Pedro Mêda
Engenharia

GrowingCircle: Trabalhar a economia circular a partir da informação e dos dados

O projecto Growing Circle pretende sensibilizar os agentes do sector da construção para o papel fundamental dos “Data Templates”e da digitalização. A ideia passa por ter mais conhecimento sobre os materiais, seja os que estão em fim de vida, seja os que estão agora a iniciar a sua utilização, e perceber de que forma é que, através do conhecimento desta informação, é possível melhorar a economia circular

Cidália Lopes
Pedro Mêda
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GrowingCircle: Trabalhar a economia circular a partir da informação e dos dados

O projecto Growing Circle pretende sensibilizar os agentes do sector da construção para o papel fundamental dos “Data Templates”e da digitalização. A ideia passa por ter mais conhecimento sobre os materiais, seja os que estão em fim de vida, seja os que estão agora a iniciar a sua utilização, e perceber de que forma é que, através do conhecimento desta informação, é possível melhorar a economia circular

Cidália Lopes
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O sector da construção tem um papel fundamental para as economias dos países, mas carece de modernização de modo a ser mais eficiente e ter menores impactos no ambiente. Estas preocupações têm encontrado eco em documentos estratégicos para o sector que sistematizam duas grandes áreas de actuação: a digitalização e a sustentabilidade e, nomeadamente, a implementação de iniciativas que abordem as sinergias existentes entre ambas. O projecto Growing Circle é uma dessas iniciativas. Ao Construir, Pedro Mêda, engenheiro pela FEUP e com funções de investigador no Instituto da Construção (IC), fala-nos deste projecto e do caso de estudo que estão a acompanhar em conjunto com a Matosinhos Habit e que irá permitir cumprir critérios de eficiência através da melhor relação custo-preço, além de contribuir para o catálogo de produtos que o projecto também pretende desenvolver

Como é surgiu o projecto Growing Circle?

Este projecto surge no âmbito do programa que é o EEA Grants, um programa de financiamento bilateral que tinha como objectivo a melhoria e a implementação de práticas de economia circular no sector da construção. Um dos aspectos, uma das dinâmicas que nós identificamos como necessárias e que até estava no seguimento daquilo que são as preocupações da gestão de informação que nós temos é que a economia circular na construção só poderá existir na sua plenitude se nós tivermos uma circularidade da informação e dos dados da construção. A ideia surgiu na sequência de várias parcerias com outros países e outras entidades e do contacto com o professor Eilif Hjelseth, da NTNU, que na altura estava na Universidade de Oslo, na Noruega, e que actualmente trabalha na Universidade de Trondheim.

Digamos que vimos aqui uma oportunidade de trabalhar a economia circular, não do lado da reutilização dos materiais, mas do conhecimento, da informação e dos dados e de que forma é que esse conhecimento poderia alavancar práticas mais circulares. A nossa ideia é ter mais conhecimento sobre os materiais, seja os que estão em fim de vida, seja os que estão agora a iniciar a sua utilização, e perceber de que forma é que, através do conhecimento desta informação, conseguimos melhorar a economia circular.

De que forma é o projecto prevê transformar a informação através dos “data templates”?

Há muita pressão por parte da UE para que sejam adoptadas práticas mais ecológicas e a economia circular no sector da construção é uma parte dessas práticas. Por outro lado, existem as tendências da indústria 4.0 que se materializam na digitalização. Aquilo que fizemos no Growing Circle e uma vez que o objectivo era a sustentabilidade, ou seja, maiores práticas de economia circular, nos pegámos no sector da digitalização e dos dados e congregamos os dois para que produzissem sinergias e mais valias que pudesse acumular nos desideratos e os objectivos do sector da construção.

Como é que isso se faz?

Os “data templates” são estruturas, são esqueletos que podem ser interpretados por máquinas e, portanto, são interoperáveis e são verdadeiramente digitais. Basicamente o que se pretende é que através dessas estruturas de metadados se consiga caracterizar produtos de construção, que depois estabelecem uma ligação com softwares e com sistemas que me fazem uma análise de desempenho ambiental, uma análise de eficiência energética e outras. Por exemplo, no âmbito de um projecto de engenharia, quando faço uma análise para ter um certificado energético, tenho que dizer que tenho lá uma parede dupla. Na realidade, deixamos de ter esta inserção da informação, mas ela passa a estar ligada às características dos produtos. Portanto, a metodologia BIM, do lado da digitalização, permite-me fazer isso, ou seja, em vez de eu estar a fazer o modelo 3D e de estar a colocar a informação ‘à mão’, através dos “data templates”, eu consigo que exista uma comunicação entre o modelo tridimensional e o catálogo de produtos, que são os produtos que eu vou utilizar na construção.

Em que é que isto permite melhorar a economia circular?

