mais convencionais, como membranas respiráveis e soluções solares térmicas, o período de retorno foi ainda mais curto. Uma análise de custos ao longo do ciclo de vida demonstrou que, com o tempo, estas tecnologias de eficiência energética são altamente competitivas com os sistemas de construção tradicionais”.

    O impacto económico será a médio/longo prazo, à medida que haja também um maior envolvimento da indústria que garanta uma maior disseminação das soluções, mas os seus impactos medem-se no imediato para os residentes das habitações que fizeram parte do projecto: “Muitos relataram que as suas casas se tornaram significativamente mais confortáveis, com melhor regulação térmica, eficiência optimizada de aquecimento e arrefecimento e redução do ruído externo. Ao longo da renovação, os residentes também notaram uma melhoria substancial na sua qualidade de vida, já que as casas modernizadas proporcionaram não apenas economias de energia, mas também um ambiente mais saudável e confortável”.

    Para os responsáveis pelo SUREFIT, este é “uma demonstração clara de como as tecnologias modernas e as estratégias de modernização podem dar nova vida a edifícios mais antigos, tornando-os eficientes em termos energéticos, confortáveis e sustentáveis. Estes projectos fornecem um roteiro valioso para o futuro das renovações de edifícios, oferecendo uma solução adaptável para as comunidades que procuram alcançar as metas de eficiência energética e reduzir as suas pegadas de carbono”, atestam.

    Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

    Manuela Sousa Guerreiro

    Mais artigos
    PUB

    OERS: Mandato 2025-2028

    Engenharia

    António Carias de Sousa reeleito presidente da OERS

    A equipa liderada por Carias de Sousa, conta, ainda, com Elisa Maria Silva como vice-presidente, Rita Moura como secretário e Pedro Coelho como tesoureiro. Carla Melfe, Daniel Silva e Susana Serôdio vão desempenhar cargo de vogais, no Conselho Directivo

    CONSTRUIR

    António Carias de Sousa foi reeleito presidente do Conselho Directivo da Ordem dos Engenheiros Região Sul (OERS) para o mandato 2025-2028. A Lista RA, presidida por Carias de Sousa venceu as eleições com uma estratégia assente em quatro vectores principais: Valorizar, Prestigiar, Atrair e Agilizar e reafirma a confiança dos engenheiros inscritos na Região Sul.

    A equipa liderada por António Carias de Sousa, conta, ainda, com Elisa Maria Silva como vice-presidente, Rita Moura como secretário e Pedro Coelho como tesoureiro. Carla Melfe, Daniel Silva e Susana Serôdio vão desempenhar cargo de vogais, no Conselho Directivo. A Assembleia Regional será presidida por Lídia Santiago, acompanhada por António André e João Almeida Fernandes, como secretários.

    Foram, ainda, eleitos os representantes da seis delegações distritais que integram a OERS, entre os quais os Jacinto Franco, por Beja, Nazaré Toureiro por Évora, António Mortal, por Faro, Cristina Pascoal Milheiro, por Portalegre, Ana Luís, por Santarém e André Vilelas, por Setúbal.

    António Carias de Sousa, presidente da Ordem dos Engenheiros Região Sul reforça que, a missão de ‘Valorizar Engenheiros para Valorizar Portugal’ se mantém, e adianta, ainda, que “a confiança demonstrada pelos nossos colegas reforça o compromisso desta equipa em liderar a OERS, enfrentando os desafios do futuro – da transformação digital à sustentabilidade – com a experiência e conhecimento que nos caracterizam”.

    Para prestigiar a engenharia, a equipa aposta na criação de parcerias estratégicas e na valorização da experiência dos engenheiros seniores. A atracção de novos talentos será promovida através de programas de mentoria, iniciativas de acolhimento para novos membros e a promoção da igualdade de oportunidades e inclusão. Finalmente, para agilizar os procedimentos da OERS, a lista defende a simplificação e modernização de processos, a desburocratização e descentralização, apostando na transparência e na delegação de competências.

