Portugal com potencial para crescer em infraestruturas de armazenamento de dados
Portugal detém o potencial para se tornar um dos grandes polos de data centres da Europa. A conclusão é avançada por um estudo recente da consultora imobiliária internacional Savills
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Portugal detém o potencial para se tornar um dos grandes polos de infraestruturas de armazenamento de dados (data centres) da Europa. A conclusão é avançada por um estudo recente da consultora imobiliária internacional Savills. O documento sublinha que nos próximos anos será possível observar um desenvolvimento robusto deste segmento imobiliário a nível nacional, bem como no quadro europeu.
A análise da Savills estima que, até 2026, o mercado global de data centres atinja um valor de 251 mil milhões de dólares (cerca de 216 mil milhões de euros), com um crescimento médio anual de 4,5%. Este crescimento será impulsionado pela consolidação da chamada Internet of Things (IoT), pelo aumento da utilização das realidades virtual e aumentada e pela disseminação e fortalecimento das tecnologias de quinta geração, o já conhecido 5G.
Durante a pandemia de COVID-19, na região EMEA (Europa, Médio Oriente e África) observou-se um aumento do tráfego online superior a 35%, com algumas áreas desta geografia a alcançarem valores de tráfego 90% superiores aos registados antes da pandemia.
Tendo em conta as transformações observadas, os data centres precisarão de ser suficientemente grandes para dar resposta às necessidades actuais e estimadas. Além disso, com o fortalecimento destas infraestruturas, surgem também maiores necessidades energéticas, pelo que é necessária uma aposta mais forte na eficiência energética destas instalações, bem como na sua sustentabilidade ambiental.
Ao longo dos últimos cinco anos, o interesse dos investidores em data centres tem vindo a crescer. Os market fundamentals têm vindo a fortalecer-se, pelo que é expectável um aumento da procura nos próximos cinco anos.
Portugal na mira dos investidores em data centres
Em Portugal, o segmento dos data centres é actualmente constituído por pequenos ou micro-espaços, sendo que a maioria das empresas em Portugal que dispõem deste tipo de infraestruturas têm optado por mantê-las dentro das suas próprias instalações. Este comportamento assenta em preocupações com a segurança dos dados armazenados, bem como na maior rapidez de acesso.
No entanto, antevê-se uma reconfiguração deste cenário em Portugal, com um número cada vez maior de empresas a procurarem soluções de armazenamento de dados fora das suas instalações, que de forma mais eficiente possam responder às suas necessidades crescentes de armazenamento.
Em Portugal, 46% de todos os data centres estão concentrados na região de Lisboa. A nível nacional, existem 8 principais operadores de data centres: a Equinix, a Colt, a AR Telecom, a Claranet, a NFSI, a Altice, a NOS e a PT Empresas. O escasso portefólio de operadores de data centres em Portugal confere a este segmento um grande potencial de crescimento.
De momento, encontram-se em desenvolvimento 4 projectos em Portugal: em Sines, desenvolvido pela empresa Star Campus, com uma capacidade de até 450 megawatts, com energia proveniente de fontes renováveis; no Carregado, a Merlin Properties e a Edge Energy estão a construir um data centre com capacidade de 20 megawatts; a Fundação para a Ciência e Tecnologia, em parceria com a Câmara Municipal de Guimarães, está a promover a instalação de um data centre nessa cidade; a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo planeia criar o seu primeiro data centre, em Leixões, classificado como Tier III.
A Savills considera que Portugal se encontra firmemente bem posicionado para se transformar num dos grandes polos europeus para investimento em data centres, fruto da sua localização geográfica privilegiada entre Europa, América do Sul e África.