Permite porque, além de fazer a análise da eficiência energética de uma forma mais rápida, consigo fazer outro tipo de análises, como por exemplo, a composição dos materiais, o potencial de reciclagem desses materiais logo no início. Ou seja, se eu escolher um cerâmico no final de vida esse produto vai para determinados usos ou até pode ser reutilizado. É esta ligação que quisemos estabelecer e estamos a estabelecer através dos “data templates”. Claro que o projecto, além de fazer esta ligação, tem uma componente que é fundamental, que é explicar isto às pessoas, explicar isto ao sector da construção.

A ideia é que quando se vai fazer o projecto em BIM, por exemplo, a informação dos materiais já esteja disponível e descarregada é isso?

É exactamente isso. Ou seja, hoje em dia quando estamos a iniciar um projecto temos que inserir as propriedades à mão dos produtos e as suas características. Do ponto de vista geométrico as aplicações já fazem isso porque ao desenhar eu já estou a ter as dimensões, mas depois há que caracterizar, ao nível do coeficiente de transmissibilidade térmica, da cor, entre outros. Há uma série de parâmetros que eu posso “arrumar” em vários sítios e descrever de várias formas, dependendo até da zona ou região do País. O facto de eu ter estes metadados interpretáveis por máquinas, organizados, permite-me fazer essa associação directa e sem qualquer perda de informação ou má interpretação dessa informação. Isto aplica-se na fase de projecto, mas também na fase de construção, se tiver que substituir alguma coisa, e até na fase de utilização da obra. Isto funciona como fonte de informação, algo que ainda não é comum em Portugal, mas que foi introduzido em Inglaterra depois do incêndio na Torre Grenfell, em Londres, em 2017 e que veio demonstrar a necessidade de existir aquilo a que os que os especialistas chamam de Golden Thread Information, que basicamente é assegurar que não se perde informação e que se consegue perceber ao longo do processo construtivo quando é que existe alterações de informação e como é que elas ocorreram e quem é o responsável.

Até agora que feedback é que tem sentido por parte das empresas em relação ao Growing Circle? Há uma maior preocupação em relação a estas matérias?

Há vários níveis de preocupações e de situações. Uma é que os agentes, independentemente de onde estão, e estou a falar de toda a fileira da construção, desde os produtos até a quem gere activos, todos têm a noção de que é preciso passar para a digitalização, por um lado, e implementar práticas mais circulares, por outro. Outra dificuldade tem a ver com outra componente tecnológica, que é facto de muitas vezes termos os sistemas em silos, ou seja, funcionam bem para um determinado tipo de obra, mas se tentamos generalizar não conseguimos. Mostrar também que tem que se optar por tecnologias que sejam abertas, interoperáveis e que permitam outra evolução. Ou melhor, outra escalabilidade. Depois há uma outra questão que é conhecimento, a formação e a disponibilidade para, digamos, de uma forma quase altruísta, abraçar estes desafios. Há agentes que já estão a perceber para onde é que isto vai e já estão a tomar decisões que têm que ser tomadas, há outros que ainda não. Não há milagres, isto é sempre um processo que obriga a dedicação, obriga a conhecimento e obriga a alteração de práticas.

A Growing Circle está a desenvolver um caso de estudo em conjunto com a Matosinhos Habit. No que é que consiste este processo?

Os produtos que iremos colocar nesse catálogo serão os que forem necessários à reabilitação de um conjunto habitacional que é da Matosinhos Habit. Portanto, a partir deste trabalho preliminar vamos fazer vários casos de estudo, com diferentes tipos de análises. Portanto, nós temos o catálogo de produtos e vamos carregar esse catálogo e depois vamos desenvolver uma serie de análises. Uma delas é perceber qual é a informação, outra é perceber quais são os “data templates” mais importantes do ponto de vista ambiental, do ponto de vista económico. Porque isso ajuda um dono de obra ou um projectista quando tem que escolher os materiais. Portanto, o que vamos fazer e de acordo com este documento e para cumprir com estes requisitos podemos fazer um edifício mais eficiente, mas isso vai ter um custo muito maior, e por isso o que vamos fazer através da melhor relação custo-preço atingir as metas de eficiência energética e de habitabilidade.

Por exemplo, se conseguirmos mudar o revestimento da cobertura, que representa 80% do valor do investimento, então se calhar é por aí que vamos começar a reabilitação. Se a cobertura tem esse ganho, ajuda-me a fazer as análises e eu consigo e ajuda-me a fazer só um “data template” porque é só um produto, eu vou então escolher esse produto, vou digitalizar esse produto e vou incorporar no meu projecto, em vez de estar a digitalizar um conjunto maior de produtos.

Neste caso, como é o dono de obra que está a fazer um processo de reabilitação e que depois vai gerir o edifício, é perceber de que forma é que ele consegue ficar com um maior conhecimento do edifício e para a longo prazo de essa informação para a própria gestão do seus activos. Por exemplo, saber quando é que é preciso fazer operações de manutenção ou substituição de materiais e saber que quando chegar a esse momento, aquele objecto ou produto que vai ser removido para onde é que pode ir e como é que é constituído. Isto é mais difícil nos edifícios, mas é mais fácil nas infraestruturas, nomeadamente nas ferrovias onde estão as ser feitas várias obras de reabilitação em várias linhas em todo o País. Nestes casos, os agregados podem ser reutilizados noutro sítio ou na própria obra, se for uma renovação de via. Da mesma forma é possível perceber em relação às travessas, em betão, em ferro ou madeira, que destino é que posso dar-lhes ou que reutilização é que podem ter. Este é um dos casos em que nós queremos demonstrar como uma infraestrutura pode ter elevadíssimos índices de reutilização ou de reciclagem.