    Sobre o autorCONSTRUIR

    CONSTRUIR

    Mais artigos
    PUB

    Fernando de Almeida Santos, bastonário da Ordem dos Engenheiros

    Engenharia

    Engenheiros: Fernando Almeida Santos reeleito bastonário

    Dos principais desígnios que o bastonário reeleito definiu para os próximos três anos de exercício, consta a concretização do que se encontra previsto na Lei-quadro das Associações Públicas Profissionais (APP)

    CONSTRUIR

    Fernando de Almeida Santos foi reeleito bastonário da Ordem dos Engenheiros para o triénio 2025-2028, com 83% dos votos apurados, avançando assim, para o seu segundo mandato à frente da Ordem dos Engenheiros determinado a “Valorizar os engenheiros para valorizar Portugal”. A acompanhá-lo nesta sua missão estão Dina Dimas e Jorge Liça, eleitos para a vice-presidência nacional.

    Dos principais desígnios que o bastonário reeleito definiu para os próximos três anos de exercício, consta a concretização do que se encontra previsto na Lei-quadro das Associações Públicas Profissionais (APP), ou seja, a imposição legal da existência de uma única APP por profissão, neste caso, a de engenheiro.

    Relativamente aos restantes órgãos da Ordem, para o Conselho de Supervisão foram eleitos três candidatos integrantes da Lista B, encabeçada por José Vieira, que arrecadou a maioria dos votos, contra apenas um membro eleito pela Lista C.

    Carlos Mineiro Aires ganha a presidência da Assembleia de Representantes, António Laranjo torna-se presidente do Conselho Fiscal Nacional e a lista liderada por Carlos Loureiro ganha a maioria dos lugares no Conselho Jurisdicional.

    Quanto às estruturas regionais, o Norte elegeu Bento Aires para a presidência do Conselho Diretivo, no Centro do país foi eleita Isabel Lança, enquanto os engenheiros do Sul votaram, maioritariamente, em António Carias de Sousa, candidato da lista RA. Nos Açores e na Madeira foram eleitas, respetivamente, Teresa Soares Costa e Beatriz Jardim.

    O ato eleitoral que hoje terminou, num processo que engloba a totalidade da eleição dos Órgãos Nacionais, Regionais e Locais, num total de mais de quatro centenas de lugares eleitos, foi realizado, pela primeira vez, de forma totalmente eletrónica. Este feito constitui o culminar de um caminho iniciado em 2013 com a implementação da primeira votação mista (em papel e eletrónica), no contexto das associações profissionais portuguesas, e que surgiu com o objetivo de fazer da Ordem do Engenheiros um exemplo de inovação e vanguarda tecnológica.

    Sobre o autorCONSTRUIR

    CONSTRUIR

    Mais artigos
    PUB
    Engenharia

    IP Engenharia assina memorando de cooperação com Infraestruturas de Cabo Verde

    Em 2025, como primeira acção, o Grupo IP irá desenvolver um “Programa de Capacitação” que terá como enfoque principal a transferência de conhecimento técnico nas áreas de gestão de activos e gestão da manutenção

    CONSTRUIR

    A IP Engenharia formalizou um Memorando de Entendimento para cooperação técnica com Infraestruturas de Cabo Verde (ICV). Esta acção enquadra-se nas actividades do Programa Estratégico de Cooperação Portugal – Cabo Verde (2022-2026), que prevê o desenvolvimento de acções de capacitação na área da gestão da rede de estradas e de transportes.

    A cooperação entre o Grupo IP e a ICV centra-se na troca de experiências mútuas, incluindo boas práticas em planeamento, gestão de infraestruturas, soluções para infraestruturas secundárias, adaptação às alterações climáticas, e envolvimento da sociedade, entre outras áreas, tendo como propósito “reforçar a sustentabilidade e a resiliência” das infraestruturas em Portugal e em Cabo Verde.

    Em 2025, como primeira acção, o Grupo IP irá desenvolver um “Programa de Capacitação para o Aumento da Sustentabilidade das Infraestruturas de Cabo Verde”, que terá como enfoque principal a transferência de conhecimento técnico nas áreas de gestão de activos e gestão da manutenção, aproveitando a vasta experiência acumulada.