Sendo este programa realizado com países do Norte da Europa, que normalmente são conhecimentos como sendo mais pioneiros neste tipo de práticas e de soluções no que diz respeito à construção e à sustentabilidade, em que medida é que Portugal pode aprender com estes países?

Eu diria que a principal diferença está no investimento nos sectores da construção dos diferentes países. Nós passamos por uma crise muito grande na construção e durante esse período este sector perdeu “gás” para inovar, enquanto outros países não. Por exemplo, países como a Noruega está muito mais organizada naquilo que diz respeito à digitalização e que está muito à frente de Portugal, até porque já têm um impulso e requisitos que o Governo coloca que nós cá não temos. Esse é um aspecto. Depois em termos de economia circular, como a Noruega está fora do perímetro europeu não recebe este empurrão que nós estamos a receber em termos de práticas de economia circular, embora sejam positivamente contaminados com esta influência, porque são um país periférico espaço europeu, mas têm uma presença dentro do espaço económico europeu que percebe que esta dinâmica é necessária.

De certa forma estes projectos são o olhar mais prático do lado mais teórico dos vectores….

As práticas de economia circular são como uma escadaria, ou seja, podemos galgar os degraus todos ou ir passo a passo e o nosso objectivo aqui é subir passo a passo de forma consistente e de forma que se perceba que há coisas muito simples que trazem um grande benefício. Não estamos aqui a entrar em disrupções, mas em evoluções que de forma muito simples permitem cumprir os objectivos. Depois estamos a tentar cumprir estes objectivos tendo como background uma das melhores universidades da Noruega, estamos sempre em contacto com os projectos que estão a decorrer a nível europeu que estão a trabalhar estas matérias. Temos estado, de certa forma, a acompanhar, dentro da Comissão Europeia, quais vão ser as políticas e já a tentar trazer essas directrizes e articulá-las e temos, também, estado a fazer alguma formação à própria CE no sentido de demonstrar que aquilo que têm sido os vectores da digitalização e da sustentabilidade têm que também estar consolidados e que os documentos que vêm emitidos têm que olhar para estas duas perspectivas.

Já conseguimos demonstrar que aquilo que é o vector da digitalização e o vector da sustentabilidade, sem prejuízo de poderem ser trabalhados de forma individual e em silo, que se cruzam e que são muito relevantes e que podem ajudar e muito na implementação de práticas mais circulares. Fizemos um trabalho científico que foi apresentado a algumas pessoas da CE e por isso a CE está também ela mais atenta que quando faz um documento que olha para a economia circular tem que conseguir colocar lá algumas coisas consistentes sobre digitalização.

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Prospectiva e Hydroplante realizam estudos de viabilidade em Madagáscar

O estudo vai incidir na viabilidade de construção de estruturas como barragens ou reservatórios, assim como o desenvolvimento de 150 sistemas de abastecimento de água potável (AEP) movidos a energia solar

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O consórcio Prospectiva e Hydroplante vai realizar, em Madagáscar, estudos de viabilidade e elaboração de projectos de execução para a construção de estruturas de mobilização de recursos hídricos, que permitam desenvolver um sistema de abastecimento de água “resiliente, sustentável e inclusivo”, contribuindo para o “desenvolvimento económico e a adaptação às mudanças climáticas” em Madagáscar.

O contrato, assinado com o Fonds de Préparation du Projet de Mobilisation, Protection, Valorisation de la Ressource en Eau et de Renforcement de la Résilience au Changement Climatique (em inglês Fundo de Préparação do Projecto de Mobilização, Protecção, Valorização dos Recursos em Água e de Reforço da Resiliência nas Alterações Climáticas) sob a supervisão do Ministério da Água, Saneamento e Higiene de Madagáscar, vai incidir na viabilidade de construção de estruturas como barragens ou reservatórios, assim como o desenvolvimento de 150 sistemas de abastecimento de água potável (AEP) movidos a energia solar em seis regiões daquele país.

Utilizando uma gestão sustentável dos recursos hídricos e soluções baseadas em energias renováveis, o projecto pretende melhorar o acesso à água, especialmente nas áreas rurais e envolve a realização de estudos técnicos de viabilidade para identificar os locais mais adequados para a construção das estruturas de mobilização de recursos hídricos e dos sistemas de abastecimento de água. Alaotra Mangoro, Analamanga, Atsimo Andrefana, Atsinanana, Boeny e Vakinankaratra são as regiões a implementar o projecto.