    A parceria, celebrada no contexto da VII Cimeira Portugal – Cabo Verde, foi também subscrita por Miguel Pinto Luz, ministro das Infraestruturas de Habitação de Portugal, e Eunice Spencer Lopes, ministra das Infraestruturas, Ordenamento do Território e Habitação de Cabo Verde.

    Sobre o autorCONSTRUIR

    CONSTRUIR

    Mais artigos
    PUB
    Engenharia

    LNEG disponibiliza primeira calculadora de custos de hidrogénio portuguesa 

    A primeira calculadora para obtenção de, “forma rápida e fácil”, do custo do hidrogénio verde em toda a sua cadeia valor, ou seja, desde a sua produção até à sua distribuição para o sector dos transportes em estações de abastecimento está disponível desde Dezembro

    CONSTRUIR

    O hidrogénio verde é indispensável quer como matéria-prima quer como vector energético para a descarbonização de nossa sociedade. As metas nacionais e europeias para 2050 visam reduzir as emissões nas indústrias de descarbonização mais difícil, como é o caso da indústria do cimento, vidro, química, aço, entre outras, no transporte rodoviário de mercadorias e de passageiros, no transporte marítimo e no transporte aéreo.

    O custo do hidrogénio verde, desde a sua produção até às estações de abastecimento para os transportes em Portugal, poderá estar entre 7 e 12 €/kg em 2030, segundo estimativas recentes do Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG).

    Na realidade, “o custo associado é, actualmente, um dos grandes problemas que impede o seu uso extensivo no nosso mix energético”, indica o LNEG, que disponibilizou, no passado mês de Dezembro, a primeira calculadora para obtenção, de “forma rápida e fácil”, do custo do hidrogénio verde em toda a sua cadeia valor, ou seja, desde a sua produção até à sua distribuição para o sector dos transportes em estações de abastecimento. Esta ferramenta encontra-se disponível no site do LNEG em português e em inglês.

    O custo do hidrogénio é expresso como um custo nivelado (em €/kg H2 considerando o tempo útil de um projecto) para facilitar a comparação de diferentes projectos e países.

    Existem algumas calculadoras deste tipo para outros países da União Europeia, alguns com detalhe para a produção do hidrogénio por eletrólise. No entanto, esta é a primeira vez que é disponibilizada uma calculadora para toda a cadeia de valor e desenhada especificamente para a realidade de Portugal.

    Esta calculadora é interactiva e permite aos utilizadores fazerem as suas próprias estimativas modificando os valores de base considerados como default. Os valores de base, para já, referem- se ao ano de 2025, sendo possível calcular valores para o futuro, considerando a evolução de custos expectável.

    Sobre o autorCONSTRUIR

    CONSTRUIR

    Mais artigos
    PUB

    Fernando de Almeida Santos, bastonário da Ordem dos Engenheiros

    Engenharia

    Engenheiros: Fernando de Almeida Santos recandidato a bastonário em lista única

    Esta é a primeira vez que o processo de votação numa eleição regular da Ordem dos Engenheiros é totalmente eletrónico, numa clara aposta na desmaterialização de processos e em consonância com a crescente digitalização em curso

    CONSTRUIR

    Fernando de Almeida Santos lidera a única lista que se apresentou à corrida para a presidência do conselho directivo nacional sendo, por isso, o único candidato a bastonário da Ordem dos Engenheiros. Santos deverá, assim, ser reeleito para a presidência daquele organismo, nas eleições que decorrem no próximo dia 8 de Fevereiro.

    Encerrado o período regulamentar para a apresentação de candidaturas aos Órgãos Nacionais, Regionais e Distritais da Ordem dos Engenheiros, para o mandato 2025/2028 Fernando de Almeida Santos estará acompanhado por Jorge Liça e Dina Dimas como candidatos a seus Vice-presidentes Nacionais, numa lista nacional que engloba mais de duas centenas de candidatos, oriundos de todo o País, incluindo Regiões Autónomas Insulares.

    Esta é a primeira vez que o processo de votação numa eleição regular da Ordem dos Engenheiros é totalmente eletrónico, numa clara aposta na desmaterialização de processos e em consonância com a crescente digitalização em curso. Toda a informação sobre o processo eleitoral e documentos relacionados, pode ser consultada em permanência em ordemdosengenheiros.pt/eleicoes2025/pt/.