Os estudos incluem modelagem hidrológica e hidráulica, levantamentos topográficos e geotécnicos e design estrutural. Além disso, serão definidas as especificações técnicas para sistemas elevatórios de água accionadas por energia solar, instalações de armazenamento e redes de distribuição, garantindo eficiência e confiabilidade ideais. Será, também, realizada uma análise custo-benefício abrangente para avaliar a viabilidade financeira e a sustentabilidade a longo prazo das infraestruturas propostas.

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UC lança guia para tornar renovação energética acessível nas comunidades rurais europeias

Os roteiros, que tentam responder aos desafios enfrentados pelas zonas rurais e desenvolvidos no âmbito do projecto Renoverty, estão a ser elaborados em colaboração com grupos de acção local (GALs) da Croácia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Hungria, Itália, Osona e Portugal

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Uma equipa de investigadores do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) desenvolveu, no âmbito da sua participação no projecto Renoverty, Roteiros de Renovação Rural, um guia prático pensado para tornar a renovação energética acessível às comunidades rurais em toda a União Europeia.

Os roteiros, desenvolvidos em colaboração com grupos de acção local (GALs) da Croácia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Hungria, Itália, Osona e Portugal, tentam responder aos desafios enfrentados pelas zonas rurais. Este guia prático oferece orientações “claras e práticas” sobre as opções técnicas, legislativas e financeiras, disponíveis em cada região, numa tentativa de “simplificar” o processo de renovação das habitações das famílias que enfrentam uma situação de pobreza energética.

Neste âmbito, os especialistas estão a promover, até 7 de Abril, um concurso que convida municípios, agências de energia, peritos do sector e outras partes interessadas a unir esforços no combate à pobreza energética rural, aplicando os conhecimentos adquiridos, aproveitando simultaneamente as oportunidades de colaboração e as soluções comprovadas para a renovação rural.

“As zonas rurais enfrentam vulnerabilidades próprias que intensificam a pobreza energética, nomeadamente o envelhecimento das populações, as elevadas taxas de pobreza e o parque imobiliário mais velho e ineficiente. Muitos agregados familiares que vivem nestas zonas dependem de combustíveis fósseis com elevado teor de carbono para aquecimento, como o carvão e o gasóleo, devido às opções energéticas mais limitadas”, realçam os investigadores.

Assim, “os roteiros Renoverty abordam estes desafios, apresentando medidas passíveis de apoiar as comunidades rurais, contribuindo para a diminuição das desigualdades e ajudando os cidadãos que mais necessitam de apoio. Além de sensibilizar e respeitar o ambiente rural, este projecto pretende contribuir para manter e promover o conhecimento local, a identidade cultural e a preservação da natureza”, concluem

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UE selecciona 47 projectos estratégicos para diversificar acesso às matérias primas

Comissão Europeia aprova projectos estratégicos no âmbito do Regulamento Europeu das Matérias-Primas Críticas (REMPC). Quatro são em Portugal: Somincor; Barroso Lithium Project; Lifthium Energy; e Lusorecursos Portugal Lithium

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A Comissão Europeia seleccionou, pela primeira vez, os 47 projectos estratégicos em toda a União Europeia (UE) para reforçar as capacidades nacionais no sector das matérias-primas críticas, no âmbito do Critical Raw Materials Act (CRMA).

Em Portugal, quatro projectos foram distinguidos com este “selo” de credibilidade: três relacionados com o lítio e um com o cobre. Estas iniciativas representam um marco importante na implementação do CRMA, contribuindo para a transição verde e digital da Europa e para o fortalecimento de sectores estratégicos como a defesa e a indústria aeroespacial.

Os projectos estratégicos portugueses integram um esforço mais amplo da UE para garantir, até 2030, que a extracção, o processamento e a reciclagem de matérias-primas críticas atinjam, respectivamente, 10%, 40% e 25% da procura da UE.

O LNEG, que tem desempenhado um papel relevante na implementação do CRMA a nível nacional, integrando o Grupo de Trabalho criado para o efeito, o qual tem trabalhado no mapeamento das ocorrências de recursos nacionais de matérias-primas críticas (MPC), com a publicação da carta Critical Raw Materials Deposits in mainland Portugal, de 2023, disponível no seu geoPortal. Em 2024, o Workshop “Plano Nacional de Prospecção no âmbito do CRM Act” reforçou estas bases, promovendo a coordenação de estratégias nacionais.

Os 47 novos projetos estratégicos estão localizados em 13 Estados-Membros da UE: Bélgica, França, Itália, Alemanha, Espanha, Estónia, Chéquia, Grécia, Suécia, Finlândia, Portugal ( Somincor, Barroso Lithium Project, Lifthium Energy e Lusorecursos Portugal Lithium) Polónia e Roménia. Abrangem um ou mais segmentos da cadeia de valor das matérias-primas, com 25 projetos que incluem atividades de extração, 24 de transformação, 10 de reciclagem e 2 de substituição de matérias-primas. Os projetos estratégicos abrangem 14 das 17 matérias-primas estratégicas enumeradas no Regulamento Matérias-Primas Críticas. Tal inclui vários projectos que abrangem o lítio (22 projectos), o níquel (12 projectos), o cobalto (10 projectos), o manganês (7 projectos) e a grafite (11 projectos), que beneficiarão particularmente a cadeia de valor das matérias-primas para baterias da UE.