    Sobre o autorCONSTRUIR

    CONSTRUIR

    Mais artigos
    PUB
    Engenharia

    OE lança Engineers HUB

    O projecto tem a chancela da Ordem dos Engenheiros, Região Sul, em parceria com a Unicorn Factory, e será apresentado já no próximo dia 15 de Janeiro

    CONSTRUIR

    O Engineers HUB é um projeto que nasce de uma parceria com a Unicorn Factory Lisboa, “um HUB de inovação que se destacará pela promoção de um ambiente dinâmico e colaborativo”. Os dois pólos que vão nascer  na Sidónio Pais e na Fontes Pereira de Melo tem a assinatura do atelier Leónidas Arquitectos, estarão preparado para incentivar a criação e o desenvolvimento de ideias e soluções em engenharia, com acesso ao ecossistema necessário para transformar projectos em realidade.

    Destinado a membros inscritos na Região Sul, o Engineers HUB disponibilizará um espaço de trabalho partilhado e uma vasta gama de serviços que visam apoiar o crescimento sustentável no mercado, designadamente, “mentoria técnica, programas de aceleração e incubação no ecossistema da Unicorn Factory Lisboa e oportunidades de networking com empreendedores, investidores e parceiros”. O Engineers HUB integrará tecnologias de informação para criar valor e optimizar recursos através de sinergias.

    O projecto será apresentado no dia 15 de Janeiro. Neste dia será também lançada a Bolsa de Mentores, que permitirá a membros sénior integrar uma pull de mentores para apoiar e mentorar ideias e projectos inovadores.

    Sobre o autorCONSTRUIR

    CONSTRUIR

    Mais artigos
    PUB

    Estrada Nacional nº1 (EN1)

    Engenharia

    Elaboração de estudos e projectos para estrada prioritária em São Tomé adjudicada à Prospectiva

    A Estrada Nacional nº1 (EN1) é a principal via de ligação em São Tomé e Príncipe, com 48,40 km, conectando a capital São Tomé a Ponta Furada, no distrito de Lembá, apresenta condições precárias e tráfego médio de 1.500 veículos/dia, incluindo camiões pesados

    CONSTRUIR

    Foi recentemente adjudicado à Prospectiva, em consórcio com a Prospectiva STP, pela Agência Fiduciária de Administração de Projetos (AFAP) a realização de serviços de actualização e elaboração de instrumentos ambientais e sociais para a reabilitação da EN1 (Guadalupe-Neves) e Marginal I. O principal objectivo da consultoria é elaborar estudos e projectos detalhados de concepção de estrada prioritária.

    A Estrada Nacional nº1 (EN1) é a principal via de ligação em São Tomé e Príncipe, com 48,40 km, conectando a capital São Tomé a Ponta Furada, no distrito de Lembá, apresenta condições precárias e tráfego médio de 1.500 veículos/dia, incluindo camiões pesados.

    A estrada passa por várias localidades, incluindo Guadalupe, Neves, Diogo Vaz e Santa Catarina, e serve aproximadamente 60% da população são-tomense, conectando cerca de 110 mil habitantes em áreas urbanas e rurais.

    O projecto de reabilitação dos troços S1 e S2 é financiado pelo Banco Mundial como parte de iniciativas de desenvolvimento e protecção costeira, com foco na segurança e resiliência às mudanças climáticas.

    Sobre o autorCONSTRUIR

    CONSTRUIR

    Mais artigos
    PUB

    Acciona Energia Pavilhão

    Engenharia

    Arquitectos catalães assinam construção efémera com carbono negativo

    A madeira e os têxteis reciclados incorporados no pavilhão da Acciona Energia, em Barcelona, permitiu reduzir a pegada de carbono na sua construção até 50 vezes menos, do que se tivesse sido fabricado com materiais tradicionais. Além disso, a sua modularidade garante que este possa ser reutilizado em eventos futuros

    CONSTRUIR

    Localizado no Moll de la Fusta, no Porto de Barcelona, ​​​​o pavilhão da Acciona Energía é uma plataforma física e digital pensada para interagir com os visitantes. Aproveitando o seu design modular e leve, a estrutura pode ser montada e desmontada com facilidade, segundo o conceito de arquitectura efémera.