Para se tornarem operacionais os 47 projectos estratégicos prevêem um investimento global de capital de 22,5 mil milhões de euros e irão beneficiar de um apoio coordenado da Comissão, dos Estados Membros e das instituições europeias no que diz respeito ao acesso ao financiamento e ao licenciamento.

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Postos de iluminação inteligentes já não são ficção

Como o próprio nome indica a Smartlamppost tem como foco o desenvolvimento de postes de iluminação inteligentes. A ideia principal é criar uma infraestrutura compartilhada que integre diversos serviços, como iluminação pública, carregamento de veículos eléctricos, câmaras de vigilância, pontos de Wi-Fi, antenas de telecomunicações (incluindo 5G), sensores IoT, entre outros. A empresa tem como fundadores a Metalogalva, a PROEF e a Ubiwhere

A portuguesa Metalogalva dispensa apresentações, a empresa da Trofa conquistou há muito um lugar entre as maiores empresas europeias de estruturas metálicas, estando hoje presente em vários continentes. Os produtos desenvolvidos e fabricados são usados em diversos domínios de actividade desde a energia, telecomunicações, vias rodoviárias, ferroviárias e energias renováveis. E foi esta sua intervenção em diferentes domínios e a presença de algumas destas estruturas, designadamente ao nível do mobiliário urbano das cidades que estão na base da Smartlamppost, empresa que desenvolve um conceito modular de mobiliário urbano

“A criação da Smartlamppost surgiu da reflexão conjunta dos três accionistas fundadores. Desde logo a Metalogalva, que é o maior fabricante europeu de colunas de iluminação e com presença em três continentes (Europeu, Americano e Asiático), a PROEF que tem uma longa experiência na construção de redes de energia e de telecomunicações e a Ubiwhere que é uma software-house focada em soluções para cidades inteligentes, nomeadamente uma Plataforma Urbana que monitoriza e gere múltiplos serviços”, começa por explicar Paulo Valente, chief executive officer (CEO) da empresa. “Desta reflexão surgiu a certeza da falta de resposta à necessidade de modernizar infraestruturas urbanas, tornando-as mais eficientes, conectadas e sustentáveis”, sublinha.

A equipa focou-se então no objecto urbano mais presente em qualquer cidade – os postes de iluminação, e no potencial de transformar estes postes em plataformas multifuncionais e inteligentes.

“A actividade da Smartlamppost baseia-se na concepção, desenvolvimento e implementação de postes inteligentes que integram múltiplas funcionalidades. Estes postes vão muito além da conversão para iluminação LED eficiente. A visão da Smartlamppost é utilizar um elemento de mobiliário urbano que tem uma presença ubíqua nas cidades, o poste de iluminação, e torná-lo um hub de tecnologia que agrega diversos serviços de forma cómoda e reduzindo a pressão actualmente existente sobre o espaço pedonal nas cidades”, explica Paulo Valente.

Face à localização e ao acesso já existente à rede eléctrica o “o poste Smartlamppost propõe uma multiplicidade de opções que permitem a instalação de soluções de conectividade (5G, Wi-Fi, LoRaWAN, mmW), soluções de mobilidade eléctrica (carregadores desenvolvidos para integrar as colunas de iluminação Smartlamppost e igualmente as existentes), sensores IoT (qualidade do ar, temperatura, ruído), câmaras de segurança”, inúmera o seu CEO.

Da iluminação à condução autónoma e o investimento em I&D
O potencial é imenso, face não só à presença maciça deste tipo de equipamentos, mas, sobretudo, ao crescente interesse em transformar as cidades em cidades inteligentes e no que essa definição abrange, desde logo um planeamento urbano eficiente, melhor uso de energia, sustentabilidade, tecnologia.
De acordo com Paulo Valente, a Smartlamppost tem focado a sua actividade numa inovação alinhada em dois vectores principais e complementares: Technology Push e Market Pull. “Se por um lado, temos o conhecimento da forma como as diversas tecnologias estão a evoluir e por isso inovamos o poste da Smartlamppost para alojar todas estas tecnologia facilitando a sua instalação nos mais diversos ambientes (Urbano, Rodoviário e Ferroviário), também estamos atentos às necessidades do mercado e, por isso, trabalhamos em conjunto com os diversos agentes de mercado (municípios, entidades rodoviárias e ferroviárias) para incluir as suas preocupações na concepção das colunas Smartlamppost”, sustenta. O que irá alargar o campo de possíveis utilizações do posto de iluminação inteligente.

“Uma vez que somos especialistas no fabrico de postes de iluminação e conhecedores das potencialidades das colunas de iluminação, desenvolvemos soluções adequadas a cada tipo de tecnologia, sem nunca perder o foco numa unidade funcional e integrável no ambiente urbano sem impactar os cidadãos”, refere o CEO.

Adicionalmente aos seus investimentos em desenvolvimento do produto/soluções, empresa integra a agenda mobilizadora PRR “Route 55”, a qual está a criar as bases da condução autónoma em Portugal. Estando a Smartlamppost a desenvolver a infraestrutura que suporta as tecnologias essenciais ao desenvolvimento da condução autónoma.

Para onde irá esta actividade crescer, tendo em conta o avanço tecnológico? “O segmento dos postes inteligentes tende a evoluir para hubs tecnológicos ainda mais integrados, combinando inteligência artificial (IA), redes 5G e gestão avançada de dados urbanos”, admite Paulo Valente. Paralelamente, “as exigências actuais sobre a rede de distribuição de energia eléctrica permitem antever oportunidades na criação de sistemas de flexibilização incorporados em postes inteligentes, bem como a utilização desta infraestrutura para suportar novas formas de comunicações com as soluções IoT que estão a ser instaladas em diversos ambientes”. Avanços que permitirão uma maior personalização dos serviços urbanos e uma gestão mais eficiente das cidades.

Um living Lab
Actualmente, a empresa colabora com entidades como a Vantage Towers (uma empresa especializada na gestão de infraestruturas passivas que alojam equipamentos de operadores) e está envolvida em projectos que visam expandir a sua influência no contexto das cidades inteligentes na Europa. Um desses projectos está localizado em Carcavelos, na Praça do Junqueiro, e resulta de uma parceria entre a empresa municipal Cascais Próxima e a Vantage Towers. “Neste projecto foram instaladas 13 colunas Smartlamppost e modernizada a iluminação para LED. Com esta alteração e com as poupanças energéticas verificadas podemos instalar quatro carregadores de veículos eléctricos, dois ecrãs interactivos, um ponto de acesso Wi-Fi e outro LoRaWAN, uma estação de qualidade de ar. A grande novidade é que o fizemos ligados à rede de iluminação pública sem necessidade de aumentar a rede existente. Além disso, demonstramos, fruto da colaboração estreita com a E-Redes, que é possível instalar carregadores de veículos eléctricos que utilizam o ramal de Iluminação pública acelerando a facilidade de criação destes pontos essenciais à mobilidade eléctrica”, sublinha Paulo Valente

Todas esta actividades representam um investimento significativo que está a ser acompanhado de uma crescente presença nos mercados onde a empresa opera, designadamente nos mercados europeus e internacionais. Na Europa a empresa tem actividade em Portugal, França, Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Polónia, no continente americano está nos EUA e Brasil.

Para a Metalogalva, isto representa uma oportunidade estratégica para expandir o seu portfólio de infraestruturas de suporte a soluções tecnológicas e consolidar-se como líder no fornecimento de infraestruturas urbanas inteligentes.

Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

Manuela Sousa Guerreiro

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Créditos: Luís Moura/GO Porto
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Nova ligação entre antigo Matadouro e Estádio do Dragão já foi montada

A nova estrutura metálica, que constitui o tabuleiro da ponte pedonal, cuja passagem ainda não está acessível ao público, tem uma dimensão de 6mx48m e um peso aproximado de 78 toneladas

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Está concluída uma nova etapa na obra de reconversão do antigo Matadouro Industrial do Porto, com a montagem de uma passagem superior pedonal sob a Via de Cintura Interna (VCI), entre a zona de Campanhã e a estação de metro do Estádio do Dragão.

A nova estrutura metálica, que constitui o tabuleiro da ponte pedonal, tem uma dimensão de 6mx48m e um peso aproximado de 78 toneladas.

Esta passagem, que ainda não está acessível ao público, assegura a ligação pedonal sobre a VCI ao unir ambas as “margens” desta grande via de circulação rodoviária e que irá permitir uma melhor acessibilidade ao Estádio do Dragão, promovendo os circuitos pedonais e a sua articulação com os serviços aí existentes, dos quais se destaca o Metro do Porto e o Alameda Shopping.

A empreitada enquadra-se no projecto de reconversão do antigo Matadouro Industrial, cujo contrato é acompanhado pela empresa municipal GO Porto. O projecto é da autoria do arquitecto japonês Kengo Kuma, em parceria com os arquitectos OODA, do Porto.

Desactivado há cerca de 20 anos, o Matadouro (M-ODU), em Campanhã, será transformado num equipamento âncora na reabilitação da zona Oriental da cidade.

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IP recebe delegação da Ucrânia para intercâmbio sobre PPP’s

A visita faz parte do projeto EU4PFM, “Extension of Public Finance Management Support Programme for Ukraine”

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Uma delegação ucraniana foi recebida pela Infraestruturas de Portugal (IP) no âmbito de uma visita de estudo a Portugal organizada pelo projecto EU4PFM – “Extension of Public Finance Management Support Programme for Ukraine”, financiado pela União Europeia.

Em comunicado, a IF indicou que a reunião teve como objectivo um “intercâmbio de conhecimentos e experiências sobre a harmonização do sistema jurídico nacional com as Directivas Europeias de Contratação Pública”, implementação de Parcerias Público-Privadas (PPP) e Concessões, e a modernização dos processos de contratação electrónica e centralizada.