    A instalação, projectada e construída pelo Instituto de Arquitectura Avançada da Catalunha (IAAC), com 100 metros quadrados, destaca-se pelo seu design vanguardista que capta o movimento do vento, a circularidade dos materiais e a utilização de energias renováveis. Entre os elementos mais inovadores da estrutura estão as pás recicladas do parque eólico El Cabrito, em Tarifa (Cádiz), um dos mais antigos de Espanha, que foram reutilizadas como parte da estrutura, mostrando como as pás dos aerogeradores podem ter uma segunda vida em novas infraestruturas.

    O IAAC é um centro de investigação, formação, produção e comunicação, localizado em Barcelona com 22 anos de actividade e que tem como objectivo “liderar a missão de imaginar o futuro habitat” da sociedade.

    Instalação temporária com impacto duradouro

    O primeiro piso do Pavilhão é um espaço acolhedor com exposições interactivas, enquanto oferece um refúgio do sol do Mediterrâneo. O nível superior está reservado para convidados e reuniões corporativas.

    Embora o pavilhão seja uma instalação temporária, transporta uma mensagem com um impacto duradouro. Os seus princípios de design ecológico, a utilização de materiais biológicos e o foco na circularidade reflectem uma visão para o futuro da arquitetura, uma visão onde os edifícios não sejam apenas estruturas, mas actores responsáveis ​​no desafio climático.

    Além disso, a modularidade do pavilhão garante que este possa ser reutilizado em eventos futuros.

    A instalação, projectada e construída pelo Instituto de Arquitectura Avançada da Catalunha (IAAC), com 100 metros quadrados, destaca-se pelo seu design vanguardista que capta o movimento do vento, a circularidade dos materiais e a utilização de energias renováveis

    Pegada de carbono até 50 vezes menos

    A utilização de um material natural como a madeira e os têxteis reciclados fez com que a construção deste pavilhão tivesse uma pegada de carbono até 50 vezes menor do que se tivesse sido fabricado com materiais tradicionais como o aço, o alumínio, os plásticos e os têxteis não reciclados. Além disso, a integração de painéis fotovoltaicos na cobertura permite ao pavilhão gerar a sua própria energia, um gesto de auto-suficiência que reflecte o espírito de produção de energia renovável.

    A madeira utilizada na construção do pavilhão provém de florestas geridas de forma sustentável, sendo o CLT da Xilonor utilizado no pódio e o Glam da Madergia na estrutura principal.

    Estas escolhas de design resultam num pavilhão com carbono negativo, que armazena mais CO2 do que o emitido durante a sua construção.

    As emissões geradas na construção do pavilhão são de aproximadamente 25 toneladas de CO2. Um valor muito abaixo do que seria de esperar ao fazê-lo com outros materiais como o alumínio, o aço, os têxteis não reciclados e o plástico, que teriam atingido emissões até 50 vezes superiores.

    Além da construção em madeira, o Acciona Energia incorpora outras estratégias que permitem contribuir para a sua sustentabilidade. As pás de turbinas eólicas são reutilizadas contribuindo para o design circular ao reaproveitar componentes desativados e o design do pavilhão maximiza a utilização do fluxo de ar natural do mar próximo, reduzindo a necessidade de sistemas de arrefecimento com utilização intensiva de energia. As aberturas da fachada e um pódio elevado potenciam ainda mais o efeito de arrefecimento, garantindo conforto térmico aos visitantes.

    Números:

    – 28 mil kg de madeira laminada de abeto que absorveu mais de 70 toneladas de CO2 durante o seu ciclo de vida

    – 110kg de tecido de poliéster reciclado de alta tenacidade

    – Quatro pás eólicas que evitaram 2.045 toneladas de CO2 cada uma durante a sua vida útil

    – Uma instalação solar na sua cobertura com uma capacidade de 12kWp

    Sobre o autorCONSTRUIR

    CONSTRUIR

    Mais artigos
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB

    Navegue

    Sobre nós

    Grupo Workmedia

    Mantenha-se informado

    ©2024 Construir. Todos os direitos reservados.