Com este encontro, a IP reafirma o seu “compromisso” com  a partilha de conhecimento e solidariedade com a Ucrânia, reconhecendo a “importância de soluções inovadoras para a recuperação e modernização das suas infraestruturas”.

A delegação era composta por representantes do Ministério da Economia da Ucrânia, do Tribunal de Contas, do Serviço Estatal de Auditoria, do Comité anti-monopólio e do Parlamento Ucraniano.

O grupo foi liderado por Eriks Mezalis, team leader do EU4PFM, da Central Project Management Agency (CPMA), entidade lituana que está a coordenar o projecto de apoio à Ucrânia, e por Shergin Valerii, director do Departamento de Contratação Pública do Ministério da Economia da Ucrânia.

O encontro foi aberto por Miguel Cruz, presidente da IP, que destacou a importância do intercâmbio internacional e apresentou a Infraestruturas de Portugal. Gonçalo Oliveira, Representante Internacional da IP, enquadrou a participação da empresa em associações técnicas globais. De seguida, Helena Matos e João Fernandes, gestores do projecto de Alta Velocidade, sob coordenação de Carlos Fernandes, vice-presidente, abordaram os desafios e soluções da linha Lisboa – Porto – Vigo.

O programa da visita a Portugal incluiu, ainda, encontros com diversas entidades públicas e privadas, tendo em conta as questões relacionadas com a gestão centralizada de compras e a implementação de PPP em Portugal.

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1º Prémio ATEG 2023
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ATEG abre Open Call para edição de 2025

Inscrições para a 10ª edição dos Prémios ATEG 2025 de Arquitectura, Engenharia e Arte Otilio García decorre até 17 de Outubro deste ano

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A Associação Técnica Espanhola de Galvanização (ATEG), anuncia a 10ª edição dos Prémios ATEG 2025 de Arquitectura, Engenharia e Arte Otilio García, um evento que premeia o uso “inovador, sustentável e diferenciado” de aço galvanizado por imersão a quente nas áreas nas três a concurso. A inscrições encerram a 17 de Outubro de 2025, podendo os projectos ser enviados até 30 de Novembro deste ano. A decisão do júri, composto por profissionais da arquitectura, entidades de classe e administração, ocorrerá no início de 2026.

O prémio, com mais de 460 projectos submetidos a concurso desde a sua primeira edição em 2000, é dirigido a todas as obras realizadas em Espanha e Portugal que incorporam aço galvanizado, de forma relevante, “destacando o importante contributo deste material na arquitectura e engenharia sustentáveis, bem como o seu contributo para o cumprimento dos objectivos da economia circular”.

Na categoria Arte, ATEG quer destacar o “fino acabamento” proporcionado pelo aço galvanizado que faz com que cada vez mais artistas recorram a este material.

As obras devem ter sido concluídas entre 1 de Janeiro de 2021 e 15 de Outubro de 2025. Na categoria Arte, as obras estão isentas deste requisito, apenas devem ter sido galvanizadas antes de 15 de Outubro de 2023. Não poderão participar obras que tenham concorrido em edições anteriores.

Serão atribuídos três prémios: Prémio ATEG 2025 de Arquitectura, Engenharia e Arte Otilio García de 6 mil euros; o Prémio Especial Zinc Asturiana de 3.500 euros e um segundo prémio de dois mil euros.

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UC recorre a tecnologias imersivas para promover bem-estar nos ambientes de trabalho

O “WinWork: “Criação de Ambientes de Trabalho Saudáveis para a Promoção de Qualidade de Vida e Bem-estar nos Locais de Trabalho” é um projecto transfronteiriço, cofinanciado pela União Europeia através do Programa de Cooperação Interreg VI-A Espanha-Portugal. O projecto inclui intervenções piloto em seis organizações de Portugal e Espanha, em três sectores: indústria, serviços e saúde

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A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) integra projecto que utiliza tecnologias imersivas para promover ambientes de trabalho saudáveis e bem-estar laboral. O “WinWork: “Criação de Ambientes de Trabalho Saudáveis para a Promoção de Qualidade de Vida e Bem-estar nos Locais de Trabalho” é um projecto transfronteiriço, cofinanciado pela União Europeia através do Programa de Cooperação Interreg VI-A Espanha-Portugal.

O WinWork inclui intervenções piloto em seis organizações de Portugal e Espanha, que abrangem três sectores: indústria, serviços e saúde, com acções que envolvem a aplicação de metodologias participativas e sessões de capacitação para trabalhadores e gestores.

“Este projecto tem como objectivo melhorar a saúde e o bem-estar no ambiente laboral, recorrendo a intervenções multidisciplinares e tecnologias imersivas, como a realidade virtual, com enfoque na cocriação e participação activa das partes interessadas. A Universidade de Coimbra (UC) desempenha um papel central no projecto”, afirma Ana Luísa Pinto, professora do Departamento de Engenharia Mecânica (DEM) e líder do projecto na UC.

A equipa da UC, liderada por Ana Pinto, conta com a colaboração de Paulo Menezes e Helder Araújo, professores do Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores/ investigadores do Instituto de Sistemas e Robótica, Carla Carvalho e Lisete Mónico, professoras da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, e os investigadores José Pinto Gouveia, Bárbara Monteiro, Telma Alves e Nuno Moita.

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LNEG e IGTL avaliam potencial mineral de Timor-Leste

Cooperação internacional entre os Serviços Geológicos de Portugal e Timor-Leste procura inventariar potencial mineral de Timor Leste. Já identificado potencial para crómio, níquel, cobre e ouro 

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O LNEG, enquanto Serviço Geológico de Portugal está a colaborar com o Instituto de Geociências de Timor-Leste (IGTL) na avaliação do potencial mineral do país. O trabalho é liderado por Igor Morais, da Unidade de Recursos Minerais e Geofísica do LNEG, e pretende dar um contributo decisivo na inventariação e estudo sistemático das verdadeiras potencialidades de Timor-Leste.

A indústria extractiva, em particular a dos recursos minerais metálicos, apresenta um factor decisivo no desenvolvimento sustentável das sociedades modernas. A crescente procura por matérias- primas “metálicas” resulta, principalmente, do crescimento da população mundial, aliado ao anseio de muitos de querer atingir um melhor nível e qualidade de vida.

Aliados a este crescimento na procura, estão os crescentes riscos no seu suprimento, nomeadamente na União Europeia, cuja economia é altamente deficitária para um grande conjunto destas substâncias. Conflitos armados, tensões políticas e geopolíticas, como a que vivemos actualmente, colocam uma pressão cada vez maior na comunidade científica, em particular na área da Geologia, para a descoberta de novos depósitos minerais.

É neste contexto e pelo fato de os recursos minerais serem um fator preponderante no desenvolvimento de um país, que surge a cooperação entre o LNEG, enquanto Serviço Geológico de Portugal e o IGTL. Esta é uma área o LNEG tem larga experiência, tanto em projectos nacionais como internacionais (África e América do Sul).

“Numa primeira abordagem, existe a necessidade de ser feita a inventariação de qual ou quais as principais “commodities” existem no território. Esta inventariação está a ser feita por equipas do IGTL e do LNEG através de extensas campanhas de reconhecimento de campo. Existe depois a necessidade de colocar toda essa informação em mapas de escalas adequadas como já foi feito com a publicação preliminar dos três primeiros mapas de Ocorrências Minerais. Numa segunda fase estudos detalhados devem ser realizados em áreas de maior detalhe aplicando todo o “know-how” das equipas através de técnicas inovadoras”, explica Igor Morais. Segundo o investigador, “existe potencial já identificado para crómio, níquel, cobre e ouro”.

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Mammoet apoia obra de renovação de telhado do estádio olímpico de Montreal

A Mammoet, com outros parceiros da GCPC, levará a cabo este “arrojado” projecto de engenharia através do fornecimento de gruas móveis para apoiar a demolição do telhado antigo, que será substituído por uma nova estrutura fixa, com vidro transparente

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A Mammoet ganhou o contrato para dar apoio ao Groupe Construction Pomerleau-Canam (GCPC), um consórcio de empresas constituído pela Pomerleau e pela Canam Group, com a renovação do novo telhado do estádio olímpico de Montreal, no Canadá.

A Mammoet, com outros parceiros da GCPC, levará a cabo este “arrojado” projecto de engenharia através do fornecimento de gruas móveis para apoiar a demolição do telhado antigo, que será substituído por uma nova estrutura fixa, com vidro transparente para permitir a entrada da luz natural no estádio.

Grande parte desta operação será gerida pela subsidiária da Mammoet no Canadá Oriental, em Ontário e no Quebeque e que emprega cerca de 500 especialistas em transporte e elevação de cargas pesadas. De facto, um número significativo da sua força de trabalho operacional e frota de equipamentos de gruas estão actualmente no local, removendo painéis de telhado antigos.

A nova cobertura será construída no interior do estádio sobre suportes temporários. Quando estiver concluída, a Mammoet utilizará o seu sistema Mega Jack 5200 para elevar a estrutura a 50 metros no ar e colocá-la no lugar.

O Mega Jack é um grande sistema de elevação que utiliza vigas carregadas ao nível do solo para elevar algumas das cargas mais pesadas do mundo. Seis torres Mega Jack serão utilizadas para realizar o içamento.

Além do sistema Mega Jack, serão utilizados macacos de vertente para estabilizar o telhado enquanto este é levantado.

A Mammoet também concebeu dispositivos especiais de ajuste final para ficarem no topo de cada torre de elevação. Assumindo a forma de carris de deslizamento em miniatura, permitem o posicionamento preciso do telhado quando este atinge a altura necessária.

O tecto permanecerá elevado nos sistemas de elevação por um período de dois meses. Isto permitirá que o trabalho de instalação final aconteça, como a fixação com cabos à famosa torre inclinada de 550 pés do estádio (La Tour de Montréal).

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